Por LUSA
"Governo brasileiro recebe, com preocupação, a declaração do 'Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e da Ordem Pública' em que afirma haver assumido o poder na República da Guiné-Bissau", frisou na quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores do Brasil no comunicado intitulado de "Golpe de Estado na Guiné-Bissau".
Na mesma nota, o Governo brasileiro lamentou "a suspensão arbitrária das eleições legislativas e presidenciais" e apelou "a todas as forças políticas da Guiné-Bissau que busquem a via do diálogo pacífico com vistas ao retorno à ordem constitucional".
Num comunicado, lido na quarta-feira à tarde na televisão estatal, militares anunciaram a tomada do poder na Guiné-Bissau, após um tiroteio que durou cerca de meia hora.
O autodenominado Alto Comando Militar informou que depôs o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e que encerrou, "até novas ordens, todas as instituições da República da Guiné-Bissau".
Informa ainda que estão suspensas "as atividades de todos os órgãos de comunicação social", assim como decidiu "suspender imediatamente o processo eleitoral em curso".
Os guineenses votaram no domingo em eleições gerais, presidenciais e legislativas, tendo sido anunciada para hoje a divulgação dos resultados, com o candidato da oposição Fernando Dias a reclamar vitória na primeira volta contra o atual Presidente, que concorreu a um segundo mandato.
Os militares disseram reagir "à descoberta de um plano em curso de destabilização do país", atribuído a "alguns políticos nacionais com a participação de conhecidos barões de droga nacionais e estrangeiros".
O plano consistiria ainda na "tentativa de manipulação dos resultados" das eleições gerais de domingo.
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As missões de observadores eleitorais internacionais condenaram a tentativa flagrante de perturbar o processo democrático e os avanços alcançados até agora na Guiné-Bissau. Em comunicado, solicitaram à União Africana e à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que tomem medidas necessárias para restaurar a ordem constitucional.
“Exprimimos preocupação com a detenção de altos oficiais, incluindo responsáveis pelo processo eleitoral. Instamos as forças armadas a libertar imediatamente os oficiais detidos, para permitir que o processo eleitoral do país prossiga até à sua conclusão”, afirmaram os observadores internacionais numa declaração conjunta assinada pelos chefes das missões presentes no país, nomeadamente da CEDEAO, União Africana e Fórum dos Anciãos da África Ocidental, consultada pela redação do Jornal O Democrata....
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