O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, considerou uma “bagunça” as iniciativas de diferentes formações políticas que depositaram coroas de flores em homenagem aos heróis nacionais no Mausoléu Amílcar Cabral, tendo afirmado que doravante “nenhum partido político depositará coroas de flores na Fortaleza São João de Amura, enquanto estiver em funções como Chefe de Estado da Guiné-Bissau”.
Embaló fez estas ccrítica esta sexta-feira, 20 de janeiro de 2023, em declarações aos jornalistas depois da tradicional cerimónia de deposição de coroas de flores no mausoléu Amílcar Cabral e nas campas de outros combatentes da liberdade da pátria, nas instalações da fortaleza de São João de Amura, assinalando o dia dos heróis nacionais.
O chefe de Estado fez-se acompanhar pelo ministro da defesa e dos combatentes, Marciano Silva Barbeiro, pelosmembros do seu gabinete, tendo sido recebidos pelo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, General Biague Na N’Tan, e pelos chefes de diferentes ramos do exército guineense.
Embaló assegurou que o ato de deposição de coroa de flores nesta data é exclusivamente do Estado. Acrescentou que depois da independência, o PAIGC nunca confundiu o Estado com o partido, razão pela qual entregou a arma e bandeira à nação guineense.
“Este é o último ano da desordem e bagunça. Será colocado um ponto final no Mausoléu Amílcar Cabral. A partir de hoje, enquanto Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, o ato da deposição de coroas de flores é reservado unicamente ao Estado. Todos os partidos vêm depositar coroa de flores, porque viram o PAIGC, o MADEM G-15 e o PRS fazer esse ato.
Para evitar essa bagunçada, doravante o ato será reservado apenas ao Estado que é a entidade exclusiva para homenagear os heróis nacionais da Guiné-Bissau. Os partidos políticos podem fazer essas homenagens nas suas sedes”, advertiu.
O chefe de Estado revelou que há um projeto de transformar o aquartelamento de São José de Amura em Museu Nacional, que permitirá aos cidadãos e partidos políticos depositarem coroas de flores nas campas dos heróis nacionais. Frisou que, enquanto o espaço continuar a albergar o Estado-Maior General das Forças Armadas, será reservado para a dignidade de Estado.
Questionado sobre o que deve ser feito para acabar com males que ocorreram no país nos últimos 50 anos, respondeu que a Guiné-Bissau é um país que passou por uma luta de libertação, razão pela qual a cultura de violência reinou durante algum tempo devido amomentos políticos conturbados e menos felizes vividos.
Acrescentou que os males vieram dos partidos políticos, sublinhando que “os tais males foram protagonizados por pessoas que diziam ser democratas, o que o leva, por vezes, a questionar, se vale a pena continuar a fazer eleições no país”.
“Desde 1994, José Mário Vaz é o único Presidente da República que terminou o mandato no país, graças aos homens das forças armada. Quero contar-vos um segredo que nunca tiveram a oportunidade de ouvir. Existem algumas pessoas na esfera pública guineense pertencentes aos partidos políticos, que nem podem imaginar, que foram à casa de Biaguê Na N’Tan, pedindo-lhe para promover um golpe de estado contra o José Mário Vaz. Vejam a gravidade da situação do país que temos”, revelou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A