domingo, 16 de outubro de 2022

OMS destaca luta contra malária e poliomielite após atenções em Covid-19

© Lusa

Por LUSA  16/10/22 

A cimeira mundial da saúde arrancou hoje em Berlim entre apelos para colocar a saúde no topo das prioridades globais e alertas para continuar a luta contra a malária e poliomielite, enquanto as atenções estão centradas na Covid-19.

"A saúde não é um custo, é um investimento", sublinhou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, na cerimónia de abertura de uma cimeira que vai durar três dias e é considerada o maior evento internacional deste âmbito em 2022.

O impacto da pandemia do novo coronavírus, em escala sanitária, social e económica, deve ser aproveitado "para elevar a saúde ao mais alto nível" no conjunto de prioridades na esfera política e também no investimento, público ou privado, disse o representante.

Tem de haver um "compromisso geracional" para que, no fim, se contemple a despesas com a saúde como um "investimento", acrescentou o diretor-geral da OMS, agência que integra o sistema das Nações Unidas.

A pandemia da doença Covid-19 revelou "a vulnerabilidade" a que o mundo continua exposto, tanto o mais desenvolvido como o que ainda não tem "acesso adequado e equitativo à vacina", recordou.

Não é, no entanto, segundo foi focado no arranque da cimeira, a única das vulnerabilidades que continuam a afetar a população mundial em termos de saúde, porque a tarefa de erradicar a poliomielite no mundo menos industrializado ainda está pendente.

A luta contra a poliomielite vai ocupar as sessões da chamada conferência de doadores contra esta doença, que pretende arrecadar 4.800 milhões de euros nos próximos quatro anos.

Numa mensagem endereçada à cimeira, o bilionário e mecenas norte-americano Bill Gates anunciou uma doação de até 1.200 milhões de euros para o fundo contra a poliomielite, doença que continua a causar estragos no Paquistão e no Afeganistão.

"A erradicação da poliomielite está ao nosso alcance. Mas a doença continua a ser uma ameaça", disse o mecenas, copresidente da fundação Bill e Melinda Gates, numa intervenção por videoconferência no arranque da cimeira mundial da saúde.

O valor será doado para a Iniciativa Global para a Erradicação da Poliomielite, uma parceria público-privada, cujo objetivo é acabar definitivamente até 2026 com a poliomielite, contra a qual existe vacina.

Esta doença altamente contagiosa, que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia permanente, afeta mais frequentemente crianças com menos de cinco anos.

Desde o seu lançamento em 1988, a iniciativa ajudou a reduzir os casos de poliomielite em mais de 99% em todo o mundo e evitou mais de 20 milhões de casos de paralisia, disse a fundação em comunicado.

O Paquistão e o Afeganistão são os dois únicos países onde o poliovírus selvagem, a forma mais conhecida do vírus, permanece endémica.

Mas dois países africanos, Malawi e Moçambique, registaram casos de pólio selvagem importados para o seu território este ano.

Também o chanceler alemão, Olaf Scholz, se referiu à luta contra a poliomielite na sua mensagem de saudação no início dos trabalhos da reunião, pedindo que não se deixem "fora de foco" estas doenças que, para o mundo industrializado, já estão superadas, tendo anunciado uma contribuição de 35 milhões de euros para aquele fundo global.

A pandemia de Covid-19 revelou a importância de "seguir os conselhos dos cientistas", prosseguiu Scholz.

Estes, frisou o líder alemão, reagiram e conseguiram desenvolver vacinas para combatê-la "num tempo incrivelmente curto", o que mostra a "necessidade imperiosa" de investir em investigação, assim como na saúde.

Em nome da Comissão Europeia, interveio a diretora-geral para a Saúde e Segurança Alimentar, Sandra Gallina, lembrando que a luta pela saúde global passa pelo combate às desigualdades e pela erradicação da pobreza.

A cimeira da saúde, apadrinhada por Scholz e pelos Presidentes francês, Emmanuel Macron, e senegalês, Macky Sall, arrancou em formato híbrido, com intervenções presenciais -- como a do chanceler alemão - e mensagens por meios virtuais, entre elas a de Bill Gates.

GUINÉ-BISSAU: SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO EM DEBATE


 Radio TV Bantaba

Ninguém contribuiu mais que o PRS para a vitória de Umaro Sissoco Embaló nas eleições presidenciais. Afirmou hoje o Presidente em exercício do PRS, quando conferia posse aos responsaveis locais do Partido em Mansoa.

 Fernando Dias acusou sem citar nomes, que existem pessoas que estão a minar a relação entre o PRS e o Presidente Embaló.

Radio Voz Do Povo

EUA afasta encontro de Biden com príncipe herdeiro saudita no G20

© Reuters

Por LUSA  16/10/22 

A administração norte-americana afastou hoje a possibilidade de o Presidente Joe Biden se encontrar com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, na cimeira do G20 do próximo mês, na Indonésia.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que "o Presidente vai reavaliar a relação com a Arábia Saudita porque eles têm estado do lado da Rússia contra os interesses do povo norte-americano".

Sullivan respondia assim à CNN sobre a deterioração das relações entre Riade e Washington após o corte das quotas de produção da OPEP+, que beneficia a Rússia.

"São relações que foram construídas ao longo de décadas com o apoio de ambos os partidos", democrata e republicano, e "o Presidente não vai seguramente agir de forma precipitada", afirmou.

Mas "não tem qualquer intenção de se encontrar com o príncipe herdeiro na cimeira do G20", anunciou.

O conselheiro de Biden observou que entre as opções que estão a ser consideradas para reavaliar as relações com Riade estão "mudanças na abordagem à ajuda militar dos EUA à Arábia Saudita".

Na semana passada, a OPEP+ - os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, e os seus 10 parceiros, liderados pela Rússia - decidiram reduzir as suas quotas de produção, de forma a suster os preços do crude, que estavam a cair.

Um aumento dos preços irá beneficiar os cofres da Rússia, que depende das suas vendas de hidrocarbonetos para financiar a guerra na Ucrânia, que lançou em fevereiro deste ano.

MADEM G15 : INAUGURAÇÃO DO SEDE PRINCIPAL DO C.E 25 ZONA 2







Em actualização...


Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 

Os drones kamikaze da Rússia são a última ameaça à Ucrânia. O que sabemos sobre eles

Ataque em Kiev (AP)

Ivana Kottasová  CNN, 16/10/22

A Ucrânia pediu aos aliados para fornecerem mais sistemas de defesa antiaérea e munições depois de a Rússia ter aumentado a utilização de drones kamikaze no seu ataque brutal contra o país.

Kiev disse que Moscovo usou drones kamikaze fornecidos pelo Irão em ataques contra Kiev, Vinnytsia, Odessa, Zaporizhzhia e outras cidades ucranianas nas últimas semanas, e apelou aos países ocidentais para fornecerem mais ajuda perante este novo desafio.

Os drones têm tido um papel significativo no conflito desde que a Rússia lançou a sua invasão em larga escala em fevereiro passado, mas a sua utilização aumentou desde o verão, quando Moscovo adquiriu os novos drones ao Irão.

Também os ucranianos têm usado drones kamikaze contra alvos russos e pediram aos aliados para lhes fornecerem mais destas armas letais.

Eis o que sabemos acerca destes drones.

O que são drones kamikaze?

Os drones kamikaze ou drones suicida são um tipo de sistema bélico aéreo. São conhecidos como munição de espera porque conseguem aguardar durante algum tempo numa zona identificada como alvo potencial e só atacam quando é identificado um ativo inimigo.

São pequenos, portáteis e podem ser lançados facilmente, mas a sua principal vantagem é que são difíceis de detetar e podem ser disparados à distância.

O nome kamikaze é uma referência ao facto de os drones serem descartáveis. São concebidos para atacar para lá das linhas do inimigo e serem destruídos no ataque, ao contrário dos drones militares tradicionais que são maiores e mais rápidos e voltam à origem depois de largarem mísseis.

Que drones está a Rússia a usar na Ucrânia?

As forças armadas ucranianas e os serviços secretos americanos dizem que a Rússia está a usar drones de ataque feitos no Irão. Representantes dos EUA disseram em julho à CNN que o Irão tinha no mês anterior começado a apresentar os drones da série Shahed à Rússia no aeródromo de Kashan, a sul de Teerão. Os drones são capazes de transportar mísseis de precisão e têm uma carga útil aproximada de 50 quilos.

Em agosto, representantes dos EUA disseram que a Rússia tinha comprado estes drones e estava a treinar as suas tropas para os usarem. Segundo o presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia, a Rússia encomendou 2400 drones Shahed-136 ao Irão.

A Ucrânia afirma que as suas tropas abateram um desses drones pela primeira vez no mês passado perto da cidade de Kupyansk, em Kharkiv. Desde então, houve registo de mais ataques. As forças armadas de Kiev disseram ter abatido 17 mísseis Shahed-136 num único dia. De acordo com fotos divulgadas pelas autoridades ucranianas, a Rússia rebatizou os Shahed e usa-os com o nome “Geran”.

Os representantes americanos dizem que “já há indícios” de os drones iranianos “terem sofrido inúmeras falhas” no campo de batalha.

A vice-subsecretária da Defesa para a política, Sasha Baker, disse aos jornalistas no final do mês passado que “a ideia de os drones representarem um salto tecnológico é algo que, sinceramente, os dados não estão a mostrar”.

Moscovo tem também os seus próprios drone kamikaze, feitos pela fabricante russa de armas Kalashnikov Concern. A Ucrânia afirma que abateu na quarta-feira dois destes drones ZALA Lancet.

Partes daquilo que as autoridades ucranianas dizem ser um drone iraniano Shahed-136 foram encontradas em Kharkiv, na Ucrânia, a 6 de outubro de 2022

Um polícia ucraniano inspeciona uma peça de um drone abatido em Kharkiv, a 6 de outubro de 2022

Como pode a Ucrânia defender-se destes drones?

Desde o início da guerra em fevereiro que a Ucrânia pede aos seus aliados para fornecerem sistemas de defesa antiaérea, mas a necessidade tornou-se mais urgente desde que a Rússia começou a usar drones de fabrico iraniano.

Os sistemas de defesa antiaérea foram uma das três principais prioridades na lista de armas solicitadas pela Ucrânia durante uma reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia em Bruxelas na quarta-feira, segundo um documento fornecido aos ministros da defesa que participaram no encontro.

O general Mark Milley, diretor do Estado-Maior Conjunto dos EUA, disse aos jornalistas após a reunião que os EUA e os aliados tinham de fornecer sistemas de defesa antiaérea à Ucrânia para ajudar o país a defender o seu espaço aéreo contra os ataques das tropas russas.

“Muitos países têm Patriot, muitos países têm outros sistemas, há uma série de sistemas israelitas que são muito capazes, os alemães também têm sistemas como já referimos, portanto muitos países que estiveram hoje aqui têm uma variedade de sistemas”, indicou Milley.

“A tarefa será juntá-los, enviá-los e treiná-los, porque todos esses sistemas são diferentes. É preciso garantir que podem ser ligados com um sistema de comando, controlo e comunicação e verificar se têm radares capazes de falar entre si para poderem identificar alvos nos seus voos de aproximação.”

A defesa antiaérea de que a Ucrânia precisa para combater os drones kamikaze é diferente dos sistemas usados contra mísseis de cruzeiro e armas semelhantes. O sistema de defesa Patriot – que significa “sistema de radar de rastreamento para interceção de alvos” – foi concebido para combater e destruir mísseis balísticos de curto alcance, tal como aeronaves avançadas e mísseis de cruzeiro, e pode ser usado contra drones.

As autoridades ucranianas dizem que as defesas aéreas do país já estavam a derrubar o “grosso” dos drones Shahed. O general Valerii Zaluzhnyi, comandante militar ucraniano, publicou na terça-feira no Twitter um agradecimento à Polónia por serem seus “irmãos de armas” ao treinarem um batalhão de defesa aérea que ele disse ter destruído 9 de 11 drones Shahed. Ele disse que a Polónia deu “sistemas” à Ucrânia para ajudar a destruir os drones.

No mês passado, houve registo de que o governo polaco tinha comprado equipamento israelita avançado (Israel tem uma política de não vender “tecnologia avançada de defesa” a Kiev) que foi depois transferido para a Ucrânia.

Na quinta-feira, Zelensky fez um novo pedido de capacidades de defesa antiaérea, tendo dito que Kiev tem apenas cerca de 10% daquilo que precisa para combater os ataques de Moscovo.

A Ucrânia também tem drones kamikaze?

As forças armadas ucranianas têm usado drones kamikaze RAM II, que foram desenvolvidos por um consórcio de empresas ucranianas e comprados com dinheiro angariado em crowdfunding por ucranianos comuns. Estas munições de espera de precisão podem transportar ogivas com 3 quilos e têm um alcance de voo até 30 quilómetros, segundo os seus fabricantes.

Mas Kiev tem também contado com os aliados para fornecerem drones. Os EUA já enviaram vários tipos de sistemas de armas aéreas para a Ucrânia. Entre eles contam-se os drones Switchblade – pequenos drones kamikaze portáteis que podem levar uma ogiva e explodir com o impacto. O Switchblade 300 e o Switchblade 600 de maior dimensão são produzidos pela empresa americana de defesa AeroVironment.

O Switchblade 300 de menor dimensão pode atingir um alvo a 9,6 km, segundo as especificações fornecidas pela empresa, enquanto o Switchblade 600 de maior dimensão pode atacar a mais de 32 km. Ambos os sistemas podem ser preparados e lançados em minutos.

Em maio, os EUA enviaram às forças armadas militares os drones “phoenix ghost”, que se julga serem semelhantes aos Switchblade, apesar de pouco se saber sobre as suas capacidades.

O Reino Unido também forneceu munições de espera à Ucrânia, incluindo 850 micro-drones Black Hornet que são lançados à mão.

Adicionalmente, a Ucrânia tem usado os drones Nayraktar TB2 de fabrico turco. Estes drones tornaram-se um símbolo da resistência ucraniana. Porém, são maiores e foram concebidos para voltar à origem após largarem bombas ou mísseis guiados por laser.

Guiné-Bissau: Entrevista com a directora do ISG Doutora Lili Pontinta, sobre abertura de ano lectivo do IPT/ ISG 2022- 2023

 Rádio Jovem Bissau 

GUINÉ-BISSAU: O ministro das Finanças guineense afirmou à Lusa que o programa do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em nada está relacionado com o eventual adiamento das eleições legislativas, pelo que não afetaria o seu cronograma.

Por LUSA  16/10/22 

Guiné nega que adiamento de legislativas atrase programa do FMI

O ministro das Finanças guineense afirmou à Lusa que o programa do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em nada está relacionado com o eventual adiamento das eleições legislativas, pelo que não afetaria o seu cronograma.

"Não tem nada a ver, porque o Fundo (FMI) trabalha com o país, independentemente das eleições. Nós sabemos que existe um decreto do Presidente da República que marcou eleições para dia 18 e quem tem a competência e o direito de pronunciar se vai haver uma eleição geral tem de ser o mesmo Presidente, através de um outro decreto. Portanto, eu aqui continuo a falar que enquanto não existir o decreto, haverá eleição no dia 18", frisou Ilídio Té.

"Mas o programa do Fundo não tem nada a ver com eleições. Já falámos sobre isso e o Governo está a fazer o seu trabalho para ter um programa financeiro, porque será um programa entre o Fundo Monetário Internacional e a Guiné-Bissau", disse o governante, em entrevista à Lusa, em Washington, à margem dos encontros anuais do FMI.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu em 16 de maio o parlamento da Guiné-Bissau e marcou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro.

Contudo, partidos políticos com e sem assento parlamentar consideraram ser difícil realizar eleições em 18 de dezembro.

Os problemas de acessibilidade a algumas zonas do país, devido à época das chuvas, a sensibilidade dos materiais que não podem ser molhados e o facto de no interior do país muitas pessoas estarem nos campos agrícolas, foram outras das razões que levaram ao pedido de adiamento das eleições.

Os principais partidos políticos guineenses defenderam a realização de um recenseamento eleitoral de raiz, que segundo a lei deve durar cerca de três meses, mas, que até ao momento, ainda não começou.

O ministro das Finanças da Guiné-Bissau participou ao longo da semana numa série de reuniões na sede do FMI e do Banco Mundial, em Washington, fazendo um "balanço positivo" desses trabalhos "intensos e duros" que manteve.

"Podemos fazer um balanço positivo de todos os encontros que tivemos nestas reuniões com diferentes departamentos. Na sexta-feira estivemos reunidos com uma delegação do departamento legal, que era umas das reuniões mais complicadas. Mas, ao fim e ao cabo, acho que correu bem no final", avaliou.

À Lusa, Ilídio Té disse que aproveitou os encontros para reforçar o interesse do Governo em ter um programa financeiro com o FMI.

"Também [tivemos um reunião] com o chefe da própria missão do Fundo. Uma reunião aprofundada e, sobretudo, para fazer uma abordagem mais séria e mostrar qual o empenho do Governo em ter um programa financeiro com o Fundo. Portanto, toda a nossa dedicação e vontade política em cumprir com todos os pontos foram lá sublinhados", detalhou.

O ministro salientou ainda que apesar da "própria conjuntura e fragilidade do país", há um esforço "para pôr o carro dentro da estrada".

"Portanto, como dizem que temos um Ferrari dentro da garagem, estamos a trabalhar para tirar o Ferrari para pô-lo na estrada", comparou, numa alusão ao trabalho que diz que o seu Governo está a desenvolver.

O FMI anunciou em junho que iria retomar brevemente a assistência financeira à Guiné-Bissau no âmbito da Facilidade de Crédito Alargado e destacou no âmbito das consultas do artigo IV que a gestão orçamental sustentável é uma "prioridade" e que a consolidação orçamental deve continuar em 2022 para "conter o elevado risco" de aumento da dívida pública.


Rádio pindjiguiti pidi desculpas pá ki informações ku se jornalista papia... Tudo keki papia i falso.???

Por: Gaitu Baldé

FOME: África Ocidental e Central. 60 milhões de pessoas afetadas pela fome

© Getty Images

Por LUSA  16/10/22 

A aliança Joining Forces alertou hoje, Dia Mundial da Alimentação, que quase 60 milhões de pessoas afetadas por insegurança alimentar aguda vivem no centro e no oeste do continente africano e quase metade são crianças.

A aliança, que inclui Organizações Não Governamentais (ONG) como a Save the Children, World Vision, SOS Children's Villages, Terre des Hommes, Educo e Plan International, diz que aquelas regiões acumulam quase um quarto das pessoas afetadas pela gravíssima crise alimentar que afeta as áreas mais desfavorecidas do planeta.

"Entre essa população, quase oito milhões de pessoas estão diretamente ameaçadas pela fome e são necessárias ações urgentes", acrescenta a aliança.

As ONGs estimam que mais da metade das famílias afetadas pela insegurança alimentar aguda estão na República Democrática do Congo e na Nigéria.

Outros 12,7 milhões de pessoas afetadas estão no Burkina Faso, Mali e Níger. A Nigéria, em particular, continua a ser um dos países mais preocupantes do mundo para o período entre outubro de 2022 e janeiro de 2023 e para o qual é necessária ajuda imediata.

"2022 foi um dos anos mais difíceis para as crianças e as suas famílias na África Ocidental e Central, e a temporada de escassez deste ano foi uma das piores em 10 anos. Os mais atingidos foram as pessoas que vivem em regiões afetadas por conflitos, lamentou o diretor da Save the Children para aquelas regiões africanas, Philippe Adapoe.

A Save the Children denunciou uma crise que combina o conflito armado, as consequências a longo prazo da restrição de atividades devido à pandemia de Covid-19, o constante aumento dos custos de alimentos básicos, combustível e fertilizantes e os efeitos das mudanças climáticas, com cheias que prejudicam as lavouras, ou a redução na produção de cereais e hortaliças devido à diminuição e falta de chuvas.

"Com a abertura de escolas na maioria dos países da região, é importante garantir que haja alimentos saudáveis suficientes para que as crianças sejam saudáveis e usufruam do direito de frequentar e permanecer na escola", sublinhou Carla Denizard, da World Vision para a África Ocidental (que inclui a Guiné-Bissau e Cabo Verde), que pede proteção infantil.

Nesse sentido, a aliança pede às autoridades locais e à comunidade internacional que fortaleçam os sistemas nacionais de segurança alimentar, aumentem os sistemas de proteção social equitativos, inclusivos e sensíveis às crianças e priorizem as transferências de dinheiro para apoiar melhor as famílias com insegurança alimentar aguda.

Também exige o desenvolvimento e expansão de programas de proteção social sensíveis à nutrição que visem as famílias em maior risco, bem como garantir que as crianças mais vulneráveis e as suas famílias tenham acesso a alimentos nutritivos acessíveis e serviços de saúde adequados, incluindo mulheres grávidas e lactantes, como bem como bebés e crianças menores de cinco anos.

Guiné-Bissau: Conferencia de imprensa de associação de retalhista de feira cabaceira,

Conferencia de imprensa de associação de retalhista de feira cabaceira, os moradores do bairro e associação dos jovens unidos para o desenvolvimento de Pluba, para manifestarem as suas preocupações sobre pretenso venda do espaço e dar conhecimento sobre o posicionamento dos utentes e feirantes do referido espaço em causa.

 Radio TV Bantaba 

PAPA FRANCISCO: Papa pede o fim da "loucura cruel da guerra" no seu mais recente livro

© Lusa

Por LUSA  16/10/22

O papa declarou que "nunca há lugar para a barbárie da guerra" e pediu à humanidade o fim da "loucura cruel da guerra" no seu mais recente livro, num excerto que o jornal italiano La Stampa antecipou hoje.

'Peço em nome de Deus. Dez orações por um futuro de esperança' é o título da obra, na qual Francisco fez as suas reflexões sobre a guerra e considerou que os conflitos são "o verdadeiro fracasso da política".

O Papa também pediu um "basta" à produção e comércio de armas e apelou à erradicação das armas nucleares.

A guerra na Ucrânia, segundo o Papa, "expôs as consciências de milhões de pessoas no Ocidente à dura realidade de uma tragédia humanitária que existe há muito tempo e em vários países" e "mostrou-nos o mal do horror da guerra", mencionando ainda o resto dos conflitos no mundo.

Francisco dirigiu-se às "autoridades locais, nacionais e mundiais", das quais "dependem as iniciativas adequadas para acabar com a guerra", a quem pediu, "em nome de Deus" que também digam "basta para a produção e o comércio internacional de armas".

O Papa pediu que as "armas nucleares e atómicas" sejam erradicadas do planeta, pois a sua existência "põe em risco a sobrevivência da vida humana na Terra".

Francisco também pediu que "não manipulem informações e não enganem os seus povos para alcançar objetivos militares" porque "não há ocasião em que uma guerra possa ser considerada justa. Nunca há lugar para guerra bárbara".

"A guerra também é uma resposta ineficaz: nunca resolve os problemas que se pretende superar", declarou Francisco.

"O Iémen, a Líbia ou a Síria estão melhor do que antes dos conflitos?", questionou o Papa.

Francisco apontou o caminho para uma solução: "É necessário o diálogo, a negociação, a escuta, a habilidade diplomática e a criatividade, bem como uma política de visão de longo prazo capaz de construir um sistema de convivência que não se baseie no poder das armas ou da dissuasão".

O papa assegurou que "não há conflitos justos" ou "preventivos" e que é inaceitável considerar as vidas perdidas "como danos colaterais", insistindo que o mundo está a assistir a "uma terceira guerra mundial em pedaços que, no entanto, ameaça tornar-se cada vez maior até que tome a forma de um conflito global".

JOSEP BORRELL: "A Europa é um jardim. O resto do mundo é maioritariamente uma selva"... A comparação feita por Josep Borrell suscitou muitas críticas nas redes sociais, acusando o diplomata europeu de ter um discurso colonialista.

© União Europeia

Notícias ao Minuto  16/10/22 

O nome de Josep Borrell, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, tornou-se cada vez mais conhecido nos últimos meses devido à guerra na Ucrânia, com o chefe da diplomacia europeia a ser um dos rostos mais visíveis do apoio da UE ao país invadido pela Rússia.

Mas, na quinta-feira, Borrell quis abordar o tema da multiculturalidade, defendendo que a Europa deve "interagir com o resto do mundo", fazendo-o através de uma comparação que muitos nas redes sociais consideraram infeliz.

"A Europa é um jardim. Construímos um jardim. É a melhor combinação de liberdade política, prosperidade económica e coesão social que a humanidade já construiu", começou por dizer Borrell, no discurso de inauguração de um novo programa académico de diplomacia, no Colégio da Europa, em Bruges.

O diplomata acrescentou depois que "o resto do mundo não é exatamente um jardim".

"A maioria do resto do mundo é uma selva, e a selva pode invadir o jardim. Os jardineiros devem cuidar dele, mas não vão proteger o jardim construindo muros. Um pequeno jardim rodeado por muros altos para impedir a selva de entrar não é uma solução, porque a selva tem uma capacidade de crescimento forte e o muro nunca será alto o suficiente", afirmou, acrescentando ainda que "os jardineiros devem ir à selva" e que "os europeus devem interagir muito mais com o resto do mundo, senão o resto do mundo invade-nos, de uma forma ou de outra".

O comentário de Borrell é uma referência bastante clara às políticas de imigração europeias, e uma crítica à popularização da analogia do 'muro' na fronteira após o mandato de Donald Trump à frente dos Estados Unidos da América. Se o líder europeu pretendia salientar a importância de abrir as portas ao mundo, a forma como o diplomata o disse não foi bem acolhida.

Através do Twitter, um investigador do Instituto Alemão para Estudos Globais (GIGA) explicou o simbolismo em torno das expressões 'selva' e 'jardim' como um legado colonialista, usadas historicamente para descrever a diferença entre a Europa Ocidental e o resto do mundo que acabaria por ser colonizado, e considerado inferior.

Outra utilizadora, uma docente na Universidade Norte-Americana do Afeganistão, questionou que "se o resto do mundo fora da Europa é uma 'selva' de instabilidade e conflito, poderá um homem da idade de Borrell refletir nas razões?".

O vídeo da declaração está a ser muito partilhado, maioritariamente por páginas e contas afetas ao Kremlin, que aproveitaram para apontar o dedo à UE  - uma crítica constante feita pela Rússia que, apesar de ser responsável por inúmeros crimes e ataques contra minorias étnicas, tem acusado a Ucrânia e a UE de albergar nazis e extremistas.

Não é a primeira vez que Borrell usa esta comparação para categorizar a força da democracia europeia. Numa entrevista à Euronews, durante uma visita a países da América Latina, em maio, o antigo ministro espanhol já tinha dito exatamente o mesmo: a Europa é "como um jardim francês, ordenado e geométrico", enquanto que "o resto do mundo é semelhante a uma selva".