O Presidente da República, José Mário Vaz, afirmou esta quarta-feira, 23 de Agosto de 2017, que são os próprios guineenses que ‘mataram’ o país sonhado por Amílcar Lopes Cabral. Sem dar detalhes, o Chefe de Estado guineense, em alusão às ideologias de Cabral, insiste que só com as bolanhas, o país pode ter tudo de que precisa, sobretudo a auto-suficiência alimentar.
Nesse sentido, Vaz pede entendimento no seio dos guineenses, e desafia a população a pautar pela verdade e trabalho como caminho para desenvolver a Guiné-Bissau.
José Mário Vaz falava na cerimónia de despedida dos 510 peregrinos guineenses à cidade Santa de Meca, na Arábia Saudita, para cumprimento de um dos cinco pilares do Islão.
Falando perante os peregrinos, o presidente da república disse estar satisfeito com o trabalho realizado pelo comissariado para peregrinação e desfafia os muçulmanos, de regresso à Meca, a aplicarem o mesmo formato, trabalhando arduamente para construção da Guiné-Bissau. De acordo com José Mário Vaz, ninguém virá de outro lado para construir a pátria de Cabral, mas sim são os próprios guineenses que devem assumir o desenvolvimento do seu país.
Chefe de Estado exorta, contudo, aos peregrinos no sentido de pedirem a Deus, na cidade Santa de Meca, para abençoar a Guiné-Bissau e incutir na cabeça de todos os guineenses a cultura de trabalho, sendo que o momento não é de palavras, mas sim é de ação, ou seja, de “Mão Na Lama” (mão à obra). E, finalmente, desejou boa viagem à comitiva guineense à cidade Santa de Meca.
O Alto-Comissariado Nacional de Peregrinação, Botche Candé, lembra que a missão de comissariado de peregrinação é ajudar qualquer candidato à peregrinação, de acordo com a sua necessidade, para deslocar-se à cidade Santa de Meca.
“Temos 510 peregrinos, 370 conseguiram bolsas graças ao pedido de Presidente José Mário Vaz. 140 candidatos pagaram dois milhões e quinhentos mil de francos CFA cada e deste montante o Governo adicionou uma soma de 350 mil francos cfa a cada peregrino, portanto neste momento tudo está pago para que possam viajar sem problemas,” conclui Botche Candé.
O Coordenador da Comissão de Peregrinos Guineense, Dino Seide, assegura que na história da Guiné-Bissau, nunca houve a generosidade e afeção de Estado junto à comunidade muçulmana guineense.
Em nome dos peregrinos, Tcherno Baciro Cuncum, agradece o Chefe de Estado, Governo e a equipa de Alto Comissariado de Peregrinação da Guiné-Bissau, pelo gesto e a forma como organizou a viagem dos peregrinos, rumo à cidade Santa de Meca, onde vão pedir a Deus para abençoar a Guiné-Bissau e o povo em geral.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche
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