quarta-feira, 29 de maio de 2019

Cabo Verde: Presidente diz estar preocupado com situação política na Guiné-Bissau

O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, partilhou que tem acompanhado a situação política na Guiné-Bissau com “muita atenção”, tendo manifestado a sua preocupação com o facto de ainda não se ter formado um novo Governo até à data.


“Olhamos para a situação vigente [crise política na Guiné-Bissau] com alguma preocupação, sobretudo porque as eleições decorreram num clima de perfeita normalidade, ninguém pôs em causa os resultados”, acrescentou o também presidente em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

As declarações foram feitas aos jornalistas à margem da conferência “Os desafios atuais da integração política, económica e cultural na África Ocidental”, promovida pela Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), no âmbito da 2.ª Semana da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decorreu esta terça-feira, 28 de maio, em Cruz Grande, ilha de Santa Catarina.

Para o Chefe de Estado, o de facto de continuarem a existir “alguns impasses políticos”, principalmente na composição da mesa da Assembleia Nacional e no início do processo da formação de um novo Governo, gera “algum ‘stress’ político”, o que, a seu ver, “não é salutar”.

Na qualidade de presidente em exercício da CPLP, revelou que tem estado em contacto com o secretariado executivo da organização e com alguns dos seus homólogos, no intuito de que juntos possam ver em que medida e de que forma poderão ajudar a ultrapassar esse “impasse político” na Guiné-Bissau.

“Tenho insistido em dizer que nós pretendemos ajudar a resolver os problemas e não atrapalhar, e cremos que qualquer solução passa pelo diálogo sério, sincero entre todos os agentes políticos guineenses. Sem isso não há nenhuma solução possível. A solução tem que ser, sobretudo dos próprios guineenses”, defendeu.

Disse ainda que o povo da Guiné-Bissau almeja a “estabilidade institucional”, desejando essencialmente a “retomada dos caminhos do progresso, social, económico, cultural e político”, que, no seu entender, “bem merece” e que o país tem todas as condições para tal.

“Estamos atentos, e esperamos por um momento que considero adequado se necessário para podermos nos deslocarmos ao terreno para dialogarmos com todas as partes interessadas, esperando que o impasse seja resolvido”, concluiu.

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