segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Em Bissau a Problemática da Corrupção no setor de saude está hoje em debate. O evento organizado pelo PNUD em parceria com Ministério de Saúde Pública. O referido Workshop foi presidido pelo Ministro da Saúde, Pedro Tipote.

 


 Radio Voz Do Povo

Portugal tem a terceira menor taxa da União Europeia de mulheres que dizem sofrer de violência

Por  cnnportugal.iol.pt,  25/11/2024

Em Portugal, a maior percentagem foi observada entre as mulheres dos 30 aos 44 anos (24%)

Uma em três mulheres (31%) entre os 18 e os 74 anos sofreram violência física ou sexual na União Europeia (UE), com Portugal a apresentar a terceira menor taxa de queixas (19,7%), divulgou esta segunda-feira o Eurostat.

De acordo com o inquérito sobre a violência baseada no género, cerca de 50 milhões de mulheres na UE dizem ter já sofrido violência física (incluindo ameaças) ou sexual na idade adulta, com a Finlândia no topo da tabela (57,1%), seguida pela Suécia (52,5%) e a Hungria (49,1%).

No extremo oposto, encontram-se a Bulgária (11,9%), a Polónia (16,7%), Portugal e República Checa (19,7% cada), com as menores taxa de inquiridas a responderem ter já sofrido de violência física ou sexual.

Na média europeia, as mulheres mais jovens (dos 18 aos 29 e dos 30 aos 44 anos) são as que mais dizem sofrer de violência (35%), seguidas pelas entre os 45 e os 64 anos (31,2%) e pelas dos 65 aos 74 (24,2%).

Em Portugal, a maior percentagem foi observada entre as mulheres dos 30 aos 44 anos (24%), seguindo-se as com idade entre os 18 e os 29 (22,4%), os 45 e os 64 anos (22,6%) e as mulheres entre os 65 e os 74 anos (14,5%).

O inquérito conjunto do serviço europeu de estatísticas (Eurostat), da Agência Europeia dos Direitos Fundamentais e do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, foi hoje divulgado no âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, hoje assinalado.


Leia Também: O Ministério de Justiça das Filipinas acusou hoje a vice-presidente do país, Sara Duterte, é a "mentora" de uma conspiração para assassinar o Presidente filipino, dando-lhe cinco dias para responder a uma intimação.

Impacto dos mil dias de guerra da Rússia numa família ucraniana

Por Voaportugues.com
A guerra na Ucrânia, na sequência da invasão pela Rússia, completa mil dias nesta semana. O crescente número de mortos, as sirenes de ataque aéreo e as explosões têm sido uma dura realidade para milhões de ucranianos, incluindo Oleh Reshetnyak, de 32 anos, residente em Kyiv.

Anna Kosstutschenko reuniu-se com a família, enquanto recorda como quase três anos de guerra transformaram as suas vidas. A reportagem é narrada por Álvaro Ludgero Andrade


Rússia terá recrutado mercenários iemenitas para as suas fileiras

© Iémen   Por Lusa   24/11/2024 

As forças armadas russas recrutaram centenas de combatentes iemenitas para lutar na Ucrânia, revelou hoje o jornal Financial Times (FT), ligando esta operação aos rebeldes huthis do Iémen.

De acordo com o jornal britânico, citado pelas agências internacionais, mercenários iemenitas garantiram que lhes foram prometidos altos salários e até nacionalidade russa em troca de lutarem ao lado das tropas russas na Ucrânia.

Uma empresa ligada aos rebeldes xiitas huthis (apoiados pelo Irão) terá atuado como intermediária até à chegada dos combatentes à Rússia, onde foram então incorporados no exército e enviados para as linhas de frente na Ucrânia, acrescenta o FT.

O enviado especial dos Estados Unidos para o Iémen, Tim Lenderking, confirmou ao jornal que a Rússia mantém contactos ativos com os huthis para a troca de armas, embora não tenha dado mais detalhes.

O eventual recurso a mercenários iemenitas por Moscovo está a ser interpretado como um sinal da presença crescente de soldados de outras nacionalidades na linha de combate no conflito com a Ucrânia devido à relutância do Governo russo em decretar uma mobilização geral no país.

O jornal britânico recorda que já foi registada a presença de mercenários do Nepal e da Índia no conflito na Ucrânia, além de cerca de 12.000 soldados norte-coreanos enviados para apoiar as tropas russas na defesa da região fronteiriça de Kursk, alvo de uma ofensiva do exército ucraniano em agosto passado que levou ao controlo de várias localidades.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.



A CEDEAO E A República Da Guiné Lançam Oficialmente O Centro Nacional De Coordenação Do Mecanismo De Alerta Precoce E De Resposta Aos Riscos De Segurança Na Guiné

Por ecowas.int   25 Nov, 2024

Excelência a Senhora Damtien TCHINTCHIBIDJA, Vice-Presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e Sua Excelência o Senhor Mamadou Oury BAH, Primeiro-Ministro e Chefe do Governo da República da Guiné, procederam ao lançamento oficial do Centro Nacional de Coordenação do Mecanismo de Alerta Precoce e de Resposta aos Riscos de Segurança da República da Guiné.

O evento reuniu representantes do Governo guineense, parceiros técnicos e financeiros, como a Cooperação Alemã (GIZ), a União Europeia (UE) e o sistema das Nações Unidas, além de atores da sociedade civil e especialistas em gestão de riscos. Este centro, fruto de uma estreita colaboração entre a CEDEAO e as autoridades guineenses, insere-se no âmbito do Mecanismo Regional de Alerta Precoce da CEDEAO, com o objetivo de dotar a Guiné de ferramentas avançadas para detetar, analisar e prevenir crises que possam afetar a vida das populações. Este mecanismo, que pertence ao Estado guineense, reflete também o compromisso da Guiné em adotar uma abordagem regional integrada de prevenção e resiliência.

Durante o seu discurso, Sua Excia Damtien TCHINTCHIBIDJA expressou a gratidão da CEDEAO ao Chefe de Estado, General Mamadi DOUMBOUYA, ao Governo e ao povo da Guiné pela hospitalidade e pelo empenho constante em prol da integração regional. Saudou ainda o compromisso do Primeiro-Ministro, Sua Excia Mamadou Oury BAH, em trabalhar por um ambiente pacífico que garanta aos cidadãos guineenses a segurança e a paz que almejam.

“A criação deste centro nacional em solo guineense constitui uma etapa crucial na concretização dessa aspiração. Este mecanismo de reforço da prevenção de conflitos que hoje lançamos oficialmente representa também um avanço significativo na arquitetura de paz e segurança da Guiné e da região da CEDEAO”, sublinhou a Vice-Presidente.

“Este Centro é mais do que uma infraestrutura. É um símbolo do compromisso coletivo da CEDEAO e da República da Guiné para construir um futuro mais seguro e próspero para as populações. A CEDEAO continuará a apoiar a Guiné nos seus esforços para garantir a segurança e o bem-estar dos seus cidadãos”, afirmou a Vice-Presidente da Comissão.

Após o lançamento oficial, realizou-se a primeira reunião estatutária do centro, presidida por Sua Excelência o Primeiro-Ministro. Nesta sessão inaugural, foram apresentados aos membros do Conselho os mecanismos regionais e nacionais de alerta precoce e os modos operacionais do centro.

Esta reunião inaugural marca um avanço significativo para a Guiné, que agora dispõe de um sistema robusto e inovador para a detecção e prevenção de crises. Com este mecanismo, a Guiné insere-se numa dinâmica regional alinhada com as diretivas da CEDEAO para a prevenção de crises e fortalecimento da resiliência.

A CEDEAO reafirmou o seu compromisso em fornecer apoio técnico contínuo e reforço de capacidades para apoiar a Guiné no alcance dos seus objetivos estratégicos. Este parceria reflete a prioridade dada à segurança e ao desenvolvimento sustentável em toda a região da África Ocidental.

Agora totalmente operacional, o Centro Nacional de Coordenação posiciona-se como um ator-chave para fortalecer a segurança humana, promover a resiliência das populações e contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável da Guiné.





domingo, 24 de novembro de 2024

Hezbollah lança mísseis e 'drones' em Telavive e no sul de Israel... O grupo xiita libanês Hezbollah reivindicou hoje o lançamento de mísseis e 'drones' contra um "alvo militar" em Telavive e o sul de Israel.

© NAEL CHAHINE/Middle East Images/AFP via Getty Images  Por Lusa  24/11/2024 

Citando uma "operação complexa", o movimento pró-iraniano afirmou ter disparado uma "salva de mísseis e um grupo de drones explosivos" contra um alvo militar em Telavive.

Numa declaração separada, acrescentou que tinha lançado "drones explosivos" contra uma base naval em Ashdod, no sul de Israel.

Por sua vez, o exército libanês informou que um soldado foi morto e outros 18 ficaram feridos, alguns com gravidade, num ataque israelita contra o sul do Líbano.

"O ataque do inimigo israelita teve como alvo um centro militar na cidade de al-Amiriyeh, que sofreu danos significativos", indicou, em comunicado.

Após um ano de trocas de tiros na região transfronteiriça, Israel entrou em guerra aberta contra o Hezbollah em 23 de setembro, lançando uma intensa campanha de bombardeamentos no Líbano.

Desde 01 de outubro, forças terrestres israelitas entraram no sul do Líbano, onde este conflito já matou mais de 3.500 pessoas e deixou acima de 1,2 milhões de deslocados, segundo as autoridades de Beirute.


Veja Também: Israel suspeita que Irão tenha orquestrado morte de rabino israelita encontrado nos Emirados Árabes Unidos 

A Ucrânia reivindicou hoje a destruição de uma estação de radar de um sistema de mísseis antiaéreos S-400 na região russa de Kursk, parcialmente ocupada por tropas ucranianas desde agosto.

© Getty Images/Diego Herrera Carcedo/Anadolu   Por Lusa  24/11/2024 

 Forças ucranianas reivindicam destruição de estação de radar em Kursk

A Ucrânia reivindicou hoje a destruição de uma estação de radar de um sistema de mísseis antiaéreos S-400 na região russa de Kursk, parcialmente ocupada por tropas ucranianas desde agosto.

"Durante a noite, unidades (...) das Forças Armadas da Ucrânia (...) lançaram um ataque contra posições da divisão de mísseis antiaéreos 1490 do regimento de mísseis antiaéreos do 6.º Exército da Rússia na região de Kursk", disse o Estado-Maior ucraniano.

O ataque atingiu com êxito "a estação de radar do sistema de mísseis antiaéreos S-400", afirmou a mesma fonte num comunicado nas redes sociais citado pela agência espanhola EFE.

De acordo com a liderança militar ucraniana, a unidade das Forças Armadas russas efetuava bombardeamentos "principalmente dirigidos contra alvos civis e contra a população civil nas regiões da linha da frente da Ucrânia.

O exército ucraniano disse também que abateu 50 'drones' russos lançados a partir das regiões de Oryol e Bryansk, segundo a agência espanhola Europa Press.

As forças de defesa aérea ucranianas abateram os 'drones' sobre as regiões de Kiev, Cherkassi, Kirovohrad, Chernigov, Sumy, Poltava e Yitomir.

O exército disse que a Rússia lançou 73 'drones' e que 19 "desapareceram do radar", não especificando se os restantes quatro atingiram alvos na Ucrânia.

Também hoje, a Rússia anunciou que abateu 36 'drones' ucranianos em cinco regiões do país, incluindo Kursk, Bryansk e Belgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia.

Kursk e Bryansk foram os alvos, durante a semana, dos dois primeiros ataques ucranianos com mísseis de longo alcance fabricados nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Em resposta, Moscovo lançou na quinta-feira pela primeira vez um míssil balístico hipersónico Oreshnik contra uma fábrica de armas na região de Dnipro, no leste da Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.

Cerca de três anos depois, o balanço de baixas civis e militares da guerra está por contabilizar, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que serão muito elevadas.


Leia Também: Rússia avisa Seul: "Matar russos destruirá relações" entre países

A Rússia avisou hoje a Coreia do Sul que o uso de armas fornecidas por Seul à Ucrânia para "matar cidadãos russos destruirá definitivamente" as relações entre os dois países.


O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou no sábado uma lei que permite aos cidadãos que se alistem para lutar na Ucrânia anular dívidas que não consigam pagar até ao equivalente a 92.000 euros, anunciou o Governo.

© GAVRIIL GRIGOROV/POOL/AFP via Getty Images   Por Lusa   24/11/2024 

Putin perdoa dívidas a quem se aliste para combater na Ucrânia

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou no sábado uma lei que permite aos cidadãos que se alistem para lutar na Ucrânia anular dívidas que não consigam pagar até ao equivalente a 92.000 euros, anunciou o Governo.

A nova legislação permitirá que todos aqueles que assinam um contrato de um ano para lutar na Ucrânia após 01 de dezembro sejam libertados das dívidas, medida que se aplicará igualmente aos seus cônjuges.

O montante total das dívidas cobertas será de 10 milhões de rublos, ou cerca de 92.000 euros ao cambio atual.

A medida, aprovada pelo parlamento russo na terça-feira e promulgada sábado, é vista por especialistas como um forte incentivo, já que a Rússia procura atrair voluntários para um conflito que já dura há mais de mil dias.

A legislação oferece "a várias centenas de milhares de pessoas uma nova possibilidade de se livrarem de um fardo insuportável de dívida", escreveu o analista político Georgi Bovt na plataforma Telegram.

A nova legislação também se aplica aos recrutas e àqueles que são mobilizados para a "operação militar especial", o nome que Moscovo dá à ofensiva na Ucrânia.

Teoricamente, os recrutas não podem ser enviados para a frente de batalha, mas podem optar por assinar um contrato para se juntarem ao exército profissional e serem enviados para lutar na Ucrânia, uma opção que esta nova medida poderá motivar.

As taxas de juro são extremamente elevadas na Rússia, e muitos russos quase não têm poupanças em dinheiro.

A Ucrânia também tem legislação que permite aos combatentes obter condições preferenciais para empréstimos e, em alguns casos, cancelar as suas dívidas.


Leia Também: A violência entre sunitas e xiitas no noroeste do Paquistão causou 82 mortos e 156 feridos desde quinta-feira, segundo um novo balanço divulgado hoje pelas autoridades locais.

sábado, 23 de novembro de 2024

Na sequência da morte da mãe, o ex-primeiro-ministro recebe a visita do Chefe de Estado que expressa o seu sentimento de dor e consternação. General Umaro Sissoco Embaló manifesta assim a sua solidariedade com Nuno Gomes Nabiam.

Ato de Solidariedade!

(...) numa tarde de dores da perda humana da nossa "Mãe" e biológica do Eng. Nuno Gomes Na Biam, um amigo irmão que trabalhamos junto há anos no qual nomea-o como Primeiro-Ministro;

Fomos dar as nossas condolências e aproveitamos solidarizar com ele na cerimónia de "toKa Tchur Carmussa", assim simbolizando a importância relações entre os dois irmãos uma amizade inquestionável.

Paz à Alma da Malograda Mãe do Lanhtê Na Biam.

Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional / Radio Voz Do Povo

Abertura do seminário de formação política e liderança juvenil, "Juventude Para Alternancia Democratica do Sector Autónomo de Bissau JUADEM SAB" Sob lema: Juventude e participação política construindo a liderança para o futuro.

Radio Voz Do Povo 

Plataforma Inclusiva PAI TERRA-RANKA decidiu adiar marcha pacífica que estava prevista para este domingo 24 de Novembro no país

Radio TV Bantaba

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Luís da Costa presidente de "SIESE" Sindicato nacional de professores e funcionários da escola superior de educação, em conferência de imprensa.

Radio Voz Do Povo

O Presidente da República recebeu a Coligação API - Aliança Patriota Inclusiva, o PUSD (Partido Unido Social Democrata), o COLIDE-GB e o PUN (Partido de Unidade Nacional), para uma auscultação inclusiva.

Temas como estabilidade, prazos legais para eleições e soluções sustentáveis foram debatidos, reafirmando o compromisso com a democracia.

 Declaração de Imprensa do Baciro Djá, da Coligação Eleitoral API, CABAS GRANDI após audiência com o PR Umaro Sissoco Embaló.



Juliano Fernandes, presidente da  COLIDE-GB, fala a imprensa após audiência com o PR Umaro Sissoco Embaló.


Diego Gomes, representando a Direção Superior do PUN, na audiência com o PR Umaro Sissoco Embaló.

Presidência da República da Guiné-Bissau /Radio Voz Do Povo

Luís Álvaro Campos Ferreira - Secretário-geral da UCCLA

Luís Álvaro Campos Ferreira - Secretário-geral da UCCLA.  Por uccla.pt/noticias  21-11-2024

É com honra e sentido de responsabilidade que assumo as funções de Secretário-geral da UCCLA. A instituição, ao longo dos seus 39 anos, tem desempenhado um papel fundamental na promoção da cooperação, solidariedade e diálogo entre cidades, empresas e comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo.

O compromisso que me guia neste novo desafio é o de reforçar essa missão, aprofundando os objetivos e adaptando-a aos desafios atuais.

Quero deixar uma palavra de agradecimento às nossas cidades e às nossas empresas e a todos os nossos parceiros de jornada que, em conjunto, têm contribuído para o fortalecimento da UCCLA. Vamos reforçar ainda mais os laços que nos unem, com um olhar firme no futuro.

Não poderia deixar de dar uma palavra aos meus antecessores, que muito fizeram, e de prosseguir esse caminho, com dedicação, e levá-lo ainda mais longe.

Unidos pela língua, pela história e pela memória, em conjunto faremos ainda mais enquanto comunidade global.

Luís Álvaro Campos Ferreira

Secretário-geral da UCCLA

Ucrânia prepara entrada de uma nova arma para transformar o futuro da guerra

Drones têm papel cada vez mais importante no exército ucraniano (AP Photo)  Cnnportugal.iol.pt  22/11/2024 

MIL DIAS DE GUERRA || Já são utilizados em pequena escala, mas ainda não são públicos. Em dezembro chegam à linha da frente entre 30 a 50 mil drones com inteligência artificial, e prometem mudar a guerra a favor de Kiev. Uma vantagem numa questão "de vida ou de morte" que também levanta receios de que "os robots assasinos autónomos" estão cada vez mais perto

Na imagem do ecrã, um soldado aterrorizado olha para o céu. O zumbido característico do drone denuncia a sua presença. Ciente do perigo, o jovem corre desesperado, mas o som aproxima-se rapidamente. Ele atira-se ao chão, escapando por pouco quando a explosão ocorre alguns metros à frente, fruto de um erro do piloto. Este cenário, demasiado comum nos campos de batalha ucranianos, está prestes a tornar-se ainda mais mortífero. A Ucrânia prepara-se para lançar drones capazes de rastrear e atacar alvos automaticamente com o apoio da Inteligência Artificial. O CEO de uma das maiores empresas de drones ucranianas revela à CNN Portugal que dezenas de milhares destas aeronaves vão chegar à linha da frente ainda este ano para transformar o futuro da guerra.

“Atualmente, mais de metade dos drones que estamos a produzir vêm com um sistema de orientação automática, capaz de marcar um alvo e atacá-lo automaticamente. O piloto só tem de encontrar o alvo, carregar num botão e o drone faz o resto. É como um piloto automático. Até ao final do ano, cerca de 30 a 50 mil drones de várias empresas com este sistema vão chegar à linha da frente”, afirma Oleksii Babenko, o jovem de 25 anos que fundou a Vyriy Drones, uma start-up de veículos aéreos não-tripulados ucraniana.

Para a Ucrânia, o desenvolvimento destes sistemas é crucial. Kiev está, há quase três anos, a tentar travar os avanços de um inimigo com uma população quase quatro vezes maior que está a conseguir avançar em vários pontos do campo de batalha. Apesar das perdas pesadas, a Rússia continua a ter forças suficientes para continuar a pressionar as defesas ucranianas, que muitas vezes dependem da precisão dos seus pilotos de drone para travar as investidas russas. Só que isso está prestes a mudar.

“Estes sistemas já são utilizados em pequena escala na frente, mas ainda não são públicos. Mas em dezembro, vamos ver estes drones a aparecer na frente de batalha em grandes números”, insiste o diretor-executivo da Vyriy.

Este salto tecnológico só foi possível devido à empresa norte-americana Auterion, que encontrou uma forma de integrar sistemas sofisticados em computadores miniatura baratos que são integrados em pequenos drones FPV como os da empresa de Oleksii Babenko. O sistema não é novo, só que este desenvolvimento permitiu tornar esta tecnologia significativamente mais barata para ser produzida em larga escala. Estes pequenos computadores que cabem na palma de uma mão custam apenas 15 dólares por unidade.

E a magnitude desta inovação não deve ser descartada. No início de outubro, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que a Ucrânia é capaz de fabricar quatro milhões de drones por ano, tendo comprado 1,5 milhões em 2024. Atualmente, os drones kamikaze representam “quase metade” de todos os disparos do exército ucraniano e são responsáveis por mais de dois terços dos blindados russos destruídos. No entanto, a taxa de eficácia destas armas ronda apenas os 50%. Em parte devido a erros do piloto, mas principalmente devido às capacidades de guerra eletrónica russa. Esta inovação, que está a ser testada de forma intensiva nas academias de pilotos de drone em Kiev, apresenta uma taxa de sucesso bem mais mortífera.

“Na escola de drones, em Kiev, nós e outras empresas estamos a ensinar os nossos pilotos a trabalhar com este sistema. Os resultados têm sido incríveis. Cerca de 90% dos drones acertam no alvo com sucesso”, explica o jovem empresário, que insiste que estes drones “não são totalmente autónomos”, são apenas “um primeiro passo” nesse sentido.

Para os soldados ucranianos, no campo de batalha, estas soluções são fundamentais para atravessar as defesas russas. No início do conflito, a Ucrânia recorreu a vários tipos de drones para atingir veículos e concentrações militares russas. Mas o inimigo soube adaptar-se e apostou significativamente em capacidades de guerra eletrónica que permitem interferir na ligação entre o piloto e o drone, levando a que os ucranianos percam o controlo da aeronave. Com estes microcomputadores, os drones ucranianos passam a ser capazes de atingir o alvo, mesmo que sem sinal com o operador.

“Para os drones mais pequenos, o importante é a capacidade de acertar no alvo sem o piloto. Isto é muito importante, porque os russos têm muitos jammers [bloqueadores eletrónicos de sinal] que utilizam em conjunto com um amplificador muito potente para cortar o sinal entre o drone e o piloto. Estes novos sistemas permitem que o veículo cumpra a sua missão mesmo com a interferência no sinal”, esclarece Babenko.

O humano fora do circuito

Este desenvolvimento coloca a humanidade cada vez mais perto de ter aeronaves não-tripuladas, capazes de voar, detetar alvos e tomar a decisões de atacar de forma totalmente autónoma. A decisão final de atacar um alvo continua nas mãos de um humano, num modelo conhecido como “human-in-the-loop” (ou humano no circuito, em português). Só que para a Ucrânia, para quem a necessidade de manter a vantagem tecnológica sobre a Rússia é uma questão “de vida ou de morte”, há a vontade de não ficar por aqui.

O ministro da Transformação Digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, referiu no início do ano que se o país quer ter alguma hipótese de derrotar a Rússia no campo de batalha precisa de atingir “a máxima automação”. Esta necessidade existencial de inovação pode levar a Ucrânia a passar para um sistema conhecido como "human-on-the-loop", ligeiramente diferente do que está prestes a entrar no campo de batalha. Neste modelo, o drone cumpre a sua missão de forma autónoma, voa, deteta o alvo e ataca-o sempre com a supervisão de um humano, que pode parar o processo a qualquer momento.

Este é o caminho escolhido por empresas como a norte-americana Shield AI, que também opera na Ucrânia e está a criar um sistema de Inteligência Artificial para “substituir os pilotos de drones e aeronaves”. O almirante Bob Harward, vice-presidente executivo da empresa para a área internacional, defende que as realidades do campo de batalha e o desenvolvimento tecnológico dos adversários torna fundamental criar dispositivos capazes de continuar a operar sem GPS ou sem comunicação com o operador. Se isso não for feito, defende, outros o farão e isso pode colocar em causa a nossa segurança.

“Não interessa o que eu penso. Interessa o que os outros pensam e os nossos adversários pensam. Olhe para o que outros países estão a fazer. Penso que se o drone não conseguir comunicar com o operador e não for possível ter acesso a GPS, ele vai ter de tomar uma decisão. Não sei quando é que isso vai acontecer, mas precisamos de ter essa opção em cima da mesa”, defende Harward em declarações à CNN Portugal.

Este sistema é conhecido como “human-out-of-the-loop” (humano fora do circuito, em português), e não envolve qualquer interação humana. Com este modelo, a aeronave levanta voo, observa o terreno, distingue entre objetos amigos ou inimigos e toma a decisão de destruir o alvo, tudo de forma autónoma. Isto só é possível devido ao deep learning, uma forma de Inteligência Artificial que utiliza grandes quantidades de dados para identificar padrões e tomar decisões. Esta possibilidade tem feito com que muitos especialistas questionem a segurança de atingir esse patamar tecnológico, sugerindo que esta pode fugir do controlo dos próprios humanos e virar-se contra eles.

A tecnologia ainda não chegou a esse ponto. Atualmente, os humanos ainda fazem parte do processo de deteção e decisão dos drones, apesar de estes já terem elementos de Inteligência Artificial. Mas há quem queira optimizar este processo. A empresa ucraniana Swarmer quer colocar cada piloto a comandar um número cada vez maior de aeronaves. O software que a empresa está a criar permite que cada operador comande sete aeronaves em simultâneo. Serhiy Kupriienko, diretor-executivo da empresa, acredita que esta tecnologia não vai substituir completamente os humanos, vai simplesmente torná-los mais mortíferos, sendo capazes de controlar um número cada vez maior de armas.

O impacto quase imediato no campo de batalha leva a que muita da discussão em torno destas armas seja feita acerca das suas possíveis desvantagens. Mas, para Bob Harward, a utilização maciça de drones autónomos pode vir a desempenhar um papel fundamental na prevenção de futuros conflitos. “Penso que, se formos inteligentes e capazes de desenvolver as capacidades e as tecnologias que desejamos, vamos poder dissuadir futuros conflitos. Pense no dia em que centenas de tanques russos estavam alinhados na fronteira prontos a entrar. Se tivéssemos 500 drones a sobrevoá-los em simultâneo, talvez tivessem mudado de ideias”, sugere.

Uma questão moral

Antes da guerra começar, Oleksii Babenko, então com 23 anos, tinha um pequeno negócio em Kiev de espetáculos de pirotecnia. A empresa fazia dinheiro suficiente para viver e poder dedicar-se à sua grande paixão, passear de mota pela Europa. Nunca pensou que a sua vida passasse pelo fabrico de armas, até porque acreditava que Putin não seria capaz de invadir. Mas estava errado. E a primeira coisa que fez quando a invasão começou foi dirigir-se a um posto militar para saber o que podiam fazer para ajudar. A resposta mudou a sua vida: “combustível, rádios e drones”, disseram os soldados.

“Isso fez com que eu quisesse começar a aprender tudo o que fosse possível acerca de drones. Juntei um grupo de amigos e, durante cinco meses, tentámos aprender tudo o que podíamos sobre drones. Fizemos alguns, testámo-los e entregámos alguns aos soldados. Eles depois testaram-nos [no campo de batalha] e nós aprendemos melhor aquilo que funciona e o que não funciona. Na linha da frente compreendes muitas mais coisas que são impossíveis de compreender num escritório em Kiev”, recorda o jovem.

Oleksii Babenko utiliza precisamente o seu caso para ilustrar um dos principais desafios que esta tecnologia vai trazer no futuro. Qualquer pessoa com motivação, tempo e recursos suficientes poderá ser capaz de criar drones baratos e cometer ataques contra alvos não militares. “Atualmente, é possível fabricar drones no interior de uma cidade europeia e atingir alvos dentro dessa cidade. Estes sistemas vão ser utilizados por pessoas más com maus interesses”, alerta.

A imagem de centenas de drones capazes de tomar decisões de forma autónoma a voar coordenadamente nos céus está a causar cada vez mais preocupações. Grupos de ativistas, políticos e empresários temem que a utilização da Inteligência Artificial nestes sistemas possa vir a ter consequências muito graves. Muitos acreditam que estes sistemas podem vir a levar a uma escalada das guerras, incidentes de mortes por fogo amigo e criticam o conceito de “morte por algoritmo”, que dizem levantar várias questões éticas.

No início do ano, a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou a sua primeira resolução que visava promover negociações para a criação de um novo tratado internacional para banir e regular a utilização de “drones assassinos”, criticando estes sistemas por definirem e aplicarem força em alvos escolhidos por sensores e não por decisão humana. Só que a competição geopolítica global faz com que seja difícil encontrar um consenso. Quatro países votaram contra: a Rússia, a Índia, a Bielorrússia e o Mali.

“Toda a gente tem de compreender as ramificações legais e morais que vêm com estas opções, mas temos de ter esta opção [de utilizar drones autónomos] em cima da mesa. Acredito que os drones podem contribuir para dissuadir e impedir ações agressivas por parte dos nossos adversários”, sugere Bob Harward.

O governo austríaco tem sido um dos pioneiros para criar um tratado internacional para travar as consequências imprevisíveis destas armas, que podem acabar por sair do controlo dos humanos. Anna Hehir, chefe do programa de armas autónomas do think tank Future of Life Institute, afirmou ao Politico que, no passado, houve um período em que os principais poderes militares pensaram “precisar de armas biológicas para contrariar os programas biológicos dos seus adversários”.

Mas, enquanto nos corredores políticos se debate e tenta compreender as consequências e o impacto desta tecnologia, na Ucrânia milhares de soldados correm risco de vida todos os dias. Para estes homens, o debate sobre um desastre que pode vir a acontecer pouco importa. Para eles, a morte já está à espreita. “Às vezes pergunto-me se devemos ir em busca desta tecnologia ou não. Sei que pode vir a ser um problema, mas, para nós, isso não é uma questão. Se nós não a desenvolvermos, os russos vão desenvolvê-la primeira e nós morremos. Assim temos uma hipótese”, insiste Oleksii Babenko.

A China disse hoje que está "disposta a dialogar com os Estados Unidos" para "gerir diferenças" na área económica e comercial, antes da chegada à presidência de Donald Trump, que prometeu taxar até 60% produtos importados do país asiático.

© Lusa  22/11/2024 

 China disposta a dialogar com EUA para resolver divergências

A China disse hoje que está "disposta a dialogar com os Estados Unidos" para "gerir diferenças" na área económica e comercial, antes da chegada à presidência de Donald Trump, que prometeu taxar até 60% produtos importados do país asiático.

"A China está disposta a dialogar, expandir as áreas de cooperação e gerir as diferenças com os Estados Unidos, a fim de promover o desenvolvimento estável das relações económicas e comerciais", disse Wang Shouwen, representante da China para o comércio internacional e vice-ministro do Comércio, em conferência de imprensa.

Wang afirmou que as relações devem basear-se no "respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação".

Wang advertiu que Pequim "salvaguardará firmemente a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento durante este processo".

"A China pode suportar o impacto de choques externos", porque a economia chinesa tem demonstrado "forte resiliência e grande potencial", disse Wang, quando questionado sobre a possível imposição de taxas alfandegárias punitivas, o que pressagia o agravamento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Wang afirmou que as economias da China e dos EUA são "altamente complementares" e que um desenvolvimento "estável, saudável e sustentável" das relações comerciais será "benéfico para ambos e para todos os países do mundo".

"Além disso, a história recente demonstrou que, se um país impuser taxas alfandegárias à China, não resolverá o problema do défice comercial dessa nação. Pelo contrário, o custo final do aumento das taxas será suportado pelos seus consumidores", afirmou.

De acordo com alguns especialistas, Trump poderia impor taxas de quase 40% sobre as importações oriundas da China no início do próximo ano, o que teria um impacto no crescimento da segunda maior economia do mundo de até um ponto percentual.

As relações entre os dois países deterioraram-se drasticamente durante a primeira presidência de Trump (2017-2021), com disputas em áreas como o comércio, a diplomacia e a tecnologia. Com Joe Biden na Casa Branca, as tensões voltaram a aumentar com disputas sobre Taiwan e restrições às exportações de semicondutores e outras tecnologias-chave para a China.

Em 2018, depois de chegar ao poder pela primeira vez, Trump impôs várias rondas de taxas sobre cerca de 370 mil milhões de dólares (353 mil milhões de euros) anuais de produtos chineses, cerca de três quartos das exportações do país asiático para os EUA, ao que Pequim respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas.


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Livro sobre descolonização portuguesa visa "corrigir" história contada pelos movimentos de libertação

Por cnnportugal.iol.pt22/11/2024 

João Vieira Borges disse à Lusa que, 50 anos depois do 25 de Abril, “há feridas” e que o livro “visa sarar algumas das feridas, mas não consegue sarar tudo porque são profundas”

O historiador Pedro Aires Oliveira, um dos coordenadores do livro “Crepúsculo do Império – Portugal e as guerras de descolonização”, disse esta sexta-feira à Lusa que, entre outras questões, a obra procura "corrigir" a história contada pelos movimentos de libertação.

“Os partidos dominantes na Guiné, em Angola, em Moçambique quiseram fazer passar a ideia de que eles tinham tido um bocadinho o monopólio da luta armada, que tinham sido eles os que deram os primeiros tiros na luta de independência nacional e as coisas não são exatamente assim”, afirmou.

“As coisas são um bocadinho mais complicadas. Nós procuramos corrigir um bocadinho no livro esta história feita a partir do ponto de vista dos vencedores”, acrescentou.

Coordenada por Pedro Aires Oliveira e pelo major-general João Vieira Borges, a obra, editada pela Bertrand e lançada quinta-feira ao fim da tarde em Lisboa, conta com textos de 37 autores de várias instituições universitárias portuguesas e estrangeiras e ainda de especialistas reconhecidos na área da história, da estratégia, das ciências militares, da sociedade e da economia.

João Vieira Borges disse à Lusa que, 50 anos depois do 25 de Abril, “há feridas” e que o livro “visa sarar algumas das feridas, mas não consegue sarar tudo porque são profundas”.

“Foram demasiado profundas para aqueles que perderam a vida, são profundas para aqueles que viveram a guerra e a descolonização. Este livro não quis de maneira alguma recriar uma história institucional”, defendeu.

Para João Vieira Borges, presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, “era importante ir ao encontro das últimas investigações (...), a vários níveis, trazer uma obra diferente".

"Talvez contribua para sarar alguma destas feridas. Não vai sarar certamente todas, mas é o nosso contributo. É o nosso contributo pela diversidade de autores, pela diversidade de temas, pela diversidade de opiniões, algumas associadas a ideologias”, declarou.

Trata-se de uma publicação científica, porque, explicou, “não são artigos de opinião".

"São artigos científicos, têm que ser fundamentados. Mandámos todos para trás, porque quando punham observações que não estavam fundamentadas, achávamos que, a bem da verdade, era bom alterarem. Ou fundamentavam ou tiravam”, disse.

Para Pedro Aires Oliveira, professor no Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, os 50 anos que marcam a distância temporal entre a descolonização e a atualidade “dão um recurso suficiente para se examinar este período com algum rigor e com informação diversificada e múltiplas fontes”.

“Eu acho que um aspeto interessante do livro, se me permite, é [que] nós não nos podemos substituir aos historiadores dos países de língua oficial portuguesa que alcançaram a sua independência no contexto destas guerras de libertação nacional, na escrita da história da luta independentista. Mas a obra, de alguma maneira, na sua estrutura, procura oferecer ao leitor os dois pontos de vista”, salientou.

Os dois coordenadores fizeram apenas uma recomendação aos autores: “na medida do possível darem os dois lados da questão”.

“Há uma série de capítulos, digamos assim, que acabam talvez por revestir-se de um sentido mais inovador, na medida em que espelham o avanço da investigação, por exemplo, no papel das mulheres nas lutas independentistas dos países africanos. Isso é objeto de um capítulo à parte. O próprio envolvimento das mulheres da sociedade portuguesa em diferentes facetas também da guerra colonial, também a questão dos prisioneiros de guerra era uma questão muito pouco tratada na historiografia”, destacou.

Pedro Aires Oliveira destacou ainda o capítulo, do lado dos movimentos de libertação, sobre os esforços desenvolvidos no domínio da propaganda e da comunicação.

“Por exemplo, a maneira como a literatura que foi produzida sobretudo depois das independências tratou da questão da guerra também tem dois capítulos autónomos”, com um capítulo sobre as contribuições das representações literárias da guerra por autores portugueses, de Margarida Calafate Ribeiro, e outro de Alexandra Dias Santos, que aborda especificamente a literatura dos autores africanos.

Pedro Aires Oliveira referiu ainda o capítulo do suíço Eric Morier-Genoud, da Queen’s University Belfast, que trata especificamente da maneira como também os países africanos procuraram construir narrativas de legitimação da sua luta.

"III Guerra Mundial já começou", alerta ex-líder militar ucraniano

© Valentyna Polishchuk/Global Images Ukraine via Getty Images  Notícias Ao Minuto  22/11/2024 

Conflito intensificou-se na última semana com recurso a armas que até então não tinham sido usadas, durante os já mais de mil dias de guerra.

O antigo comandante militar ucraniano, Valery Zaluzhny, afirmou, esta quinta-feira, que o envolvimento direto dos parceiros da Rússia na Ucrânia são a prova de que a III Guerra Mundial já começou oficialmente.

"Acredito que podemos dizer com certeza que a III Guerra Mundial em 2024 já começou", afirmou o ex-militar, citado pelo Politico.

Valery Zaluzhny, que é agora embaixador da Ucrânia no Reino Unido, afirmou que o conflito atingiu uma nova escala global depois de as tropas norte-coreanas terem entrado no país, no início do mês.

Para além da presença de armas norte-coreanas e iranianas na linha da frente, Zaluzhny afirmou que a sua nação está cercada por forças internacionais, instando os aliados de Kyiv a responderem da mesma forma.

"É óbvio que a Ucrânia já tem demasiados inimigos. A Ucrânia sobreviverá com a tecnologia, mas não é claro se conseguirá vencer esta batalha sozinha", rematou.

As afirmações do antigo militar foram proferidas durante a cerimónia de entrega do prémio UP100 do Ukrainska Pravda, evento que celebra cem líderes da sociedade civil, política, militar, empresarial, desportiva e cultural ucraniana.


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