segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse hoje que vai conversar com os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, visando acabar com a "carnificina" da guerra na Ucrânia.
Guiné-Bissau: CEDEAO vai enviar "missão política de alto nível" a Bissau
Leia Também: Jurista guineense vinca que mandato atual do PR termina em fevereiro
Rússia prepara-se para conflito com a NATO "dentro de 10 anos"... A revelação foi feita pelo ministro da Defesa russo numa reunião em que Putin também esteve presente.
© Grigory Sysoev/Reuters Notícias ao Minuto 16/12/2024
O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, afirmou, numa reunião do ministério esta segunda-feira, que o país está a preparar-se para "múltiplos cenários", incluindo a possibilidade de um conflito com a NATO "dentro de dez anos", avançou a agência de notícias russa Interfax.
"A preparação para a guerra é indicada pelas decisões que foram tomadas na cimeira da Aliança do Atlântico Norte, realizada em julho deste ano. Isto também se reflete nos documentos doutrinários dos Estados Unidos e de outros países da NATO", afirmou Andrei Belousov.
Durante a cimeira de celebração do 75.º aniversário da NATO, em julho, a Ucrânia recebeu mais sistemas de defesa aérea, 43 mil milhões de dólares (40 mil milhões de euros) em financiamento, novos acordos bilaterais, passou a ter um representante da NATO em Kyiv e foi-lhes prometido que o caminho para a adesão é "irreversível".
Ainda na reunião desta segunda-feira, Belousov disse que a Ucrânia perdeu "quase um milhão de pessoas" desde o início da guerra. Um número muito superior aos dados fornecidos por Kyiv e pelos órgãos de comunicação social ocidentais.
O ministro russo anunciou também um projeto de criação de um ramo militar dedicado aos sistemas não tripulados, que deverá estar concluído no terceiro trimestre de 2025 - a Ucrânia já tem as Forças de Sistemas Não Tripulados desde setembro deste ano.
A reunião teve a intervenção do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que acusou o Ocidente de "empurrar a Rússia para uma linha vermelha" da qual o país não pode "continuar a recuar" e afirmou que a NATO está a aumentar a presença militar perto da fronteira russa e noutras regiões do mundo.
O jurista e analista político guineense François Dias disse hoje à Lusa que a interpretação jurídica sobre a data do término do mandato do atual Presidente do país não deixa dúvidas de que será a 27 de fevereiro próximo.
© Lusa 16/12/2024
Jurista guineense vinca que mandato atual do PR termina em fevereiro
O jurista e analista político guineense François Dias disse hoje à Lusa que a interpretação jurídica sobre a data do término do mandato do atual Presidente do país não deixa dúvidas de que será a 27 de fevereiro próximo.
Questionado pela Lusa, Dias, um dos assessores de Umaro Sissoco Embaló, disse entender a importância das "várias interpretações" que se fazem sobre o assunto, mas frisou que a "arquitetura normativa" em vigor no país - a Constituição e a Lei Eleitoral - "são claras" sobre o período do mandato presidencial.
"Tenho de vincar a interpretação jurídica porque é a interpretação jurídica que se aproxima [da] Constituição da República. A Interpretação política muitas vezes leva cada um a tirar partido da sua posição", declarou.
Em declarações anteriores, François Dias defendeu que Umaro Sissoco Embaló "tem feito interpretações políticas" sobre o assunto.
O também advogado, formado pela Faculdade de Direito de Bissau, esclarece a sua opinião com a argumentação de que Umaro Sissoco Embaló tomou posse, "de forma efetiva", no dia 27 de fevereiro de 2020, logo, disse, "é aí que se inicia o mandato".
"Devemos contar o mandato de cinco anos a partir da tomada de posse do Presidente da República, neste caso é a 27 de fevereiro [de 2020] e o término [acontece] no dia 27 de fevereiro de 2025", defendeu.
O Presidente guineense disse, em diversas ocasiões, que o seu mandato terminará no dia 04 de setembro de 2025, tendo como argumentação a data em que o Supremo Tribunal de Justiça, nas vestes de Tribunal Constitucional, se pronunciou sobre um contencioso eleitoral que se abriu na sequência das eleições presidenciais.
François Dias salientou que a Constituição guineense, no seu artigo 66º, e a Lei Eleitoral, nos artigos 98º e 182º, afirmam que o mandato do Presidente da República é de cinco anos e começa a contar com a posse do Presidente eleito.
O jurista disse não ter dúvidas sobre o que se prevê na legislação e reforçou que o novo Presidente deve tomar posse no dia do término do mandato do seu antecessor ou, no caso da vacatura, nos termos da Constituição.
François Dias lamentou, contudo, a posição do Supremo Tribunal de Justiça, que, volvidos sete meses e após ter publicado quatro acórdãos, viria a pronunciar-se sobre o contencioso eleitoral após a posse do Presidente eleito.
"O último acórdão, de 04 de setembro de 2020, apenas veio reconhecer a eficácia da tomada de posse do Presidente da República", ou seja, não alterou a contagem da data da posse de Sissoco Embaló, frisou.
O jurista disse nem querer pensar no que poderia ter sucedido no país caso o Supremo tivesse "dito que não era a pessoa que estava no palácio quem venceu as eleições".
François Dias considerou "salutar" a discussão a que se assiste na Guiné-Bissau sobre a data do término do mandato de Sissoco Embaló, o que considerou demonstrativo de que a interpretação da Constituição e das leis ordinárias "ainda não estão densificadas na sociedade" guineense.
O advogado apelou ao Presidente da República a que ouça "outras opiniões" e continue com o diálogo com a classe política para a busca de consensos, "já que se aproxima da data de 27 de fevereiro", para, desta forma, "salvaguardar a situação do país".
Apesar da insistência dos partidos da oposição e de vários setores da sociedade civil guineense, Sissoco Embaló tem repetido que o seu mandato apenas termina em setembro e que as eleições presidenciais vão acontecer em novembro de 2025.
Este é mais um episódio na crise política guineense, acentuada pela dissolução do parlamento por Sissoco Embaló em dezembro de 2023, sem que tivessem passado 12 meses após as eleições legislativas, como determina a Constituição, e ter formado um Governo de iniciativa presidencial.
Sissoco Embaló acabou por adiar as eleições legislativas antecipadas que tinha marcado para 24 de novembro, sem que tenha ainda indicado nova data, com a oposição a reclamar a marcação de eleições presidenciais.
Lamentamos a possível saída de três países na CDEAO.
São eles: Mali, Burkina Faso e Níger.
É assim a vida. Nada é estático, o mundo está sempre em constantes mudanças.
Esta é a primeira vez que um país deixa a CDEAO desde que foi estabelecida em 1975 para melhorar a integração económica e política na África Ocidental.
Os três países que partirão são membros fundadores, portanto isto é um enorme golpe para aquele que foi o grupo comercial mais desenvolvido de África.
No entanto, o nosso Presidente da República, já está no terreno a usar os seus bons ofícios. Dialogando com nossos irmãos, mostrando-lhes as vantagens de estarmos juntos na mesma comunidade.
Observação: numa parte, têm razão de ficarem ofendidos com a falta de solidariedade do grupo. Estando eles com séries problemas do terrorismo nas mãos. Quase que provocando a desintegração de países deles.
Acho que esta tomada de posição, servirá de lição no futuro para a CDEAO.
Esperamos que eles reconsiderarào as suas posições.
Que Deus ajude!!! Amén🤲🙏🤝
Com os melhores cumprimentos da página.
NATO reconhece que Rússia está a fazer "progressos graduais" na Ucrânia
© Getty Images LUSA 16/12/2024
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmou hoje que a Rússia está a fazer "progressos graduais" na Ucrânia, admitindo que a situação no campo de batalha "é difícil".
"A situação nos campos de batalha na Ucrânia continua a ser difícil e a Rússia está a fazer progressos, mesmo que sejam progressos graduais, mas, ainda assim, são progressos", disse numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro do Montenegro, Milojko Spajic, com quem se encontrou hoje na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
Rute acrescentou que, nas últimas semanas, assistimos a "ataques em grande escala contra a Ucrânia que mataram e aterrorizaram civis e atingiram infraestruturas críticas".
Além disso, lembrou o secretário-geral na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o próximo inverno poderá ser "o mais difícil" para a Ucrânia desde que a invasão em grande escala da Rússia começou, em 2022.
"Por isso, a Ucrânia precisa urgentemente do nosso apoio. Todos os aliados devem cumprir os compromissos assumidos na cimeira de Washington", sublinhou Rutte.
Na cimeira dos líderes da NATO realizada em Washington, em julho passado, os países aliados comprometeram-se a atribuir um total de 40 mil milhões de euros num ano para fornecer armas à Ucrânia.
Para evitar novos atrasos no envio de ajuda militar, que deixariam a Ucrânia numa situação ainda mais frágil, os aliados acordaram que a NATO assuma a direção de um centro de comando em Wiesbaden (Alemanha) para gerir também o envio de donativos internacionais de material para a Ucrânia e a coordenação das missões de formação dos seus militares.
Rutte referiu-se também hoje ao ataque com explosivos que no final de novembro causou danos materiais no canal Ibër-Lepenci que, localizado na aldeia de Varage, município de Zubin Potok (Kosovo), faz parte de uma rede de abastecimento de água que alimenta duas centrais termoelétricas a carvão.
A explosão não fez vítimas, mas os danos materiais provocaram interrupções temporárias no fornecimento de água potável e de energia elétrica.
Para o secretário-geral da NATO, este acontecimento mostra a "fragilidade da estabilidade" nos Balcãs Ocidentais.
"Agora, é essencial que os factos sejam apurados e os responsáveis prestem contas", defendeu.
Leia Também: Putin garante que tropas mantêm "iniciativa" em todas as frentes
Leia Também: Ucrânia: EUA e aliados pedem fim de ajuda da Coreia do Norte à Rússia
Mais de 16 mil civis ucranianos detidos em prisões russas
© Yan Dobronosov/Global Images Ukraine via Getty Images Lusa 16/12/2024
As autoridades da Ucrânia estimam em mais de 16.000 o número de civis detidos pelas forças armadas russas, mais de dois anos após o início do conflito no país, foi hoje divulgado.
O alerta foi feito pelo Provedor de Justiça e Comissário do parlamento ucraniano para os Direitos Humanos, Dimitro Lubinets, que afirmou que dados preliminares apontam para "mais de 16.000 civis ucranianos nas prisões russas".
Lubinets explicou que estas pessoas não podem ser incluídas nas trocas de prisioneiros de guerra acordadas regularmente entre Kyiv e Moscovo por serem civis.
Até à data, só foi possível trazer de volta para território ucraniano 168 pessoas nesta situação.
"Um número reduzido", reconheceu o responsável, notando os esforços de Kyiv para libertar estes detidos, que incluem jornalistas.
Lubinets acusou a Rússia de "calar a voz dos representantes dos meios de comunicação social" por todos os meios ao seu dispor, incluindo matá-los, segundo têm relatado as agências noticiosas ucranianas.
Um desses casos é o da jornalista ucraniana Victoria Roschina, recentemente dada como morta durante o cativeiro russo, desconhecendo-se ainda a causa da sua morte.
De acordo com os dados do Governo ucraniano, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, 3.767 soldados ucranianos conseguiram regressar a casa no âmbito de acordos de troca, bem como outros 168 civis através de "outros mecanismos".
Leia Também: Ucrânia: UE dá 'luz verde final' a 15.º pacote de sanções contra Rússia
Comunicado final Sessenta e seisª Cimeira Ordinária da CEDEAO 16 Dez, 2024
A MEDIAÇÃO DA UMARO SISSOCO EMBALÓ: UM PASSO DECISIVO PARA A NORMALIZAÇÃO ENTRE AES E CEDEAO
O Presidente Umaro Sissoco Embaló, um reconhecido especialista em questões de defesa e relações diplomáticas, desempenha um papel central na mediação que visa restabelecer as relações harmoniosas entre a Aliança dos Estados do Sahel (AES) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Com a sua experiência em diplomacia e a sua rede internacional adquirida em particular como antigo representante da Companhia de Investimento Africana da Líbia (Laico) na África Ocidental, o Sr. Embaló pôde com a sua experiência estabelecer um diálogo construtivo nesse contexto marcado por conflitos regionais.
Apesar da sua saída da CEDEAO, os estados membros da AES tomaram uma decisão histórica de manter as suas fronteiras abertas aos nacionais desta organização regional.
Este gesto forte, foi oficializado no dia 14 de Dezembro de 2024 em Bamako, pelo Presidente da Transição do Mali, General Assimi Goïta, reflecte um desejo de integração regional e de solidariedade africana.
Ao proclamarem uma área de livre circulação sem vistos, a AES garantem aos cidadãos da CEDEAO o direito de entrada, residência, estabelecimento e saída, mantendo os laços entre os povos, além das diferenças institucionais.
Este passo decisivo, que evidencia a procura de um equilíbrio entre a soberania nacional e a fraternidade regional, demonstra a relevância dos esforços de mediação empreendidos sob a liderança de figuras-chave como o Presidente Umaro Sissoco Embaló.
O seu empenho contribuirá para aliviar as tensões e abrir novas perspectivas para uma cooperação reforçada.
Iniciativas concretas para a integração
Durante a reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da AES, realizada em Niamey, a 13 de dezembro de 2024, sob a presidência de Sua Excelência Abdoulaye Diop, duas decisões importantes marcaram o ponto de viragem: a adoção de documentos de viagem e de identidade unificados e a confirmação da retirada irreversível da CEDEAO como Estados-Membros.
Estas medidas reflectem uma visão ousada de um espaço regional autónomo e integrado.
Ao mesmo tempo, os estados membros da AES estabeleceram mecanismos para preservar a sua soberania e, ao mesmo tempo, promover o comércio.
Permitindo livre circulação de veículos registados nos países da CEDEAO, sujeita ao cumprimento das normas nacionais.
Estas disposições pragmáticas facilitarão as interacções económicas e sociais, mantendo ao mesmo tempo um quadro jurídico harmonizado.
O papel central de Umaro Sissoco Embaló
Como intermediário influente, Embaló exercerá a sua experiência em matéria de relações internacionais para encorajar o diálogo e promover uma dinâmica de paz e cooperação.
Os seus esforços ilustram o seu compromisso com a estabilidade regional e com uma África unida. O seu envolvimento, na encruzilhada das questões de segurança e diplomacia, foi decisivo para aproximar posições por vezes antagónicas.
A política de livre circulação adoptada pela AES está em linha com o espírito da Carta Liptako-Gourma e com os ideais da União Africana, reafirmando o apego dos Estados-Membros a uma África emancipada e soberana.
Esta abertura das fronteiras aos cidadãos da CEDEAO demonstra um desejo de transcender as diferenças para construir um futuro comum, onde a solidariedade e a prosperidade partilhada se tornem os pilares de uma cooperação duradoura.
Graças aos líderes visionários como Umaro Sissoco Embaló, a África Ocidental está a embarcar numa nova era de diálogo e integração, onde as relações entre a AES e a CEDEAO poderão tornar-se um modelo para o continente.
Osendé Afana
Collectif des Panafricains pour Umaro Sissoco Embaló
Equipa Médica Albasar Internacional chega Bissau para consultas e cirurgias gratuitas em pacientes com cataratas. Os trabalhos começam a partir do dia 17 de Dezembro e, vão decorrer na Agência Internacional DirectAid em Bissau.
domingo, 15 de dezembro de 2024
Pelo menos 130 mortos e 385 baleadas em quase dois meses em Moçambique
© Lusa 15/12/2024
Pelo menos 130 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, segundo balanço feito este domingo pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, que aponta ainda 385 pessoas baleadas.
De acordo com o balanço daquela Organização Não-Governamental, com dados até 15 de dezembro, há registo de 3.636 detidos, cinco pessoas desaparecidas e mais de 2.000 feridos nas manifestações de contestação aos resultados anunciados das eleições gerais de 09 de outubro -- convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane -, que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional até 23 de dezembro.
Nos últimos dias, o caso mais mediático foi o do jovem baleado enquanto fazia imagens, em direto, de operações da polícia contra manifestantes na fronteira de Ressano Garcia, província de Maputo, que perdeu a vida no hospital, na noite de quinta-feira.
As imagens em direto do jovem que filmava operações da polícia contra manifestantes na fronteira de Ressano Garcia geraram a revolta popular nas horas seguintes, com os manifestantes a atearem fogo a infraestruturas.
No sábado, durante o funeral do jovem, foram registados novos confrontos com a polícia.
O jovem, produtor de conteúdos na internet, estava em direto na rede social Facebook quando foi alvejado, minutos após registar o momento em que as forças policiais dispararam para dispersar um grupo de manifestantes nas proximidades da principal fronteira entre Moçambique e África do Sul: Ressano Garcia.
"Estou a morrer", disse o jovem poucos minutos após ser alvejado no meio da estrada, enquanto a gravação continuava, entre gritos de populares que estavam no local e o som de mais disparos.
A Lusa tentou, sem sucesso, contactar a Polícia da República de Moçambique.
Os resultados das eleições de 09 de outubro anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) deram a vitória, com 70,67% dos votos, a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, mas precisam ainda de ser validados pelo Conselho Constitucional, última instância de recurso em contenciosos eleitorais.
Num dos seus últimos diretos a partir da rede social Facebook, Mondlane prometeu estar em Maputo para tomar posse como Presidente de Moçambique no dia 15 janeiro, data prevista para a tomada de posse do novo chefe de Estado.
Dois petroleiros russos naufragam no Mar Negro. Há o risco de derrame de milhares de toneladas de combustível
Greenpeace alerta que incidente pode ser "um dos maiores desastres ambientais provocados pelo homem no Mar Negro". Imagens a partir do interior de uma das embarcações mostram navio partido ao meio perante a ondulação intensa
Dois petroleiros russos estiveram envolvidos num acidente este domingo no estreito de Kerch, a passagem que liga o Mar Negro ao Mar de Azov, junto à costa oriental da península da Crimeia. Um dos navios partiu-se ao meio e o outro sofreu danos significativos, de acordo com o Ministério para Situações de Emergência da Rússia. As embarcações, construídas há mais de meio século e modificadas nos anos 90, não terão resistido à forte ondulação. Pelo menos um tripulante morreu, e teme-se que o incidente resulte num derrame de milhares de toneladas de combustível no mar.
Por volta do meio-dia, horário de Moscovo, a proa do petroleiro Volgoneft-212 partiu-se a oito quilómetros da costa, enquanto transportava 4.300 toneladas de óleo combustível. Treze dos tripulantes foram resgatados, segundo nota do Kremlin, que não divulgou detalhes adicionais sobre a única morte registada até ao momento.
Fontes dos serviços de resgate disseram à agência russa Interfax que a forte tempestade na região pode ter contribuído para erros de navegação por parte da tripulação.
O petroleiro Volgoneft-212, construído em 1969, foi originalmente projetado para navegar em águas interiores e rios. Contudo, nos anos 90, o navio foi modificado para permitir a navegação em mar aberto sob condições meteorológicas favoráveis. De acordo com o canal de notícias Baza, o capitão da embarcação foi hospitalizado e encontra-se em estado grave, apresentando sintomas de hipotermia e lesões na coluna após ter engolido água contaminada com óleo combustível.
Uma hora depois, o Volgoneft-239, construído em 1973 e também modificado nos anos 1990, ficou à deriva após sofrer danos significativos. O navio acabou por encalhar a 80 metros da costa com 14 tripulantes e uma grande carga de produtos petrolíferos a bordo.
A Greenpeace, considerada uma organização indesejável na Rússia desde 2023, alertou que o incidente deste domingo pode ser "um dos maiores desastres ambientais provocados pelo homem no Mar Negro". A organização, citada pelo jornal independente Meduza, afirmou que as condições adversas no mar podem dificultar o controlo do derrame.
O estreito de Kerch já foi palco de um incidente semelhante em 2007, quando outro petroleiro da classe Volgoneft, transportando 4.000 toneladas de fuelóleo, partiu-se ao meio durante uma tempestade, causando um derrame que contaminou dezenas de quilómetros de costa.
O Ministério para Situações de Emergência criou um centro operacional na região de Rostov-on-Don para coordenar os esforços de salvamento e mitigação do impacto ambiental. Entrentanto, o presidente Vladimir Putin já foi informado sobre a dimensão do derrame.
O incidente ocorreu um dia depois de as autoridades da Crimeia terem emitido um alerta, recomendando a suspensão de atividades marítimas devido aos ventos fortes.
Desde a imposição de sanções pela União Europeia contra as exportações de petróleo russo, a Rússia tem recorrido a uma "frota fantasma" de petroleiros, muitos deles obsoletos e registados em países offshore. Na semana passada, a União Europeia identificou 52 destas embarcações e aumentou para 79 o número de navios sujeitos a sanções.
Cerca de 200 militares das forças conjuntas de Moscovo e Pyongyang morreram ou ficaram feridos na região russa de Kursk, indicou este domingo a inteligência militar ucraniana, que atacou pelo menos um grupo de soldados norte-coreanos com 'drones'.
Kyiv repele primeiros ataques de soldados norte-coreanos em Kursk
Cerca de 200 militares das forças conjuntas de Moscovo e Pyongyang morreram ou ficaram feridos na região russa de Kursk, indicou este domingo a inteligência militar ucraniana, que atacou pelo menos um grupo de soldados norte-coreanos com 'drones'.
Kiev, 14 dez 2024 (Lusa) -- Cerca de 200 militares das forças conjuntas de Moscovo e Pyongyang morreram ou ficaram feridos na região russa de Kursk, indicou hoje a inteligência militar ucraniana, que atacou pelo menos um grupo de soldados norte-coreanos com 'drones'.
De acordo com o correspondente militar ucraniano Yuri Butusov, citado pela agência EFE, um batalhão de soldados norte-coreanos lançou no sábado um ataque às posições ucranianas perto de Malaya Loknia, apoiado pelas forças russas.
"O inimigo avançou, apesar das perdas e do fogo de artilharia, uma reminiscência da tática de 'ondas vivas' usada pelos exércitos norte-coreano e chinês durante a Guerra da Coreia de 1950/53", escreveu Butusov nas redes sociais.
Os soldados norte-coreanos conseguiram dominar algumas posições ucranianas na zona, graças ao facto de se deslocarem rapidamente e sem pararem para retirar os feridos, embora as forças ucranianas tenham contra-atacado com sucesso.
"O vídeo na posse do comando ucraniano mostra dezenas de cadáveres de soldados norte-coreanos. Ainda não é claro se algum foi capturado", acrescentou.
Butusov lembrou que as forças ucranianas repeliram os primeiros ataques dos norte-coreanos, mas precisam de "apoio máximo" com 'drones' e munições para travar "as vagas" de soldados inimigos.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já havia dado conta no sábado de ataques das tropas norte-coreanas que combatem junto da Rússia na região russa de Kursk, parcialmente ocupada pelo exército ucraniano em agosto.
"Há informações preliminares de que os russos começaram a usar soldados norte-coreanos em ataques -- em número significativo", disse Zelensky no seu 'briefing' diário.
Segundo Kiev, o Kremlin reuniu cerca de 50 mil soldados, incluindo 11 mil de militares norte-coreanos, para tentar recuperar o controlo total da região de Kursk.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram, entretanto, a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
ABUJA - NIGÉRIA! Os Chefes de Estado e de Governo reuniram-se hoje na 66ª Sessão Ordinária da CEDEAO, o encontro debate temas fundamentais para a cooperação regional e o desenvolvimento na África Ocidental.
Um 'drone' ucraniano atingiu este domingo um campus da Guarda Nacional Russa, na região da Chechénia, enquanto Kiev continua a contra-atacar após bombardeamento em massa de Moscovo.
© Lusa 15/12/2024
'Drone' ucraniano atinge Chechénia russa
Um 'drone' ucraniano atingiu este domingo um campus da Guarda Nacional Russa, na região da Chechénia, enquanto Kiev continua a contra-atacar após bombardeamento em massa de Moscovo.
Segundo avançou a Associated Press (AP), imagens publicadas nas redes sociais mostram um 'drone' (veículo aéreo não tripulado controlado remotamente) a sobrevoar a capital chechena, Grozny, a cerca de 800 quilómetros a sudeste da linha da frente na Ucrânia, antes de explodir. Nenhuma vítima foi reportada.
O líder da república russa da Chechénia, Ramzan Kadirov, confirmou que um 'drone' atingiu um local pertencente ao batalhão da polícia de choque Akhmat Grozny e disse que outros dois foram abatidos pelas defesas aéreas.
Segundo a AP, Kadirov terá prometido vingança contra as forças ucranianas e ordenado um ataque com mísseis contra instalações militares em Kharkiv, em retaliação pelo ataque, uma alegação que não foi ainda possível confirmar.
O Ministério da Defesa russo informou hoje que abateu 15 'drones' ucranianos, durante a noite, nas regiões de Kursk e Belgorod, bem como sobre o Mar Negro, não tendo referido o ataque em Grozny.
Um funcionário do serviço de segurança da Ucrânia disse também hoje à AP que os serviços de informações de Kiev levaram a cabo uma operação especial para cortar as rotas logísticas de abastecimento de combustível da Rússia, desde a Crimeia anexada até Zaporijia ocupada.
A operação, que decorreu no sábado, destruiu uma locomotiva e 40 vagões-cisterna, disse o responsável de segurança.
Uma operação de sabotagem terá feito explodir os carris da ferrovia enquanto o comboio estava em movimento, antes de os sistemas de lançamento de 'rockets' HIMARS reforçarem o ataque.
"Como resultado, um importante ramal ferroviário utilizado para abastecer as tropas russas foi colocado fora de serviço durante um longo período", disse o responsável, que pediu anonimato.
Os ataques de Kiev à Rússia no fim de semana, que também incendiaram um importante terminal petrolífero, no sábado, seguem-se a um bombardeamento em massa em toda a Ucrânia por Moscovo, na sexta-feira.
A Rússia disparou 93 mísseis de cruzeiro e balísticos e quase 200 'drones' contra o seu vizinho, destruindo a infraestrutura energética da Ucrânia.
Entretanto, a Rússia lançou 108 'drones' em toda a Ucrânia durante a noite, segundo a Força Aérea Ucraniana, detalhando que 56 foram abatidos pelas defesas aéreas, outros 49 desapareceram do radar depois de não terem conseguido atingir os seus alvos e mais três regressaram à Rússia.
O governador da região de Mykolayev, Vitaly Kim, disse que duas pessoas ficaram feridas como resultado do ataque, que também danificou as infraestruturas locais.
As tropas russas também continuam a avançar lentamente no leste da Ucrânia.
O Instituto para o Estudo da Guerra, um grupo de reflexão sediado em Washington, Estados Unidos (EUA), informou hoje que imagens geolocalizadas colocavam as forças russas dentro do colonato de Kurakhov, uma zona que as tropas de Moscovo sitiaram durante semanas.
A pressão agrava ainda mais a incerteza sobre como a guerra poderá desenrolar-se no próximo ano, com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que toma posse no próximo mês, a deixar dúvidas sobre se o apoio militar vital dos EUA a Kiev vai continuar.
Numa entrevista publicada na revista TIME, na quinta-feira, Trump disse ser contra permitir que a Ucrânia atingisse alvos em solo russo usando armas fornecidas pelos EUA.
Caminho de Luanda, a última esperança para o leste da RDC
Presidentes João Lourenço, de Angola (esq), Paul Kagame, do Ruanda (cen) e Felix Tshisekedi, da RDC, Luanda, 21 Fevereiro 2020. Por VOA Português
Luanda acolhe cimeira neste domingo
Luanda — Os presidentes do Ruanda, Paul Kagame, e da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, reúnem-se neste domingo, 15, em Luanda, sob mediação do Chefe de Estado angolano, para uma nova ronda de conversações visando pôr fim ao conflito no conturbado leste da RDC.
A expetativa de João Lourenço, observadores políticos e das partes envolvidas é que se caminhe no sentido da assinatura de um acordo de paz.
A dois dias do encontro, um jornal ruandês teceu fortes criticas ao chefe de Estado congolês a quem acusou de “propagar mitos” sobre a presença de tropas ruandesas na reigão leste do país vizinho.
Em entrevista à Voz da América aqui em Washington, a ministra dos Negócios Estrangeiros da República Democratica do Congo, Therese Kayikwamba Wagner, destacou o trabalho do Presidente angolano neste processo e espera que a cimeira de Luanda produza resultados.
“As tropas ruandesas a que o Governo de Tshisekedi se refere parecem existir mais na sua imaginação do que no solo congolês”, continua o jornal que acusa Felix Tshisekedi de “falar primeiro e pensar depois (se é que pensa), o que o transformou num perigo diplomático".
O Presidente angolano João Lourenço, nomeado mediador pela União Africana para esta crise, manifestou na quinta-feira, 12, esperanças de que a cimeira de Luanda possa conduzir a um acordo de paz.
Entretanto, aqui em Washington, eda Voz da América, a ministra dos Negócios Estrangeiros da RDC, Therese Kayikwamba Wagner, começou por destacar o papel do Presidente angolano neste processo”.
“Estamos gratos por isso porque penso que, apesar de muitos desafios, manteve-nos a todos no caminho certo e ajudou-nos a alcançar alguns marcos muito importantes para podermos progredir em direção ao que esperamos que seja a assinatura de um acordo entre os diferentes chefes de Estado.
Houve alguns marcos importantes”, afirmou Wagner.
“Tem havido uma forte dedicação e empenho da parte angolana em fazer progressos nestes temas. É claro que o progresso tem tido obstáculos de vez em quando. Quando olhamos para o cessar-fogo, tem havido repetidas violações do cessar-fogo que têm sido extremamente preocupantes, razão pela qual o mecanismo de verificação foi tão importante”, afirmou a diplomata.
Apesar de depois de 35 dias continuar a existir violações do cessar-fogo, as partes estão expectantes quanto à cimeira de domingo.
A ministra dos Negócios Estrangerios da RDC diz esperar resultados e responsabilização dos atores.
”Portanto, a nossa expetativa é avançarmos e quando chegamos ao nível dos chefes de Estado, é para que haja uma maior responsabilização e que todas as partes, todos os parceiros, todas as entidades que falaram a favor de uma solução diplomática, também responsabilizem todos os participantes no processo pelos seus compromissos.
Caso contrário, todo o esforço ficará comprometido. É necessária uma maior responsabilização, e a República Democrática do Congo está aberta a ser responsabilizada. E esperamos o mesmo para todas as outras partes interessadas, disse .
Questionada sobre as expetativas em relaçção à próxima admininistração do Presidente eleito Donald Trump, a chefe da diplomacia de Kinshassa, respondeu, destacando o corredor do lobito.
”Penso que estamos numa posição privilegiada para podermos recordar décadas de parceria com os EUA que foram muito frutíferas e muito construtivas. Por isso não creio que seja muito otimista quando digo que a minha expectativa é de continuidade, de continuidade das excelentes relações. Tínhamos muito bons laços e fizemos muitos progressos com a administração Biden”, defendeu a chefe da diplomacia congolesa.
Therese Kayikwamba Wagner lembrou “o primeiro Governo Trump, com o qual também tivemos excelentes relações”.
“Por isso, tenho a expeativa de que continuaremos juntos nos temas de interesse comum. Uma momento crucial foi a cimeira do Corredor do Loito, que se realizou na semana passada em Angola. Mostrou-nos até que ponto os investimentos em algo tão fundamental como um corredor, que não é apenas um projeto de infra-estruturas, têm o potencial de sobreviver a todos nós como líderes políticos. Cria oportunidades e riqueza para as gerações futuras. Penso que são interesses que prevalecem e interesses que continuam e se mantêm válidos mesmo quando há uma mudança de administração”, disse.
Ela destacou que “sabemos que o Presidente Trump manifestou o desejo de responder a alguns conflitos muito dramáticos a que estamos a assistir em todo o mundo. A nossa esperança, a nossa expetativa é que ele também esteja atento à situação muito dramática na região dos Grandes Lagos, e que possamos esperar ter uma continuidade em termos dos esforços diplomáticos e políticos e do compromisso dos EUA para encontrar uma solução duradoura para este conflito”.
C/Peter Clottey
O Primeiro-Ministro, Rui Duarte Barros presidiu hoje, a cerimónia da entrega de passaportes com vistos, bilhetes de passagem aos 70 estudantes beneficiários de " Bolsa Rusal 2024". A bolsa de estudo 2024_25, financiada pela Empresa Rusal no quadro Acordo Mineiro celebrado com o Governo, através do Ministério dos Recursos Naturais.
Veja Também: O Centro Escolar Attadamun oferece 150 bolsas aos estudantes para universidade, liceu e ensino básico.
sábado, 14 de dezembro de 2024
O Presidente da República Umaro Sissoco, chegou hoje à Nigéria para participar da Cimeira da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
Presidência da República da Guiné-Bissau / Radio Voz Do Povo