domingo, 18 de fevereiro de 2024

ISRAEL: Netanyahu. Lula cruzou "linha vermelha" após comparações com Holocausto

© Reuters

POR LUSA   18/02/24 

O primeiro-ministro israelita considerou hoje que "comparar Israel ao Holocausto nazi e a Hitler é cruzar uma linha vermelha", após o Presidente brasileiro ter comparado as ações de Israel em Gaza com o extermínio de judeus no século XX.

"Israel luta pela sua defesa e para garantir o seu futuro até à vitória, e fá-lo respeitando o direito internacional", afirmou Benjamin Netanyahu, citado em comunicado.

O governante descreveu as palavras de Lula da Silva como "vergonhosas e sérias" e argumentou que procuram "banalizar o Holocausto" e "o direito de Israel de se defender".

O chefe de Estado do Brasil comparou hoje, em Adis Abeba, na cimeira da União Africana (UA), as operações militares israelitas com o Holocausto, acusando Israel de genocídio.

"O que está a acontecer na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um genocídio. O que está a acontecer na Faixa de Gaza com o povo palestiniano (...) já aconteceu quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou Lula da Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, também convocou hoje o embaixador do Brasil no país, Frederico Meyer, para uma reunião na segunda-feira.

"Os comentários do Presidente brasileiro são vergonhosos e graves", escreveu na rede social X (antigo Twitter) Israel Katz.

Por seu turno, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, criticou Lula da Silva, na rede social X, por apoiar "uma organização terrorista -- o Hamas, e, ao fazê-lo, envergonhar o seu povo".

As duas maiores entidades israelitas no Brasil juntaram-se à condenação de Lula pelo Governo de Benjamin Netanyahu, considerando "extrema e desequilibrada" a posição expressa pelo Presidente brasileiro.

"O Governo brasileiro está a adotar uma posição extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Médio Oriente, abandonando a tradição de equilíbrio e procura de diálogo na política externa", afirmou a Confederação Israelita do Brasil, em comunicado emitido hoje.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo, que reúne a maior parte da comunidade judaica no Brasil, também emitiu uma declaração, na qual afirma que "comparar a defesa legítima do Estado de Israel contra um grupo terrorista [...] com a indústria da morte de Hitler é de uma maldade infinita".

A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas, em 07 de outubro, contra o sul de Israel, que causou a morte a mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência France-Presse (AFP), a partir de dados oficiais israelitas.

Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que fez 28.775 mortos, na grande maioria civis, segundo o mais recente balanço, divulgado na sexta-feira pelo Ministério da Saúde do Hamas.


Coreia do Sul e NASA investigam causa da contaminação do ar na Ásia

© Ezra Acayan/Getty Images

POR LUSA   18/02/24 

A Coreia do Sul e a agência aeroespacial norte-americana NASA vão investigar a causa da poluição atmosférica em toda a Ásia, para desenvolver medidas para melhorar a qualidade do ar.

A missão da ASIA-AQ, uma investigação conjunta do Instituto de Investigação Ambiental (NIER) da Coreia do Sul e da NASA, vai usar aviões, satélites e locais em diferentes partes do continente, tendo já realizado quatro voos nas Filipinas e em Taiwan nas últimas semanas, noticiou a agência sul-coreana Yonhap.

"Esta campanha visa encontrar as causas da deterioração da qualidade do ar na península coreana durante o inverno", disse o diretor-geral do departamento de investigação do clima e da qualidade do ar do NIER, Yoo Myung-soo, numa conferência de imprensa na base aérea de Osan, em Pyeongtaek.

"Os resultados da investigação conjunta serão também utilizados para melhorar a eficácia e a fiabilidade das políticas do país em matéria de ambiente atmosférico", acrescentou.

A investigação conjunta, provisoriamente agendada para decorrer entre 19 e 26 deste mês, surge oito anos depois de a Coreia do Sul ter liderado a campanha KORUS-AQ com a NASA em 2016, que concluiu que 52% das partículas ultrafinas examinadas em Seul foram recolhidas na Coreia do Sul e 48% das partículas vieram do estrangeiro, incluindo 34% da China.

As principais diferenças entre a KORUS-AQ e a nova iniciativa são a época do ano da investigação, que passou da primavera para o inverno, e a mobilização do recém-lançado satélite GEMS, disse Barry Lefer, da NASA.

Em 2020, a Coreia do Sul lançou o primeiro satélite ambiental geoestacionário do mundo, ou GEMS, para rastrear os poluentes atmosféricos em toda a Ásia, a 36 mil quilómetros acima do solo.

A equipa de investigação vai usar também medições detalhadas no solo de 11 locais de investigação da qualidade do ar, incluindo Seul e as ilhas de Baengnyeong e Jeju, e recolher amostras aéreas da baixa atmosfera com um avião DC-8 da NASA, aparelho que voa a 609 metros de altitude.

"Isto significa que, a partir da Terra, podemos medir o que se respira, mas, a partir do espaço, podemos medir a acumulação de poluentes totais", afirmou Jim Crawford, da NASA, que lidera o projeto ASIA-AQ.

A campanha destina-se também a verificar as medições GEMS, que registam a qualidade da atmosfera a partir do espaço e monitoriza a qualidade do ar na Ásia oito vezes por dia, uma vez que os dados requerem verificação por comparação com observações terrestres.

"Vai levar tempo a calibrar os dados em bruto e a transformá-los em dados úteis para a ciência", disse Crawford, acrescentando que a interpretação e as conclusões dos dados serão abertas ao público no ano seguinte.


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“Desde que tomou posse em 2000, Putin tem vindo a afastar todos aqueles que são os seus opositores políticos”

Helena Ferro Gouveia diz que “se dúvidas houvesse quanto à responsabilidade da morte” de Alexei Navalny, as circunstâncias em torno do óbito parecem dissipá-las. “Todas estas circunstâncias são estranhas, a data da morte, o comunicado emitido dois minutos depois, o facto de o corpo não estar em lado nenhum… tudo isto aponta na mesma direção, uma direção que não nos surpreende”, diz, referindo-se à alegada responsabilidade russa na morte do opositor de Putin.


GUERRA NA UCRÂNIA: Ucrânia? "É o nosso destino. Uma questão de vida ou morte", diz Putin

© VYACHESLAV PROKOFYEV/POOL/AFP via Getty Images

POR LUSA   18/02/24 

O Presidente russo garantiu que "o que está a acontecer" na Ucrânia é uma "questão de vida ou morte" para a Rússia, enquanto para o Ocidente é apenas para "melhorar a posição tática".

"Para o Ocidente, é uma melhoria na sua posição tática. Mas para nós, é o nosso destino, é uma questão de vida ou morte", afirmou Vladimir Putin num excerto de uma entrevista ao jornalista Pavel Zaroubine hoje publicado nas redes sociais.

O Presidente russo considerou importante que tanto os russos como os estrangeiros compreendessem o "quão sensível e importante" é para o país o "que está a acontecer na Ucrânia".

Putin falou também da sua recente entrevista com o apresentador americano Tucker Carlson, popular entre os conservadores.

Naquela entrevista, a primeira concedida por Vladimir Putin a um meio de comunicação ocidental desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Putin falou durante mais de duas horas aos americanos e europeus e assegurou que uma derrota da Rússia na Ucrânia é "impossível", ao mesmo tempo que afirmou estar pronto para dialogar com o Ocidente.


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Japão celebra pela última vez festival milenar no norte do país... Um festival milenar japonês, em que homens quase nus lutam por um saco de cânhamo cheio de amuletos, realizou-se pela última vez, em Oshu, no norte do país, foi hoje noticiado.

© Getty Images

POR LUSA   18/02/24 

O templo isolado de Kokusekiji, numa floresta de cedros na região de Iwate, recebeu no sábado à noite, pela última vez, este ritual anual popular, com mais de mil anos, de acordo com a lenda, disse o jornal japonês Asahi Shimbun.

A organização do evento, que atraía todos os anos centenas de participantes e milhares de turistas, tornou-se demasiado pesada para os monges e os fiéis, cada vez mais envelhecidos, de Oshu.

"É extremamente difícil organizar um festival desta dimensão", explicou o monge Daigo Fujinami, em frente do templo inaugurado em 729, indicando a falta de participação de jovens.

Considerado um dos mais estranhos do Japão, o festival "Sominsai" é a última vítima da crise demográfica que atinge duramente as comunidades rurais.

O Japão assiste ao envelhecimento da população a um ritmo mais rápido do que em outros países, com um terço dos habitantes com 65 anos ou mais. Um grande número de escolas, lojas e serviços de transportes foram obrigados a fechar, sobretudo nas aldeias e vilas.

Alguns destes festivais adaptaram-se para continuar a existir, permitindo, por exemplo, a participação de mulheres em cerimónias outrora reservadas aos homens.


Angola vai ocupar este ano a 1.ª vice-presidência da União Africana

© Presidência da República da Guiné-Bissau

POR LUSA    17/02/24 

Angola vai ocupar este ano a primeira vice-presidência da União Africana, anunciou hoje a Presidência angolana, no que será o primeiro passo para assumir em 2025 a presidência da organização como já tinham anunciado as autoridades deste país.

"A contar de hoje e até à realização da próxima Conferência Cimeira, Angola vai ocupar o cargo de primeiro vice-Presidente da União Africana, o que, estatutariamente, significa que em 2025 o nosso país se tornará Presidente em Exercício da União Africana", lê-se no comunicado dos serviços de imprensa da Presidência.

Em janeiro, o chefe da diplomacia angolana, Téte António, afirmou que Angola é candidata a assumir em 2025 a presidência da União Africana e o assento no Conselho de Paz e Segurança, sendo esse um foco da sua atuação este ano.

A 37.ª cimeira da UA, iniciada hoje em Adis Abeba, termina neste domingo.

Hoje, primeiro dia de trabalhos, a Mauritânia foi designada para a presidência da organização, sucedendo às Comores.



Guiné-Bissau: PAIGC quer união para salvar a democracia

Por Rádio Capital Fm 

Bissau - (18.02.2024) - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) apela “a união para salvar a democracia”.

O apelo foi feito este sábado,17, pelo vice-Presidente do PAIGC, Califa Seide, em Cassacá,  sul do país,  no âmbito das atividades alusivas a comemoração do Centenário Amilcar Cabral e 60 anos após ao primeiro congresso dos "libertadores".

“(…) O país está mergulhado numa crise política profunda depois da dissolução do Parlamento e consequentemente a queda do Governo da Plataforma Aliança Inclusiva-Terra Ranka”, afirma Califa Seide, alertando, por outro lado, que hoje “não se pode falar da democracia. Mesmo os partidos integrantes do Governo sentem que o país vive um regime ditatorial e que estes estão a estudar a possibilidade de aliarem-se com outros partidos para combater a ditadura”.

“Devemo-nos juntar para salvar a democracia para que o povo exerça o seu direito livremente”, apelou Califa Seide. 

Seide defendeu a necessidade de trabalhar para a paz e combater às barreiras, tendo desafiado  os atores políticos “a organizar o país e consolidar a democracia”.

“Estão a ser criadas barreiras àquilo que são os direitos constitucionalmente consagrados na Constituição da República”, anotou o dirigente político.

SECRETARIADO REGIONAL DE MADEM-G15 OIO - Comunicado de Comissão Política Regional

PRESIDENTE PARTICIPA NA 37ª : CIMEIRA DE CHEFES DE ESTADO DA UNIÃO AFRICANA

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, participou  na 37.ª Sessão Ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia.

Na ocasião, a Mauritânia foi designada para assumir os destinos da União Africana e Angola, candidata à presidência rotativa da organização pan-africana em 2025, ocupa a primeira vice-presidente, o Congo e o Gana a segunda e a terceira vice-presidência. O Presidente Ould Cheikh El Ghazouani garantiu todos os esforços para responder aos desafios do continente.

Formar africanos para século 21 é o tema para 2024, tendo em conta os desafios do continente. O Chefe de Estado da Mauritánia assume a Presidência rotativa da Uniāo Africana. A Guiné-Bissau está representada pelo Chefe Estado General Umaro Sissoco Embaló. A cimeira da Uniāo Africana termina domingo na presença do Presidente do Brasil Luís Inacio Lula da Silva. @Radio Voz Do Povo 


Presidência da República da Guiné-Bissau


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À margem da 37.ª Sessão Ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebeu em audiência o Presidente do Banco Islamico de Desenvolvimento, Dr. Muhammad Al Jasser.

Na ocasião, analisaram a parceria existente e perpectivas de futuros projectos.


sábado, 17 de fevereiro de 2024

Arranca em Addis Abeba 37a cimeira da União Africana

Por:  Neidy Ribeiro   RFI.FR  17/02/2024

Inicia neste sábado, 17 de Fevereiro, a 37a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana, em Addis Abeba, na Etiópia. Mais de trinta líderes políticos vão debater as crises que se vivem no continente, abalado por golpes de Estado, mudanças inconstitucionais e conflitos globais.

Durante o fim-de-semana, os chefes de Estado e de Governo da União Africana vão procurar respostas para as crises que se vivem no continente, abalado por golpes de Estado, mudanças inconstitucionais e conflitos.

De acordo com o economista e professor universitário Carlos Lopes a saída do Mali, Burkina Faso e Níger da CEDEAO, a crise política no Senegal e a falta de fundos para o sistema de Paz e Segurança da União Africana vão marcar a agenda dos líderes africanos.

Conflitos Globais

Os conflitos globais serão igualmente debatidos durante a 37ª cimeira da organização pan-africana. A presença anunciada do primeiro-palestiniano,Mohammad Chtayyeh, vai colocar as atenções na guerra de Gaza.

O Presidente da Comissão da UA, no discurso de abertura da 44ª sessão do Conselho Executivo da UA, lembrou que a União Africana, desde o início do conflito no Médio Oriente, defendeu o fim das hostilidades, a libertação dos reféns e prisioneiros e a solução de dois Estados. A União Africana recusou o pedido de Israel para assistir a esta cimeira como Estado observador.

As implicações da guerra da Ucrânia e dos ataques no Mar Vermelho, os conflitos no Sudão, a ameaça jihadista na Somália, a Líbia dividida a exposição do Sahel ao terrorismo e a tensão na RDC vão estar igualmente na ordem dos debates.

Rdc na ordem do dia

Ontem, o Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, e o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, encontraram-se, em Addis Abeba, durante a na cimeira extraordinária convocada por João Lourenço para debater a situação de paz no Leste da Rdc. De acordo com uma fonte próxima da delegação congolesa, Félix Tshisekedi voltou a acusar o Ruanda de apoiar o grupo M23, enquanto Paul Kagame se manteve na defensiva. A reunião durou cerca de duas horas, os trabalhos foram suspensos ao final da noite e deverão ser retomados neste sábado.

G20 e Lula da Silva

A entrada da União Africana no G2O e a presença do Presidente brasileiro, Lula da Silva, convidado de honra desta cimeira e que preside actualmente o G20, darão espaço aos chefes de Estado para definirem a política africana nesta organização.

Este fim-de-semana será feita a passagem de poder entre as Comores- que ocupa a presidência rotativa da União Africana- e a Mauritânia deve ser confirmada na liderança da organização nos próximos doze meses.

Angola deverá apresentar a candidatura para a presidência rotativa da União Africana em 2025.

Os chefes de Estado de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique marcam presença na cimeira.

ESTUDO: Humanos usam várias regiões do cérebro para processar a melodia musical

© iStock

POR LUSA    17/02/24 

O ser humano percebe a melodia da música através de regiões do córtex auditivo do cérebro especializadas em música e de uso geral, de acordo com um estudo publicado esta sexta-feira pela revista Science Advances.

A melodia é uma característica definidora da música, utilizada para transmitir emoções e significados, mediante a variação do arranjo musical.

Estudos sugerem que certas regiões do cérebro podem ser especializadas em música, incluindo melodia, mas os detalhes sobre os possíveis mecanismos desta especialização não são claros.

Uma nova investigação liderada pela Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), descobriu que o córtex auditivo usa neurónios de uso geral para processar características simples da melodia, como tom e mudança de tom.

No entanto, funções mais complexas, como o processamento da estrutura estatística de uma melodia e a formação de expectativas sobre as próximas notas, requerem neurónios específicos da música.

O estudo incluiu oito pessoas que sofriam de epilepsia, para as quais foram implantadas grelhas de elétrodos de eletroencefalografia intracraniana subdural (iEEG) para monitorização clínica.

Os participantes foram expostos a pedaços curtos e variados de música ocidental ou de língua inglesa, enquanto eram feitas medições de iEEG, explicou a revista, em comunicado.

Os investigadores diferenciaram o tom (alto versus baixo), a mudança de tom (crescente versus decrescente) e as expectativas, ou previsões estatísticas que o cérebro faz sobre as próximas notas (esperadas versus inesperadas).

Com este estudo, os cientistas descobriram que todos estes parâmetros estavam codificados em diferentes pontos da circunvolução temporal superior, pelo que a expectativa melódica poderia recorrer a mecanismos específicos da música.


Ordem dos Advogados procede entrega de carteiras profissionais aos seus associados.

 Rádio Capital Fm   17.02.2024

Ucrânia vive situação mais precária desde início da invasão russa

© Kostya Liberov/Libkos/Getty Images

POR LUSA   17/02/24 

A Ucrânia enfrenta a situação mais precária desde o início da invasão russa de 2022 e o envio de novo armamento para Kiev poderá ser insuficiente para reverter a situação, segundo vários analistas.

Participantes num debate organizado pelo International Crisis Group (ICG) com o tema "Dois anos de guerra na Ucrânia: os desafios atuais e o futuro da Europa", moderado por Olga Oliker, diretora para a Europa e Ásia central deste centro de estudos, quatro analistas abordaram sexta-feira os principais desafios enfrentados por Kiev e apoiantes ocidentais, e as alternativas que se perspetivam.

O analista ucraniano Simon Schlegel assinalou que, nos Estados Unidos, "os cálculos mais otimistas indicam que a Ucrânia apenas poderá garantir em 2024 entre metade e três quartos das munições de que necessita", apesar de prosseguir confrontada com uma longa linha da frente.

"Outro problema, o receio de não conseguir continuar a suster os ataques aéreos russos, em particular de mísseis, que suscitam uma crescente situação de insegurança", acrescentou.

Outros aspetos sublinhados foram a redução da ajuda externa, na perspetiva de uma deterioração da situação no terreno, os problemas acrescidos para a população civil, a maior pressão sobre os soldados colocados na linha da frente "que estão exaustos após dois anos", ou a necessidade de alterar a forma de mobilizar a população, "um desafio das novas chefias miliares mas que pode implicar a adoção de medidas impopulares".

"A Rússia tem muito mais capacidade de mobilização. Ainda existe um forte sentimento de resistência, mas os fundos para a pôr em prática estão a diminuir drasticamente", referiu.

Na perspetiva desta organização com sede em Bruxelas, fundada em 1995 e vocacionada para a pesquisa e análise de crises globais, as decisões e ações da liderança de Kiev num período crucial do conflito vão determinar o destino da Ucrânia e a segurança da Europa a longo prazo.

A alteração da situação no terreno, e quando permanece incerto o prosseguimento do apoio sustentado dos Estados Unidos, levou à nova "perceção" que existe na Rússia, defendeu o analista russo Oleg Ignatov.

"A perceção que existe na Rússia mudou desde o início de 2024 em comparação com a situação no verão de 2023. Agora existe mais confiança, com objetivos a serem alcançados, acreditam que a Ucrânia será incapaz de acumular os recursos suficientes para libertar territórios no futuro", afirmou.

O investigador também assegurou que a liderança do Kremlin "não valoriza muito a ajuda norte-americana, antes acreditam que o Exército russo se adaptou aos desafios colocados pelas forças ucranianas e que o quadro geral não será alterado mesmo que seja enviado mais apoio ocidental".

Ainda outra perceção que se instalou em Moscovo, segundo Ignatov, reside nos "crescentes problemas de mobilização da Ucrânia, que não conseguirá mobilizar mais soldados como conseguiu em 2022, e que esta vantagem da Rússia em homens e munições será um fator decisivo na guerra".

Para o analista, e atendendo ao exponencial aumento da produção militar interna, a liderança russa convenceu-se que "a estratégia de [Presidente ucraniano Volodymyr] Zelensky de libertação dos territórios não está a resultar".

A estagnação da crucial ajuda militar norte-americana a Kiev, numa situação em que o dinheiro "está a acabar" foi um dos aspetos sublinhados pela analista norte-americana Sarah Harrison, que recordou a necessidade da administração do Presidente Joe Biden recorrer a "fundos de emergência" para remediar a situação.

"No Congresso surgiu uma proposta para ajuda militar à Ucrânia, Israel e Taiwan, no início de fevereiro registou-se um princípio de acordo", mas o presidente da Câmara dos representantes, o republicano Mike Johnson, sugeriu que essa proposta poderia ser "bloqueada" por muito tempo.

"O problema é que [o ex-presidente Donald] Trump concorre de novo à presidência, opõe-se e encoraja os legisladores. É uma situação disfuncional, Biden tem de continuar a encorajar o Congresso, enquanto a maioria republicana na Câmara dos representantes entende não ser uma prioridade. Uma situação de impasse", afirmou.

Sarah Harrison assegurou ainda que existe equipamento, existem munições, bastando disponibilizá-las, e mesmo que "não exista magia para garantir dinheiro, com o Congresso a ter necessidade de fazer mais".

Para a analista norte-americana, a questão central consiste em garantir no imediato aquilo que a Ucrânia necessita, mas o problema reside da Câmara de Representantes. "É muito controlada por Trump e de momento está mais concentrada na fronteira sul", numa referência ao contencioso migratório que envolvem o vizinho México.

Perante o atual cenário, Alissa de Carbonnel, vice-diretora para a Europa e Ásia central do ICG, admitiu a existência de "algum sentido de alarme" nos líderes europeus. Recordou a recente visita do chanceler alemão Olaf Scholz a Washington, como já tinha feito o Presidente francês Emmanuel Macron, que confirmaram a urgência do momento.

"Não é fácil, após anos de negligência e de desinvestimento na área do armamento e quando existem fenómenos como a inflação que afetam as populações", susteve.

"Existem desacordos na Europa, com a emergência dos nacionalismos. Mas também um sentimento de urgência para tomar decisões, para garantir à Ucrânia o que necessita na linha da frente. A questão consiste em saber se vai continuar a existir unidade e entendimento, apesar da recente aprovação de uma ajuda de 50 mil milhões de euros para os próximos quatro anos", recordou.

Numa perspetiva estratégica, e regressando aos objetivos da Rússia, Oleg Ignatov destacou que o seu principal objetivo consiste em garantir e aprofundar a atual situação no terreno.

"Moscovo considera que as eleições EUA não vão afetar muito a Rússia, que o problema não é de personalidades mas de reconhecimento dos interesses da Rússia", frisou.

"Caso a administração Biden conclua que a estratégia é insustentável, também assinalam que gostariam de assistir a uma alteração das posições da Casa Branca. A um diálogo entre as duas partes, como sucedeu entre Washington e Moscovo durante a presidência de Donald Trump em 2017, mesmo sem muitos resultados. A Rússia não esconde pretender de novo um diálogo direto com os EUA", disse ainda.

O analista retomou outros argumentos do Kremlin, que sempre tem referido que esta guerra acabará com negociações, com envolvimento direto de Washington.

"Está rejeitada a ocupação de Kiev ou Lviv, e como referiu recentemente [o Presidente russo Vladimir] Putin é impossível a Ucrânia ou o ocidente vencerem esta guerra, sendo necessário negociar com o Governo russo, e sem outro interlocutor".

Em caso de diálogo, a Rússia irá insistir nas suas reivindicações de princípio face à Ucrânia: impedir a militarização, limitar o número de tropas, e das armas que poderá possuir.

"Mas a ideia chave é manter a neutralidade e não-alinhamento da Ucrânia, como antes de 2014. E isso é da responsabilidade da Ucrânia, alterar a Constituição e tornar-se num Estado neutral", mesmo que apenas admitam um cessar-fogo "quando terminar assistência militar do ocidente à Ucrânia", adiantou Ignatov.

Caso contrário, sustentou, a Rússia assegura que, sem negociações, "a guerra vai prosseguir e que o Exército prosseguirá a ofensiva o tempo que for necessário".

A "não-interferência" do ocidente em outras regiões pós-soviéticas em particular na Geórgia e Moldova, constitui outra reivindicação. "A Moldova é importante, a Rússia quer garantias de segurança para as suas tropas. Terá de ser também um Estado neutral, vão exigi-lo".

Pelo contrário, Ignatov exclui qualquer ação militar russa no Báltico ou a países integrados na aliança militar ocidental. "É muito difícil imaginar um ataque da Rússia a país da NATO, o seu poder aéreo é medíocre, tem muitas desvantagens em armas modernas. Não pensam em suicídio, isso é claro".

Num regresso aos atuais desafios de Kiev, após uma alteração radical nas chefias militares, Simon Schlegel, admitiu na sua segunda intervenção "num novo começo, uma nova divisão de tarefas", mas com o prosseguimento dos constrangimentos.

"Não haverá no curto prazo contraofensiva como sucedeu no verão de 2022. A mobilização será inferior aos 500.000 soldados previamente pedidos. E será aplicada uma forma mais económica de utilizar os soldados no campo de batalhas, como tem sido sugerido com crescente utilização de 'drones' e outro tipo de armamento", disse.


Leia Também: Retirada do exército de Avdiivka foi uma "decisão justa", diz Zelensky

Presidente do Burkina Faso apela a luta pela soberania africana

© iStock

POR LUSA   17/02/24 

O presidente do governo de transição do Burkina Faso, capitão Ibrahim Traoré, defendeu hoje a necessidade de lutar pela soberania africana, num encontro com vários milhares de apoiantes, em Ouagadougou.

Ibrahim Traoré, de 35 anos, prestou homenagem à juventude do Burkina Faso pela sua "vigilância cívica e patriótica" e pela "consolidação das conquistas" da transição, afirmando-se determinado em "devolver a soberania ao povo do Burkina Faso", noticia a agência France Presse.

Traoré está no poder desde o golpe de estado ocorrido no final de setembro de 2022, num país alvo da violência 'jihadista', à semelhança dos seus vizinhos Mali e Níger, também governados por regimes militares.

Os três países, que se afastaram de França e aproximaram de Moscovo, formaram a Aliança dos Estados do Sahel (AES) e anunciaram a sua saída da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Apelando a uma "luta contra o imperialismo", o capitão Traoré desejou hoje que "os africanos deixem de ter pena de si próprios" e apelou a uma luta que coloque a soberania "em primeiro lugar".

O encontro de hoje foi convocado por um grupo de organizações civis pró-regime.

Os participantes, na maioria jovens das 13 regiões do país, reuniram-se no Palácio dos Desportos de Ouagadougou 2000, agitando bandeiras do Burkina Faso e cartazes com a imagem de Traoré.

Os apoiantes destacaram, como conquistas do regime militar, a reabertura de escolas, encerradas pela ameaça dos grupos 'jihadistas', e a reinstalação de famílias deslocadas nos seus locais de origem.

A violência 'jihadista' no Burkina Faso, atribuída a movimentos armados próximos da Al-Qaeda e do grupo Estado Islâmico, provocou a morte a cerca de 20.000 pessoas e mais de dois milhões de deslocados, desde 2015.


Leia Também: Burkina Faso, Mali e Níger reúnem-se para criar confederação do Shael

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, chegou esta sexta-feira a Adis Abeba, Etiópia, para participar na 37ª Conferência Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), que se realiza a 17 e 18 de fevereiro, sob o lema “Formar os Africanos para o Século 21: Criação de sistemas de ensino resilientes para aumentar acesso à aprendizagem inclusiva, ao longo da vida, de qualidade e relevante em África”.

A Cimeira terá como foco a avaliação do ponto de situação da implementação das decisões tomadas na 36ª Cimeira sobre várias matérias do desenvolvimento do continente, com destaque para a paz, segurança e reforço da integração continental. A Cimeira irá também testemunhar a passagem da Presidência da União Africana de Azali Assoumani, Presidente das Comores, e a declaração de aceitação da Presidência de Mohamed Ould Ghazouani, da Mauritânia, como novo Presidente da UA.🇬🇼🇪🇹
 Presidente da República visita a Assembleia Nacional do Djibuti no quadro da visita Oficial. 🇬🇼🇩🇯




Presidência da República da Guiné-Bissau

Número de raptos aumentou na África do Sul, diz polícia

© Reuters

 POR LUSA     16/02/24 

O ministro da Polícia da África do Sul considerou hoje que o sequestro passou a ser um "negócio lucrativo" no crime organizado no país, com 4.577 casos reportados no último trimestre de 2023, a maioria em Gauteng.

"Os raptos para obtenção de resgate tornaram-se uma mercadoria lucrativa para o crime organizado na África do Sul. A Polícia Sul-Africana (SAPS) prossegue os seus esforços para identificar e deter grupos ligados a raptos, nomeadamente em que são feitos pedidos de resgate", declarou Bheki Cele.

O governante sul-africano, que apresentava à imprensa as estatísticas trimestrais do crime no país, adiantou que "mais de 300 suspeitos ligados a estes sequestros foram detidos nos últimos dois anos".

Nesse sentido, os dados do último trimestre divulgados pela polícia sul-africana indicam que pelo menos 138 sequestros foram por resgate financeiro, 23 por tráfico humano e 18 casos por extorsão.

De acordo com os dados relativos ao período de 01 de outubro a 31 de dezembro de 2023, divulgados hoje, e consultados pela Lusa, um total de 4.577 pessoas foram sequestradas na África do Sul no último trimestre de 2023, um aumento de 453 pessoas (11%) em relação ao mesmo período de 2022.

A maioria dos sequestros ocorreu na província de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, a capital económica, e Pretória, a capital do país, que registou um aumento de 393 raptos (19,9%) em relação ao ano anterior, totalizando 2.367 sequestros. Em 2022, a polícia sul-africana reportou 1.974 sequestros nesta província, motor da economia sul-africana.

As províncias de Limpopo e de Mpumalanga, localizadas no norte da África do Sul, e que fazem fronteira com Moçambique, registaram um agravamento de 19,3% e 13,2% no número de sequestros, respetivamente, segundo as autoridades sul-africanas.

Em Limpopo, foram sequestradas 136 pessoas no último trimestre de 2023, contra 114 em 2022. Na província de Mpumalanga, a polícia reportou 291 raptos, mais 34 do que no ano anterior, refere-se nas estatísticas divulgadas hoje.

A África do Sul tem vindo a registar desde 2010/2011 um alastramento em grande escala de sequestros com origem em Moçambique, segundo o ativista anti-crime sul-africano Yusuf Abramjee.

"A tendência de sequestros na África do Sul aumentou dramaticamente nos últimos anos, mas certamente que origina, em parte, em Moçambique, onde empresários têm sido sequestrados há alguns anos e agora vemos um alastramento em grande escala para a África do Sul", referiu o ativista sul-africano em 2021 à Lusa.


SENEGAL: Macky Sall reagendará eleições presidenciais "mais rapidamente possível"

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POR LUSA   16/02/24 

O presidente senegalês, Macky Sall, comprometeu-se hoje a organizar as eleições presidenciais "o mais rapidamente possível", após o veto do Conselho Constitucional à sua decisão de adiar a votação, inicialmente prevista para 25 de fevereiro.

O Presidente Sal "tenciona aplicar integralmente a decisão do Conselho Constitucional" e "procederá sem demora às consultas necessárias para a organização das eleições presidenciais o mais rapidamente possível", referiu a presidência em comunicado.

"O mais rapidamente possível" é precisamente o prazo fixado pelo Conselho Constitucional na quinta-feira, quando invalidou o adiamento das eleições presidenciais para 15 de dezembro.

Na sequência da decisão do Constitucional, têm surgido apelos nacionais e internacionais para que o Presidente do Senegal a cumpra sem desvios.

O Senegal, que faz fronteira com a Guiné-Bissau, atravessa uma das piores crises políticas da sua história pós-independência desde que o Presidente Sall anunciou, a 03 de fevereiro, o adiamento das eleições presidenciais.

A Assembleia Nacional adiou o escrutínio para dezembro, após ter afastado à força a oposição, e prolongou o mandato do Chefe de Estado, que terminaria em abril, até à tomada de posse do seu sucessor.

O adiamento deu origem a confrontos que causaram a morte de três pessoas e a ações de repressão que resultaram em dezenas de detenções. 



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JOE BIDEN: "Putin é responsável pela morte de Navalny". Coragem "não será esquecida"

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Notícias ao Minuto   16/02/24 

Joe Biden reagiu à morte do principal opositor de Vladimir Putin, dizendo que está "indignado", mas "não surpreendido" com este desfecho.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu esta sexta-feira - pela primeira vez -, à morte de Alexei Navalny, o principal opositor ao regime russo. "Não se deixem enganar, Putin é responsável pela morte de Navalny", afirmou numa declaração desde a Casa Branca, asseverando ainda que esta é "mais uma prova da brutalidade" do presidente da Rússia.

Biden fez questão de sublinhar que está "indignado", mas "não surpreendido" com este desfecho, garantindo ainda que a coragem de Navalny "não será esquecida".

De acordo com o líder norte-americano, "Putin não visa apenas cidadãos de outros países, como temos visto o que está a acontecer na Ucrânia neste momento, mas também comete crimes terríveis contra o seu próprio povo".

Biden, que admitiu ainda não saber exatamente os contornos da morte de Navalny, classificou o opositor russo como uma "voz poderosa pela verdade" mesmo a partir da prisão. Navalny "enfrentou corajosamente a corrupção, a violência e todas as coisas pérfidas que o Governo de Putin estava a fazer. Em resposta, Putin mandou envenená-lo, mandou prendê-lo, mandou processá-lo por crimes fabricados", disse Biden.

"Ele poderia ter vivido em segurança no exílio após a tentativa de assassínio contra si em 2020, que quase o matou. Em vez disso, regressou à Rússia, sabendo que provavelmente seria preso, talvez morto, se continuasse o seu trabalho. Mas fê-lo mesmo assim. Porque acreditava profundamente no seu país, na Rússia", reforçou Joe Biden.

"Esta tragédia lembra-nos o que está em jogo"

"Esta tragédia lembra-nos o que está em jogo neste momento. Temos de fornecer o financiamento para que a Ucrânia possa continuar a defender-se", considerou também o presidente dos EUA. "A história está atenta à Câmara dos Deputados".

Biden falou ainda sobre a NATO, sublinhando algo que "Putin e o mundo inteiro deveriam saber". "Se algum adversário nos atacasse, os nossos aliados da NATO apoiar-nos-iam, e se Putin atacasse um aliado da NATO, os EUA defenderiam cada centímetro do território da NATO". 

Recorde-se que a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou hoje que, a confirmar-se, a Rússia é "responsável" pela morte de Navalny, o que na sua opinião seria mais um sinal da "brutalidade" de Putin.

Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, declarou que, "durante mais de uma década, o Governo russo de Putin, perseguiu, envenenou e prendeu Navalny, e agora a sua morte é noticiada". Se as notícias forem precisas, acrescentou Blinken, "a sua morte numa prisão russa e a fixação e o medo de um homem apenas sublinham a fraqueza e a podridão no coração do sistema que Putin construiu".

Acusações semelhantes foram feitas pela União Europeia (UE), por vários líderes europeus e pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia. Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.



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Presidente do Chade declara estado de emergência alimentar nacional

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POR LUSA  16/02/24 

O Presidente de transição do Chade declarou "estado de emergência alimentar e nutricional" em todo o país que, nos últimos dez meses, recebeu cerca de 700 mil refugiados da guerra no vizinho Sudão, informaram hoje os jornais locais.

"Foi declarado o estado de emergência alimentar e nutricional em todo o território nacional, a fim de ajudar as populações identificadas como estando em 'fase de crise' e em 'fase de emergência'", declarou o Presidente, Mahamat Idriss Déby Itno, num decreto datado de quinta-feira e publicado hoje nos meios de comunicação locais.

"Durante este período, a assistência humanitária de emergência será utilizada tal como definido pelo Plano Nacional de Resposta", acrescenta-se no documento presidencial.

O Chade tem recebido refugiados que fogem da guerra do Sudão, que eclodiu em abril e provocou a maior crise de deslocados do mundo, mas os seus recursos já eram escassos.

De acordo com o Banco Mundial, 35,4% da população do Chade vive abaixo do limiar de pobreza extrema, com menos de 2,15 dólares por dia (cerca de dois euros).

O Chade está a viver um processo de transição para restaurar a democracia e regressar ao regime civil, após a morte, em 2021, em combates com rebeldes, do Presidente Idriss Déby Itno, que governava o Chade desde 1991.

Após esse episódio, o filho, atual Presidente de transição, assumiu o poder.


Senegal. Decisão de invalidar adiamento das eleições deve ser respeitada

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POR LUSA    16/02/24   

A União Europeia (UE) apelou hoje a "todas as partes" no Senegal para respeitarem a decisão do Conselho Constitucional, que invalidou na quinta-feira a decisão do Presidente, Macky Sall, de adiar as eleições presidenciais.

A UE "apela a todas as partes para que respeitem [esta] decisão e façam tudo o que estiver ao seu alcance para organizar as eleições em conformidade com a decisão do Conselho, ou seja, o mais rapidamente possível", declarou Nabila Massrali, porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

A porta-voz recordou que a UE já tinha manifestado preocupação com o anúncio do adiamento para 15 de dezembro das eleições presidenciais, previstas inicialmente para 25 de fevereiro.

Esta "decisão de adiamento teve um impacto significativo na estabilidade e na coesão social do país", afirmou a porta-voz numa conferência de imprensa.

A UE "lamenta a morte de pelo menos três pessoas nas manifestações que tiveram lugar em várias cidades do Senegal, bem como o elevado número de feridos e detenções", acrescentou.

"Tal como as Nações Unidas, a União Europeia apela à realização de investigações e condena o uso desnecessário e desproporcionado da força contra os manifestantes e as restrições ao espaço cívico. Por conseguinte, apelamos a que se esclareçam as condições em que estas pessoas morreram e a que as autoridades garantam as liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de manifestação pacífica", concluiu.

As autoridades do Senegal libertaram 134 membros da oposição e da sociedade civil desde quinta-feira, o mesmo devendo acontecer hoje a outros 90 detidos, avançou o Governo à agência de notícias France-Presse.

As libertações ocorrem numa altura em que se esperava que o Presidente, Macky Sall, fizesse alguns gestos de apaziguamento para pôr fim à crise ligada ao seu anúncio do adiamento das eleições presidenciais, decisão invalidada na quinta-feira à noite pelo Conselho Constitucional.



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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

RÚSSIA: Putin pede que russos tenham mais filhos para garantir "sobrevivência".... Segundo o responsável, caso cada família tenha apenas um filho, a população diminuirá.

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Notícias ao Minuto    15/02/24 

O presidente russo, Vladimir Putin, apelou, esta quinta-feira, a que os cidadãos daquele país tenham pelo menos dois filhos, por forma a garantir a “sobrevivência” dos “grupos étnicos que vivem na Rússia”.

“Se quisermos sobreviver como grupo étnico – bem, ou como grupos étnicos que vivem na Rússia – [as famílias] têm de ter pelo menos duas crianças”, disse o chefe de Estado, num discurso diante dos funcionários de uma fábrica de tanques na região de Ural, citado pela agência Reuters.

É que, segundo o responsável, caso cada família tenha apenas um filho, a população diminuirá. Para haver crescimento, são necessárias pelo menos três crianças por família, adiantou.

Saliente-se que a Rússia tem sofrido perdas populacionais pesadas – mas não reveladas – desde o brotar na guerra na Ucrânia. Além disso, centenas de milhares de pessoas fugiram do país, por se oporem ao conflito ou por medo de serem convocadas para a linha da frente.

Putin apresenta-se como defensor dos “valores tradicionais” baseados na família, na nação e na fé cristã ortodoxa. Ao longo destes 24 anos no poder, o presidente restringiu severamente as expressões de orientação sexual e de identidade de género, tendo considerado o “movimento LGBT+” como “extremista”.

Recorde-se ainda que a Rússia sofreu duas décadas de declínio populacional gradual após o colapso da União Soviética, agravado por problemas crónicos como o alcoolismo.

No início de 2023, o governo estimou que a população da Rússia se situava nos 146,4 milhões, valor abaixo dos quase 149 milhões de 20 anos antes, mas acima do mínimo de cerca de 143 milhões entre 2007 e 2012.


Opositores no Senegal libertados após adiamento de eleições

© Reuters

POR LUSA   15/02/24 

Várias figuras da oposição foram hoje libertadas no Senegal, numa altura em que se esperava que o Presidente, Macky Sall, fizesse um gesto de apaziguamento para pôr fim à crise ligada ao adiamento das eleições presidenciais.

Sall tem sido confrontado com os apelos dos principais parceiros internacionais, da oposição e da sociedade civil para que abandone o adiamento para 15 de dezembro das eleições, inicialmente previstas para 25 de fevereiro.

Por outro lado, enfrenta os apelos dos senegaleses que, a favor ou contra a alteração do calendário eleitoral, estão preocupados com o risco de caos e de violência, na sequência da morte de três jovens em manifestações na semana passada.

Foram lançadas novas convocatórias para manifestações na sexta-feira e está igualmente prevista para sábado uma marcha organizada por um grupo da sociedade civil.

"A maior parte dos meus clientes em processos por motivos políticos foram libertados", declarou Cheikh Koureissy Bâ à agência AFP, afirmando que se tratam de várias dezenas de detidos.

A lista de vários deles, fornecida à AFP por Moussa Sarr, inclui Aliou Sané, coordenador do movimento de cidadãos "Y'en a marre" (estamos fartos), Djamil Sané, presidente da câmara de uma comuna de Dacar, e vários membros do antigo partido Pastef, do opositor Ousmane Sonko.

"A pressão internacional está a levar o Presidente Macky Sall a ordenar algumas libertações", disse Souleymane Djim, membro do Coletivo dos Familiares dos Presos Políticos, confirmando que estão em curso algumas libertações.

Um dos principais candidatos anunciados para as eleições presidenciais de 2024, Ousmane Sonko, bem como o seu segundo comandante do dissolvido partido Pastef, Bassirou Diomaye Faye, estão detidos desde 2023. Atualmente, não há notícias sobre a sua possível libertação.

À porta da prisão de Rebeuss, em Dacar, cerca de 50 pessoas aguardam a libertação de familiares e amigos.

"Estou à espera da libertação de um amigo, um irmão chamado Mbaye. Foi detido no dia 01 de agosto e está na prisão há seis meses", contou Khadim Gueye, 40 anos.

"A minha cabeça está noutro lugar, não sei o que dizer, não estou totalmente aliviado. O país ainda não foi libertado", declarou um detido após ser libertado, sem querer identificado.

"Vieram apenas dizer-nos para sairmos", disse Gagné Demba Gueye, 32 anos. "Somos uma moeda de troca, estão a tirar-nos de lá em troca da estabilidade do país", afirmou Gueye, que tinha no pulso uma pulseira com as cores do Pastef.

Desde o início da semana, tem-se falado da possibilidade de uma amnistia que poderia ser discutida pelo Conselho de Ministros, mas não foi feito qualquer anúncio nesse sentido.

O anúncio de Macky Sall de que as eleições presidenciais seriam adiadas a três semanas do fim do mandato provocou protestos num país conhecido pela sua estabilidade, numa região afetada por um número crescente de golpes de Estado.



PRESIDENTE DA REPÚBLICA CONDECORADO COM MEDALHA DE ALTO DIGNATÁRIO DA ORDEM DA GRANDE ESTRELA DO DJIBUTI

Por Presidência da República da Guiné-Bissau

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi esta quinta-feira, agraciado pelo seu homólogo, Sua Excelência Ismail Omar Guelleh, com a Medalha de Alto Dignitário da Ordem da Grande Estrela do Djibuti, correspondente à mais alta distinção da ordem nacional de mérito do Djibuti. 

"A honra que o Presidente da Guiné-Bissau nos concedeu ao aceitar fazer esta visita Oficial, apesar da sua agenda preenchida, é o reflexo da fraternidade incomensurável que liga os nossos dois países", observou o Presidente de Djibuti. Por sua vez, o chefe de Estado guineense apelou "ao reforço incessante dos laços excepcionais entre entre a Guiné-Bissau e a República do Djibuti" e manifestou o desejo de que esta visita conduza a "um maior nível de intercâmbio, de solidariedade, de ajuda mútua e de complementaridade". 🇬🇼🇩🇯

“Economia Azul pode ser o pilar da relação União Europeia-União Africana”. A comissária angolana da União Africana para a Economia e Agricultura Rural, Josefa Sacko, referiu que o objectivo é reforçar este sector importante para a população africana.

Por  RFI Português 

Apesar de alguns parceiros do Senegal, nomeadamente a França mas também os Estados unidos terem incitado Macky Sall a organizar as presidenciais o mais rapidamente possível e apesar também dos defensores dos Direitos Humanos terem denunciado o uso excessivo da força e as restrições ao direito de manifestar e no acesso à internet, não existem indicações sobre quaisquer avanços.

Por  RFI Português