Por jn.pt/mundo
O presidente da Tanzânia, John Magufuli, morreu aos 61 anos devido a doença cardíaca, informou a vice-presidente do país, Samia Suluhu, numa mensagem televisiva dirigida ao país.
John Magufuli, que não aparecia em público desde 27 de fevereiro, dando azo a vários rumores sobre a sua saúde, morreu em Dar es Salam, capital económica de Tanzânia, precisou SamiaSuhulu.
A vice-presidente da Tanzânia tinha já dado indicações na segunda-feira de que o chefe de Estado poderia estar doente ao apelar à "unidade" dos tanzanianos "através da oração".
Há semanas que circulavam rumores sobre a saúde de Magufuli, que davam conta de que teria procurado ajuda médica no estrangeiro, depois de ter sido infetado com o novo coronavírus, de acordo com a oposição no país.
Magufuli, que foi visto pela última vez em público em 27 de fevereiro, negava a existência do novo coronavírus no país, afirmando que a Tanzânia estava "livre" de covid-19, em virtude das orações dos tanzanianos.
O "corona[vírus] é o diabo e não pode sobreviver no corpo de Cristo", afirmou em março de 2020 o presidente, pouco depois da deteção do primeiro caso de covid-19 no país.
A Tanzânia não publica quaisquer números oficiais sobre a doença desde o final de abril de 2020, tendo deixado o número de infeções estagnado em 509, 21 das quais terminaram em mortes.
Em junho de 2020, o chefe de Estado declarou que a pandemia tinha sido superada no país, graças à intervenção divina.
A última grande controvérsia levantada por Magufuli sobre a covid-19 teve lugar no final de janeiro, e relacionou-se com as vacinas.
"Temos de nos manter firmes. A vacinação é perigosa. Se o homem branco fosse capaz de criar vacinas, então já teria encontrado uma vacina contra a sida, já teria encontrado uma vacina contra a tuberculose, já teria encontrado uma vacina contra a malária e já teria encontrado uma vacina contra o cancro", disse na altura.
Em fevereiro, o chefe de Estado tanzaniano partilhou o mérito da intervenção divina na prevenção da covid-19 com o uso da máscara, encorajando, ainda que sem convicção, a sua utilização, quando o país era já incapaz de esconder uma onda de mortes, oficialmente atribuída à pneumonia, mas que terá como explicação uma forte vaga de contágios com a nova variante sul-africana do vírus.
Duas figuras proeminentes do país morreram, entretanto, por complicações associadas à pandemia, o primeiro vice-presidente do arquipélago semi-autónomo de Zanzibar, Seif Sharif Hamad, cujo partido confirmou que havia contraído covid-19, e o diretor-geral da administração pública, John Kijazi.
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