domingo, 28 de agosto de 2022

Japão reclamará lugar para África no Conselho de Segurança da ONU

Por LUSA 28/08/22 

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu hoje "remediar uma injustiça histórica" que irá fazer pressão para que o continente africano tenha um lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Para agir eficazmente" e consolidar a paz e a segurança em África, é "urgente remediar a injustiça histórica" da ausência de um assento permanente para África na ONU, disse Kishida através de videoconferência, numa cimeira Japão-África, que se realiza em Tunes, Tunísia, desde sábado.

Segundo o chefe do Governo japonês, citado pela agência France-Presse (AFP), o seu país pretende "criar um ambiente em que o povo africano possa viver em paz e segurança para que o continente se possa desenvolver.

"O Japão reforçará a sua parceria com África" e, no próximo ano, quando estiver no Conselho de Segurança com um assento não permanente (2023 e 2024), irá defender a reforma da ONU e um assento permanente para o continente.

Kishida, que ficou em Tóquio devido à covid-19, apontou que será "um momento de verdade para a ONU".

"Para que a ONU possa trabalhar de forma eficaz pela paz e estabilidade, é urgente reforçar a ONU através da reforma do Conselho de Segurança", sublinhou.

Atualmente o Conselho de Segurança é composto por 15 membros, dos quais cinco permanentes (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido), sendo os restantes lugares ocupados por outros Estados-membros das Nações Unidas em rotações de dois anos.

Kishida agradeceu ainda à União Africana e à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pela sua "mediação na prevenção de conflitos" e referiu que os problemas transfronteiriços no continente devem ser abordados, tal como a formação das forças de segurança, a governação judicial e administrativa e a insegurança alimentar.

Na abertura do encontro, no sábado, o chefe do Governo anunciou "investimentos de 30 mil milhões de dólares (cerca de 30 mil milhões de euros)" ao longo de três anos em África.

Acabam de ser descobertos factos importantes sobre a vitamina B6 : leia, leia - em nome da sua saúde mental

Laranjas (Eddy Buttarelli via Getty Images)

Cnnportugal.iol.pt  28/08/22

Mas quer isto dizer que agora devemos ir a correr comprar suplementos da B6?

Há quem a designe "vitamina esquecida" mas a vitamina B6 parece ser bem mais essencial do que aquilo que imaginamos. Pelo menos é isso mesmo que sugere um estudo publicado em julho na revista científica Human Psychopharmacology, cujos resultados demonstram que a vitamina B6 reduz a ansiedade e os sintomas de depressão.

Não é novidade que as vitaminas do complexo B são essenciais para o funcionamento do sistema nervoso e do sistema imunológico. Sabemos também que a vitamina B12 ajuda a prevenir a anemia e a fortalecer os ossos, enquanto a B9 (ácido fólico) é recomendada na gravidez, sendo necessária para o crescimento e desenvolvimento do feto.

Todavia, a vitamina B6 é considerada a "vitamina esquecida" entre as vitaminas do complexo B, como a descreveu em declarações ao New York Times Reem Malouf, neurologista que se dedica ao estudo na Universidade de Oxford sobre os efeitos da B6 ao nível cognitivo.

Um estudo desenvolvido na Universidade de Reading, no Reino Unido, procurou resolver esta lacuna através de um ensaio experimental que contou com a participação de 478 adultos, com idades compreendidas entre os 18 e os 58 anos. Os participantes foram agrupados de forma aleatória e, durante cerca de um mês, um grupo recebeu comprimidos placebo, outro grupo recebeu comprimidos de 100 miligramas de vitamina B6, enquanto o terceiro recebeu comprimidos de 100 miligramas de vitamina B12.

Os participantes que receberam o suplemento da vitamina B6 admitiram sentir menos ansiedade e os resultados sugerem que esta vitamina "induziu uma tendência de redução dos sintomas de depressão", enquanto a vitamina B12 "produziu tendências para mudanças na ansiedade e no processamento visual". 

"Os nossos resultado sugerem que a suplementação da vitamina B6 em doses elevadas [100mg] aumenta as influências neurais inibitórias GABAérgicas, o que é consistente com o seu papel conhecido na síntese de GABA", ou seja, na forma como os medicamentos atuam no nosso organismo, pode ler-se no estudo.

É preciso ter em conta que a amostra deste estudo é de pequena dimensão, não sendo, por isso, representativa. As conclusões dos restantes estudos científicos sobre os efeitos da vitamina B6 na saúde mental também são muito limitadas e nem sempre é possível identificar uma causa-efeito. Isto porque é muito difícil medir a forma como as vitaminas são absorvidas pela corrente sanguínea.

E agora devemos ir a correr comprar suplementos da B6?

Em declarações à CNN Portugal, o presidente da Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Suplementos Alimentares, Pedro Lôbo do Vale, concorda que "as vitaminas são um bocado esquecidas" no mundo da medicina, admitindo que hoje em dia os médicos as "receitam pouco".

Em teoria, os nutrientes e vitaminas naturais dos alimentos "deveriam ser suficientes", mas "é claro que não são", argumenta o médico especialista em Medicina Geral e Familiar. Exemplo disso mesmo é a necessidade de suplementação de ácido fólico nas durante a gravidez, por muito correta que seja a alimentação das grávidas. 

Com o avançar da idade, a necessidade de suplementação também vai sendo cada vez maior, acrescenta o médico: "As pessoas com mais idade, alimentam-se pior - muitos alimentam-se apenas de uma caneta de leite e um pãozinho, etc. -, absorvem menos nutrientes e a necessidade de suplementação é maior".

Nos jovens, a recomendação do médico já não é tão generalizada - os que praticam desporto ou que ficam "muito nervosos e stressados" com os exames da escola ou outras situações devem recorrer a suplementação, mesmo que tenham uma "alimentação variadíssima".

Em relação ao estudo da Universidade de Reading, Pedro Lôbo do Vale pede cautela, ressalvando que a ansiedade e os sintomas de depressão ou problemas de memória "não desaparecem com a vitamina B6", sendo necessárias outras terapias nesse sentido, como a psicoterapia, por exemplo.

Katherine Tucker, epidemiologista nutricional na Universidade de Massachusetts Lowell, considera, por outro lado, que a maioria dos adultos saudáveis consegue obter vitamina B6 mais do que suficiente através da alimentação, uma vez que "está amplamente disponível nos alimentos integrais". O atum, salmão, grão de bico, aves, bananas, laranjas, melão e nozes são alguns exemplos desses alimentos, aponta.

Uma das autoras do estudo da Universidade de Reading, a estudante de doutoramento em psicologia nutricional Jessica Eastwood, também partilha da opinião de Katherine Tucker: "Eu defendo sempre uma abordagem da alimentação em primeiro lugar. Se estiver a sentir mais fadiga, se não se sente você próprio ou se considerar que não ingere muitos alimentos que contenham B6", então talvez esteja na hora de procurar ingerir mais alimentos ricos em B6", argumenta, citada pelo New York Times.

PAQUISTÃO: Hotel de luxo desaba devido a inundações no Paquistão. E há imagens... Veja o vídeo.👇

© Reprodução

Notícias ao Minuto  28/08/22 

O hotel de luxo New Honeymoon, situado na margem do rio Swat, em Kalam, desabou, na sexta-feira, devido às cheias que têm afetado o Paquistão.

Apesar dos danos, o colapso – que poderá ver na galeria acima – não causou feridos, segundo aponta o g1.

A população partilhou várias imagens do momento nas redes sociais, sendo que tanto os funcionários do hotel, como os residentes ali presentes foram retirados em segurança.

Nas últimas 24 horas, pelo menos 119 pessoas morreram devido às inundações causadas por chuvas torrenciais das monções, anunciaram as autoridades este domingo.

Estes óbitos elevaram o número total de vítimas mortais em inundações causadas pelas chuvas de monções, que começaram em junho, para 1.033, de acordo com o último balanço divulgado pela Autoridade de Gestão de Catástrofes (NDMA) paquistanesa.

Mais de 33 milhões de habitantes, ou um paquistanês em cada sete, foram afetados pelas inundações, e perto de um milhão de casas ficaram destruídas ou muito danificadas, referiram os dados governamentais.

A NDMA indicou que mais de 80 mil hectares de terra cultivada ficaram destruídos e mais de 3.400 quilómetros de estradas e 149 pontes foram levadas pelas águas.

As monções são importantes para irrigar plantações e para a reposição de recursos hídricos no subcontinente indiano, mas acarretam também a sua parte de tragédia e destruição, todos os anos, entre os meses de junho e setembro.

A União Europeia (UE) anunciou, no sábado, ter atribuído 1,8 milhões de euros em ajuda humanitária destinada às famílias afetadas pelas inundações no Paquistão.

Em comunicado, o executivo comunitário aponta que a ajuda humanitária visa apoiar as populações afetadas em alguns dos distritos mais duramente atingidos nas províncias de Sinde, Baluchistão, Punjab e Khyber Pakhtunkhwa, sendo o financiamento atribuído aos parceiros humanitários da UE que operam no terreno.

Na semana passada, a UE já tinha destinado 350 mil euros em ajuda para as populações da província do Baluchistão afetadas pelas cheias.

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Mais de 33 milhões de habitantes, ou um paquistanês em cada sete, foram também afetados pelas inundações e perto de um milhão de casas foi destruída ou muito danificada, referiram os dados governamentais.

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Dois navios de guerra dos EUA em trânsito no estreito de Taiwan... Dois navios de guerra norte-americanos passaram pelo estreito de Taiwan em trânsito, anunciou hoje a Marinha dos Estados Unidos.

© yahoo.com

Por LUSA  28/08/22 

A passagem "demonstra o empenho dos Estados Unidos numa região do Indo-pacífico livre e aberta", indicou, em comunicado.

A 12 de agosto, Washington anunciou a intenção de reforçar as relações comerciais com Taiwan e de realizar novas travessias aéreas e marítimas do estreito, numa resposta às manobras militares chinesas, realizadas na sequência da recente visita da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, à ilha.

Para Washington, que apelidou as manobras chinesas "de provocação", Pequim usou a visita de Pelosi a Taiwan para "lançar uma campanha de pressão" contra a ilha e alterar o 'status quo', pondo em risco a paz e a estabilidade no estreito", acusou, na altura, o coordenador Ásia-Pacífico da Casa Branca Kurt Campbell.

Os navios e aviões norte-americanos vão efetuar novas travessias do estreito de Taiwan "nas próximas semanas" e continuar a "voar, navegar ou operar onde a lei internacional o permitir", disse Campbell, sem especificar a natureza dos destacamentos no estreito ou o seu calendário.

Pequim considera Taiwan, que tem um governo autónomo, como parte do seu território a recuperar um dia, e se necessário pela força.

Extremismo no Sahel avançou para sul e atinge países da África Ocidental

© iStock

Por LUSA 28/08/22 

O extremismo violento que atormenta o Sahel avançou para sul e ameaça cada vez mais os países costeiros da África Ocidental, que devem aprender com os erros dos seus vizinhos e evitar uma resposta exclusivamente militar, defendem especialistas.

O que começou há uma década como uma preocupação no norte do Mali estendeu-se a outros países do Sahel, como o Níger e o Burkina Faso, e atinge agora o norte de vários países costeiros da África Ocidental.

Na Costa do Marfim, Gana, Togo e Benim, o extremismo violento "está às portas e já não é apenas uma ameaça", disse à Lusa Sampson Kwarkye, investigador do gabinete do Instituto de Estudos de Segurança (ISS) para a África Ocidental, Sahel e Bacia do Lago Chade.

A Costa do Marfim sofreu 17 ataques ligados a grupos filiados na Al-Qaida desde 2020, o Benim já foi alvo de 21 ataques este ano, dois dos quais reivindicados pelo grupo Jamanta Nusrat al-Islam wal-Muslimeen (JNIM), filiado na Al-Qaida, e o Togo perdeu oito soldados num ataque reclamado pelo mesmo grupo.

O Gana, o único dos quatro países costeiros que ainda não sofreu qualquer ataque, tem visto os seus jovens serem recrutados para grupos extremistas e as autoridades dizem ter já prevenido ataques.

"A situação tornou-se muito preocupante e está a piorar de dia para dia", alertou Kwarkye.

Ao fim de quase uma década de esforços agressivos de contraterrorismo por parte das forças nacionais, regionais e internacionais, a presença destes grupos extremistas não só se manteve como se expandiu, o que revela a insuficiência da abordagem militar para pôr fim ao problema, defendem os investigadores do ISS, instituto sediado na África do Sul, assim como os autores de um artigo recente do Policy Center for the New South, um 'think tank' sediado em Marrocos.

Segundo este artigo, a resposta dos Governos de todos estes países costeiros à ameaça do extremismo tem sido um reforço da segurança e um aumento da presença militar nas fronteiras, estratégia que "será ineficaz, tal como foi no Sahel, porque reflete um mau enquadramento do que está a acontecer no terreno".

O texto refere que a expansão dos extremistas para sul não é equiparável a um exército que marcha fisicamente em formação e que pode ser travado com força militar.

"Em vez disso, eles espalham ideias e exploram os ressentimentos das populações para mudar as lealdades e comportamentos locais. Os grupos extremistas não tendem a dominar e governar áreas, eles tentam controlar as pessoas e incitar à violência para desestabilizar governos", escrevem os investigadores.

Para a investigadora do ISS Jeannine Ella Abatan, que coordena um projeto sobre mulheres e extremismo violento no Mali e no Níger, "a resposta militar é importante, especialmente se priorizar a proteção dos civis", mas são necessárias outras soluções, porque a resposta militar é insuficiente para lidar com as causas profundas do extremismo violento.

Kwarkye vai mais longe e acredita mesmo que as operações militares - nomeadamente a operação francesa Barkhane, que este mês deixou o Mali ao fim de nove anos, mas também operações nacionais ou do G5 Sahel -- contribuíram para a expansão do extremismo.

Estas operações "colocaram uma pressão considerável nos grupos extremistas na região, especialmente no Sahel, e forçaram-nos a procurar novas bases operacionais", explicou.

Além disso, estas operações "não foram baseadas numa compreensão correta do contexto operacional" e acabaram por atingir indiscriminadamente tanto os extremistas como os civis inocentes, aumentando o ressentimento das comunidades contra as autoridades, alertou Kwarkye.

Abatan recorda que entre as causas profundas do extremismo estão precisamente esses ressentimentos e frustrações, que os extremistas capitalizam, especialmente quando as comunidades se sentem abandonadas pelo Estado e privadas de acesso a serviços essenciais como saúde e educação.

"Para ganhar esta batalha, os Estados costeiros têm de ter a comunidade do seu lado. (...) E a única forma de as comunidades ficarem do lado do Estado é se o virem como sendo útil para elas", o que não tem acontecido no caso das populações fronteiriças dos Estados costeiros, alertou Abatan.

O Estado tem de "mostrar a sua presença na vida das comunidades locais, especialmente nas regiões que já registaram ataques e que são vistas como de risco", acrescentou.

Como insistem os investigadores do Policy Center no seu artigo, "o movimento de pessoas através das fronteiras não é o problema principal".

"À medida que os grupos extremistas tentam catalisar o conflito na África Ocidental, os Estados devem apoiar os civis para que resistam às narrativas e pressões desses grupos. As comunidades e indivíduos sob pressão são vulneráveis, não porque estejam perto das fronteiras, mas por causa de dinâmicas internas pré-existentes", acrescentam.

Todos os investigadores enfatizam que os Estados costeiros, que estão em vias de desenhar as suas estratégias para conter e combater o terrorismo, têm de aprender com os erros dos seus vizinhos do Sahel, que contribuíram para a expansão da ameaça.

Nas palavras de Kwarkye, os governos "têm de garantir que, qualquer que seja a estratégia que escolham, tem de ser centrada na comunidade, tem de ter em conta as necessidades das pessoas, especialmente nas zonas remotas e de fronteira".

"Se isso for feito, penso que muito progresso pode ser alcançado", apontou.


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© Lusa

Notícias ao Minuto  28/08/22 

Analistas do Instituto de Estudos de Segurança (ISS, na sigla inglesa) alertam que crescentes ataques extremistas nos países costeiros da África Ocidental são apenas a ponta do icebergue de uma rede que garante a continuidade do terrorismo na região.

"Os países costeiros têm de ver estes ataques como apenas a ponta do icebergue, em que, por baixo, há um número de vulnerabilidades que têm de compreender e abordar antes que seja tarde de mais", disse à Lusa a investigadora Jeannine Ella Abatan, do gabinete do ISS para a África Ocidental, Sahel e Bacia do Lago Chade.

O extremismo violento, que atormenta o Sahel há quase uma década, avançou para sul e ameaça cada vez mais os países costeiros da África Ocidental, como a Costa do Marfim, Gana, Togo e Benim.

A Costa do Marfim sofreu 17 ataques ligados a grupos filiados na Al-Qaida desde 2020, o Benim já foi alvo de 21 ataques este ano, dois dos quais reivindicados pelo grupo Jamanta Nusrat al-Islam wal-Muslimeen (JNIM), filiado na Al-Qaida, e o Togo perdeu oito soldados num ataque reclamado pelo mesmo grupo.

O Gana, o único dos quatro países costeiros que ainda não sofreu qualquer ataque, tem visto os seus jovens serem recrutados para grupos extremistas e as autoridades dizem ter já prevenido ataques.

Apesar de se ter tornado mais visível nos últimos anos, a ameaça terrorista vem de trás e em março de 2016 um ataque na estância balnear de Grand Bassam, na Costa do Marfim, provocou 19 mortos e 33 feridos, o que já então "mostrava a capacidade do extremismo violento de operar longe da sua base operacional", disse Abatan.

Uma investigação realizada pelo ISS na região de Liptako-Gourma, a zona triangular onde o Mali, o Burkina Faso e o Níger se unem, mostrava que já em 2019, ou seja ainda antes da recente onda de ataques, os grupos extremistas violentos usavam os Estados litorais como fonte de recrutamento, de logística operacional e até de financiamento, contou Abatan.

"Por isso para nós é muito importante que os Estados costeiros vejam estes ataques como apenas a ponta do icebergue e que tentem compreender todas as vulnerabilidades que estes grupos extremistas vêm usando há já algum tempo", disse.

Abatan lembrou que, embora se associe muitas vezes o extremismo violento à religião, a investigação do ISS concluiu que a religião normalmente não tem um papel importante na decisão das pessoas que se envolvem com estes grupos, havendo mais frequentemente motivações locais.

Entre as causas profundas do extremismo, a investigadora identifica conflitos pré-existentes, nomeadamente por recursos ou por terra, ou conflitos entre agricultores e pastores.

E identifica sobretudo as frustrações das comunidades, especialmente aquelas que se sentem abandonadas pelo Estado.

"Uma coisa é certa, para as pessoas que chamamos os 'soldados rasos', a motivação para se juntarem a estes grupos é mesmo local, baseada na sua realidade diária -- as pessoas juntam-se para obterem proteção, justiça ou vingança", exemplificou.

Por isso o ISS defende que a estratégia para combater o extremismo deve centrar-se nas comunidades, que devem ser envolvidas de forma permanente e sentir-se apoiadas pelo Estado.