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POR LUSA 18/08/23
Dacar, 18 ago 2023 (Lusa) - O líder da oposição no Senegal e anunciado candidato presidencial Ousmane Sonko recuperou a consciência após na quinta-feira ter sido internado nos cuidados intensivos, anunciou hoje o porta-voz do seu partido.
Ousmane Sonko "permanece nos cuidados intensivos sob vigilância médica e policial e o seu estado de saúde continua a ser muito preocupante", acrescentou o porta-voz do Partido do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade (Pastef), Ousseynou Ly, em declarações à agência France-Presse.
As autoridades do Senegal não se pronunciaram sobre o seu estado de saúde atual, mas anteriormente tinha questionado se Sonko estaria realmente em greve de fome.
O Pastef, dissolvido desde 31 de julho pelo Governo senegalês depois de acusado de insurreição, recordou na quinta-feira que Sonko estava no seu 19.º dia de greve de fome, iniciado para protestar contra a sua detenção.
"O Presidente Macky Sall, o seu ministro da Justiça, o seu ministro do Interior e todos os implicados nesta perseguição desumana, que acabaram de colocar em perigo a vida do líder da oposição, serão plenamente responsáveis por tudo o que ocorra", acrescenta-se no comunicado.
No texto divulgado na quinta-feira, o Pastef faz ainda um "apelo aos militantes, simpatizantes e a todo o povo senegalês para que se levante e exija a libertação imediata e incondicional do presidente Sonko, da sua família e de todos os detidos políticos".
O partido já tinha anunciado no dia 06 a hospitalização de urgência de Sonko e tinha responsabilizado Macky Sall e o seu regime.
Sonko foi detido em 28 de julho e encontra-se em prisão preventiva desde 31 de julho, dia em que o Ministério do Interior anunciou igualmente a dissolução do seu partido.
Desde a sua detenção que eclodiram tumultos em Dacar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.
O popular líder da oposição denunciou a "instrumentalização" da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições, previstas para 2024.
Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredicto que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.
Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neo-colonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.