Por LUSA 17/02/22
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, disse hoje à Lusa que as forças de defesa e segurança não estiveram envolvidas na tentativa de golpe de Estado do passado dia 01 de fevereiro.
"Aquilo que aconteceu não foram as nossas forças de defesa e segurança, foi um grupo de indivíduos que assaltaram o Palácio do Governo com a intenção, certamente, de fazer um golpe de Estado", afirmou Nuno Gomes Nabiam.
Questionado sobre se esta situação não vai prejudicar as relações com os parceiros de cooperação e de desenvolvimento, numa altura em que várias instituições financeiras anunciaram apoios monetários para o país, o primeiro-ministro disse que o Governo está a "passar a informação para o mundo de que o país está estável".
"Voltámos a trabalhar para isso e não há nada de alarmante. Apelamos aos nossos parceiros que venham trabalhar, que continuem a fazer os seus projetos na Guiné-Bissau, porque está tudo normal", afirmou.
Ainda sobre as relações entre as instituições, Nuno Gomes Nabiam lembrou que o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general Biagué Na Ntan, que regressou esta semana ao país, esteve na quarta-feira a visitar as instalações do Palácio do Governo.
"A relação entre as instituições do país está no seu ponto mais alto e estamos confiantes nas forças de defesa e segurança. Foram tão corajosos, porque não sabíamos de facto quem estava a cumprir aquela missão. Vieram, resolveram os problemas", disse, salientando que foram as forças de defesa e segurança que retiraram as pessoas do Palácio do Governo e conseguiram resgatar o Presidente, Umaro Sissoco Embaló.
"Há uma confiança total", afirmou.
No dia 01 de fevereiro, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro e de que resultaram oito mortos.
O Presidente guineense considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado e apontou o ex-chefe da Marinha José Américo Bubo Na Tchuto, Tchamy Yala, também ex-oficial, e Papis Djemé como os principais responsáveis.
Os três homens foram presos em abril de 2013 por agentes da agência antidrogas norte-americana (DEA) a bordo de um barco em águas internacionais na costa da África Ocidental e cumpriram pena de prisão nos Estados Unidos.
Os três alegados responsáveis pela tentativa de golpe de Estado foram detidos, segundo o Presidente guineense.
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