quinta-feira, 16 de setembro de 2021

"O CIRCO DE NOME RTP ÁFRICA!

Por Jorge Herbert

Já tenho denunciado vezes sem conta a linha editorial da RTP África, um canal financiado pelos contribuintes portugueses e quiçá através de Acordos de Cooperação, que insiste em querer travestir-se em instrumento ora de propaganda, ora de anti-propaganda política, em quase todos os acontecimentos relativos à minha pátria-mãe Guiné-Bissau.

Desta feita, a linha editorial da RTP ÁFRICA fez questão de intencionalmente assumir ser-se ignorante, ao ponto de não perceber ou não querer perceber a diferença entre o CELEBRAR um acontecimento numa data diferente daquela que marca o acontecimento, independentemente do motivo, com a “MUDANÇA” da data do dia da independência!

Engane-se quem achar que foi por ignorância ou lapso que a notícia foi veiculada dessa forma, no seu componente visual, enquanto que, no seu componente áudio, ter sido bem explicado! O circo está montado e a necessidade de exibição da macacada é mais forte que eles, talvez mandados por um acrobata político ou de um certo lobbie português com interesses económicos na Guiné-Bissau e, se repararem, o palhaço animador de serviço é sempre o mesmo a dar a cara e a voz...

Dizia eu que o circo está montado para cumprir uma agenda e para animar os guineenses política e culturalmente alienados e aqueles que, pese embora não estarem imbuídos dessa alienação, consomem informações veiculadas por qualquer órgão, sem antes “mastigá-la”. Para além desses conterrâneos, a empreitada desse circo conta com a plateia dos portugueses ignorantes em relação à política dos PALOP’s e que têm a imagem estereotipada de África,  principalmente das antigas colónias “que eram nossas, até aqueles macacos tomarem conta daquilo e estragarem tudo...” Destes dois últimos grupos, limito-me apenas a sentir alguma pena, porque não é nada fácil mudar a cabeça de quem andou anos a viver na ignorância! Mas, em relação aos guineenses política e culturalmente alienados e saudosistas, muitos até com formação universitária, sinto um misto de nojo é pena, porque são uns autênticos barcos a vela, levados pelo vento, sem qualquer timoneiro a mostrar-lhes o caminho e sem terem consciência do Porto em que partiram...

Tenho mais dificuldades em perceber e aceitar o motivo pelo qual os políticos portugueses não tenham adiado nem suspenso as comemorações do 25 de Abril em pleno pico da Pandemia, arriscando a saúde e a vida de toda a população, do que os motivos apresentados pelo Presidente da República da Guiné-Bissau, para adiar a comemoração do dia da Independência do país, conquistada com sangue e suor de muitos guineenses, curiosamente contra aqueles que acham que aquilo era deles...

O circo esse não será desmontado tão cedo, enquanto um determinado lobbie português não ter mãos sobre os nossos recursos naturais e humanos, a preço de chuva. E, obviamente, o palhaço de animação será sempre o mesmo alienado de um outro PALOP. Resta-nos apenas esperar os espetáculos, palhaçadas e macaquices seguintes que, por enquanto, até podem ser gratuitos aos guineenses.

Jorge Herbert

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