terça-feira, 24 de janeiro de 2023

PRESIDENTE DA REPÚBLICA CHEGOU ESTA TARDE À DAKAR

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O Presidente Umaro Sissoco Embalo chegou a dakar hoje à tarde para participar amanhã na abertura da Cimeira "Dakar2 sobre Agricultura".

A sua chegada foi acolhido pelo seu homólogo senegalês, Presidente Macky Sall.

No Salão de Honra o Chefe de Estado guineense manteve um encontro com o Presidente da República Federal da Nigéria, General Muhammadu Buhari.



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Na sua primeira etapa, o Chefe de Estado guineense chegou a Dakar para participar amanhã na abertura da Cimeira "Dakar2 sobre Agricultura"

O PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CEDEAO, GENERAL UMARO SISSOCO EMBALÓ PRESIDE ABERTURA DO SEMINÁRIO DE INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO DOS PARLAMENTARES DA CEDEAO SOBRE A MOEDA ÚNICA NA ÁFRICA OCIDENTAL DENOMINADA ECO, SOB O TEMA ”A MOEDA COMUM E O SISTEMA DE PAGAMENTO INTERBANCÁRIO DA CEDEAO COMO PROMOTOR DE COMÉRCIO REGIONAL”.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

Na sua intervenção, nesse Fórum, o Presidente da República Sissoco Embalo afirma que o sistema monetário que se pretende criar dará novo impulso à integração regional

O Presidente da República disse na sua alocução que o sistema monetário que se pretende criar no espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO), vai dar um novo e grande impulso à integração regional.

O General Umaro Sissoco Embaló falava na abertura do seminário de informação e sensibilização dos parlamentares da CEDEAO sobre a moeda única na África Ocidental denominada de Eco, sob o tema” A moeda comum e o sistema de pagamento interbancário da CEDEAO como promotor de comércio regional”.

Na ocasião, o chefe de Estado disse que a nova moeda via cimentar, mais fortemente, os laços de amizade, solidariedade e cooperação que unem os países e povos irmãos.

O Chefe de Estado guineense salientou que, contudo, este processo que deve ser conduzido de maneira serena e abrangente, coloca vários desafios, tendo  dito que, citamos, “por isso, mesmo a tarefa de pôr de pé a Moeda Comum da CEDEAO e o Sistema de Pagamento Interbancário como Promotores do Comércio Regional, representa uma tarefa complexa que interpela a classe política e necessita de uma larga e inclusiva reflexão por parte de todos os interessados”, frisou.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló referiu  que o espaço CEDEAO engloba 15 países  economicamente diferentes.

“São diferentes pela sua dimensão territorial e importância demográfica, pela capacidade de produção de cada país  e de criação de  riquezas e de se inserir vantajosamente numa economia globalizada”, disse.

O Presidente da República salientou que a expetativa  dos Estados-Membros é de que a Moeda Única Comum da CEDEAO se torne um instrumento catalizador, uma alavanca para impulsionar as trocas comerciais e, por via disso, uma integração e um forte crescimento económico, capaz de garantir o desenvolvimento sustentável de todos os países membros.


MICROSOFT: Versão do Windows deixará de ser vendida na próxima semana... No entanto, a Microsoft continuará a apoiar esta versão do sistema operativo até outubro de 2025.

© ShutterStock

Notícias ao Minuto  24/01/23

A Microsoft anunciou que deixará de vender o Windows 10 (Home e Pro) aos clientes a partir da próxima semana.

“O dia 31 de janeiro de 2023 será o último dia em que o Windows 10 estará à venda por via de download”, pode ler-se na página desta versão do sistema operativo.

Quer isto dizer que o Windows 10 deixará de ficar disponível através da página oficial, sendo provável que esta versão do sistema operativo continue acessível através de lojas a retalho por algum tempo.

A Microsoft adianta, no entanto, que os detentores desta versão do Windows poderão continuar a contar com atualizações de segurança. “O Windows 10 continuará a apoiado com atualizações de segurança que ajudem a proteger o teu PC de vírus, ‘spyware’ e outro software malicioso até 14 de outubro de 2025", pode ler-se no aviso da Microsoft.


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OMS denuncia sequestro de um dos seus médicos no Mali

© Reuters

POR LUSA  24/01/23 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou hoje o sequestro de um dos seus trabalhadores no Mali, na segunda-feira, e pediu uma investigação às autoridades daquele país para que o médico "possa, ??em breve, voltar para a sua família".

"Os profissionais de saúde nunca devem ser alvo de um conflito", lamentou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O médico Mahamadou Diawara foi parado por desconhecidos enquanto viajava no seu carro na cidade de Menaka.

O homem trabalha na zona desde o início de 2020, com o objetivo de apoiar a saúde de comunidades isoladas numa área frequentemente atingida por insegurança e violência.

O Mali, com a presença de grupos terroristas leais ao Estado Islâmico e à Al-Qaida, sofre de grande insegurança, principalmente no centro e norte do seu território com numerosos ataques que provocam vítimas mortais e fluxos de deslocados.

O país é governado por uma junta militar liderada pelo coronel Assimi Goita, desde o último golpe de Estado, e que se recusa a convocar eleições desde fevereiro passado, apesar de ter manifestado esse compromisso, e sugeriu realizá-las em fevereiro de 2024.


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A Alemanha aprovou o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia e está disposta a autorizar a transferência para aquele país de pelo menos uma companhia do modelo Leopard 2A6, avançou hoje o semanário alemão Der Spiegel.

© Getty Images

POR LUSA  24/01/23

Ucrânia. Alemanha envia e autoriza envio de tanques Leopard

A Alemanha aprovou o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia e está disposta a autorizar a transferência para aquele país de pelo menos uma companhia do modelo Leopard 2A6, avançou hoje o semanário alemão Der Spiegel.

"Após meses de debate, o chanceler [Olaf] Scholz decidiu entregar tanques de guerra à Ucrânia. Os aliados também parecem querer alinhar. Os tanques Abrams podem vir dos EUA", lê-se na edição online do jornal alemão.

A agência EFE, citando o Der Spiegel e o canal de televisão NTV, acrescenta que o exército alemão disponibilizará tanques do modelo Leopard 2A6 e que o Governo de Scholz autoriza os outros países a reexportarem unidades dos Leopard 2 comprados à Alemanha.

O Leopard 2 é um carro de combate desenvolvido no início dos anos 70, e as diferentes versões têm servido nas forças armadas da Alemanha e de outros países europeus, bem como de países não europeus.

A versão Leopard 2A6 distingue-se das anteriores (A1 a A4), devido á sua blindagem de terceira geração, como é explicado no site do exército português, e relativamente à versão A5, possui uma peça mais moderna, com maior alcance, que garante vantagem tática no campo de batalha.

A informação avançada pelo Der Spiegel será confirmada na quarta-feira por um anúncio do chanceler alemão, Olaf Scholz, segundo o jornal Bild.

Kiev solicitou há vários meses o envio do Leopard 2 para travar os avanços das tropas russas, mas no governo de coligação alemão parecia haver posições divergentes sobre o assunto, embora o argumento oficial fosse que qualquer remessa tinha de ser coordenada com os aliados ocidentais que apoiavam a Ucrânia.

A pressão sobre a Alemanha para autorizar a reexportação destes tanques de guerra de fabrico alemão aumentou nas últimas semanas e hoje, confrontada com um pedido formal apresentado pela Polónia, Berlim abriu caminho para isso vir a acontecer.

Numa conferência de imprensa em Berlim com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, também hoje o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius tinha já encorajado os países que pretendem fornecer tanques Leopard à Ucrânia a iniciar o treino dos militares ucranianos que os venham a operar.

Na semana passada, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que vários países europeus, incluindo Portugal, estão disponíveis para fornecer tanques de guerra ocidentais, como o Leopard 2.

Posteriormente, após uma reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que decorreu em Ramstein, na Alemanha, o Ministério da Defesa Nacional indicou em comunicado que Portugal vai enviar mais 14 viaturas blindadas M113 e oito geradores elétricos de grande capacidade para a Ucrânia, elevando "para 532 toneladas o total de equipamento militar, letal e não letal" fornecido ao país.

No que se refere ao envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, o ministério indicou que, durante o encontro em Ramstein, "Portugal participou numa reunião convocada pela Ucrânia e pela Polónia onde estiveram presentes os países que possuem estes meios", durante a qual a ministra da Defesa Nacional "reiterou a oferta de treino nesta tipologia carros de combate e manifestou a disponibilidade do Governo português para identificar, de forma coordenada com os seus parceiros, formas de apoiar a Ucrânia com esta capacidade".


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CEDEAO - Presidente da República afirma que o sistema monetário que se pretende criar dará novo impulso à integração regional


Bissau, 24 Jan 23 (ANG) – O Presidente da República disse hoje que o sistema monetário que se pretende criar no espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO), vai dar um novo e grande impulso à integração regional.

Umaro Sissoco Embaló falava  na abertura do seminário de informação e sensibilização dos parlamentares da CEDEAO sobre a moeda única na África Ocidental denominada de Eco, sob o tema” A moeda comum e o sistema de pagamento interbancário da CEDEAO como promotor de comércio regional”.

Na ocasião, o chefe de Estado disse que a nova moeda via cimentar, mais fortemente, os laços de amizade, solidariedade e cooperação que unem os países e povos irmãos.

Embaló salientou que, contudo, este processo que deve ser conduzido de maneira serena e abrangente, coloca vários desafios.

“Por isso, mesmo a tarefa de pôr de pé a Moeda Comum da CEDEAO e o Sistema de Pagamento Interbancário como Promotores do Comércio Regional, representa uma tarefa complexa que interpela a classe política e necessita de uma larga e inclusiva reflexão por parte de todos os interessados”, frisou.

Umaro Sissoco Embaló referiu  que o espaço CEDEAO engloba 15 países  economicamente diferentes.

“São diferentes pela sua dimensão territorial e importância demográfica, pela capacidade de produção de cada país  e de criação de  riquezas e de se inserir vantajosamente numa economia globalizada”, disse.

O Presidente da República salientou que a expetativa  dos Estados-Membros é de que a Moeda Única Comum da CEDEAO se torne um instrumento catalizador, uma alavanca para impulsionar as trocas comerciais e, por via disso, uma integração e um forte crescimento económico, capaz de garantir o desenvolvimento sustentável de todos os países membros.

O ministro das Finanças afirmou na ocasião que o seminário organizado pelo Parlamento da CEDEAO se reveste de capital importância, na medida em que permitirá aos parlamentares da comunidade debruçarem-se sobre os grandes desígnios da integração económica e monetária.

Ilídio Vieira Té disse  que constitui um grande desafio para as autoridades, a implementação efetiva de uma moeda única da CEDEAO, o Eco.

“Os precursores dos desígnios da nossa integração económica e monetária, que teve início com a criação da CEDEAO, em 1975, tinham em mente, certamente, o provérbio, a união faz a força”, disse.

O governante afirmou que a noção da força aqui pode ser traduzida como benefícios, em termos de melhoria da eficiência económica, através da eliminação dos custos de transação, da supressão de custos de câmbio e da estabilidade de preços que a União Económica e Monetária traz às economias e às populações do espaço de integração.

Informou que, nos anos 80, as Autoridades da Comunidade adoptaram várias iniciativas com vista ao aprofundamento da integração regional, com o objetivo de criar uma união económica e monetária no seio da  CEDEAO, em 2020.

Ilídio Vieira Té apela  maior engajamento de todas as autoridades políticas para se  chegar, rapidamente, aos compromissos que possam acelerar, de forma segura, os passos tendentes à adopção, em 2027, do Eco.

Pediu igualmente ajudas na sensibilização das populações quanto aos ganhos que todos podem ter coma implementação da Moeda Única.

O seminário que decorre entre os dias 24 e 26 do corrente mês em Bissau, visa dotar os participantes de informações sobre as vantagens da Moeda Única e do projeto do desenvolvimento do Sistema de Pagamento Interbancário no espaço CEDEAO.

ANG/ÂC//SG

Energia - Bissau acolhe 48ª sessão de reunião de Conselho de Ministros da OMVG


Bissau, 23 Jan 23 (ANG) – Bissau vai acolher, brevemente, os trabalhos da 48ª sessão de reunião  de Conselho de Ministros da Organização para Valorização do Rio Gâmbia (OMVG).

Para o efeito, decorre entre hoje e o próximo dia 27, uma reunião técnica preparatória dessa  reunião de Conselho de Ministros.

Ao presidir a reunião preparatória,esta segunda-feira, o Secretário-geral do ministério dos Recursos Naturais, Julião Agostinho Combem reafirmou o comprimisso do governo em relação aos ideais da cooperação sub regional  e da integração na organização.

Julião Agostinho Combem disse que os trabalhos da reunião de hoje  permitirão encontrar soluções coerentes com vista a ultrapassar os desafios de implementação do projeto da Organização para Valorização do Rio Gâmbia (OMVG), designadamente a interconexão do projeto elétrica da Organização entre quatro países.

Garantiu o empenho das autoridades nacionais para se  supurar os obstáculos relativos a indemnização das pessoas  afectadas pelo projeto.

Salientou  que o país aguarda a chegada da eletricidade de Kaleta, assim como a de Samba Galo, cujos os trabalhos estão em curso.

“Isso irá reduzir drasticamente, a fatura do consumo, e assegurar o fornecimente da corrente elétrica à todo o país”, disse.

 “ À luz dos pontos inscritos para esta reunião e tendo en conta os resultados esperados estamos convencidos de que os projetos da OMVG  terão uma boa dinâmica na sua implementação, e peço aos presentes a darem as suas contribuições de forma significativa para o sucesso do trabalho”, exortou Julião Agostinho Combem.

O Alto Comissariado da Orgaização para Valorização do Rio Ganbia (OMVG)  Lansana Fofana  dirigiu as boas vindas aos participantes e agradeceu ao Presidente Sissoco Embaló, ao Primeiro-ministro, Nuno Nabiam e ao povo guinense pela acolhimento e hospitalidade reservados às diferentes delegações.

“Esta reunião de técnicos permitirá de um lado a aprovação do programa de atividade anual e por outro,  o orçamento de funcionamento do alto comissariado para 2023, e ainda a estratégia para  finalização rápida dos trabalhos restantes da interconexão elétrica entre os nossos países, do projeto de energia da OMVG”, disse.

Fofana referiu que  2022 registou avancos significativos dos  trabalhos, nomeadamente a instalação de vários postos e linhas de interconexão elétrica nos países baneficiários do projeto, e a assinatura de contratos entre empresas de exploração de eletricidade nesses países.

Coodenador da Celula Nacional da OMVG Vicente Có reiterou  que os trabalhos do projeto estão muito avançado, faltando  conectar Saltinho com Bissau e Quebo, para se transportar a corrente  elétrica para o Sul do país.

Relativamente a construção da linha, disse que faltam 20 por cento para conclusão dos trabalhos, mas que até  Abril os trabalhos poderão ser concluídos.

Em relação aos bloqueios disse que ainda estão por resolver algumas questões relacionadas a indemnização das pessoas cujos bens foram afetados pelo projeto.  

Trata-se de um projeto de interconexão elétrica entre Gâmbia, Guiné-Bissau, República da Guiné e Senegal, países membros da OMVG.

ANG/LPG//SG

Burkina Faso nega "quaisquer ligações" ao grupo paramilitar russo Wagner

© iStock

POR LUSA    24/01/23 

As autoridades burquinabês garantiram hoje que não têm quaisquer ligações com o Grupo Wagner, propriedade de um oligarca próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, e afirmaram que as suas forças são "o Wagner do Burkina Faso".

A ministra dos Negócios Estrangeiros do Burkina Faso para o período de transição, Olivia Rouamba, afirmou, em declarações ao enviado checo para a região do Sahel, Thomas Ulicny, que Ouagadougou procura "uma solução endógena para combater a insegurança", provocada pelos grupos extremistas islâmicos a operar no país.

Em resposta às preocupações levantadas pelo enviado checo, de acordo com o portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) burquinabê, Olivia Rouamba afirmou que o seu país não tem "qualquer ligação com o grupo militar privado russo Wagner".

"Acreditamos na solução endógena para combater a insegurança. As nossas Forças de Defesa e Segurança (FDS) e os 'Voluntários para a Defesa e a Pátria" (VDP) que recrutámos são os Wagner do Burkina Faso" afirmou Rouamba, citada pelo portal.

O Burkina Faso solicitou a saída das tropas francesas do seu território no prazo de um mês, numa carta enviada pelo ministério tutelado por Rouamba ao Eliseu no passado dia 18, em que "denuncia e põe termo, na sua totalidade, ao acordo" de 17 de dezembro de 2018 "relativo ao estatuto de intervenção das Forças Armadas francesas" no país.

As atuais autoridades do Burkina Faso, que chegaram ao poder através de um golpe de Estado em setembro último, o segundo em oito meses, expressaram o desejo de diversificar as suas parcerias, particularmente na luta contra o extremismo islâmico, que se expande no país desde 2015.

Entre os novos parceiros previstos, é frequentemente apontada a aproximação da Rússia. O próprio primeiro-ministro para a transição, Apollinaire Kyelem de Tembela, afirmou no final da semana passada, após uma reunião com o embaixador russo no país, Alexey Saltykov, que "a Rússia é uma escolha razoável nesta dinâmica" de reforço das alianças no combate ao extremismo islâmico].

"Pensamos que a nossa parceria deve ser reforçada", acrescentou Tembela, que fez uma visita discreta a Moscovo no início de dezembro.

O Presidente ganês, Nana Akufo-Addo, denunciou em dezembro a existência de "mercenários russos na fronteira norte" do Gana e acusou o Burkina Faso ter chegado a "um acordo para se juntar ao Mali no emprego de forças do Grupo Wagner" no país.

Na nota publicada no portal do MNE burquinabê, Olivia Rouamba sublinha ainda o "empenho" do governo de transição no Burkina Faso em corresponder aos compromissos assumidos no "consenso alcançado com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)".

O Governo está a "trabalhar para recuperar uma certa estabilidade, para reunir as condições necessárias para a realização de eleições dentro do prazo indicado", até julho de 2024, afirmou.

O Burkina Faso, governado por uma junta militar desde um golpe de estado em janeiro último contra o então presidente, Roch Marc Christian Kaboré, é palco de ações terroristas e insegurança crescente desde 2015.

A junta é agora chefiada por Ibrahim Traoré, protagonista de uma revolta em setembro, que foi considerada por vários analistas um "golpe palaciano" contra o anterior líder golpista, Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Sucessivos ataques, tanto do grupo fundamentalista Al-Qaida como de grupos associados aos extremistas do Estado Islâmico na região, contribuíram para um aumento da violência intercomunitária e conduziram ao florescimento de grupos de autodefesa, muitos dos quais o Governo burquinabê integrou como "voluntários".

A deterioração da situação de segurança desde 2015 causou até agora milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas.


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Zelensky pede que Bielorrússia não entre em guerra "vergonhosa"

© Getty Images

 POR LUSA   24/01/23 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu hoje que Kiev nunca teve a intenção de atacar a Bielorrússia, apelando a que o país-vizinho não entre numa guerra "absolutamente vergonhosa" ao lado do invasor russo.

Segundo a agência noticiosa bielorrussa Belta, o Presidente ucraniano reagia às declarações do homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, que sugeriu que a Ucrânia continua a treinar "militares e extremistas", ao mesmo tempo que "sugere a assinatura de um pacto de não-agressão".

"Não temos a intenção de atacar a Bielorrússia. Este é o principal sinal que todo o povo ucraniano envia ao povo bielorrusso", disse Zelensky, que apelou ao país vizinho para "não perder a independência" .

Zelensky exortou as autoridades bielorrussas a "respeitar a Ucrânia" e a impedir que militares de países terceiros - numa alusão à Rússia - entrem no território ucraniano, segundo a agência noticiosa ucraniana Ukrinform.

As autoridades ucranianas alertaram recentemente para a possibilidade de a Rússia lançar uma ofensiva terrestre através da Bielorrússia, embora tenham descartado que o próprio Exército bielorrusso esteja envolvido nisso.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Minsk e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.068 civis mortos e 11.415 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Guiné-Bissau: O Chefe de Estado e Presidente em Exercício da CEDEAO, Umaro Sissoco Embaló abre encontro Parlamentar da CEDEAO em Bissau.

Radio Voz Do Povo 

Polónia formaliza pedido à Alemanha para enviar carros de combate

© Getty Images

POR LUSA  24/01/23 

O Governo polaco pediu formalmente autorização à Alemanha para enviar carros de combate "Leopard" para a Ucrânia, anunciou hoje o ministro da Defesa da Polónia, enquanto o seu homólogo alemão garantiu que irá responder em breve.

"A Alemanha já recebeu o pedido para autorizar a transferência dos tanques 'Leopard 2' para a Ucrânia", disse o ministro polaco, Mariusz Blaszczak, numa mensagem hoje publicada na rede social Twitter, na qual apela a Berlim para se juntar à "coligação de países que apoiam a Ucrânia com os 'Leopard 2'".

Segundo o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, o Governo de Berlim espera resolver "nos próximos dias" as suas dúvidas sobre o envio dos 'Leopard 2' para a Ucrânia, referindo que o primeiro passo é preparar um inventário dos carros de combate atualmente disponíveis.

Feito esse inventário, e "se for dado o sim", a questão pode ser resolvida em dias, disse Pistorius em entrevista à estação televisiva ZDF, poucas horas antes do encontro agendado para hoje com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Berlim prometeu também "agir com rapidez" no que diz respeito à formação de pessoal e transporte dos carros, mas esclareceu que a decisão final cabe ao chanceler, Olaf Scholz, numa referência às especulações dos últimos dias sobre uma possível divisão dentro da coligação governamental sobre a ajuda que as autoridades ucranianas têm reclamado.

A Polónia já tinha avançado, na segunda-feira, que ia pedir autorização à Alemanha para enviar os Leopard para a Ucrânia, mas o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, não tinha especificado quando seria feito o pedido.

"Vamos pedir a autorização, mas isso é uma questão secundária", disse Morawiecki aos jornalistas.

"Mesmo que não consigamos a autorização, daremos os nossos carros de combate à Ucrânia como parte de uma pequena coligação, mesmo que a Alemanha não faça parte desta", acrescentou.

A Polónia, que se declarou pronta para entregar 14 tanques Leopard a Kiev, sublinhou que está em conversações com cerca de 15 países sobre este assunto.

A Alemanha tem estado sob crescente pressão para entregar os seus Leopard à Ucrânia, que está a pedi-los insistentemente e, no domingo, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, disse que o país estava pronto para entregar os carros de combate, apesar do chanceler alemão ter mostrado relutância em comentar o assunto.

"Se nos colocassem o pedido, não nos oporíamos", afirmou Annalena Baerbock.

A Polónia é obrigada a fazer um pedido oficial a Berlim antes de entregar os carros de combate, que fazem parte das reservas alemãs.


Divulgação dos resultados da Campanha de Avaliação de Stock demersais na Zona económica exclusiva da Guiné-Bissau _ CIPA _ MINISTERIO DAS PESCAS.

Radio Voz Do Povo 

UCRÂNIA/RÚSSIA: Veículos de combate ocidentais a caminho da Ucrânia. Veja o vídeo

© Nexta

Notícias ao Minuto  24/01/23 

Em causa estão veículos de combate Bradley, anteriormente prometidos pelos Estados Unidos para ajudar Kyiv a combater a invasão russa.

Um vídeo partilhado pela agência bielorrussa Nexta, na rede social Twitter, dá conta do envio, por via ferroviária, de vários veículos de combate Bradley, criados e produzidos nos Estados Unidos e geralmente associados ao Exército norte-americano.

Apesar de os parceiros ocidentais não terem ainda cedido no envio dos tão desejados tanques pesados, países como França, Alemanha e Estados Unidos prometeram disponibilizar, às tropas ucranianas, vários veículos blindados de combate.

Da parte de Washington tinha sido prometido o envio dos tais Bradley - promessa que parece agora ter sido efetivamente cumprida por parte do país, um dos principais aliados de Kyiv no contexto desta guerra, segundo mostra o vídeo que pode ver na galeria acima.

França e Alemanha, por sua vez, mostraram-se disponíveis para doar à Ucrânia os blindados ligeiros AMX-10 RC e veículos de combate Marder, respetivamente.

Recorde-se, no entanto, que o governo ucraniano tem vindo a pedir insistentemente a estas potências mundiais o envio dos tanques Leopard 2, de fabrico germânico, alegando necessitar deles para vencer as tropas russas.

A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, tirou já a vida a mais de sete mil civis, com outros 11 mil a terem ficado feridos, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).


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Núcleo terrestre pode ter começado a girar em sentido inverso

© iStock

POR LUSA  24/01/23 

Bem longe, sob a superfície da Terra, um gigante pode ter começado a girar em sentido diferente do nosso, segundo um estudo, cujas conclusões não devem acabar com a controvérsia que agita os especialistas.

O núcleo terrestre, uma esfera do tamanho de Plutão, parou de girar e pode mesmo ter começado a fazê-lo no outro sentido, sugeriu este estudo, divulgado hoje na revista Nature Geoscience.

Este 'planeta no planeta', essencialmente constituído de ferro, a cerca de cinco mil quilómetros da superfície, tem movimentos livres, uma vez que flutua no envelope líquido do núcleo externo.

O mecanismo exato desta rotação continua a alimentar debates. O pouco que se sabe assenta na análise de ondas sísmicas, provocadas pelos tremores de Terra, quando passam pelo centro do planeta.

Ao analisarem estas ondas nos últimos 60 anos, Xiaodong Song e Yi Yang, da Universidade de Pequim, concluíram que a rotação do núcleo "quase parou em 2009, antes de recomeçar no sentido contrário".

"Pensamos que o núcleo central é, em relação à superfície da Terra, em rotação, em um sentido, depois no outro, como um baloiço", disseram à AFP.

"Um ciclo completo é de cerca de 70 anos", pelas suas estimativas. A última mudança de rotação antes da de 2009 tinha ocorrido nos anos 1970. A próxima, sempre segundo estes cientistas, deve ocorrer nos anos 2040.

Esta rotação, na sua opinião, seria mais ou menos repercutida nas mudanças da duração dos dias, ínfimas variações no tempo extrato que o planeta precisa para fazer uma rotação sobre o seu eixo.

Até hoje, há poucas indicações sobre a influência que esta rotação tem sobre no que passa na superfície terrestre.


NATO: EUA lamentam queima de Alcorão na Suécia e apelam ao fim do veto turco

© Hakan Akgun/ dia images via Getty Images

POR LUSA  24/01/23 

Os Estados Unidos lamentaram segunda-feira a queima de um Alcorão em frente à embaixada turca em Estocolmo, que causou indignação ao Presidente turco, mas insistiram que Ancara deve ratificar a adesão dos escandinavos à NATO o mais rápido possível.

O chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, disse hoje que a Suécia deixará de contar com o apoio do seu país na candidatura à NATO, após Estocolmo ter autorizado a realização de uma manifestação anti-turca no sábado.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, sublinhou que a posição do governo liderado por Joe Biden é que "a Finlândia e a Suécia estão prontas para aderir à Aliança Atlântica".

"Deixamos isso muito claro, quer em público, como em particular", sublinhou.

Ned Price considerou a queima do Alcorão "desrespeitosa e repugnante", mas afirmou que esse tipo de ação é "legal" em países democráticos onde há liberdade de expressão e reunião.

"Nem sempre tudo que é legal é adequado", explicou.

O porta-voz do Departamento de Estado acrescentou que uma das razões pelas quais a Suécia pode aderir à Aliança Atlântica é precisamente por ser uma "democracia avançada", para além das suas capacidades militares.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia já tinha convocado na sexta-feira o embaixador da Suécia em Ancara, para protestar contra a autorização de uma manifestação marcada por um grupo extremista para Estocolmo, com o objetivo de queimar o Corão frente à Embaixada turca na capital sueca.

No sábado, por causa da manifestação do dia anterior em Estocolmo, a Turquia também cancelou uma visita do ministro da Defesa sueco.

"A Suécia não pode esperar o nosso apoio [na adesão] à NATO. Se não respeitar as crenças religiosas da República da Turquia ou dos muçulmanos, não receberá nenhum apoio nosso", garantiu hoje o Presidente turco.

A Turquia exigiu à Suécia e à Finlândia medidas concretas contra grupos de ativistas curdos estabelecidos nestes países nórdicos como condição para apoiar o pedido de adesão à NATO, formalizado em maio de 2021, no âmbito da alteração do quadro de segurança europeu, após a invasão russa da Ucrânia.

O governo turco já tinha protestado, recentemente, contra a destruição de uma efígie de Erdogan durante uma outra manifestação, o que provocou um impasse no processo de alargamento da NATO.

A Suécia e Finlândia dependem da aprovação dos 30 estados membros da Aliança Atlântica para aderir à organização, mas por enquanto só contam com a aprovação de 28, incluindo Portugal, já que, além da Turquia, falta ainda a Hungria dar 'luz verde'.

ONU. Mais de 4 mil capacetes azuis morreram em 75 anos de missões de paz

© Reuters

POR LUSA  24/01/23 

Mais de 4.100 capacetes azuis morreram desde que a ONU lançou a sua primeira operação de manutenção da paz há 75 anos, um marco que a organização comemora este mês com uma campanha de informação.

No âmbito deste aniversário, o chefe das operações de paz, Jean-Pierre Lacroix, visitará Jerusalém, sede da primeira das missões destacadas, a Organização de Supervisão de Tréguas das Nações Unidas, criada em 1948.

Desde então, a organização realizou 71 operações onde serviram tropas de 125 países, disse o porta-voz Stéphane Dujarric.

No total, a ONU acumula 4.266 baixas nesses 75 anos de história, levando em conta mortes em missões de paz e também algumas operações políticas especiais.

A missão que regista maior número de vítimas é a Força Interina das Nações Unidas para o Líbano (UNIFIL), com 325 mortos desde que foi criada, em 1978.

No entanto, nos últimos anos, as operações mais perigosas foram as realizadas em países africanos como Mali ou a República Democrática do Congo, que em muito menos tempo acumularam mais de 250 mortes.

A visita de Lacroix a Jerusalém fará parte de um périplo pelo Oriente Médio que começou nas Colinas de Golã, onde também estão estacionados os capacetes azuis, e que o levará também ao Líbano.

ONU: Número de vítimas de tráfico humano na África subsaariana diminuiu

© Lusa

POR LUSA  24/01/23 

O número de vítimas de tráfico humano detetadas na África subsaariana diminuiu ligeiramente em 12% entre 2019 e 2020, refere o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas das Nações Unidas, relativo a 2022 e hoje divulgado.

Segundo o documento, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), as crianças continuam a representar a maioria das vítimas detetadas e se a elas se juntar as mulheres, o total de vítimas destes dois grupos populacionais traficados na África subsaariana é de 62%.

"Entre 2019 e 2020, a taxa de vítimas infantis por 1.000.000 habitantes aumentou 43%", todavia, detalha o relatório, "são detetadas menos vítimas por 100.000 habitantes do que noutras partes do mundo".

"Embora a exploração sexual seja historicamente uma forma de exploração noutras regiões que registam maioria de vítimas do sexo feminino, o trabalho forçado continua a ser a forma mais comum de tráfico detetada na África subsaariana, particularmente nos países da África Oriental, em que o tráfico para trabalho forçado representou 80% da forma de exploração para o total de vítimas registado em 2020", aponta o relatório.

Em comparação com outras regiões de tráfico transfronteiriço, as vítimas da África subsaariana são detetadas num número crescente de países, tanto dentro como fora da região de origem.

Segundo o relatório, 85% das vítimas detetadas em 2020 foram traficadas domesticamente e nas situações em que foram detetadas vítimas estrangeiras, a maioria era traficada dentro da região de outros países da África subsaariana, particularmente de países da África Oriental e Austral.

"Os relativamente poucos fluxos de longa distância para a África subsaariana são originários principalmente do sul e leste da Ásia. No entanto, os fluxos da África subsaariana são muito mais variados e extensos. A maioria que é traficada fora da região é detetada em países do norte de África e do Médio Oriente Médio e na Europa", destaca o documento.

Embora os homens representem a parcela dominante dos traficantes acusados na África subsaariana, as mulheres são condenadas numa grande proporção (44%).

"Em 2020, em cada dez pessoas acusadas, duas eram mulheres. Ainda, no mesmo período, por cada dez pessoas condenadas, quatro eram mulheres", detalha.

No texto de apresentação do relatório, a diretora-executiva do UNODC, Ghada Waly explica que o documento, que vai na sua sétima edição, "visa chamar a atenção para um problema partilhado e impulsionar a ação contra esse crime, fornecendo aos atores políticos e profissionais as informações e análises que necessitam para ajustar respostas e melhorar a prevenção".

"Pela primeira vez, o relatório também apresenta contribuições de jovens académicos como parte dos esforços do UNODC para apoiar a próxima geração de investigadores e construir novas ligações para apoiar soluções eficazes", acrescenta.

Ghada Wally vinca que não se pode permitir que um "crime imoral" como é o tráfico humano "seja encarado com indiferença e impunidade".

"Aproveitemos esta oportunidade para redobrar o nosso compromisso e juntar comunidades e governos, forças da autoridade, saúde e serviços sociais, escolas, sociedade civil, universidades, ONU e todos os parceiros para fortalecer a resiliência contra a exploração e acabar com o tráfico de pessoas de uma vez por todas", conclui.


Queima do Alcorão na Suécia: uma provocação que pode colocar em causa adesão à NATO?

UMIT BEKTAS

Por SIC Notícias

O extremista radical Rasmus Paludan - um advogado dinamarquês que também é cidadão sueco - queimou uma cópia do livro sagrado muçulmano em frente à embaixada turca em Estocolmo.

O principal grupo talibã paquistanês, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), condenou esta segunda-feira a queima do Alcorão na Suécia por um ativista sueco-dinamarquês de extrema-direita, considerando o ato uma provocação à comunidade islâmica.

O TTP "condena fortemente este ato hediondo e exige veementemente que o mundo islâmico tome medidas práticas", disse o porta-voz do grupo talibã, Muhammed Khurasani, num comunicado.

A profanação e queima de bens sagrados islâmicos como o Alcorão "provoca um quarto da população mundial, ferindo os seus valores religiosos, as suas emoções e equivale a desafiar o seu orgulho religioso", explicou o porta-voz dos talibãs.

"Liberdade de opinião não significa que os bens do Islão devam ser profanados", acrescentou o TTP no comunicado, alegando que as leis internacionais foram violadas com este ato e pedindo à comunidade islâmica para que atue.

EXTREMISTA RADICAL QUEIMOU CÓPIA DO LIVRO SAGRADO MUÇULMANO

O extremista radical Rasmus Paludan - um advogado dinamarquês que também é cidadão sueco - queimou no sábado uma cópia do livro sagrado muçulmano em frente à embaixada turca em Estocolmo, onde também exibiu um desenho que ironizava a sexualidade do profeta Maomé.

TT NEWS AGENCY

Paludan, que defendeu o seu direito à liberdade de expressão durante o evento, tornou-se um fenómeno viral nas redes sociais na Dinamarca há alguns anos, quando protagonizou outras provocações envolvendo o Alcorão em bairros de imigrantes.

Após várias sentenças menores por crimes racistas e uma proibição pelas autoridades eleitorais dinamarquesas por manipulação de declarações de eleitores, Paludan tentou agora a sorte na Suécia, onde cometeu atos semelhantes, que levaram a tumultos na Páscoa do ano passado.

QUEIMA DO ALCORÃO EM ESTOCOLMO GEROU PROTESTOS DO GOVERNO TURCO

FRANCISCO SECO

A queima do Alcorão em Estocolmo gerou protestos do Governo turco -- que ameaçou deixar de apoiar a adesão da Suécia à NATO - e de outros países de maioria muçulmana, como Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait e Marrocos.

Um polícia e sete manifestantes ficaram feridos esta segunda-feira em Bagdade durante uma manifestação organizada defronte da embaixada da Suécia na capital iraquiana para protestar contra a queima de um exemplar do Alcorão em Estocolmo.

Fonte do Ministério do Interior iraquiano, citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), adiantou que entre 400 a 500 manifestantes protestaram diante da missão diplomática da Suécia em Bagdade e tentaram entrar no edifício da embaixada, tendo sido impedidos pela polícia, o que desencadeou os confrontos.

MANIFESTAÇÕES NA SÍRIA: BANDEIRA SUECA QUEIMADA

UMIT BEKTAS

Na vizinha Síria, em al-Bab, uma cidade do norte sob o controlo das forças turcas, algumas centenas de pessoas também se manifestaram pelos mesmos motivos, informou o correspondente da AFP.

Os manifestantes queimaram a bandeira sueca e entoaram palavras de ordem contra o país nórdico.

A polícia sueca considerou, então, que a Constituição e as liberdades de manifestação e expressão na Suécia não justificavam a proibição desta manifestação em nome da ordem pública.

A autorização dada a esta manifestação anti-islâmica provocou um incidente diplomático com a Turquia, com muitos outros países muçulmanos a expressarem indignação.

A REAÇÃO DE GUTERRES

A queima de um Alcorão no sábado em frente à embaixada turca em Estocolmo "é mais um símbolo do crescente ódio contra as religiões", disse esta segunda-feira o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

No seu briefing diário à imprensa, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que Guterres considera que este tipo de ato "deve ser totalmente condenado", em linha com outras condenações que se registaram ao longo do fim de semana de países muçulmanos, mas também do próprio Governo sueco e da Comissão Europeia.

Guterres subscreveu as palavras expressas pelo alto representante para a Aliança das Civilizações, Miguel Ángel Moratinos, que no domingo condenou este ato de queimar o Alcorão e disse "tratar-se de uma expressão de ódio contra muçulmanos".

"É desrespeitoso e um insulto aos seguidores do Islão e não deve ser interpretado como um sinal de liberdade de expressão", disse Moratinos em comunicado.

EUA LAMENTAM QUEIMA DE ALCORÃO NA SUÉCIA

Os Estados Unidos lamentaram a queima de um Alcorão em frente à embaixada turca em Estocolmo, que causou indignação ao Presidente turco, mas insistiram que Ancara deve ratificar a adesão dos escandinavos à NATO o mais rápido possível.

O chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que a Suécia deixará de contar com o apoio do seu país na candidatura à NATO, após Estocolmo ter autorizado a realização de uma manifestação anti-turca no sábado.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, sublinhou que a posição do Governo liderado por Joe Biden é que "a Finlândia e a Suécia estão prontas para aderir à Aliança Atlântica".

"Deixamos isso muito claro, quer em público, como em particular", sublinhou.

Ned Price considerou a queima do Alcorão "desrespeitosa e repugnante", mas afirmou que esse tipo de ação é "legal" em países democráticos onde há liberdade de expressão e reunião.

"Nem sempre tudo que é legal é adequado", explicou.

O porta-voz do Departamento de Estado acrescentou que uma das razões pelas quais a Suécia pode aderir à Aliança Atlântica é precisamente por ser uma "democracia avançada", para além das suas capacidades militares.

AHMED SAAD