quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Após golpe de Estado, TAP adia voo de hoje para a Guiné-Bissau... O voo partiria de Lisboa às 14h40 com destino a Bissau e está agora previsto para sexta-feira à mesma hora. Segundo a companhia aérea, os passageiros já foram informados desta alteração.

© Shutterstock noticiasaominuto.com com Lusa   27/11/2025 

A TAP adiou para sexta-feira o voo previsto para esta quinta-feira para a Guiné-Bissau, um dia depois de os militares terem tomado o poder naquele país africano, informou fonte oficial da companhia aérea. 

O voo partiria de Lisboa às 14h40 com destino a Bissau e está agora previsto para sexta-feira à mesma hora.

Segundo a companhia aérea, os passageiros já foram informados desta alteração.

A TAP opera três voos semanais para Bissau, à terça-feira, quinta-feira e sábado, segundo o 'site' da transportadora.

Os militares guineenses anunciaram na quarta-feira ter tomado o poder, um dia antes de a Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau anunciar o resultado das eleições gerais, realizadas no domingo.

O general Horta Inta-A foi hoje empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense, um dia depois de os militares terem tomado o poder.

A informação está a ser veiculada nas redes sociais de meios de comunicação guineenses, nomeadamente a Televisão da Guiné-Bissau (TGB).

Atos consulares estão suspensos na Embaixada de Portugal em Bissau

 A Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau informou hoje que estão suspensos os atos consulares agendados, devido à situação política no país africano, com a tomada do poder por um comando militar.

Nos canais oficiais, a Embaixada portuguesa informa "que, tendo em conta a atual situação de segurança, se encontra temporariamente suspensa a realização dos atos consulares agendados na Secção Consular".

De acordo com a informação disponibilizada, "os atendimentos afetados serão reagendados para a primeira oportunidade possível, logo que as condições o permitam".

A embaixada ressalva que "a Secção Consular mantém-se em funcionamento para efeitos de apoio consular de emergência aos cidadãos portugueses".

Na mesma nota informativa, a Embaixada de Portugal em Bissau indica que "continua a acompanhar de perto a situação de segurança na cidade de Bissau" e reitera "a recomendação de prudência e vigilância, bem como de evitar deslocações desnecessárias".

A representação diplomática portuguesa lembra que "de acordo com o comunicado emitido em nome do 'Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública', todas as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas da Guiné-Bissau encontram-se encerradas, tendo sido também estabelecido um recolher obrigatório entre as 19:00 e as 06:00".

Sublinha ainda que "estas medidas produzem efeitos imediatos e permanecerão em vigor até indicação em contrário pelas autoridades competentes".

Os militares tomaram hoje o poder na Guiné-Bissau, depois de um tiroteio que durou cerca de meia hora, segundo um comunicado das Forças Armadas guineenses.

O comunicado foi lido na televisão estatal guineense TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N´Tchama, que informa que os militares assumiram a liderança do país.

Na comunicação informa-se que foi "instaurado pelas altas chefias militares dos diferentes ramos das Forças Armadas, o Alto Comando Militar para a restauração da segurança nacional e ordem pública" e que o mesmo "acaba de assumir plenitude dos poderes de Estado da República da Guiné-Bissau".

O Alto Comando Militar informa que depôs o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló e que encerrou, "até novas ordens, todas as instituições da República da Guiné-Bissau".

Informa ainda que estão suspensas "as atividades de todos os órgãos de comunicação social", assim como decidiu "suspender imediatamente o processo eleitoral em curso".

Os guineenses votaram no domingo em eleições gerais, presidenciais e legislativas, tendo sido anunciada para quinta-feira a divulgação dos resultados, com o candidato da oposição Fernando Dias a reclamar vitória na primeira volta contra o atual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que concorreu a um segundo mandato.

O comunicado explica que se trata de uma reação "à descoberta de um plano em curso de destabilização do país", atribuído a "alguns políticos nacionais com a participação de conhecidos barões de droga nacionais e estrangeiros".

Segundo os militares, o plano consistiria ainda na "tentativa de manipulação dos resultados eleitorais" das eleições gerais de domingo.

O Alto Comando Militar acrescentada que "foi descoberto pelo Serviço de Informação de Estado um depósito de armamento de guerra" destinado à "efetivação desse plano".

O Alto Comando Militar exercerá o poder do Estado a contar da data de hoje "até que toda a situação seja convenientemente esclarecida e respostas as condições para o pleno retorno à normalidade constitucional".

Os militares apelam "à calma, à colaboração dos guineenses e compreensão de todos perante" o que classificam como "grave situação imposta por uma emergência nacional".

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