quarta-feira, 8 de abril de 2020

O enigma dos 21 milhões de números de telefone desaparecidos na China

Relatos nas redes sociais davam conta de que perda de clientes poderia estar relacionada com mortes relacionadas com Covid-19, mas este cenário é afastado pelas próprias operadoras.


Desde que em finais do ano passado e início deste ano foi descoberto um novo vírus que o mundo tem olhado com atenção acrescida pela China. O primeiro caso identificado do novo coronavírus foi identificado precisamente neste país asiático, mas, face à mortalidade elevada em várias partes do globo, comparada com os números apresentados pelo governo chinês, muitos especulam se as estatísticas terão sido trabalhadas para esconder a realidade. 

Durante os últimos dias, nas redes sociais e entre alguma imprensa, um enigma tem posto ainda em maior evidência esta teoria. É que, entre janeiro e fevereiro, altura do pico pandémico na China, teriam desaparecido dos 'radares' das operadoras telefónicas 21 milhões de utilizadores.

Esta falta de explicação relativamente a estes dados, levou a que se pensasse que o número de mortes e contágios no país pudesse ser muito superior aos dados apresentados pelo governo, mas a 'teia' de dúvidas foi desfeita pela próprias operadoras.

Em declarações à Associated Press, um porta-voz de uma das três maiores operadoras confirmou o 'desaparecimento' dos utilizadores, mas referiu que este facto está, na maioria dos casos, relacionado com o cancelamento do serviço.

Na China, segundo o reportado, é comum uma pessoa utilizar vários cartões telefónicos, mas a crise económica causada pelo isolamento social imposto pelo governo local terá levado muitas pessoas a optarem por conter os custos considerados supérfluos. 

"Estes dados estão principalmente relacionados com a redução dos negócios e atividades resultantes do surto de Covid-19. Muitos consumidores na China possuem diversos cartões SIM e é comum que usem estes cartões secundários para este tipo de atividade [negócios e socialização]", explica uma representante de uma empresa de telecomunicações citada pela Associated Press.

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Encobrimento na China? Petição pede afastamento de diretor da OMS

Tedros Adhanom Ghebreyesus é acusado de ter desvalorizado surto de Covid-19 na China e de compactar com alegado encobrimento das autoridades chinesas relativamente ao número de casos no país.

TEDROS ADHANOM GHEBREYESUS

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial de Saúde, tem estado durante as últimas semanas sob fogo cruzado devido a suspeitas de que poderá ter compactuado com o encobrimento do número de casos na China.

Na Internet, existe já uma petição a decorrer para que o responsável máximo desta organização seja afastado das suas funções, alegando-se que compartilha responsabilidades ao ter desvalorizado o surto nesta país asiático.

O Daily Mail, num artigo publicado esta semana, lembra algumas declarações de Tedros em que este, em aparições públicas, apontava para o facto de não ser preciso suspender viagens de e para a China.

Em fevereiro, quando o governo chinês reportava mais de 17 mil casos confirmados e mais de 350 mortes por Covid-19, Tedros defendeu que não seriam necessárias medidas de contenção relativamente a viagens, algo que poderá ser entendido como uma falha grave relativamente ao papel que deve desempenhar.

"Não há necessidade de interferir com viagens e comércio, não somos necessários na tentativa de travar o crescimento de contágios pelo vírus", afirmou em fevereiro.

Martha McSally, senadora norte-americana, no início do mês, acusou mesmo o diretor da OMS de encobrimento, em declarações reproduzidas pelo site Politico.

"O encobrimento da origem do vírus causou mortes desnecessárias na América e no Mundo. A Organização Mundial de Saúde tem de parar de os encobrir. Penso que o doutor Tedros tem de afastar-se. Temos de tomar atitudes relativamente a isto. É simplesmente irresponsável e inconsciente aquilo que eles fizeram enquanto pessoas morriam pelo mundo fora", defendeu.


Agora, nas redes sociais, uma petição pede o afastamento de Tedros. O documento, já assinado por mais de 700 mil pessoas, acusando a OMS de não ser politicamente imparcial.

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