Depois do consenso alcançado entre os partidos, Aristides Gomes entra em funções esta segunda-feira como novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, no lugar de Artur Silva. Parlamento deve reabrir na quinta-feira.
Assembleia Nacional Popular está bloqueada há mais de dois anos devido às divergências entre partidos
Espera-se uma semana de muita movimentação política na Guiné-Bissau. Depois da realização, no sábado (14.04), da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em Lomé, capital do Togo, as autoridades políticas desdobram-se em contactos para a aplicação das recomendações do encontro.
Aristides Gomes, que já foi primeiro-ministro, substitui agora Artur Silva na chefia do Governo. Este é o resultado do consenso político alcançado em Lomé entre os dois principais partidos políticos guineenses, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido da Renovação Social (PRS), informou este domingo (15.04) o Presidente José Mário Vaz.
Aristides Gomes, uma figura muita próxima do atual presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, formará um governo que terá a missão de organizar as próximas eleições legislativas. O chefe de Estado garantiu fixar a data de 18 de novembro de 2018 como o dia das eleições legislativas. Será o sétimo primeiro-ministro na era José Mário Vaz, Presidente da República desde 2014.
Reabertura do Parlamento
O presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, convocou para esta terça-feira (17.04) uma reunião de urgência da Comissão Permanente do Parlamento para agendar a reabertura do Parlamento para 19 de abril, próxima quinta-feira.
A Assembleia Nacional Popular está bloqueada há quase dois anos devido às divergências entre os partidos.
"A partir de agora, o Parlamento assumirá a sua responsabilidade que permitirá ao novo primeiro-ministro formar o seu Governo", afirmou Cipriano Cassamá.
PAIGC e PRS satisfeitos
Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, disse que o novo Governo será formado pelos partidos com representação parlamentar, de uma maneira proporcional e em função dos mandatos no Parlamento, tal como prevê o Acordo de Conacri.
"Vamos acreditar que aquilo que não entendíamos ficou esclarecido, disse Domingos Simões Pereira, congratulando-se com a escolha do novo primeiro-ministro. "Não pode haver prova mais evidente da vontade do PAIGC de que em matérias desta natureza não se trata de intenções, escolhas e preferências, trata-se de colocar o interesse dos guineenses em primeiro lugar", frisou.
A chefe da delegação do Partido da Renovação Social (PRS), que esteve em Lomé, manifesta-se satisfeita com os resultados da cimeira. Martina Moniz afirma também que novo Governo será formado no âmbito do cumprimento do Acordo de Conacri.
"Na cimeira não conversamos sobre as pastas. Falamos sobre o Governo de consenso, mas sobre as pastas vamos ter que negociar com o PAIGC, com base no que está no Acordo de Conacri."
DW
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