quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Há vestígios de uma civilização desconhecida no deserto do Saara


Centenas de estruturas de pedra foram descobertas no Saara Ocidental, uma área que representa no mapa arqueológico uma imensidão vazia e que é parcialmente controlada por Marrocos e pela República Árabe Saaraui Democrática.

Uma equipe de arqueólogos realizou escavações e trabalhos na região noroeste da África depois de analisar imagens de satélite no Google Earth, dando assim início a uma ramificação do Projeto Saara Ocidental conduzido por arqueólogos da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, entre 2002 e 2009. As descobertas foram publicadas no livro “The Archaeology of Western Sahara: A Synthesis of Fieldwork”.

Os arqueólogos descobriram que as estruturas de pedras apresentam uma diversidade de formas: crescentes, círculos, linhas retas e, às vezes, empilhamentos em montes que só poderiam ser feitos por mãos humanas.

Não é claro o que a maioria dos monumentos pretende significar, embora muitos sejam considerados montes funerários, usados como parte de um ritual funerário, ou insinuando a presença de um túmulo, já que vários locais escavados continham corpos humanos enterrados há quase 1.500 anos – todo o complexo data de há dez mil anos.

O desejo de construir túmulos é algo que pode ser encontrado em inúmeras culturas em todo o planeta, desde os citas da antiga Sibéria até aos vikings do norte da Europa e parece que o povo antigo do Saara Ocidental não era diferente.

O Parque Arqueológico de Erqueyez, no Saara Ocidental, abriga centenas de cavernas rabiscadas com pinturas rupestres, documentando espécies de animais, como gazelas e antílopes, e até espécies que já não são encontradas na área, como girafas, elefantes e rinocerontes.

Esta área com uma bacia natural conseguiu permanecer com atividade humana ao longo dos milénios, especialmente quando os tempos se tornaram difíceis nas áreas circundantes.

“Uma de nossas teorias é que, como o Saara secou no meio do Holoceno – entre cinco e seis mil anos atrás – este é um dos refúgios, uma área onde a água permaneceu”, disse Joanne Clarke, arqueóloga pré-histórica da Universidade de East Anglia.

Segundo o portal, o trabalho de campo foi suspenso devido a preocupações com a presença de terroristas da Al-Qaeda no Magreb Islâmico, o que impediu que os cientistas trabalhassem com segurança.

ZAP // Live Science

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