Por Raizynho André Bissailé 18/04/2025
Nos últimos dias, milhares de jovens têm deixado a cidade com destino à ilha de Bubaque. Muitos sem planeamento, sem dinheiro suficiente para estadia, mas determinados a participar em festas e batucadas.
Quando ouviram rumores de aumento no preço dos bilhetes, logo se organizaram para fazer marcha. Não para exigir melhores condições de vida, educação ou saúde... mas para garantir a ida à festa. Isso é preocupante.
Hoje em dia, sexo virou moda, o consumo de bebidas alcoólicas está a banalizar-se, e o uso de drogas cresce a cada dia. A chamada “batucada”, que podia ser uma expressão cultural positiva, está a ser usada por muitos como desculpa para viver sem rumo.
Muitos jovens já não têm compromisso com a vida. Passam os dias nas ruas, vivem de aparências e querem apenas “curtir”. Têm cama para deitar, mas preferem a rua.
E enquanto isso, oportunidades de formação profissional e crescimento pessoal são desperdiçadas. Existem centros e ONGs a oferecer cursos técnicos, mas poucos aproveitam. A prioridade, para muitos, é mostrar uma vida falsa nas redes sociais.
Nem tudo está perdido. Ainda existem jovens sérios, trabalhadores, estudantes dedicados e sonhadores com projetos de mudança. Mas, infelizmente, essa ainda é a minoria.
Precisamos refletir: que tipo de geração estamos a formar? A Guiné-Bissau precisa de jovens conscientes, preparados e responsáveis. A mudança começa com cada um de nós.
Besna André Bissailé
Ativista Social Bissau,
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