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"Quem são eles para sancionar, para se tentarem impor com a ameaça? Quem são? Basta! É por isso que decidi dar à embaixadora da UE em Caracas 72 horas para deixar o nosso país e exigir respeito da UE", disse Nicolás Maduro durante uma intervenção televisiva.
Maduro começou por explicar que a UE divulgou uma resolução "em que a supremacista UE sanciona aqueles venezuelanos que, formando parte de instituições do Estado, defendem a Constituição".
"Sancionaram a junta da direção da Assembleia Nacional 'opositora' porque negou-se a cumprir ordens da embaixada da UE em Caracas. Sancionaram um grupo de generais, um grupo de constituintes (membros da Assembleia Constituinte, composta unicamente por simpatizantes do regime)", disse.
Depois, o chefe de Estado questionou "qual o motivo", para responder: "Já basta do colonialismo europeu contra a Venezuela, da perseguição contra a Venezuela".
"Setenta e duas horas para que a embaixadora da União Europeia abandone o país. Já basta de intervencionismo colonialista, de 'supremacismo' e de racismo! Já basta!", enfatizou.
A UE sancionou esta segunda-feira 11 funcionários do Governo do Presidente Nicolás Maduro e de vários poderes públicos venezuelanos.
Os sancionados são acusados de "atuar contra o funcionamento democrático da Assembleia Nacional (parlamento) e de violar a imunidade parlamentar" dos deputados, inclusive do líder opositor e presidente daquele órgão, Juan Guaidó.
Foram sancionados os deputados Luis Parra, Franklyn Duarte e José Gregório Noriega.
Na lista estão também os procuradores Farik Mora e Dinorah Bustamante, o diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações, Jorge Márquez, o magistrado do Supremo Tribunal de Justiça Juan José Mendoza, o auditor das despesas públicas Elvis Amoroso, os membros da Assembleia Constituinte Tânia Díaz e Cladys Requena, e o secretário-geral do Conselho de Defesa da Nação, José Adelino Ornelas Ferreira.
Os sancionados estão proibidos de entrar no espaço europeu e os seus ativos ficam congelados.
A UE considerou ilegal a votação que levou à eleição de Luis Parra como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição a Maduro é maioritária.
"A suposta eleição de Luis Parra não foi legítima porque não respeitava os procedimentos legais e os princípios constitucionais democráticos", afirmou a UE.
"Os últimos desenvolvimentos agravaram ainda mais a contínua crise institucional e política na Venezuela e reduziram o espaço democrático e constitucional no país", acrescentou a UE, citada pela agência noticiosa AFP.
Isabel Brilhante Pedrosa exercia as funções de embaixadora da União Europeia na Venezuela desde fevereiro de 2018.
A entrega das cartas de acreditação da embaixadora teve lugar numa cerimónia, no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, transmitida pela televisão estatal venezuelana.
Enquanto Isabel Brilhante Pedrosa era recebida pelo Presidente Nicolás Maduro, a televisão estatal venezuelana destacava a assinatura de diversos acordos de cooperação entre Portugal e a Venezuela, ao longo de 11 reuniões da comissão mista de acompanhamento bilateral, particularmente na área do petróleo.
Entre 2008 e 2011, Isabel Brilhante Pedrosa, desempenhou as funções de cônsul-geral de Portugal em Caracas, período que coincidiu com o forte impulso político e económico das relações bilaterais, promovido pelos à data Presidente e líder da revolução bolivariana, Hugo Chávez (1954-2013), e primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.
A Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos (Assembleia Nacional) parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime, liderado por Luís Parra.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino do país, até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres. Guaidó conta com o apoio de quase 60 países.
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