domingo, 16 de junho de 2024

Eid al Adha: Milhares de muçulmanos celebraram hoje a Festa do Sacrifício (Eid al Adha) na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar mais sagrado para o Islão, e também entre as ruínas dos templos da devastada Faixa de Gaza.

© Reuters
Por Lusa 16/06/24 
 Milhares de muçulmanos celebram em Jerusalém e em Gaza festa religiosa
Milhares de muçulmanos celebraram hoje a Festa do Sacrifício (Eid al Adha) na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar mais sagrado para o Islão, e também entre as ruínas dos templos da devastada Faixa de Gaza.


Segundo a agência oficial de notícias palestiniana, Wafa, pelo menos 40.000 pessoas acorreram esta manhã à Esplanada das Mesquitas, onde se verificaram incidentes tensos quando as autoridades israelitas impediram a entrada a muitos jovens palestinianos e irromperam no complexo para revistar a documentação.

Em comunicado, a polícia israelita disse que milhares de muçulmanos "de todas as idades" se deslocaram hoje ao recinto para rezar e comemorar a festividade, apesar de alguns, acrescentou, tentarem "fomentar a desobediência".

O canal catari Al Jazeera, cuja transmissão continua, por lei, proibida em Israel, recordou que cerca de cem mil muçulmanos foram rezar à Esplanada das Mesquitas em 2023, o que revela a queda significativa de participantes neste ano de guerra.

Todos os anos, a Eid al Adha recorda o sacrifício bíblico de Abraão -- Ibrahim, na tradição islâmica -- e é sinónimo de alegria e de reuniões familiares, com milhares de muçulmanos a dirigirem-se ao comércio, onde compram roupa nova e alimentos.

Frequentemente, também, os cidadãos compram um cordeiro, dividindo a carne em três partes, uma para consumo próprio, outra para a família e outra para pessoas carenciadas.

Em Hebron, no território palestiniano ocupado da Cisjordânia, acorreram hoje cerca de 8.000 fiéis à mesquita de Abraão (também conhecida como Tumba dos Patriarcas).

Entretanto, na devastada Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 37.200 pessoas desde o início da guerra, em pouco mais de oito meses, milhares de palestinianos rezaram entre as ruínas de mesquitas e casas, segundo vídeos partilhados nas redes sociais.

O grupo islamista Hamas, que controla Gaza, disse hoje numa mensagem, por ocasião da festividade, que mantém uma "fé firme na vitória", assim como "uma determinação inquebrável", apesar da fome e da sede causados pela guerra.

Por seu lado, o líder político do grupo, Ismail Haniyeh, autoexilado no Catar, reiterou hoje que o Hamas está aberto a alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, sempre que signifique o fim das hostilidades, a retirada das tropas israelitas e a reconstrução do enclave.

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