Bubo na Tchuto gozava de total liberdade de acção e nem um pedido de prisão e extradição do vice-almirante do Governo da Guiné-Bissau recebeu qualquer resposta de Banjul.
O almirante Bubo Na Tchuto foi preso na sequência da tentativa de golpe |
Bubo na Tchuto chegou à Gâmbia em Agosto de 2008 depois de uma fracassada tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, num barco mas vestido com o seu uniforme branco de vice-almirante.
Acompanhado sempre do seu segurança de confiança, o também guineense Alfusainey Jammeh, Bubu na Tchuto reuniu-se de imediato com os serviços secretos da Gâmbia, a quem pediu que informasse o presidente da República da sua presença.
Na ocasião, conta o Freedom Newspaper Online, da Gâmbia, o presidente Yaya Jammeh, ordenou que Na Tchuto fosse conduzido a Kanilai onde, passaram a encontrar-se regularmente. Durante alguns meses, o ex-vice-almirante da marinha da Guiné-Bissau ficou hospedado numa das quatro casas de luxo do presidente Jammeh, em Kanilai.
Mais tarde, Bubu na Tchuto foi transferido para a casa do presidente da União Africana em Brufut, ao lado da moradia do irmão do presidente Ansumana Jammeh.
O relato do Freedom Newspaper Online continua dizendo que Na Tchuto recebeu um carro de alta cilindrada e dois guardas militares à paisana que lhe garantiam a segurança
Durante a sua estada na Gâmbia entre 2008 e 2010, o país foi um ponto importante no tráfico de cocaína da África Ocidental. As agências de inteligências registaram movimentos de helicópteros e aviões de pequeno porte assim como moradores na região ocidental do país. Oficiais dos serviços de segurança da Gâmbia assistiram também a circulação de pacotes suspeitos em diferentes áreas rurais do país, mas foram aconselhados pelos superiores a esquecerem o assunto porque as ordens tinham vindo do presidente.
O aeroporto Yundum passou a ser a porta de saída da cocaína para a Europa. Nesse período o regime do presidente Jammeh tornou-se conhecido por conceder passaportes diplomáticos a muitos estrangeiros sem que tivessem realizado trabalhos notáveis a favor da Gâmbia.
Bubo na Tchuto gozava de total liberdade de acção e nem um pedido de prisão e extradição do vice-almirante do Governo da Guiné-Bissau recebeu qualquer resposta de Banjul.
Em 2010, com a ajuda de um latino-americano que o jornal cita como sendo Carlos Sanchez, Bubo na Tchuto voltou à Guiné-Bissau numa poderosa lancha, propriedade de Sanchez.
Depois, recorde-se, Bubo na Tchuto refugiou-se durante meses na sede da ONU onde pediu protecção, bubo na Tchuto saiu para liderar o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.
Ainda de acordo com o Freedom Newspaper Online, é voz corrente nos círculos militares da Guiné-Bissau, Gâmbia e junto dos rebeldes da região de Casamansa que o Governo de Jammeh assegura o fornecimento de uniformes, botas e munições pesadas desde os tempos de Ansumane Mané, nos finais de década de 1990.
Coincidência ou não, o jornal diz que durante a estada da Bubo na Tchuto na Gâmbia, misseis portáteis entre outros armamentos iranianos chegaram ao país e que parte desse material foi transferido para a Guiné-Bissau, numa operação liderada pelo amigo e guarda-costas de Tchuto, Alfusainey Jammeh.
Bubo Na Tchuto foi preso a 4 de Abril de 2013 por agentes anti-narcóticos norte-americanos num barco ao largo da costa ocidental africana, juntamente com quatro outros homens.
O antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau, arrisca-se à prisão perpétua, segundo um porta-voz do Tribunal de Nova Iorque.
http://www.voaportugues.com/content/jornal-revela-actividades-de-bubu-na-tchuto-entre-2008-e-2010-na-gambia/1834795.html
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