quarta-feira, 19 de abril de 2023
Augusto Gomes Presidente em exercício_APU-PDGB_assume a Diretoria Nacional da Campanha Eleitoral.
Simões Pereira diz-se “mais preparado” para as legislativas
Paigc.gw 19 Abril, 2023
De visita a Lisboa, líder do PAIGC garante que estratégia do partido para as legislativas de 4 de junho já está definida. Vários guineenses apelaram à realização de eleições livres, na data prevista.
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, diz que está agora mais preparado para as próximas eleições legislativas, previstas para 4 de junho deste ano.
Domingos Simões Pereira, que falou à DW em Lisboa, antes da apresentação do seu primeiro livro, este sábado (15.04), diz que não se vê confrontado com nenhuma desilusão política depois dos vários episódios e vicissitudes que se seguiram à sua candidatura e derrota nas últimas eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau. E que, quando enveredou pelo caminho da política, estava ciente dos desafios que ia enfrentar.
“Estarei hoje bastante mais consciente das dificuldades, mas talvez também mais preparado para os enfrentar e para dizer aos guineenses que estou preparado para dar o meu melhor e tudo o que tenho no sentido de transpormos essa barreira”, garante.
Simões Pereira, que esteve recentemente em Luanda para estreitar relações com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder há mais de 40 anos, expressa assim a sua determinação de prosseguir a luta política. E confirma que o seu partido, o principal partido da oposição na Guiné-Bissau, tem já definida uma estratégia para as eleições legislativas que se aproximam.
“Quem acompanha a realidade guineense reconhece que o PAIGC tem uma sequência que respeita, uma lógica na própria elaboração dos seus documentos estruturantes. Nós saímos do X Congresso, que sufragou uma moção estratégica e com base [nela] há uma equipa que está a trabalhar na conversão dessa moção estratégica no nosso programa eleitoral”.
Apesar de existirem “muitas barreiras”, o líder do PAIGC diz estar “muito convicto e motivado”, porque acredita no povo guineense, que, segundo as suas próprias palavras, está cada vez mais ciente da necessidade de resgatar o país, a liberdade e independência.
Críticas ao processo eleitoral
À margem do lançamento, em Lisboa, da sua primeira obra literária “KUMUS – A Ponte Até Nós Mesmos, Estórias e Sonhos em Duas Vidas Paralelas”, a DW ouviu a perspetiva de outros cidadãos guineenses sobre as próximas eleições na Guiné-Bissau.
A ativista Amélia da Costa é crítica em relação à forma como está ser gerido o processo eleitoral e que pode, na sua opinião, pôr em causa a credibilidade do escrutínio.
Ativista Amélia da Costa – Foto: João Carlos/DW
A guineense dá o exemplo da atual situação da Comissão Nacional Eleitoral, “que já terminou as [respetivas] funções”.
“E até à data não temos ainda em síntese o que vai acontecer, como, quem vão ser os novos membros, se vão continuar os mesmos ou não. Neste momento, a CNE não está legal”, acrescenta.
Na sua maioria, garante Amélia Costa, os guineenses na diáspora querem mudanças. A jovem apela para que seja respeitada a vontade popular.
Não há margem para adiamentos
Já Miguel da Cunha, economista, diz-se expectante quanto à urgência da realização das eleições, uma vez que, lembra, “continuamos perante um não-Estado, com uma governação sem fiscalização”.
“Isto é extremamente preocupante, e ainda mais preocupante se torna quando as organizações de Bretton Woods, o Banco Mundial e o FMI, financiam um regime sem instrumentos de fiscalização da ação governativa. Na minha perspetiva, isto é financiar o terrorismo. Perante esta situação e o estado em que a Guiné-Bissau está, espero mesmo que as eleições se realizem. Não temos margem para o adiamento das legislativas”, diz.
Iva Cabral, filha mais velha de Amílcar Cabral, quer voltar ao país para participar nas eleições, na data prevista.
Iva Cabral, filha de Amílcar Cabral – Foto: João Carlos/DW
À DW, diz esperar um ato eleitoral “honesto e transparente”, em que “não haja batota”, nem espaço para que se arranjem “desculpas”.
“Espero que, desta vez, as eleições deixem o povo guineense ir para a frente com aqueles que eles elegerem”, diz.
Domingos Simões Pereira diz estar disposto a transformar projetos em realidade. Foi um apelo que deixou também aos guineenses que compareceram em massa para assistir à apresentação pública do seu primeiro livro, em Lisboa.
“Nós precisamos de assumir o compromisso de transformar a nossa realidade. E aqui eu tenho pena de desiludir aqueles que pensam que são os grandes especialistas do Banco Mundial, que vão transformar a nossa sociedade. Não há especialista de desenvolvimento que não seja o próprio cidadão comprometido com o seu futuro e desenvolvimento”, afirmou.
REINO UNIDO: 'Pub' britânico proíbe telemóveis em dia que governo vai enviar alertas
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Notícias ao Minuto 19/04/23
Um 'pub' em Somerset decidiu banir os telemóveis no dia em que o governo do Reino Unido vai enviar um alerta sonoro transversal, que fará vibrar todos os telemóveis do país.
O Camelot, um 'pub' em South Cadbury, na região britânica de Somerset, quer evitar o barulho ensurdecedor que virá do alerta que o governo do país vai enviar, a 23 de abril, dirigido a todos os telemóveis britânicos.
Por isso, os smartphones estão banidos do 'pub' nesse mesmo dia.
O envio do alerta - que emitirá um barulho, fará o telemóvel vibrar e mostrará uma mensagem no ecrã - está incluído num teste global do novo sistema de alerta para futuros eventos catastróficos no país, ou de incidentes graves.
"O Camelot está a solicitar a todos os clientes que deixem os seus telemóveis em casa se vierem ao pub. Todos ouvimos o alerta em vários canais e não queremos que o sistema de alarme estrague a diversão dos clientes que vêm para os nossos lendários almoços", disse o estabelecimento, citado pelo jornal local Somerset Live.
Para os clientes que não possam mesmo prescindir do seu smartphone, no entanto, o pub pede que, mesmo assim, o desliguem à hora do alerta, que está marcado para as 15h00.
Quem não cumprir a regra "terá de dar uma grande doação à caixa da caridade", alertou o Camelot.
UCRÂNIA: Kyiv recebeu sistemas de defesa antiaérea norte-americanos Patriot
POR LUSA 19/04/23
O Exército ucraniano recebeu os primeiros sistemas norte-americanos de defesa antiaérea Patriot destinados a auxiliar Kyiv a proteger o espaço aéreo dos mísseis russos, anunciou hoje o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov.
"Hoje, o nosso lindo céu ucraniano fica mais seguro graças aos sistemas de defesa Patriot que chegaram à Ucrânia", disse o ministro numa mensagem difundida através do Twitter.
O ministro agradece aos Estados Unidos, à Alemanha e à Holanda por terem sido países que cumpriram o que prometeram.
"Cumpriram a palavra", escreveu Reznikov sem fornecer, até ao momento, mais detalhes sobre o número, proveniência, ou especificidades concretas sobre os sistemas que foram enviados.
Os sistemas Patriot (Phased Array Tracking Radar for Intercept on Targe) são fabricados nos Estados Unidos pela Raytheon Technologies e foram usados inicialmente na primeira guerra do Golfo (1991) e mais tarde na invasão norte-americana do Iraque, em 2003.
Trata-se de um sistema de mísseis terra-ar com um alcance de 150 quilómetros usado pelos Estados Unidos e por vários países que integram a Aliança Atlântica.
O pedido para o envio de Patriot para a Ucrânia foi expresso pelo chefe de Estado da Ucrânia durante a visita que efetuou aos Estados Unidos.
Leia Também: Ministro da Defesa britânico prevê que guerra vai continuar em 2024
NAÇÕES UNIDAS: Fundo das Nações Unidas refuta ideia que nascem "demasiadas pessoas"
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POR LUSA 19/04/23
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) defendeu hoje que o planeamento familiar e a fertilidade não devem ser ferramenta da demografia, refutando a ideia que nascem "demasiadas pessoas".
Num relatório sobre a gestão dos desafios demográficos globais, incluindo a luta contra o alarmismo causado pela demografia procuram desfazer-se ideias sobre as possíveis consequências de um número tão elevado de habitantes e defendem-se medidas para uma mudança de mentalidade, assim como o reforço do poder das mulheres e a proteção dos seus direitos.
O relatório indica que a população mundial atingiu oito mil milhões de pessoas em novembro passado e que a Índia ultrapassará a população da China pela primeira vez neste ano.
"Nascem demasiadas pessoas", "é irresponsável ter filhos num mundo de catástrofes climáticas" ou "é preciso estabelecer uma taxa de fertilidade" são algumas das ideias que são refutadas pelo relatório publicado hoje pelo UNFPA, que argumenta que o planeamento familiar não deve ser uma ferramenta da demografia.
"A reprodução humana não é o problema nem a solução. Quando colocamos a igualdade e os direitos de género no centro das nossas políticas demográficas, somos mais fortes, mais resilientes e mais capazes de lidar com os desafios decorrentes da rápida evolução das populações", afirmou Natalia Kanem, diretora-executiva do UNFPA.
Em resposta aos que acreditam que as taxas de fertilidade são a causa de males como as catástrofes climáticas, a fome ou as pandemias, as Nações Unidas declararam que chegar a oito mil milhões de pessoas é um sinal de progresso.
De acordo com o UNFPA, isso significa que mais recém-nascidos sobreviveram, que mais rapazes e raparigas estão a frequentar a escola, que estas crianças estão a receber cuidados de saúde e atingem a idade adulta.
No documento lembra-se também que muitos países estão a crescer devido às migrações.
Desde a década de 1950, o número médio de filhos por mulher em todo o mundo caiu para mais da metade: de 05 para 2,3, mas isso não é uma situação de alarme, na verdade mostra que as pessoas estão a exercer cada vez mais o controlo sobre a sua vida reprodutiva, segundo a ONU.
"Os corpos das mulheres não devem estar sujeitos a decisões tomadas por governos ou terceiros", refere o documento, enfatizando que a reprodução deve ser uma escolha.
O documentou sublinha, entretanto, que cerca de 44 por cento das mulheres e raparigas com um parceiro não têm liberdade para decidir sobre os seus corpos, que quase metade das gravidezes são indesejadas e que todos os anos meio milhão de partos são de adolescentes entre 10 e 14 anos.
Segundo o relatório, 2,1 filhos por mulher é o chamado nível de fecundidade de "reposição", ou seja, a taxa média necessária para a manutenção da população, mas sublinha-se que este valor não deve ser tomado como regra de ouro, pois é uma "meta errónea e inatingível".
A ONU também destaca que reduzir as taxas de fecundidade não resolverá a crise climática e mostra que cada vez mais países adotam políticas para aumentar, reduzir ou manter a fertilidade dos seus cidadãos.
Leia Também: "Barrigas de aluguer". Associação lamenta atraso na regulamentação da lei
Vários feridos em ataque com faca em ginásio na Alemanha
DW Português para África 19/04/23
Quatro pessoas ficaram feridas três das quais em estado grave, após um ataque com uma faca, na terça-feira, num ginásio no centro histórico da cidade de Duisburg, no oeste da Alemanha. O motivo do ataque ainda não foi esclarecido.
A polícia continua à procura do agressor, que de acordo com testemunhas oculares, atacou indiscriminadamente alguns frequentadores do ginásio e depois fugiu. Entre os feridos, que se encontram hospitalizados, três correm risco de vida. A polícia informou que todas as vítimas são de nacionalidade alemã.
A Alemanha tem sido palco de diversos ataques com facas ou armas de fogo ou objetos nos últimos anos, levados a cabo por extremistas ou pessoas com distúrbios psicológicos graves. No mês passado, um ataque num local onde estavam reunidas Testemunhas de Jeová, em Hamburgo, deixou sete mortos.
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Após Seul mostrar-se disponível para 'armar' Kyiv, Moscovo faz ameaça
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Notícias ao Minuto 19/04/23
A reação do vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia surge depois de o presidente da Coreia do Sul ter admitido, pela primeira vez, estar disponível para oferecer ajuda militar à Ucrânia.
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, deixou um aviso à Coreia do Sul, após o presidente do país ter admitido, pela primeira vez, estar disponível para oferecer ajuda militar à Ucrânia.
"Há novos países dispostos a ajudar os nossos inimigos. O presidente da Coreia do Sul, Yun Sok-yeol, disse que, em princípio, o Estado está pronto para fornecer armas ao regime de Kyiv. Até recentemente, os sul-coreanos asseguravam ardentemente que a possibilidade de fornecer armas letais ao regime de Kyiv estava completamente excluída", argumentou Dmitry Medvedev, numa publicação na rede social Telegram.
Depois, o antigo primeiro-ministro russo disse, em jeito de ameaça: "Pergunto-me o que dirá o povo deste país quando vir as mais recentes armas de fabrico russo dos seus vizinhos próximos - os nossos aliados da Coreia do Norte".
As declarações de Medvedev, um dos conselheiros do presidente russo, Vladimir Putin, surgem depois de o chefe de Estado sul-coreano ter dito que está disponível para estender o apoio prestado à Ucrânia para além de questões financeiras e humanitárias, se o país for alvo de um ataque em grande escala contra civis.
"Se existe uma situação que a comunidade internacional não pode tolerar, como qualquer ataque em grande escala contra civis, massacre ou violação grave das leis da guerra, pode ser difícil, para nós, insistir apenas no apoio humanitário ou financeiro", afirmou Yoon Suk Yeol sobre o tema, em entrevista à Reuters.
Apesar de ser um forte aliado dos Estados Unidos, a Coreia do Sul tem evitado antagonizar a Rússia, pelo menos até agora, também devido à influência de Moscovo sobre a Coreia do Norte.
Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, cerca de 8.500 civis já morreram, ao passo que mais de 14 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Leia Também: Coreia do Sul disponível para 'armar' a Ucrânia (pela primeira vez)
ENTREVISTA: Diabetes é mais perigosa do que julga. Sabe o que é nefropatia diabética?
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Notícias ao Minuto 19/04/23
Em entrevista ao Lifestyle ao minuto, João Raposo, diretor clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, fala sobre o impacto que a doença renal diabética tem na população portuguesa.
A doença renal crónica e a diabetes poderão causar em Portugal uma perda superior a 410 mil anos de vida saudável por incapacidade e um custo total, ao longo da vida, de aproximadamente 17 mil milhões de euros. Estas são as principais conclusões do estudo 'Evolução natural da doença renal crónica em pessoas com diabetes: custos e consequências na realidade portuguesa', recentemente apresentado pela IQVIA com o apoio da Bayer.
Face a estes dados, João Raposo, diretor clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), considerou, em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, que é necessário criar políticas públicas de saúde que sejam capazes de responder às necessidades da população portuguesa. "Num país que quer cada vez mais colocar os cidadãos no centro da gestão da sua saúde, é importante que todas as pessoas com diabetes conheçam e exijam os exames que são necessários para avaliar as complicações da diabetes e tenham a capacidade de discutir os resultados com a sua equipa de saúde", afirma.
Geralmente, a doença renal diabética é um diagnóstico que surge em pessoas com diabetes de longa duração, ou seja, que já vivem com diabetes há mais de 10 anos
O que foi possível apurar através deste estudo?
Até agora, o impacto económico da doença renal diabética em Portugal era desconhecido e, como tal, a realização do estudo veio colmatar esta lacuna. Este estudo permitiu concluir que, ao longo da sua vida, as pessoas com doença renal diabética perderão mais de 410 mil anos de vida saudável por incapacidade e consumirão mais de 17 mil milhões de euros em recursos de saúde. Em comparação com as pessoas no estadio inicial, quem tem doença renal diabética no estadio de alto risco apresenta uma redução de 34% da esperança média de vida, uma duplicação dos anos vividos com incapacidade e um aumento dos custos totais em cerca de 81%.
Conseguiu-se também descobrir que, entre 2015 e 2019, a probabilidade anual de morte de doentes em diálise alcançou uma média de 12,7%. As evidências demonstram que é necessário definir novas estratégias no acompanhamento das pessoas com diabetes e continuar a gerar mais evidência clínica para que, futuramente, seja possível a implementação de políticas públicas de saúde capazes de responder às necessidades da população.
Qual o real impacto da doença renal diabética na população portuguesa?
O impacto é realmente significativo, quer em termos de qualidade de vida, como económicos. Os doentes acabam por perder muitos dias de trabalho para poderem fazer o tratamento e acederem aos cuidados de saúde e tudo isto acompanhado por uma perda significativa da qualidade de vida. Além disso, os tratamentos necessários para o controlo da diabetes e da progressão da doença renal acarretam custos significativos.
Falamos de quanto?
O estudo demonstra que os custos da nefropatia diabética rondam os 17 mil milhões de euros.
O que é a nefropatia diabética? Isto é, o que é que acontece exatamente no corpo de doentes com rim diabético e como é que a diabetes causa lesão renal?
Geralmente, a doença renal diabética é um diagnóstico que surge em pessoas com diabetes de longa duração, ou seja, que já vivem com diabetes há mais de 10 anos. Mais de um terço das pessoas que começam a fazer diálise regularmente têm em comum a nefropatia diabética, que é uma complicação grave da diabetes e a principal causa de doença renal crónica. Ao longo do tempo, a glicemia (o açúcar no sangue) elevada acaba por afetar diversos órgãos no organismo das pessoas diabéticas. Existem várias complicações da diabetes, sendo que mais comuns são os danos causados nos rins, que requerem uma atenção redobrada. Com o tempo, o que acontece é que os rins vão perdendo a capacidade de filtrar adequadamente o sangue, deixando de cumprir a sua função. À medida que a doença vai evoluindo devido à falta de controlo da glicemia, da pressão arterial e dos níveis de colesterol, a nefropatia diabética progride para um quadro de insuficiência renal crónica. Quando já estamos perante um diagnóstico de insuficiência renal, o rim deixa de cumprir a sua função de purificação, o que implica recorrer a uma substituição, quer seja através de hemodiálise, diálise peritoneal ou de transplante renal.
A grande maioria (cerca de 80%) dos doentes com doença renal crónica tem diabetes tipo 2, que é o mais comum
Quais os sinais e sintomas precoces?
Nos estadios iniciais da doença renal, não existem sintomas conhecidos e, por isso, é fundamental que as pessoas com diabetes realizem exames regulares ao sangue e à urina para deteção de possíveis danos nos rins. Para controlar e minimizar a evolução da doença é essencial um diagnóstico e tratamento atempados.
São conhecidos sintomas tardios?
Numa fase mais avançada, quando os rins deixam de ser funcionais, o doente pode começar a sentir-se mais inchado, sobretudo nas pernas e nos pés. Outros sintomas que podem surgir são pressão arterial elevada, fraqueza constante, náuseas e vómitos frequentes, perda de apetite, alteração das capacidades mentais, sonolência excessiva e urinar muitas vezes durante a noite.
Qual a percentagem de pessoas em hemodiálise que são diabéticas?
As pessoas com diabetes representam 35% dos novos casos de hemodiálise e 16% da diálise peritoneal.
E atinge mais doentes com diabetes tipo 1 ou 2?
Apesar de os dois tipos de diabetes poderem resultar em nefropatia diabética, a grande maioria (cerca de 80%) dos doentes com doença renal crónica tem diabetes tipo 2, que é o mais comum.
Além da diabetes, quais os restantes fatores de risco?
São a hipertensão arterial não controlada, a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, o consumo de medicamentos tóxicos para os rins (como é o caso dos anti-inflamatórios não esteroides) e a predisposição familiar para doença renais e doenças genéticas hereditárias.
Como é feito o diagnóstico?
Em fases iniciais da doença pode ser feito com recurso a exames ao sangue e à urina, que detetam alterações na função de filtração do sangue e a presença de albumina na urina. Se os rins estiverem a funcionar normalmente, a urina não contém esta proteína. Contudo, pode aparecer mais tarde, à medida que o rim vai perdendo a sua capacidade de retenção. Nestes casos, quanto maior é a albumina detetada, mais avançada está a nefropatia diabética. É fundamental que as pessoas com diabetes realizem testes laboratoriais ao sangue e urina pelo menos anualmente para detetar atempadamente a existência de alterações e, consequentemente, ter um diagnóstico precoce.
Os anti-inflamatórios são contraindicados em doentes com insuficiência renal. O uso destes medicamentos deverá ser sempre discutido com o médico
Em pessoas com diabetes, a nefropatia renal pode ser classificada em cinco etapas ou estadios, de acordo com a sua progressão e gravidade. Quais são e em que consistem?
Através da medição da creatinina no sangue (uma análise laboratorial) e utilizando uma fórmula matemática é possível fazer uma estimativa da capacidade de filtração dos rins (filtrado glomerular estimado). Este é um valor que pode ir de mais de 90 mililitros (ml) por minuto (valor normal) a menos de 15 ml/minuto (valor de função muito deficitária). As cinco categorias mencionadas correspondem a categorias destes valores - desde o estádio 1 (alterações mínimas) até ao estádio 5 (o mais sério). Estes valores devem ainda ser conjugados com a informação que temos do resultado da análise da urina relativamente à presença, ou não, de albumina e em que quantidade.
Qual é a melhor forma de prevenir e reduzir o agravamento da doença?
O mais importante é assegurar o controlo metabólico da diabetes e o controlo da pressão arterial. Os doentes devem ainda evitar medicamentos tóxicos para o rim, como é o caso dos anti-inflamatórios não esteróides.
E ao nível da alimentação, o que pode ser feito?
A alimentação tem um papel importante no controlo da diabetes e da doença renal a ela associada. É por isso que a presença de um profissional da área da nutrição na equipa multidisciplinar é frequente. Os conselhos relativos à alimentação poderão passar desde uma intervenção nutricional que promova a perda de peso, muitas vezes necessária na diabetes tipo 2, a uma dieta equilibrada (de tipo mediterrânica) ou a padrões alimentares que sejam mais restritivos relativamente ao teor de sódio, potássio e fósforo. Mas o estado nutricional da pessoa, os valores laboratoriais e o tratamento necessário para a doença renal condicionarão a escolha da alimentação adequada.
Esta doença não tem cura. No entanto, existem opções terapêuticas que minimizam os sintomas e evitam a progressão da doença. É asssim?
Sim. E assim é possível atrasar o agravamento ou estagnar a doença.
Os anti-inflamatórios são contraindicados em doentes com insuficiência renal. O uso destes medicamentos deverá ser sempre discutido com o médico
Quais os tratamentos atualmente disponíveis?
O tratamento da nefropatia diabética passa pela adoção de um estilo de vida saudável, que inclui uma alimentação equilibrada, prática de atividade física, cessação tabágica e perda de peso, uma vez que, frequentemente, as pessoas com diabetes têm excesso de peso. Tendo em conta que, frequentemente, os doentes têm pressão arterial elevada, além da redução do sal na alimentação, devem ser tratadas com medicamentos anti-hipertensores do grupo dos inibidores da enzima conversora da angiotensina ou dos inibidores dos recetores da angiotensina. Existem, atualmente, novos grupos de medicamentos que se tornaram essenciais no tratamento da nefropatia diabética, nomeadamente os inibidores SGLT2 ou os antagonistas dos recetores dos mineralocorticoides.
Os anti-inflamatórios de venda livre podem ser tóxicos para os rins?
Os anti-inflamatórios não esteroides levam à redução da filtração renal, ou seja, prejudicam a capacidade dos rins em filtrar o sangue. Enquanto pessoas com rins saudáveis conseguem tolerar essa redução, quem tem insuficiência renal, em especial em fases avançadas, podem ter complicações associadas. Quando se toma anti-inflamatórios sem indicação médica, existe um grande risco de falência renal aguda nas pessoas com doença renal crónica e, muitas vezes, necessitam de hemodiálise de urgência. Por isso, os anti-inflamatórios são contraindicados em doentes com insuficiência renal. O uso destes medicamentos deverá ser sempre discutido com o médico.
Uma pessoa com diabetes pode ser submetida a transplante renal?
O facto de ter diabetes não é uma contra-indicação para transplante renal. Aliás, em Portugal, cerca de 14% dos transplantes renais são em pessoas com diabetes.
E transplante de pâncreas?
As pessoas com diabetes tipo 1 podem ser eventualmente candidatas a transplante de pâncreas e, no caso de terem doença renal significativa, podem ser candidatas a transplante duplo de rim e pâncreas. Temos em Portugal no nosso Serviço Nacional de Saúde dois centros especialmente dedicados a estes transplantes: o Hospital de Santo António e o Hospital de Curry Cabral. Em 2021, foram efetuados 20 transplantes duplos de rim e pâncreas em Portugal.
Que mensagem gostaria de deixar a estes doentes?
É fundamental que as pessoas com diabetes compreendam que é possível viver com a doença, tendo uma vida feliz e plena e, ainda assim, evitar as complicações sérias associadas ao mau controlo da glicemia e da pressão arterial. Num país que quer cada vez mais colocar os cidadãos no centro da gestão da sua saúde, é importante que todas as pessoas com diabetes conheçam e exijam os exames que são necessários para avaliar as complicações da diabetes e tenham a capacidade de discutir os resultados com a sua equipa de saúde.
Operação da PSP a decorrer em Oeiras, Odivelas e Lisboa devido a roubos e sequestros. Há pelo menos dez detidos
PSP (Foto: Facebook PSP)
Cnnportugal.iol.pt, 19/04/23
O peração visa o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliária e vários mandados de detenção
A PSP está desde o início da manhã desta quarta-feira a desenvolver uma operação em Oeiras, Odivelas e na Ajuda e Lumiar (Lisboa) relacionada com roubos com recurso a armas brancas, agressões e sequestros.
Em comunicado, a PSP diz que esta operação visa o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliária e vários mandados de detenção e que está a ser desenvolvida pelo Comando Metropolitano de Lisboa, através da Divisão Policial de Oeiras.
Ao que a CNN Portugal apurou, pelo menos dez pessoas foram detidas por roubos com recurso a armas brancas.
A operação pretende acabar com a atividade criminal de um grupo de suspeitos que, com recurso à violência, têm roubado jovens nas imediações das escolas e nos transportes públicos, com maior incidência na área de Oeiras.
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Grupo Wagner em África: Mais do que mercenários
Dw.com 19/04/23
O grupo russo Wagner, que tem laços com o Kremlin, é um dos atores mais influentes em África. Milhares de mercenários estão ativos em vários países. No Sudão, tudo indica que estará também envolvido nos atuais combates.
Sudão, República Centro-Africana (RCA), Líbia e Mali são exemplos das diferentes formas de atuação do grupo em África. Na RCA, segundo o embaixador russo, os "instrutores russos" apoiam as tropas governamentais na guerra civil de 1890.
Na Líbia, diz-se que cerca de 1200 mercenários combatem do lado do líder rebelde Chalifa Haftar.
No Mali, a junta militar - pró-russa e anti-ocidental - também trouxe, segundo observadores, centenas de combatentes do grupo Wagner, que são acusados de graves violações dos direitos humanos no país.
E no Sudão, atualmente assolado por conflitos violentos entre militares, também está presente um número significativo de mercenários do grupo russo.
Pelo menos 270 pessoas foram mortas e mais de 2 mil ficaram feridas nos confrontos dos últimos dias no SudãoFoto: Mahmoud Hjaj/AA/picture alliance
Sudão: "Chave" da Rússia em África
Mas a presença do grupo Wagner em África vai muito mais longe, dizem os especialistas. "Ao longo do tempo, o grupo Wagner evoluiu para além dos serviços militares privados para uma teia de relações e negócios com empresas em vários países africanos", disse à DW Julian Rademeyer, analista da Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GIATOC).
No Sudão, já durante o Governo de Omar al-Bashir - deposto em 2019, após três décadas no poder - foram concedidas licenças de exploração de minas de ouro à empresa russa M-Invest, que acredita-se ser controlada pelo oligarca e chefe do grupo Wagner Yevgeny Prigozhin. O contrato de segurança das minas da M-Invest também está nas mãos do grupo Wagner.
"Wagner não é um exército, mas um grupo mercenário, que não tem existência legal, porque a Rússia em si mesma proíbe a existência de empresas militares privadas, mas de certa forma permite que empresas militares russas privadas operem fora da Rússia", explica em entrevista à DW um representante do coletivo de pesquisa "All Eyes on Wagner" (Todos os olhos no grupo Wagner), que para a sua proteção é identificado pelo pseudónimo de Gabriel, explica.
Em 2017, Al-Bashir e Putin reuniram-se em Sochi para dar início a uma "nova fase" de cooperação. Al-Bashir prometeu a Putin que o Sudão poderia servir a Rússia como "chave para África" - e garantiu apoio militar em troca, o que acabou por não impedir o seu derrube, em abril de 2019.
De acordo com investigações do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, diz-se que a Wagner mantém uma base no aeroporto da capital do Mali, BamakoFoto: CSIS/High Resolution/Maxar 2021
Exploração de recursos
Os mercenários do grupo Wagner conseguiram aumentar a sua influência sobre os militares sudaneses. O governo militar procura o controlo sobre o Sudão a todo o custo, ao que tudo indica com o apoio de mercenários russos. Em troca, o Kremlin ganha acesso a minas de ouro mais lucrativas.
Várias reportagens já denunciaram que a Rússia está principalmente interessada em garantir o acesso às valiosas matérias-primas do país. Algumas chegam mesmo a referir que a Rússia está a "saquear" ouro no Sudão para impulsionar a guerra de Putin na Ucrânia. De particular interesse para a Rússia são também as jazidas de urânio.
O analista Julian Rademeyer vê o grupo Wagner principalmente como um instrumento militar do Kremlin para a crescente influência económica e militar da Rússia em África. O Sudão, diz, é apenas um dos muitos exemplos.
Agradecimentos aos mercenários da Wagner no Mali, onde a junta militar considera a Rússia um aliadoFoto: Florent Vergnes/AFP/Getty Images
Guerra na Ucrânia - novos planos em África?
As atividades económicas do grupo russo em África continuam a crescer, apesar de os mercenários do grupo Wagner estarem agora a lutar abertamente do lado russo na guerra contra a Ucrânia.
"Em alguns casos, muitos mercenários foram retirados [de África ] para lutar na Ucrânia, mas outros permanecem no terreno", diz o analista do GIATOC. "As atividades continuam, por vezes a um nível inferior. Mas não há sinais de que a guerra na Ucrânia conduza à retirada dos mercenários Wagner de África", conclui Rademeyer.
Pelo contrário: pouco antes do aniversário do início da guerra a 24 de fevereiro, o Wall Street Journal noticiou, citando fontes dos serviços secretos norte-americanos, que o grupo Wagner no Chade estava a planear um golpe juntamente com os rebeldes locais.
Rademeyer receia que o grupo "continuará a crescer em África, enquanto não houver intervenção contra estas influências. A Europa e os seus parceiros precisam de trabalhar mais com África".
GUERRA NA UCRÂNIA: Coreia do Sul disponível para 'armar' a Ucrânia (pela primeira vez)
© REUTERS
Notícias ao Minuto 19/04/23
Em entrevista, o chefe de Estado da Coreia do Sul mostrou-se, pela primeira vez desde o início do conflito, disponível para disponibilizar apoio militar a Kyiv.
A Coreia do Sul está disponível para estender o apoio prestado à Ucrânia para além de questões financeiras e humanitárias se o país for alvo de um ataque civil em grande escala, segundo confirmou o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, reporta a Reuters.
Em entrevista, o chefe de Estado da Coreia do Sul mostrou-se, pela primeira vez desde o início do conflito, disponível para 'armar' Kyiv.
"Se existe uma situação que a comunidade internacional não pode tolerar, como qualquer ataque em grande escala contra civis, massacre ou violação grave das leis da guerra, pode ser difícil, para nós, insistir apenas no apoio humanitário ou financeiro", afirmou Yoon Suk Yeol.
Apesar de ser um forte aliado dos Estados Unidos e um grande produtor de munições de artilharia, a Coreia do Sul tem, até agora, evitado antagonizar a Rússia, devido às suas empresas a operar no país e à influência de Moscovo sobre a Coreia do Norte.
"Acredito que não haverá limitações à extensão do apoio para defender e restaurar um país que tenha sido ilegalmente invadido, tanto ao abrigo do direito internacional, como nacional", considerou, desta feita, Yoon, acrescentando: "Contudo, considerando a nossa relação com as partes envolvidas na guerra e os desenvolvimentos no campo de batalha, tomaremos as medidas mais apropriadas".
Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
As infraestruturas energéticas ucranianas têm sido um dos principais alvos dos ataques comandados pelo Kremlin, alegadamente com o intuito de dificultar os esforços de defesa de Kyiv - e, também, de 'quebrar' a determinação do povo nacional.
Até agora, cerca de 8.500 civis já morreram, ao passo que mais de 14 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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HRW critica Lula da Silva por ignorar defesa de direitos humanos na China
© Lusa
POR LUSA 19/04/23
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) criticou o presidente brasileiro, Lula da Silva, por não ter ignorado "o terrível historial" de direitos humanos de Pequim, durante a sua viagem oficial à China, na semana passada.
Num texto publicado na sua página online, na terça-feira, com um tom crítico e sarcástico relativamente à postura de Lula da Silva na China, a HRW relembrou que a constituição do Brasil determina que o Governo brasileiro tem como pilar da sua política externa a defesa dos direitos humanos
"Assim, quando o Presidente Lula visitou a China há alguns dias, é claro que trouxe à baila o terrível historial de Pequim em matéria de direitos humanos, certo?", escreveu, em tom jocoso, a HRW.
Durante a sua visita ao gigante asiático, o Brasil assinou cerca de 20 acordos para reforçar os laços nas áreas do comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração no quadro da parceria estratégica bilateral.
"Quanto a acordos sobre o respeito dos direitos humanos: zero", criticou a organização não-governamental, que recordou ainda que Lula da Silva defende abertamente uma política de justiça social e de direitos humanos, no seu país, e que quando tomou posse a 01 de janeiro "prometeu inverter o deslize dos direitos humanos do Brasil, afastando-se das políticas autoritárias do seu antecessor, Jair Bolsonaro".
"Aparentemente, isso não se aplica às relações da Administração Lula com a China. Suponho que o autoritarismo e os abusos estão bem quando estão a acontecer a outras pessoas?", reforçou a HRW.
Pequim é acusado de encerrar massivamente os uigures, uma comunidade de maioria muçulmana do oeste da China, em vastos campos de trabalho, inclusivo na região de Xinjiang.
Vários países ocidentais acusam Pequim de deter nos últimos anos, em campos de reeducação, sob forte vigilância, um milhão de uigures, uma minoria de origem muçulmana, além de membros de outros grupos étnicos da região.
"Pequim está também a esvaziar a língua, cultura e religião dos tibetanos, e desmantelou rapidamente as liberdades de Hong Kong", acusou a HRW.
Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado a partir de 1997 um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas".
"Em toda a China, as autoridades estão a fazer um controlo ideológico e social, prendendo, assediando e intimidando qualquer pessoa que critique a administração. O Governo chinês há muito que proibiu os sindicatos de trabalhadores independentes", recordou a organização não-governamental.
A administração anterior do Brasil, chefiada por Jair Bolsonaro, segundo a HRW, também não se pronunciou contra "os horrores" dos direitos humanos da China, só que Lula da Silva "parecia prometer algo diferente, algo talvez mais consentâneo com a obrigação constitucional de defender os direitos humanos na política externa"
"Onde estava esse espírito em Pequim na semana passada?", questionou a HRW.
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China. Empresas proibidas de negociar com fabricantes de armas dos EUA
© Reuters
POR LUSA 18/04/23
A China revelou hoje novos detalhes das sanções anunciadas anteriormente contra dois fabricantes de armas dos EUA, incluindo a proibição de empresas chinesas realizarem negócios com a Lockheed Martin e a Raytheon Technologies.
Em fevereiro, Pequim tinha imposto sanções comerciais e de investimento às fabricantes de equipamento de defesa norte-americanas Lockheed Martin e Raytheon Technologies, pela venda de armamento a Taiwan, intensificando os esforços para isolar o território, que considera uma província sua.
O Ministério do Comércio da China referiu hoje, em comunicado, que as sanções incluem a proibição de exportações e importações pelas duas empresas de e para a China, "para evitar que produtos chineses sejam utilizados nos seus negócios militares".
A mesma fonte, citada pela agência Associated Press (AP) acrescentou que devem ser "fortalecidas as diligências necessárias do sistema de conformidade para verificar as informações das transações".
As empresas chinesas também não devem conduzir negócios com as duas empresas conscientemente, quer na importação, exportação ou transporte de produtos.
Não ficou claro o impacto imediato que as sanções podem ter, mas as restrições às importações e exportações podem prejudicar as duas empresas.
Os Estados Unidos proíbem a maior parte das vendas de tecnologia relacionada com armas para a China, mas alguns fornecedores militares também têm negócios civis no setor aeroespacial e em outros mercados.
Em setembro, a Raytheon Missiles and Defense recebeu um contrato de 412 milhões de dólares (cerca de 475 milhões de euros) para atualizar o radar militar taiwanês, como parte de um pacote de 1.100 milhões de dólares (cerca de 1.000 milhões de euros) de vendas de armas dos EUA para a ilha.
Taiwan compra a maioria das suas armas aos EUA, que é seu maior aliado não oficial.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
Nos últimos anos, a China tem enviado com frequência caças e navios de guerra em direção à ilha, cercando-a em diferentes momentos numa campanha de pressão militar e intimidação.
As sanções de Pequim também proíbem os executivos seniores de ambas as empresas de viajar para a China ou trabalhar lá.
Pequim anunciou, em 2019, a criação da lista de "entidades não confiáveis", em resposta às restrições impostas pelos EUA contra o grupo de telecomunicações Huawei.
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Um morto e vários feridos em desabamento de estacionamento em Nova Iorque
© Noticias ao minuto
Notícias ao Minuto 18/04/23
Os bombeiros locais estão a realizar buscas, uma vez que existiram relatos de pessoas que ficaram presas no interior da estrutura.
Pelo menos uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas na sequência do desabamento de um estacionamento, na tarde desta terça-feira, em Manhattan, Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Segundo a CBS News, que cita as autoridades, o segundo andar terá desabado sobre o primeiro.
A estação de televisão cita ainda uma jovem estudante da Universidade de Pace, próxima do local do incidente, que afirmou que se ouviu "um grande barulho e um grande estrondo", tendo o estabelecimento escolar sido evacuado de seguida e as aulas canceladas.
A CBS News avança ainda que o exterior da estrutura ainda está de pé, mas a frente da fachada do edifício cedeu e corre o risco de desabar.
Os bombeiros locais estão a realizar buscas, uma vez que existiram relatos de pessoas que ficaram presas no interior da estrutura.
As autoridades pediram aos residentes que evitassem toda a área próxima às ruas Ann e Nassau.
Imagens partilhadas pelos meios de comunicação social locais mostram um cenário de destruição com vários carros empilhados uns sobre os outros.
#ÚltimaHora | Se reporta el derrumbe de un estacionamiento de Manhattan, en Nueva York; habría al menos tres personas atrapadas. pic.twitter.com/Vmag5zQUuB
— Diario del Istmo (@diariodelistmo_) April 18, 2023
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Sete mil soldados ucranianos desaparecidos. Quase metade terá morrido... A maioria estará sob cativeiro russo, estima o governo ucraniano.
© Muhammed Enes Yildirim/Anadolu Agency via Getty Images
Notícias ao Minuto 18/04/23
Mais de sete mil ucranianos foram dados como desaparecidos desde o início da invasão russa da Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, anunciou, esta terça-feira, o Ministério para a Reintegração de Territórios Ocupados Temporariamente.
Segundo Oleg Kotenko, comissário do departamento responsável pelas pessoas desaparecidas, estima-se que cerca de 60-65% dos soldados desaparecidos estejam em cativeiro russo, enquanto os restantes podem já ter morrido.
“Esperamos que as pessoas que procuramos estejam de facto capturadas e não mortas”, disse o responsável, citado pelo jornal ucraniano The Kyiv Independent.
Esta manhã, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que a Ucrânia já recuperou mais de dois mil prisioneiros de guerra do cativeiro russo. “Desde 24 de fevereiro, a Ucrânia recuperou 2.235 homens e mulheres ucranianas do cativeiro russo. Lembramo-nos de todos. Vamos trazer todos e cada um deles”, assinalou na plataforma Telegram.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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Governo alemão anuncia entrega de sistema de defesa Patriot a Kyiv
© Christophe Gateau/picture alliance via Getty Images
POR LUSA 18/04/23
A Alemanha entregou um sistema de defesa aérea Patriot e mísseis à Ucrânia, bem como 16 camiões Zetros e dois veículos de proteção de fronteira, de acordo com a atualização semanal do Governo alemão divulgada esta terça-feira.
O 'site' oficial do Governo federal da Alemanha listou esta terça-feira um sistema de defesa Patriot entre os itens militares entregues na semana passada à Ucrânia.
Berlim tinha prometido fornecer a Kyiv uma bateria Patriot em janeiro, após o compromisso de Washington de enviar o sistema fabricado nos EUA, com os Países Baixos a juntarem-se aos esforços de apoio militar mais tarde, noticiou o portal de notícias Kyiv Independent.
Também a agência Associated Press (AP) noticiou esta entrega de armamento alemão, assinalando a chegada à Ucrânia de algumas das armas mais importantes pedidas por Kyiv.
A Ucrânia tem pressionado pela entrega de Patriots e outros sistemas de defesa aérea aos seus aliados ao longo dos últimos meses, sendo que o da Alemanha parece ter sido o primeiro a chegar.
O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yurii Ihnat, recusou-se a confirmar esta terça-feira que um sistema Patriot está na Ucrânia, de acordo com o 'media' local RBC-Ucrânia.
Ihnat sublinhou que receber os mísseis será um evento marcante, permitindo que os ucranianos derrubem alvos russos a uma distância maior.
O sistema Patriot é a arma de defesa antiaérea mais avançada do arsenal dos EUA. Uma bateria Patriot tem entre quatro a oito lançadores projetados para quatro mísseis cada.
Os patriotas visam melhorar significativamente a defesa das cidades ucranianas e infraestrutura crítica contra ataques regulares de mísseis russos.
O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, destacou em 30 de março que 65 soldados ucranianos completaram o treino em sistemas Patriot em Fort Sill, Oklahoma, e regressaram à Europa.
A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise mais grave de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O número de baixas civis e militares não é conhecido, mas diversas fontes, incluindo a ONU, dizem que será muito elevado.
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Ministro da Defesa: “INSEGURANÇA NO GOLFO DA GUINÉ É UMA AMEAÇA ÀS COMUNIDADES COSTEIRAS”
O ministro da Defesa BuNacional, Marciano Silva Barbeiro, afirmou esta terça-feira, 18 de abril de 2023, que o Golfo da Guiné tornou-se no centro de crime marítimo, registando uma crescente insegurança que afeta o comércio marítimo e ameaça as comunidades costeiras.
“A zona económica exclusiva da região do Golfo da Guiné, abrange cerca de 3,3 milhões de quilómetros quadrados. Apesar de imenso potencial, aquela região não dispõe de meios, por isso a sua vulnerabilidade acabou por ser profundamente assolada pela criminalidade organizada que se deslocou do Índico para o Atlântico, tornando aquela zona no centro do crime marítimo”, disse.
O governante falava na cerimónia de abertura da Conferência de Segurança Marítima no Golfo da Guiné e as suas implicações na segurança nacional da Guiné-Bissau, que decorre nos dias 18 e 19 do mês em curso numa das unidades hoteleiras de Bissau.
A conferência realizada pelo Instituto da Defesa Nacional e cofinanciada pela União Europeia, reúne cerca de 50 participantes de diferentes instituições, designadamente, dos ministérios da Defesa, das Pescas, do Instituto Marítimo Portuário, das Forças de Defesa e Segurança e alguns académicos bem como elementos das organizações da sociedade civil.
Silva Barbeiro disse que a região do Golfe da Guiné produz cerca de 70 por cento do petróleo e o gás natural de toda África e reveste-se de uma grande importância para a segurança energética ocidental, pois a sua proximidade aos dois principais consumidores mundiais da energia, América do Norte e Europa Ocidental, reduz os custos de transporte e permite-lhes uma alternativa na sua estratégia de diversificação de importações de hidrocarbonetos do Médio Oriente e da Rússia.
“Falar hoje do Golfo da Guiné é falar da geopolítica que se estende de Cabo verde a Angola, como sendo uma das mais movimentadas rotas marítimas do mundo e estima-se em mais de 1500 os movimentos diários e 6 mil quilômetros de litoral, englobando três vastas regiões geográficas, políticas e econômicas da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da África Central e a Comissão do Golfo da Guiné, totalizando assim mais de 500 milhões de habitantes e uma diversidade étnica cultural e religiosa impressionante”, sublinhou.
Para o embaixador da União Europeia (UE), ArtisBertulis, a sua organização pretende apoiar os estados membros costeiros e organizações regionais na arquitetura de segurança marítima construída para a região.
Adiantou que é preciso atualizar a visão estratégica de forma a incluir a diversidade de riscos e ameaças à segurança das águas do Golfo da Guiné, com especial atenção à pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, bem como o aumento do narcotráfico que atinge o oeste do Golfo.
Por seu lado, o presidente do Instituto Nacional da Defesa, Braima Camará, informou que a instituição que dirige realiza uma conjugação de saberes específicos em matéria de segurança marítima e as suas implicações para a segurança nacional, já que a Guiné-Bissau é um país costeiro com mais de 80 ilhas.
Acrescentou que 70 por cento do planeta terra é coberto de água e 80 por cento da população vive a menos de 100 milhas náuticas da costa.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A