Por Cnnportugal.iol.pt 04/07/23
Autoridades lutam para manter o turismo em alta na região. Guia turístico garante que os turistas continuam a visitar a região e que o vão fazer "sempre"
A Crimeia, península do Mar Negro que a Rússia anexou em 2014, tem vindo a ser alvo de repetidos ataques nas últimas semanas de guerra na Ucrânia. Depois de Moscovo ter acusado Kiev de ter disparado mísseis britânicos Storm Shadow contra uma ponte que liga Chonhar à Crimeia, a Ucrânia mostra que quer intensificar a sua contraofensiva para tentar recuperar a península.
Mas nem isso parece demover as autoridades russas de que passar o verão junto ao mar de Azov é uma ideia e os anúncios para pacotes de férias e casas para arrendar multiplicam-se nas redes sociais.
De acordo com o Washington Post, aquele que é um dos destinos favoritos quer das elites russas como dos cidadãos comuns tem vindo a ser anunciado sem parar para tentar evitar que a guerra destrua aquela que é uma das fontes de rendimento da Crimeia: o turismo.
"As praias mais brancas da Crimeia!", "Relaxe e desfrute do seu verão em grande estilo", "Praias extensas, mares límpidos e uma infraestrutura hoteleira em desenvolvimento não o deixarão indiferente!", são alguns dos anúncios que podem ser encontrados online, segundo o jornal norte-americano.
Depois de no verão passado a Crimeia ter sido afetada pelo bombardeamento da base aérea e pela explosão da ponte Kerch, a Rússia garante agora que a situação na península é calma e propícia ao turismo e que nem o rebentamento da barragem Kakhovka vai afetar o fornecimento de água da região.
Em declarações ao jornal, um guia turístico da Crimeia garante que os turistas continuam a visitar a região e que o vão fazer "sempre".
"Aqui não temos medo de nada. Aqui é o lugar mais seguro do país em termos de defesa e armas. Isto não é propaganda. Não fariam tais perguntas se passassem um único dia em Lugansk, Donetsk e na Crimeia e falassem com os residentes locais", afirmou Moryachok, identificado apenas pelo nome que usa nas redes sociais.
Elena, uma professora de 55 anos de Moscovo, garante que está nos planos da família tirar férias na Crimeia este ano, como é habitual, e garante que "não está nada preocupada".
"Quanto a eventuais problemas com alimentos, água e eletricidade, não estou nada preocupada. Já houve alturas diferentes e até piores. Costumava ir à Crimeia no tempo da União Soviética, antes de 2014 e depois. É claro que este ano a situação geral é preocupante, mas há fé na prudência, na humanidade e em Deus", garantiu.
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