domingo, 16 de junho de 2024

Eid al Adha: Milhares de muçulmanos celebraram hoje a Festa do Sacrifício (Eid al Adha) na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar mais sagrado para o Islão, e também entre as ruínas dos templos da devastada Faixa de Gaza.

© Reuters
Por Lusa 16/06/24 
 Milhares de muçulmanos celebram em Jerusalém e em Gaza festa religiosa
Milhares de muçulmanos celebraram hoje a Festa do Sacrifício (Eid al Adha) na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar mais sagrado para o Islão, e também entre as ruínas dos templos da devastada Faixa de Gaza.


Segundo a agência oficial de notícias palestiniana, Wafa, pelo menos 40.000 pessoas acorreram esta manhã à Esplanada das Mesquitas, onde se verificaram incidentes tensos quando as autoridades israelitas impediram a entrada a muitos jovens palestinianos e irromperam no complexo para revistar a documentação.

Em comunicado, a polícia israelita disse que milhares de muçulmanos "de todas as idades" se deslocaram hoje ao recinto para rezar e comemorar a festividade, apesar de alguns, acrescentou, tentarem "fomentar a desobediência".

O canal catari Al Jazeera, cuja transmissão continua, por lei, proibida em Israel, recordou que cerca de cem mil muçulmanos foram rezar à Esplanada das Mesquitas em 2023, o que revela a queda significativa de participantes neste ano de guerra.

Todos os anos, a Eid al Adha recorda o sacrifício bíblico de Abraão -- Ibrahim, na tradição islâmica -- e é sinónimo de alegria e de reuniões familiares, com milhares de muçulmanos a dirigirem-se ao comércio, onde compram roupa nova e alimentos.

Frequentemente, também, os cidadãos compram um cordeiro, dividindo a carne em três partes, uma para consumo próprio, outra para a família e outra para pessoas carenciadas.

Em Hebron, no território palestiniano ocupado da Cisjordânia, acorreram hoje cerca de 8.000 fiéis à mesquita de Abraão (também conhecida como Tumba dos Patriarcas).

Entretanto, na devastada Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 37.200 pessoas desde o início da guerra, em pouco mais de oito meses, milhares de palestinianos rezaram entre as ruínas de mesquitas e casas, segundo vídeos partilhados nas redes sociais.

O grupo islamista Hamas, que controla Gaza, disse hoje numa mensagem, por ocasião da festividade, que mantém uma "fé firme na vitória", assim como "uma determinação inquebrável", apesar da fome e da sede causados pela guerra.

Por seu lado, o líder político do grupo, Ismail Haniyeh, autoexilado no Catar, reiterou hoje que o Hamas está aberto a alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, sempre que signifique o fim das hostilidades, a retirada das tropas israelitas e a reconstrução do enclave.

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Ucrânia. Vários chefes de Estado e de Governo pediram hoje, através das suas intervenções na sessão plenária na cimeira de paz sobre a Ucrânia ou em comunicado, o fim da guerra no país, criticando a proposta da Rússia.

© Urs Flueeler/Pool via REUTERS

Por Lusa  16/06/24

Ucrânia. Líderes mundiais fazem balanço de cimeira e pedem fim da guerra
Vários chefes de Estado e de Governo pediram hoje, através das suas intervenções na sessão plenária na cimeira de paz sobre a Ucrânia ou em comunicado, o fim da guerra no país, criticando a proposta da Rússia.

Na sexta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kyiv começasse a retirar as tropas das quatro regiões anexadas por Moscovo em 2022 e renunciasse aos planos de adesão à NATO.

Estas reivindicações constituem uma exigência de facto para a rendição da Ucrânia, cujo objetivo é manter a sua integridade territorial e soberania, mediante a saída de todas as tropas russas do seu território, além de Kyiv pretender aderir à aliança militar.

As condições colocadas por Moscovo foram rejeitadas de imediato pela Ucrânia, Estados Unidos e NATO.

Na sua intervenção na derradeira sessão plenária da cimeira sobre a Ucrânia, que decorre desde sábado na estância suíça de Burgenstock, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, alertou o Presidente russo, Vladimir Putin, de que não deve confundir a paz com a subjugação da Ucrânia e pediu à comunidade internacional que continue a apoiar o país.

"Se a Ucrânia não tivesse podido contar com o nosso apoio e tivesse sido forçada a render-se, não estaríamos aqui hoje a discutir as condições mínimas para as negociações. Estaríamos apenas a discutir a invasão de um Estado soberano e todos podemos imaginar as consequências", afirmou.

A chefe do Governo italiano assinalou que a confusão entre paz e a subjugação criaria um perigoso precedente para todos.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, sublinhou que a guerra tem de acabar e destacou a ajuda que o seu país tem prestado à Ucrânia para aliviar a crise alimentar.

Numa mesa-redonda sobre segurança alimentar, Sánchez, segundo fontes governamentais citadas pela Efe, terá apelado à comunidade internacional para que continue a apoiar a Ucrânia, que trabalhe com os países mais afetados pela crise e para que transforme os sistemas alimentares para que os mais vulneráveis sejam resistentes aos choques atuais e futuros.

Já o Presidente da Lituânia, país que partilha fronteira com a Rússia através do exclave de Kaliningrado, recordou hoje que a comunidade internacional tem a "obrigação coletiva de mostrar total solidariedade" para com a Ucrânia.

"Gostaria de afirmar, mais uma vez, que a paz na Ucrânia só pode ser alcançada com a restauração total da integridade territorial da Ucrânia", defendeu Gitanas Nauseda, que apontou que para haver paz, tem de haver justiça.

A Noruega, que considerou a cimeira um sucesso, anunciou que vai fornecer à Ucrânia 1,1 mil milhões de coroas (103 milhões de euros) para apoiar o país a recuperar a sua infraestrutura energética e garantir o fornecimento de eletricidade até ao inverno.

"A Rússia está a lançar ataques maciços e sistemáticos para paralisar a rede elétrica, mas os ucranianos estão a trabalhar dia e noite para manter o fornecimento essencial da eletricidade à população", afirmou o primeiro-ministro, Jonas Gahr Store, em comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).

"Estamos a discutir com a Ucrânia a forma mais eficaz de utilizar estes fundos. Os ucranianos saberão melhor o que é necessário", acrescentou o governante.

A vizinha Suécia sublinhou, através da sua vice-primeira-ministra, Ebba Busch, que o apoio à Ucrânia no seu direito de se defender é "a principal prioridade da política externa".

"Todos nós estamos convencidos de uma coisa: não podemos aceitar a agressão como um meio para atingir objetivos políticos", afirmou Busch, citada pela Efe, acrescentando que a invasão da Ucrânia pela Rússia fez o país "reconsiderar a política" e procurar, com a Finlândia, pertencer à NATO.

Do outro lado do oceano Atlântico, o Presidente do Equador, Daniel Noboa, defendeu "o poder transformador do diálogo e da cooperação", por entender que é a solução para alcançar "a reconciliação e a paz duradoura".

Já a secretária dos Negócios Estrangeiros do México, Alicia Bárcena, pediu que os esforços diplomáticos para a paz entre Ucrânia e Rússia sejam feitos "sob a égide da ONU".

"Deve haver negociações graduais para criar confiança", disse a chefe da diplomacia mexicana, que considerou que "não se pode falar de paz sem mencionar outras tragédias humanitárias atuais, como a que ocorre em Gaza".

Leia Também: Ucrânia. Cimeira de Paz pede envolvimento de "todas as partes" envolvidas  

Leia Também: O Brasil foi um dos países que não assinaram hoje o comunicado final da Cimeira para a Paz na Ucrânia, documento que pede o envolvimento de todas as partes nas negociações de paz e "reafirma a integridade territorial" ucraniana.   


ADVOGADOS DOS ALTOS DIRIGENTES DE PRS EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA SOBRE A SITUAÇÃO JURIDICO-POLÍTICO INTERNO DO PARTIDO.





 

Por Radio Voz Do Povo

Rússia: Reféns do Daesh em prisão russa libertados, sequestradores foram mortos

Por SIC Notícias  16/06/2024
As forças de segurança conseguiram libertar dois guardas que tinham sido hoje sequestrados por seis presos durante um motim numa prisão na cidade de Rostov.

Já foram libertados os dois guardas prisionais que foram feitos reféns por membros do Daesh num centro de detenção da região de Rostov, no sul da Rússia.

Durante a manhã, foram ouvidos vários tiros perto do centro de detenção. Os sequestradores foram mortos, depois das forças especiais terem entrado no centro de detenção.

    "Os criminosos foram mortos. Os guardas que tinham sido feitos reféns foram libertados e estão bem", disse, em comunicado, o Serviço Penitenciário Federal da Rússia (FSIN, na sigla em russo).

Fontes dos serviços de emergência citadas pela agência noticiosa Interfax adiantaram que os sequestradores tinham exigido uma carro e autorização para sair da prisão como condição para libertar os reféns.

Em causa estão, segundo a agência noticiosa oficial TASS, seis reclusos com ligações à organização jihadista Estado Islâmico (EI) que tinham sido condenados a 18 anos de prisão em dezembro de 2023 por vários crimes de terrorismo, nomeadamente por estarem a preparar um ataque com um carro armadilhado contra o Supremo Tribunal de Justiça da República Russa de Karachaevo-Circasia.

O incidente que levou à tomada de reféns ocorreu no Centro de Detenção n.º 1, na cidade de Rostov do Don, a capital regional.

A Rússia tem sido alvo de vários ataques reivindicados pela organização jihadista.

Em 22 de março, homens armados abriram fogo numa sala de concertos perto de Moscovo, matando pelo menos 144 pessoas e ferindo centenas. Foi o ataque mais mortífero em solo russo desde 2004.

 

Leia Também: A polícia de Hamburgo abateu, este domingo, um homem armado com um manchado que se encontrava na fanzone de Hamburgo, cidade que recebe, às 14h, a partida entre a Polónia e os Países Baixos, para o Euro'2024. 


EID AL-ADHA FELIZ TABASKI A TODOS!... BÁ DI POVO!


Kuma,... Es tipo de kusas ku pui Umaro Sissoco Embaló ka pudi fila ku e bandidos.

Por Abel Djassi

Opiniões dos Peregrinos registados, após do arremesso 7 pedrinhas no JAMARAT na Primeira etapa de apedrejamento.


 Por Radio Voz Do Povo

 

Veja Também:  Depois dos ritos em ARAFAT, os HAJJIS já estão no MUZDALIFA,onde observaram as Salaat de Magribe e de Isha" foram executadas com UM AZAN" e Dois IQAMATES".



Desde quando é que um partido político pode retirar a confiança política ao Presidente da República?

Por Fernando Casimiro

Constitucionalmente, o Presidente da República não tem relacionamento institucional com os partidos políticos, mas sim, com os Órgãos de Soberania do Estado.

O Presidente da República pode convocar os partidos políticos representados na Assembleia Nacional Popular, sempre que necessário, para ouvir suas opiniões sobre assuntos explicitamente elencados na Constituição da República da Guiné-Bissau.

É uma relação consequente e não usual, entre o Presidente da República e os Partidos políticos!

Qualquer dia um partido político vai retirar confiança política ao presidente de um outro partido, porque acha que o pode fazer...

Nenhum partido político pode retirar confiança política a nenhum dos Órgãos de Soberania da República. 

Pode sim, retirar a confiança política a um seu militante ou dirigente, mesmo sendo deputado da nação, mas ainda assim, não lhe retira o mandato de Deputado. 

Didinho 15.06.2024


 
 

 

Veja Também:  APU-PDGB Congratula-se com Dissolução da Assembleia Nacional pelo Presidente da República da Guiné-Bissau   


Populares de Elia e Djoubel, pedem a intervenção urgente do Presidente da República Pública Umaro Sissoco Embaló, na resolução do conflito de posse de terra, afim de evitar futuras consequências naquela secção de Suzana Sector de São Domingos Região de Cacheu

Por  Radio TV Bantaba

MEMÓRIAS DO PASSADO RECENTE - GENERAL UMARO SISSOCO EMBALO kuma, Lina Guiné-Bissau indisciplina cana tem li mas, pagai cana tem... Bissau 12 06 2023...


sábado, 15 de junho de 2024

Guerra na Ucrânia: "Ultimato" e "aceitável". O que se diz sobre a proposta de paz de Putin?

© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images
Por Notícias ao Minuto  15/06/24

O presidente russo prometeu terminar a guerra na Ucrânia e começar negociações, caso Kyiv retirasse as tropas das regiões anexadas por Moscovo e desistisse de aderir à NATO. A proposta foi criticada por todo o Ocidente, mas o Presidente da República português recusou comentar.

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu um "cessar-fogo" na Ucrânia, caso Kyiv começasse a retirar as suas tropas das regiões anexadas por Moscovo e desistisse dos seus planos de adesão à aliança transatlântica NATO. A proposta foi prontamente criticada pelo Ocidente, que a considerou ser "inaceitável", além de um "ultimato".

Em declarações aos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, na sexta-feira, Putin afirmou que, "assim que Kyiv (...) iniciar a retirada efetiva das tropas [das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia] e notificar que está a abandonar os seus planos de aderir à NATO", daria imediatamente "ordem para cessar-fogo e iniciar as negociações".

A proposta de Putin não foi imediatamente comentada pela Ucrânia mas, na sua conta na rede social X (Twitter), o conselheiro da Presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak, considerou-a "contrária ao bom senso".

"Temos de nos livrar destas ilusões e deixar de levar a sério as 'propostas' da Rússia, que são contrárias ao bom senso", afirmou. "Não existem novas propostas de paz por parte da Rússia. A entidade Putin simplesmente formulou o 'pacote padrão do agressor' que já ouvimos muitas vezes".

Mais tarde, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu a proposta como um "ultimato" integrado na "nova onda no nazismo russo". "O que podemos dizer sobre este ultimato? Não é diferente de outros que ele já fez antes", afirmou, durante a cimeira do G7, em Itália.

Já este sábado, durante um discurso na Cimeira para a Paz na Ucrânia, que decorre na Suíça, Zelensky defendeu que Putin "tem de mudar o seu registo de ultimatos" e considerou que "se a Rússia estivesse interessada na paz, não haveria guerra".

Também o secretário-geral da NATO considerou que a proposta de Putin "não foi feita de boa-fé" e que é, pelo contrário, no sentido de "mais agressão" da Ucrânia. "Aquilo não é uma proposta para a paz, é apenas para mais agressão, mais ocupação. Não foi feita de boa-fé", declarou numa conferência de imprensa, na sexta-feira, em Bruxelas.

O responsável defendeu ainda que "não é a Ucrânia que tem de retirar tropas do território ucraniano" e que a proposta "demonstra que o único objetivo da Rússia é controlar a Ucrânia".

Por seu turno, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu que "dependerá da Ucrânia" decidir "quando será possível" um acordo de paz com a Rússia, sublinhando que qualquer acordo deverá respeitar as normas de Direito Internacional.

"Esta guerra tem um agressor, que é a Rússia, e uma vítima, que é a Ucrânia. O povo ucraniano tem o direito de defender os seus filhos, as suas casas e as suas cidades", frisou ainda, na sua intervenção na Cimeira para a Paz na Ucrânia.

Pelos Estados Unidos, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, frisou, na sexta-feira, que "não há nenhum país no mundo que possa dizer seriamente" que a proposta "é aceitável ao abrigo da Carta da ONU, do direito internacional, da moralidade básica ou do bom senso" e acusou Putin de colocar um "preço" na paz: a ocupação de "ainda mais território ucraniano".

Já este sábado, a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, afirmou que a proposta de Putin não é uma negociação, mas sim "uma rendição" de Kyiv às "violações descaradas" por parte da Rússia à Carta das Nações Unidas.

"Ontem, Putin apresentou uma proposta, mas temos de dizer a verdade: ele não está a apelar a negociações, está a apelar à rendição. Os Estados Unidos estão do lado da Ucrânia, não por caridade, mas porque é do nosso interesse estratégico", disse Kamala Harris no início da primeira sessão plenária da Cimeira para a Paz na Ucrânia.

Entre outros críticos da proposta estão o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.

Borrell criticou a ideia do presidente russo e considerou que o agressor "não pode ditar as condições para um cessar-fogo". "As exigências inaceitáveis de Putin pretendem legitimar a invasão e minar os esforços de paz enquanto a Rússia se reforça e prepara para uma longa guerra. O agressor não pode ditar as condições para um cessar-fogo", escreveu Borrell na plataforma social X, acrescentando que "a agressão constante da Rússia contra a Ucrânia mostra que [Moscovo] não tem qualquer interesse real na paz".

Por sua vez, o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que em causa está uma proposta que pretende criar "uma paz ditada". "O que precisamos não é de uma paz ditada, mas sim de uma paz justa e equitativa, que tenha em conta a integridade e a soberania da Ucrânia", afirmou o líder alemão em entrevista à estação televisiva ARD, citado pela agência France-Presse (AFP).

Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, defendeu que a Cimeira para a Paz na Ucrânia deve enviar à Rússia "uma mensagem muito clara" de que há princípios inegociáveis, nomeadamente o respeito pela soberania de um país.

"Qualquer solução que valide a agressão ou a anexação violenta não será sustentável, apenas conduzirá a um mundo mais instável e perigoso", disse.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, foi mais longe e exortou Zelensky a apresentar as suas condições de paz com a Rússia "a partir de uma posição de força".

"A partir de uma posição de força, temos de trabalhar com o presidente Zelensky para estabelecer os princípios de uma paz justa e duradoura, com base no direito internacional e na Carta das Nações Unidas", disse na Cimeira para a Paz.

Marcelo Rebelo de Sousa recusa "pronunciar-se" sobre a proposta

Por cá, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escusou, este sábado, a comentar a proposta de cessar-fogo apresentada pelo homólogo russo.

"Não me vou pronunciar sobre isso. Seria fazer o contrário da minha presença aqui. Aqui o objetivo é trabalhar para a paz com paciência, naturalmente reafirmando pontos de princípio que são fundamentais na posição portuguesa, mas deixando correr o resto desta conferência", considerou o chefe de Estado, em declarações à imprensa à margem da Cimeira para a Paz na Ucrânia.

Moscovo lamenta resposta "não construtiva" do Ocidente

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, lamentou a resposta do Ocidente à proposta, considerando as reações de "natureza não construtiva".

"Temos assistido a um grande número de reações oficiais, todas elas de natureza não construtiva", disse Peskov, segundo a Europa Press, que cita a agência noticiosa russa TASS.

A proposta surge numa altura em que decorre a Cimeira para a Paz na Ucrânia, na Suíça.  A China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, rejeitou participar na cimeira dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.

O objetivo da reunião, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do presidente ucraniano, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".

Leia Também: O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, alertou hoje, na Cimeira de Paz organizada pela Suíça para procurar soluções para a guerra russa na Ucrânia, de que as tensões causadas na Europa pelo conflito "podem amanhã estender-se à Ásia Oriental". 


Veja Também:  Capacidade ucraniana de atacar para lá da fronteira "pode mudar o avanço das forças russas"... Sérgio Furtado, enviado especial à Ucrânia, analisa os últimos desenvolvimentos da guerra numa altura em que decorre uma cimeira de paz na Suíça, para a qual a Rússia não foi convidada.


EUA afirmam que Putin não quer negociações de paz, mas rendição de Kyiv

© ALESSANDRO DELLA VALLE/POOL/AFP via Getty Images
Por Lusa  15/06/24 
A vice-presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que a proposta do Presidente russo para um cessar-fogo na Ucrânia não é uma negociação, mas "uma rendição" de Kyiv às "violações descaradas" por parte da Rússia à Carta das Nações Unidas.

"Ontem [sexta-feira], Putin apresentou uma proposta, mas temos de dizer a verdade: ele não está a apelar a negociações (de paz), está a apelar à rendição. Os Estados Unidos estão do lado da Ucrânia, não por caridade, mas porque é do nosso interesse estratégico", disse Kamala Harris no início da primeira sessão plenária da Cimeira para a Paz na Ucrânia, que se realiza na Suíça.

Na sexta-feira, Vladimir Putin prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kyiv começasse a retirar as tropas das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas por Moscovo em 2022, e renunciasse aos planos de adesão à NATO.

A vice-presidente dos Estados Unidos defendeu o direito da Ucrânia à soberania e às fronteiras e o respeito pelas normas internacionais estabelecidas na Carta das Nações Unidas, que a Rússia, acrescentou, "violou descaradamente, durante dois anos e meio" de invasão.

"Se o mundo não reagir quando um agressor invade o seu vizinho, outros agressores serão sem dúvida encorajados. Isso leva à possibilidade de uma guerra de conquista e de caos que ameaça todas as nações, e não a ordem e a estabilidade", disse Kamala Harris, que lidera a delegação enviada pelos Estados Unidos da América (EUA) a esta cimeira que conta com a participação de mais de 90 países e organizações internacionais.

O Governo suíço, o anfitrião da Cimeira da Paz na Ucrânia, espera que esta reunião de líderes mundiais "sirva para criar confiança e os primeiros passos para um caminho de paz", embora reconheça que não será uma tarefa fácil.

Kamala Harris lembrou que esta reunião deve servir para encontrar um terreno comum para rejeitar a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022, e para garantir a segurança energética e alimentar no mundo, uma vez que a Ucrânia é um ator importante em ambas as questões.

"O Presidente Joe Biden e eu continuaremos a apoiar a Ucrânia, a impor custos à Rússia e a trabalhar para uma paz justa e duradoura baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas. Concordamos que um benefício prático desta cimeira de paz deve ser o aumento da segurança energética e alimentar global e que não podemos permitir que nada sobre o fim desta guerra seja decidido sem a Ucrânia", disse ainda a vice-presidente dos EUA.

A Suíça acolhe entre hoje e domingo a Cimeira para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito, que já entrou no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

Volodymyr Zelensky,: "Se a Rússia estivesse interessada na paz, não haveria guerra"

© Getty Images
Notícias ao Minuto  15/06/24

O chefe de Estado ucraniano assegurou estar "agradecido a estes líderes que vieram até à Suíça para começar as negociações para uma paz duradoura", tendo recordado que "são centenas as pessoas que, infelizmente, foram afetadas por esta guerra".


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, salientou, este sábado, que o homólogo russo, Vladimir Putin, “tem de mudar o seu registo de ultimatos”, ao mesmo tempo que se mostrou agradecido aos líderes mundiais que marcam presença na Cimeira para a Paz na Ucrânia, que durará até domingo.

“Putin tem de mudar o seu registo de ultimatos para um registo de que a maioria do mundo quer, com uma paz justa”, disse, durante o seu discurso de abertura, ao mesmo tempo que apontou que “se a Rússia estivesse interessada na paz, não haveria guerra”.

O chefe de Estado ucraniano assegurou estar “agradecido a estes líderes que vieram até à Suíça para começar as negociações para uma paz duradoura”, tendo recordado que “são centenas as pessoas que, infelizmente, foram afetadas por esta guerra”.

“Ninguém tinha o direito de ameaçar o mundo com armas nucleares. Ninguém tinha o direito de raptar as crianças de outra nação. Ninguém tinha o direito de prejudicar a paz”, disse.

Zelensky apontou ainda que a Ucrânia está disponível para “ouvir todas a propostas”, pretendendo “apostar em três elementos essenciais do processo de fórmula para a paz”.

“Esperamos com isso chegar a um acordo e chegar a um plano de ação para cada ponto dessa fórmula”, disse.

Entre esses pontos está a “libertação de prisioneiros e de deportados, adultos e crianças, militares e civis, cujas vidas foram afetadas pela guerra”. Isto porque, sublinhou, “um mundo unido é um mundo de paz”.

Por diversas ocasiões, Moscovo deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado em finais de 2022 por Zelensky, que prevê na sua versão inicial uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte das autoridades russas e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos. O Kremlin também acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias.

A China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, rejeitou participar na cimeira dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.

Entre os participantes - cerca de metade dos quais da Europa - contam-se a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Portugal estará representado na conferência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Leia Também: Sucesso da Cimeira para a Paz? "Medido por adesão ao comunicado final" 


França: Dezenas de milhares de pessoas nas ruas francesas contra extrema-direita

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Por Lusa   15/06/24
Dezenas de milhares de pessoas marcharam hoje em França contra a extrema-direita, que venceu as eleições europeias no país na semana passada e é projetada como a vencedora nas legislativas antecipadas, convocadas para o final do mês.

Segundo a agência France-Presse (AFP), são esperados entre 300.000 e 500.000 manifestantes, em resposta à vitória do partido de extrema-direita União Nacional (RN, na sigla em francês), de Marine Le Pen, nas eleições europeias, da semana passada.

Na sequência dos resultados, o chefe de Estado, Emmanuel Macron (do partido Renascimento, de centro-direita), dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas para 30 de junho e 07 de julho.

As sondagens dão a vitória à RN, com 31% das intenções de voto na primeira volta, ainda que com a criação de uma coligação de esquerda, batizada como Nova Frente Popular, os partidos de esquerda tenham reduzido a margem, podendo alcançar 28% e ficar a apenas três pontos percentuais do partido de Le Pen.

No total, estão previstas cerca de 200 manifestações por todo o país durante o fim de semana, tendo sido mobilizados cerca de 21.000 polícias e guardas nacionais.

Numa tentativa de travar a extrema-direita, os principais partidos de esquerda -- desde a mais radical França Insubmissa (LFI) aos socialistas, mas também passando pelos ecologistas -- criaram uma aliança em que colocaram de lado algumas das divergências quanto aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

A Nova Frente Popular teve já as suas primeiras tensões, depois de o LFI não ter readmitido os opositores do líder do partido, Jean-Luc Mélenchon.

Os membros excluídos dizem ter sido alvo de "uma purga" e acusam o antigo candidato presidencial Mélenchon de um "ajuste de contas", enquanto outros lamentaram que o seu aliado Adrien Quatennens se mantenha no partido, apesar de ter sido condenado por violência doméstica em 2022.

Entre os candidatos da coligação está o socialista François Hollande, Presidente francês entre 2012 e 2017.

Na passada quinta-feira, o antigo chefe de Estado apoiou de forma plena a criação da Nova Frente Popular, insistindo em que é preciso ir "além das divergências" perante o risco de um executivo liderado pela extrema-direita.

Os partidos de esquerda franceses - Partido Socialista, o ecologista EELV, França Insubmissa e Partido Comunista Francês - anunciaram nesse dia que tinham alcançado o seu acordo final.

Entretanto, a direita clássica do partido Os Republicanos (LR, na sigla em francês) está a atravessar uma crise interna, depois de o seu líder, Éric Ciotti, ter aberto a porta a um pacto com Le Pen.

Nas eleições europeias em França, a União Nacional, atualmente liderada por Jordan Bardella mas que mantém presente Marine Le Pen, venceu com 31,5% dos votos, enquanto a coligação encabeçada pelo partido de Macron, Renascimento, se ficou pelos 15,2%.


Presidente da República Aborda Crise no Níger em Encontro com Mamadou Issoufou nas Bahamas

À Margem da 31ª Reunião Anual do Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, atualmente líder da Troika da CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental), manteve um encontro com o ex-presidente do Níger, Mamadou Issoufou.
A reunião teve como foco questões de interesse global e os desafios que a África Ocidental e o Sahel enfrentam, com destaque para a crise política no Níger, marcada pela detenção do presidente deposto Mohamed Bazoum e a evolução do processo de transição.

Presidência da República da Guiné-Bissau

Candidatos a bolsa de estudo para Portugal, da Associação para as Necessidades Imediatas de Estudo e Empreendedorismo A-NIDEE.

Por  Radio TV Bantaba