segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Ataque à Rádio Capital: TRÊS FUNCIONÁRIOS FERIDOS, UM PARTIU BRAÇO E A OUTRA PARTIU A PERNA


O ataque à Rádio Capital resultou em três feridos, um jornalista partiu o braço e outro partiu a perna na tentativa de fuga, segundo o testemunho do funcionário da rádio nas primeiras declarações aos jornalistas.

O ataque aconteceu esta manhã, 07 de fevereiro de 2022, mas até ao momento não há informações sobre os homens armados que acataram a Rádio Capital. 

Os homens, que estavam em duas viaturas bem fardados com AK 47, metralhadoras e bazuca, começaram a atirar logo à porta e depois vandalizaram a rádio e todos os materiais, apenas a emissora conseguiu escapar.

Segundo Binghate Martins, um dos funcionários da rádio, os trabalhadores foram surpreendidos pelos invasores quando uma equipa de funcionários se encontrava no gabinete do diretor a terminar um projeto que deveria ser entregue esta segunda-feira, 07 de fevereiro de 2022, a um dos parceiros da rádio.

“Os invasores não tocaram em ninguém, apenas estragaram os equipamentos e retiraram alguns materiais e a câmera de vigilância. Infelizmente não reconhecemos nenhum dos invasores. Estávamos com medo e escondidos atrás do sofá”, disse a O Democrata.

Veja Também:

RÁDIO CAPITAL FM COMPLETAMENTE DESTRUÍDA POR MILITARES 

Homens armados assaltaram a estação privada da Rádio (Capital FM), em Bissau. 

Há informações de dois feridos: Jornalista Maimuna Bari e o técnico de emissão Lassana Djassi. Não se conhece ainda a gravidade dos feridos.








Fonte: Carlos Santiago

Senegal é vencedor do CAN 2021 realizado nos Camarões.

//RTB  07/02/2022

O Senegal sagrou-se este domingo, 06/02/2022, pela primeira vez campeão africano de futebol, ao vencer o Egito, treinado pelo português Carlos Queiroz, por 4-2 nas grandes penalidades.

Em Yaoundé capital camaronês, após o empate a zero no tempo regulamentar e no prolongamento, o jogador Egípcio, Abdelmonem, acertou no poste da baliza senegalesa sob controle do guarda-redes, Eduardo Mendy, que depois defendeu o pênalti marcado pelo Lasheen.

Sadio Mané que falhara um pênalti ao minuto 5 da primeira parte, converteu o penálti decisivo que deu a taça aos leões de Teranga.

A seleção senegalesa bateu os egípcios recordistas desta competição tendo ganho nos anos: 1957, 1959, 1986, 1998, 2006, 2008 e 2010.

O Senegal, que tinha como melhor registo a presença nas finais em 2002 e 2019, tornou-se no 14.º país a vencer a CAN, maior competição africano.

Por: Tidjane Cande

domingo, 6 de fevereiro de 2022

PRESIDENTE BUHARI RECEBE INFORMAÇÃO SOBRE SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU, APÓS TENTATIVA DE GOLPE

 𝐀gê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐆𝐨𝐦𝐞𝐬 𝐍𝐨𝐭í𝐜𝐢𝐚𝐬-𝐠𝐛

O presidente Muhammadu Buhari recebeu no domingo de manhã um briefing abrangente sobre a tentativa de golpe para derrubar o presidente Umaru Sissoco Embalo da Guiné-Bissau, mas que foi abortada por forças legalistas.

À margem da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia, o Presidente nigeriano reuniu-se com a Ministra e Ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, que fez uma apresentação gráfica da tentativa de derrubar a ordem constitucional de seu país.

“Eles tentaram matar o presidente Embalo. Destruíram o palácio presidencial com bazucas, mataram 11 jovens. Demorou cerca de cinco horas para restaurar a ordem. Foi um pesadelo”, disse ela.

O presidente Buhari prometeu consultar outros líderes da CEDEAO sobre como a normalidade total poderia ser restaurada no país em apuros no menor tempo possível.

35a ASSEMBLEIA DA UNIÃO AFRICANA, ADDIS ABEBA

 Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau 

Num dia marcado pelo luto nacional decreto pelas autoridades nacionais, em memória das 11 vítimas mortais do trágico atentado do dia 1 de Fevereiro, decorreu a 35a Assembleia da União Africana, após dois anos sem reunir-se presencialmente.

A Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa, que chefiou a delegação da Guiné-Bissau, congratulou-se com a eleição do Presidente Macky Sall à presidência da União Africana. 

A Chefe da Diplomacia Guineense acredita que a eleição do Presidente senegalês possa contribuir para uma melhor convivência entre os Estados da CEDEAO e a União Africana e que juntas, estas organizações consigam encontrar medidas eficazes para estancar as sucessivas tentativas de golpes de Estado no Espaço CEDEAO.

Retalhistas e comerciantes dos mercados do país denunciam ameaças e pedem segurança.

Retalhistas e comerciantes dos mercados do país denunciam ameaças e pedem segurança para os investimentos. O Presidente da Associação Nacional dos Retalhistas dos Mercados, Aliu Seidi afirma que as atividades comerciais e investimentos não se caminham com a violência, tal como os acontecimentos de 1 Fev.👇

Comissão de Inquérito dos Atentados de 1 Fev tem provas em imagem e materiais a remeter ao Ministério Público, anuncia Ministro Porta-voz Governo Fernando Vaz.

Caso 1 de Fevereiro: Os Cidadãos guineenses reagem e posicionam sobre eventual vinda da força estrangeira no país.

Há já uma previdência cautelar contra PAIGC emitido por militante Bolom Conté que não concorda com guião que visa coptar delegados para congresso!

 Previdência já foi aceite o PAIGC já tem em mãos a notificação



Estamos a Trabalhar

A França está em choque depois de uma traineira de propriedade holandesa, mas com bandeira da Lituânia, ter derramado milhares de peixes mortos na costa francesa.

Milhares de peixes mortos na costa francesa fruto de um arrastão mal sucedido© SEA SHEPHERD / AFP
DN/AFP  05 Fevereiro 2022

Arrastão de traineira holandesa atira 100 mil peixes mortos para a costa

A França está em choque depois de uma traineira de propriedade holandesa, mas com bandeira da Lituânia, ter derramado milhares de peixes mortos na costa francesa.

A traineira de propriedade holandesa FV Margiris, a segunda maior embarcação de pesca do mundo, despejou mais de 100.000 peixes mortos no Oceano Atlântico ao largo da costa francesa.

A ministra do Mar da França, Annick Girardin, apelidou as imagens dos peixes mortos - que formavam um tapete flutuante de carcaças - de "chocantes" e pediu à autoridade nacional de vigilância pesqueira que iniciasse uma investigação.

Virginijus Sinkevicius, comissário europeu para o meio ambiente, oceanos e pescas, também disse que está à procura de "informações exaustivas e evidências sobre o caso".

O derramamento de peixes, que aconteceu na madrugada de quinta-feira, foi causado por uma rutura na rede da traineira, disse o grupo da indústria pesqueira Pelagic Freezer-Trawler Association (PFA), que representa o proprietário da embarcação. Em comunicado, o grupo considerou a situação uma "ocorrência muito rara".

"De acordo com a lei da UE, a ocorrência foi registada no diário de bordo do navio e relatado às autoridades do estado de bandeira do navio, a Lituânia", afirmou.

Milhares de peixes mortos na costa francesa fruto de um arrastão mal sucedido© SEA SHEPHERD / AFP

O braço francês do grupo ativista Sea Shepherd publicou pela primeira vez imagens do derrame de peixe, mostrando a superfície do oceano coberta por uma densa camada de verdinho, uma subespécie de bacalhau, usada para produzir, entre outras coisas, óleo de peixe e farinha.

Este grupo disse que o derramamento envolveu mais de 100.000 peixes e cobriu uma área de cerca de 3.000 metros quadrados (32.300 pés quadrados).

Arrastões como os Margiris usam redes de arrasto com mais de um quilómetro de comprimento e processam o peixe em fábricas a bordo, uma prática fortemente criticada por ambientalistas.

Após protestos de ativistas, o Margiris foi forçado a deixar as águas australianas em 2012. O navio tinha uma cota para transportar 18.000 toneladas de peixe do mar, mas foi proibido pelo então ministro do Meio Ambiente do Trabalho, Tony Burke, na sequência de protestos públicos.

Dados de tráfego de marinetraffic.com na sexta-feira mostraram que o navio, que é de propriedade da empresa holandesa Parlevilleet & Van der Plas e navega sob a bandeira da Lituânia, ainda estava envolvido em atividades de pesca na costa francesa.

Malária matou quase 612 mil pessoas em África em 2020, 49 mil por Covid

© Lusa

Notícias ao Minuto  06/02/22 

A malária em África matou quase 612 mil pessoas em 2020, mais 68.953 face ao ano anterior, das quais 49 mil por perturbações nos programas e serviços de saúde provocadas pela covid-19, segundo um relatório divulgado hoje.

O Relatório de progresso sobre a Malária -- 2021, elaborado pela União Africana (UA), a Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) e a Parceria RBM para o Fim do Paludismo, será hoje apresentado no âmbito da 35.ª sessão ordinária da conferência da UA, que decorre desde sábado em Adis Abeba, na Etiópia.

A apresentação do documento estará a cargo do presidente da República do Quénia e líder da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), Uhuru Kenyatta.

Segundo o relatório mais recente sobre esta doença, registaram-se 232 milhões de casos de malária (96% do total global) e 611.802 mortes causados por esta doença (98% do total global) em África, em 2020.

Estes números revelam um aumento de 68.953 mortes por malária, face a 2019, com 49 mil destas mortes a serem atribuídas a perturbações dos programas de malária e dos serviços de saúde, provocadas pela pandemia de covid-19.

No início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha alertado para o risco de uma duplicação da mortalidade por malária, devido às consequentes interrupções das campanhas de pulverização e da distribuição de mosquiteiros tratados com inseticida.

O facto de este aumento se ter ficado pelos 9% reflete as medidas tomadas pelos Estados-membros da UA para impedir o pior cenário possível.

Segundo as estimativas revistas da OMS, citadas no documento, o número de mortes por malária é significativamente mais elevado do que se julgava: 2,1 milhões de mortes adicionais em África desde 2000, um aumento de 19%.

Perante estes dados, os autores do documento concluíram que o continente africano não está no bom caminho para eliminar a malária até 2030, uma meta ambiciosa que os países almejavam alcançar.

"África não atingiu o seu objetivo de reduzir a incidência e mortalidade do paludismo em 40% até 2020, com apenas seis Estados a atingirem pelo menos um dos objetivos.

Apesar destas dificuldades, 15 Estados-Membros da UA alcançaram a sua meta para 2020 ou fizeram progressos significativos nesse sentido.

Reduziram a incidência em pelo menos 40% a Etiópia, a Mauritânia, Cabo Verde, Gâmbia e o Gana, enquanto o Essuatíni (antiga Suazilândia), a Guiné Equatorial, o Quénia, o Ruanda, o Senegal e o Togo reduziram a incidência da malária entre 25% a 40%.

O relatório refere que, em relação à mortalidade, esta foi reduzida em 40% na Etiópia, África do Sul.

O Níger, a Serra Leoa e o Togo tiveram a mortalidade reduzida (25% a 40%), enquanto Cabo Verde e São Tomé e Príncipe foram os países da UA sem mortes causadas pela malária desde 2018.

Os autores alertam para o facto de cerca de 63% das atividades dos planos estratégicos nacionais contra a malária não estarem atualmente financiados, em parte devido ao esforço mundial que foi necessário para combater a covid-19, sublinhando a necessidade de aumentar os recursos contra esta doença.

Leia Também: AO MINUTO: OMS insiste na origem; Coreia do Sul passa milhão de casos

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Isabel não tem ar para chegar ao fim da rua

Por expresso.pt  5 Fevereiro, 2022

Espera um transplante de pulmão. Mesmo com oxigénio 24h por dia, falta-lhe fôlego para sair de casa. Está sozinha há oito anos, desde que chegou da Guiné. Embaixada de Portugal negou visto à mãe, apesar dos apelos dos médicos

O mundo de Isabel está cada vez mais pequeno, dia a dia a fechar-se sobre o seu T1, no Barreiro. Mesmo com o aparelho portátil de oxigénio em débito máximo, já não consegue ir a Lisboa e nos últimos meses foi desistindo, uma a uma, das rotinas que mantinha dentro do bairro. Há uns dias tentou ir à biblioteca e a meio percebeu que lhe faltava o ar para lá chegar. Voltou para trás. Também já não consegue ir à missa ou sequer dar uma volta pelo quarteirão. Só ainda não abriu mão de estudar — a única coisa que a “impede de enlouquecer” —, mas o esforço começa a ser demais. Mora num 1º andar sem elevador. O despertador toca às 6h para que tenha tempo de apanhar às 9h o autocarro que a leva à escola. Tem de descansar quase a cada passo. São poucas centenas de metros que a deixam tão exausta como se tivesse corrido a maratona. A paragem fica ao fim da rua.

Isabel Bapalpeme, 29 anos, tem dois pulmões, mas o direito não funciona e o esquerdo cada vez menos. E nota-se na voz. Começa audível, mas depressa se desvanece num fiozinho de som. Ela tenta falar, quer falar, mas falta-lhe fôlego. Tinha 15 anos quando uma tuberculose a apanhou numa aldeia no meio do mato, na Guiné-Bissau, onde vivia. Bastava um antibiótico, uns meses de toma, e ficava bem. Mas nunca foi tratada. Foram oito anos de tosse, febre, o corpo cada vez mais magro até aos 27 quilos, em 1,73 m, com que chegou a Portugal, de urgência, ao abrigo do programa de cooperação internacional para a saúde.

Internada em 2014 no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, foi-lhe debelada a doença, mas as lesões eram irreversíveis. O transplante é a única solução. Até lá, espera sozinha, presa a um fio azul de vários metros que a liga ao concentrador de oxigénio colocado na entrada da casa e que lhe permite circular pelo pequeno apartamento onde não há quase nada. Faltam sofás, mesa de jantar, secretária, estante para os romances e policiais que tanto gosta de ler. Passa as horas sentada numa cadeira, a fazer no telemóvel os trabalhos de casa do curso profissional de administrativa que está a tirar. Porque também falta um computador.

Entre tudo o que não tem, o que ela queria mesmo era companhia. O silêncio em que vive só é interrompido pelo som da máquina que a liga à vida. “Queria muito a minha mãe aqui. Não consigo sorrir desde 2008 e eu não era assim. Era alegre, espontânea. Mas agora o meu mundo está a fechar-se”, desabafa. O suporte familiar é um dos fatores fundamentais para um doente poder ser transplantado. Isabel está em lista de espera, mas o facto de viver sozinha é um obstáculo ao sucesso da intervenção. Por isso, os médicos que a acompanhavam no Centro Hospitalar Lisboa Norte enviaram, em 2018, duas cartas à Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau apelando à emissão de um visto para a vinda da mãe.

Nenhuma das missivas, onde era descrita a gravidade da situação e a necessidade “fundamental” da presença da família, teve resposta. E apesar dos apelos humanitários, em março de 2019 o pedido de visto foi recusado, por “não ser possível comprovar a intenção da requerente [a mãe, Sábado Bapalpeme] de abandonar o território antes do visto caducar”. Ou seja, por não existir uma data de regresso da mãe, temendo-se a permanência irregular em Portugal.

€204 por mês

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) justifica a recusa com o facto de a mãe ter pedido o visto errado: “A referida cidadã apresentou um pedido de visto Schengen sem preencher os respetivos requisitos. Deveria ter requerido um visto nacional de estada temporária para acompanhamento de familiar sujeito a tratamento médico (tipologia E7).” Mas a embaixada nunca lhe explicou isso, mesmo sabendo, pelas cartas dos médicos, que se tratava de uma situação de saúde.

Já depois da resposta do MNE, a mãe voltou à embaixada de Portugal em Bissau, para pedir o visto correto. Mas não conseguiu sequer ser recebida.

A embaixada portuguesa falhou-lhe, a da Guiné também. Isabel nunca recebeu apoio económico do seu país desde que veio para Portugal, apesar de os protocolos de cooperação preverem ajuda por parte dos países de origem. Sobrevive graças ao Rendimento Social de Inserção (RSI), que lhe dá €204 por mês, e ao apoio do primo Silvânio, o único familiar em Portugal, que tratou da sua vinda, que a ajuda a pagar a renda de €245, que lhe faz as compras e a acompanha em todo o processo clínico.

Isabel é agora seguida no Centro Hospitalar de Lisboa Central, a que pertence o Hospital de Santa Marta, o único no país a fazer transplantes de pulmão (ver texto ao lado). Apesar de estar há mais de dois anos a ser acompanhada na consulta de transplantação, só recentemente entrou em lista de espera ativa. Havia doentes mais urgentes e até há pouco tempo a jovem ia conseguindo fazer a sua vida com o recurso a oxigénio, mesmo com grandes limitações. Mas o seu estado agravou-se. “O pulmão direito está completamente destruído e o esquerdo já tem grandes dificuldades”, explica Luísa Semedo, responsável da equipa de transplantação pulmonar. De quanto tempo vai ser a espera, ninguém sabe: há cerca de 60 pessoas na mesma lista.

Neste momento, qualquer esforço pode fazê-la colapsar. “Esteve prestes a desmaiar a tentar subir umas escadas”, conta Ana Cysneiros, que a esperava à saída do barco, na última vez que tentou ir a Lisboa. Pneumologista, estava de urgência no dia em que “Belita” chegou da Guiné, em 2014. Foi quem a admitiu no Pulido Valente, “emagrecida até ao osso”. Tornaram-se amigas, uma família que se escolheu.

Durante a conversa de Isabel com o Expresso, é a médica que lhe completa as frases, quando já não resta à guineense ar para continuar. Conhece-lhe a vida ao pormenor. Sabe que os dois bolos que fez para as visitas demoraram horas a confecionar, com pausas a cada passo da receita. Que a limpeza imaculada da casa não é só de hoje, está sempre assim, apesar do esforço sobre-humano. Que anda preocupada com o vizinho de cima, que ameaça queixar-se ao senhorio do barulho do aparelho de oxigénio. Que lhe dói não ter ido para a universidade estudar enfermagem quando tinha notas para isso, mas faltava-lhe autonomia de oxigénio.

“Quando a ‘Belita’ chegou, falava mal português. Entrou para o 8.º ano e em menos de um ano tornou-se a melhor aluna. Tem uma resiliência surpreendente. Era de esperar que estivesse quieta, na cama. Mas não. Não gosta de mostrar fragilidades. É fácil subestimar o impacto que o oxigénio tem na sua vida”, reconhece Ana Cysneiros.

Para a reportagem, Isabel arranjou o cabelo, pôs trancinhas e uma franja, vestiu-se para ir à rua — sem chegar a ir —, mas já não pôde esconder o tubo do oxigénio durante as fotografias como sempre fez. 24h por dia são 24h por dia. Nem um segundo a menos.

Grupo acusado de invadir a sede do PAIGC recusa ter tomado de assalto o partido.

RDN///RTB  05/02/2022

O grupo acusado de invadir a sede do PAIGC recusou hoje ter tomado de assalto o partido, salientando que apenas queriam exigir os seus direitos enquanto militantes.

Segundo Buli Djabuli, o grupo Dirigiu-se ao partido por vias democráticas e para mostrar ao presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, que não concordaram com a forma como está a dirigir o partido. Buli Djabuli negou também ter levado armas, nomeadamente catanas e facas e disse que os confrontos provocaram cinco feridos ligeiros.

Os jovens queriam entregar hoje, de acordo com Buli, uma petição a pedir a demissão de Domingos Simões Pereira.

Em reação, o advogado do PAIGC, Carlos Pinto Pereira, garante que, se for uma decisão judicial, o partido foi instruído a cumpri-la. Se for pelo argumento do decreto que prorroga o estado de alerta para o adiamento da conferência do setor autónomo de Bissau, o advogado do PAIGC não escondeu a sua estranheza.

Carlos Pinto Pereira, disse que há uma contradição na interpretação da lei pelas autoridades na prorrogação do Estado de alerta, pois, segundo ele, não só viola os direitos dos militantes do PAIGC como também impedir a realização do décimo congresso do partido. Carlos Pinto Pereira disse que o partido repudia esta atuação das autoridades do país, que nada abona uma sã convivência num estado de direito.

O PAIGC, através duma nota, instruiu a todas as estruturas do partido a prosseguirem com os trabalhos para a realização das conferências agendadas, respeitando as regras de distanciamento social e uso de máscaras individuais.

Governo garante que está na posse de provas materiais da tentativa de golpe de estado.

RDN//RTB  05/02/2022

O governo garante que está na posse de provas materiais da tentativa de golpe de Estado e que serão remetidos ao Ministério Público.

A denúncia foi feita hoje pelo ministro do Turismo e Porta-voz do governo, Fernando Vaz. Para contrariar os setores políticos que tentam inverter os fatos. Fernando Vaz revela que há indícios de participação de pessoas ligada ao narcotráfico, tal como avançou o presidente da República.

De acordo com Fernando Vaz, relatos refutados de implicações de personalidade na tentativa de golpe de estado, são dos próprios elementos que tomaram e que estão sob controlo das autoridades.

O porta-voz do governo acusa alguns setores políticos e imprensa portuguesa de estar a desinformar.

Em memória das vítimas do ataque ao Palácio do governo na passada terça-feira observa hoje e amanhã, dois dias de luto nacional.


Assunto: Suspensão de militância

Por Belmiro P. - O blogue

Caros camaradas militantes e simpatizantes do MADEM-G15, hoje tomei a decisão de apresentar o meu pedido de suspensão de militância junto do MADEM-G15.

As razões são várias, mas a principal está relacionada com a tentativa de limitar a minha liberdade de expressão, coisa que jamais irei abdicar por pessoa alguma.

Muitos dentro do MADEM-G15 ainda julgam que todos nós temos o mesmo propósito, o de servir cegamente o Braima Camará e o partido, mesmo que isso implique ir contra os nossos princípios.

Ultimamente as tentativas de me silenciar aumentaram imenso, pessoas que constantemente enviam prints das minhas publicações ao BC, com argumentos de que as minhas opiniões estariam a prejudicá-lo, como se o Braima Camará tivesse algum controle sobre os meus pensamentos. 

Eu já aqui frisei por diversas vezes de que não vivo da política e nem tenho ambições de o fazer, a prova disso é esta minha carta de suspensão de militância dirigida ao coordenador nacional, suspendendo toda e qualquer ligação ao partido e ao coordenador. 

Pretendo manter a minha liberdade de escrever o que bem entendo sobre o meu país. 

Um abraço do vosso amigo e camarada.


Chefe de Estado do Senegal eleito presidente da União Africana

@AUChair2022

Por LUSA  05/02/22

O Chefe de Estado do Senegal, eleito hoje presidente da União Africana, numa cimeira em Adis Abeba, considera os golpes de Estado em África um "grande ataque à democracia e à estabilidade institucional no continente".

"Os Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) elegeram hoje o Presidente do Senegal, Macky Sall, como o novo presidente da União Africana para o ano 2022", lê-se num comunicado emitido hoje pela organização, que representa 55 Estados africanos.

De acordo com a mesma nota, no seu no seu discurso de aceitação, Macky Sall referiu-se às crises mais recentes do continente e afirmou: "Não esqueço o ressurgimento do fenómeno dos golpes de Estado, que constitui um grande ataque à democracia e à estabilidade institucional no continente",

Isto numa alusão aos golpes de Estado que ocorreram no Mali, Burkina Faso, Guiné-Conacri e à mais recente tentativa na Guiné-Bissau.

A eleição de Macky Sall decorreu durante a 35.ª Sessão Ordinária da Assembleia da União, que se realiza presencialmente na sede da UA, em Adis Abeba, Etiópia, sob o tema "Reforçar a Resiliência na Nutrição e Segurança Alimentar no Continente Africano": Reforço dos Sistemas Agro-alimentares, Saúde e Protecção Social para a Aceleração do Desenvolvimento Humano, Social e Económico", adianta a nota.

O Presidente Macky Sall sucede na presidência rotativa da UA a Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo, Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), que concluiu hoje o seu mandato para o ano de 2021.

A eleição do novo líder rotativo da UA, bem como a assembleia, ocorreram na sessão da abertura oficial da 35.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da UA, na presença do presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, da vice-presidente da Comissão da UA, Monique Nsanzabaganwa, de representantes das Nações Unidas e da Comissão Económica Regional, entre outros dignitários e convidados e responsáveis da UA.

A composição da nova mesa da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana para 2022, tal como apresentada pelo decano do Comité de Representantes Permanentes (PRC), é a seguinte: o Presidente da União Africana (UA), é o cargo ocupado pelo Presidente da República do Senegal, (região da África Ocidental). Para o cargo de primeiro Vice-Presidente da União as consultas ainda estão em curso. Já o relator será da RDCongo - (região da África Central), o segundo Vice-Presidente é da Líbia, (Região Norte); e o terceiro Vice-Presidente de Angola, (Região Sul) do continente africano

No seu discurso final, o Presidente Felix- Antoine Tshisekedi desejou ao sucessor "uma presidência bem-sucedida e agradeceu aos chefes dos Estados-membros da UA, bem como ao gabinete da UA, o apoio prestado durante o seu mandato.

Um mandato que considerou "marcado pela crise sanitária que prevalece, causada pela pandemia de covid-19".

O Presidente da RDCongo salientou ainda assim "algumas das realizações" sob a sua presidência da União, "nomeadamente, o empoderamento económico das mulheres e dos jovens, o reforço da democracia e da boa governação, entre outros programas de desenvolvimento no âmbito da Agenda 2063", segundo o comunicado.

Além disso, sublinhou "as iniciativas empreendidas sob a sua liderança para enfrentar os desafios da pandemia".

No seu discurso de aceitação, o Presidente do Senegal, Macky Sall, disse "apreciar a honra, aliada à responsabilidade e confiança investidas na sua pessoa, e nos membros da nova mesa, de liderar o destino da organização durante o próximo ano".

"Agradeço-vos e asseguro-vos do nosso compromisso de trabalhar em conjunto com todos os países membros no exercício do nosso mandato", afirmou o novo Presidente da União.

Macky Sall prestou homenagem aos fundadores da Organização e sublinhou: "Seis décadas depois, a sua visão luminosa continua a inspirar a nossa convivência e a iluminar a nossa marcha unida em direção ao ideal da integração africana".

"É precisamente neste espírito pan-africano que o Presidente Léopold Sédar Senghor tinha proposto, na cimeira da OUA de julho de 1964, estabelecer 'uma autoridade política e moral permanente da Conferência de Chefes de Estado e de Governo' para dar um impulso de alto nível à gestão dos assuntos do continente", recordou.

O recém-eleito Presidente da União manifestou o seu apreço pelos consideráveis esforços dedicados ao serviço do continente africano realizados pelo seu antecessor e realçou: "Ao celebrar este ano o seu 20.º aniversário, a nossa União pode orgulhar-se dos progressos realizados no âmbito de grandes iniciativas como a NEPAD, PIDA, APRM, Vision 2063, a reforma institucional, a Grande Muralha Verde, a AfCFTA e, mais recentemente, a nossa resposta coordenada à pandemia de covid-19".

"Ao mesmo tempo, os nossos desafios continuam a ser numerosos e prementes; nomeadamente nos domínios da paz e da segurança, da luta contra o terrorismo, da proteção ambiental, da saúde e do desenvolvimento económico e social", salientou.



LASSANA DAABA, COMENTOU SOBRE ATAQUE PERPETRADO CONTRA O PALÁCIO DO GOVERNO, NO PASSADO DIA 1 FEV.

«05/02/2022» Na companhia do ativista, Mutaro Cassama Cassama, o Analista Politico, Lassana Daaba, falou sobre, o ataque perpetrado na terça-feira passada(01/02/2022), contra o Palácio do Governo, em Bissau.👇

O Presidente da República General de Exército Umaro Sissoco Embaló recebeu hoje o Embaixador do Reino de Espanha, Sr. Antonio González-Zavala Peña para transmitir mensagem de solidariedade pelos acontecimentos do dia 01 de Fevereiro.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O Chefe de Estado, General de Exército Umaro Sissoco Embaló recebeu hoje no Palácio da República os partidos políticos:

- Partido RGB Movimento de Bafata

- Partido de Justiça e Trabalho

Com mensagens de solidariedade pelos acontecimentos do dia 01 de Fevereiro.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O nosso País está de Luto!

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O nosso País está de Luto! 

Após a tentativa de Golpe de Estado no dia 01 de Fevereiro, perdemos muitos irmãos.

Quero assim, transmitir aos familiares das vítimas as mais sentidas condolências e a minha solidariedade às famílias enlutadas e em particular às famílias dos Capitães Decker Filipe Imbana e Mavinga Varela elementos da Segurança Presidencial.

A dimensão humana desta tragédia atinge à todos os guineenses. 

Aos familiares de todas as vítimas desta tragédia, e em nome do povo guineense e em meu próprio nome apresento o meu sentimento de profundo pesar.

“ESTA É UMA TENTATIVA DE O SENEGAL ANEXAR A GUINÉ-BISSAU”, RUI LANDIM

Por Rádio Jovem | fev 5, 2022 

O analista político guineense, Rui Landim, assegurou ontem à Rádio Jovem que o envio de uma força da CEDEAO de apoio à estabilização da Guiné-Bissau não passa de uma manobra para tentar suportar a entrada de tropas senegalesas no país.

Ouvido pela emissora da juventude guineense a propósito do comunicado da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) que fez o anúncio desta decisão tomada na última cimeira da organização, o analista defende que o parlamento guineense tem que tomar uma posição sobre esta situação.

“Antes da vinda de qualquer força estrangeira ao país, a Assembleia Nacional Popular deve validar a ideia, porque, caso contrário, voltaremos ao que se deu em 1998 (7 de Junho)”, entende o analista.

“É triste para uma organização como a CEDEAO, na qual tínhamos esperanças, mas ao que tudo indica está a chegar ao seu fim. A CEDEAO já esteve cá com a sua força da ECOMIB, uma força que foi expulsa precisamente pelo atual presidente da república, e de repente aparece a mesma força com a missão de estabilização do país, não é uma simples manobra para fazer entrar tropas senegalesas no país?”, questiona Rui Landim.

“A ANP deve tomar uma posição e as forças armadas têm de seguir a ANP, porque esta não passa de uma tentativa de o Senegal anexar a Guiné-Bissau”, disse o analista político Rui Landim.

Na sequência da alegada tentativa de golpe de Estado, ocorrido na última terça-feira, no país, a Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) decidiu anteontem, na cimeira de Acra, através de um comunicado, enviar uma força de apoio à estabilização da Guiné-Bissau.

Importa salientar que um contingente militar da força de interposição da CEDEAO já tinha sido enviada a Guiné-Bissau em 2012,  na sequência de um golpe de Estado militar e tinham como missão garantir a segurança e proteção dos titulares dos órgãos da soberania guineenses e esta  força de interposição da CEDEAO permaneceu no país até 2020.

Djariatu Balde

Guiné-Bissau: Governo admite envolvimento de rebeldes de Casamança no ataque de terça-feira

África 21 Digital com Lusa

Fernando Vaz deu uma conferência de imprensa antecedida da leitura de comunicado aos jornalistas no Ministério do Turismo, situado no Palácio do Governo, em Bissau, onde a segurança está a ser garantida pelos comandos.

O Governo da Guiné-Bissau admitiu este sábado o envolvimento de rebeldes de Casamança e de “certas personalidades” no ataque perpetrado terça-feira contra o Palácio do Governo, em Bissau, por um “grupo de militares e paramilitares”.

O porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz, disse que o “bárbaro atentado” foi feito por um “grupo de militares e paramilitares” e que visava “a decapitação do Estado guineense, com recurso a pessoas envolvidas no narcotráfico e contratação de mercenários, rebeldes de Casamança”.

Fernando Vaz deu uma conferência de imprensa antecedida da leitura de comunicado aos jornalistas no Ministério do Turismo, situado no Palácio do Governo, em Bissau, onde a segurança está a ser garantida pelos comandos.

Segundo o ministro do Turismo, as “provas recolhidas pela Comissão de Inquérito” e que vão ser entregues ao Ministério “demonstrarão que são bastantes e irrefutáveis”.

“Os indícios de participação de pessoas com ligações ao narcotráfico (…) são baseados em fatos reais, exaustivamente documentados. Existem imagens e outras provas materiais que a seu tempo, sem perturbação do inquérito, serão trazidas a público para a avaliação de todos”, afirmou.

“As ligações dos autores materiais do atentado a certas personalidades também estão objetivamente sustentadas por provas contundentes e irrefutáveis. O planeamento da operação terrorista, o ‘modus operandi’ e os objetivos preconizados, dos quais o grupo terrorista atacante estava incumbido, estão a ser relatados pelos próprios intervenientes, que já se encontram sob custódia das autoridades e têm suporte em provas recolhidas”, salientou.

O ministro sublinhou que não existe “qualquer intenção de caça às bruxas ou de penalização de pessoas inocentes”.

“Existem factos, provas e depoimentos que coincidem com as provas materiais recolhidas pela investigação”, disse.

Questionado pelos jornalistas sobre o número de detidos, o ministro afirmou que o “poder judicial é que trata do assunto”.

“Há uma comissão de inquérito criada pelo Governo que fará o seu trabalho e no fim remeterá o relatório ao Ministério Público, que com certeza vos poderá responder futuramente a essa questão”, disse.

Sobre um alegado envolvimento de políticos, o ministro afirmou que o “comunicado é claro” e que a “comissão de inquérito aponta nesse sentido”.

Questionado como conseguiram ser identificadas os rebeldes de Casamança, Fernando Vaz explicou que foram identificados por testemunhas.

O ministro apenas confirmou a detenção de alguns elementos e que a seu tempo o Ministério Público revelaria mais informação.

Homens armados atacaram na terça-feira o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

O ataque causou pelo menos oito mortos, segundo o último balanço do Governo, que reviu em baixa o número de vítimas mortais.

O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a “gente relacionada com o tráfico de droga”.

O Estado-Maior General das Forças Armadas guineense iniciou entretanto uma operação para recolha de mais indícios sobre o ataque, que foi condenado pela comunidade internacional.

Na sequência dos acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma força de apoio à estabilização do país.

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.

Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.

PAIGC denuncia "cenários" para transferir responsabilidade de ataque

Por LUSA  05/02/22 

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou a "construção de cenários" para transferir para o partido a responsabilidade do ataque de terça-feira e impedir a realização do seu congresso.

Um comunicado da comissão permanente do partido, divulgado hoje à imprensa e com data de sexta-feira, refere que o partido recolheu "informações e evidências" da "construção de cenários, que permitem transferir para o PAIGC e a sua liderança todas as responsabilidades, ao mesmo tempo que compromete de forma séria a realização do congresso do partido".

A comissão permanente do PAIGC explica que chegou a essa conclusão com base no comunicado do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), segunda força política no parlamento e no Governo, que "tenta de forma leviana e irresponsável imputar responsabilidade" ao PAIGC.

A nomeação de um novo diretor para a Polícia Judiciária e prorrogação do estado de alerta, no âmbito do combate à covid-19, que proíbe a realização de atividades sociais, culturais e políticas, após se terem realizados os congressos de dois partidos, são outras da justificações apontadas pela comissão permanente do PAIGC para a acusação.

Outra razão apontada pelo partido é a mobilização de uma força de apoio à estabilização decidida pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), sem a "prévia e devida auscultação" da Assembleia Nacional Popular, parlamento do país.

O PAIGC aponta também como justificação as "reuniões clandestinas" feitas pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, onde participaram vários dirigentes partidários, incluindo do PAIGC e "tentativas de implementar novas evidências que associem elementos deste partido às ocorrências de 01 de fevereiro, tudo com o claro propósito de chegar".

No comunicado, a comissão permanente do PAIGC afirma que a data do congresso do partido, se mantém inalterada.

O partido deverá realizar o seu congresso entre 17 e 20 de fevereiro.

Homens armados atacaram na terça-feira o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

O ataque causou pelo menos oito mortos, segundo o último balanço do Governo, que reviu em baixa o número de vítimas mortais.

O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente relacionada com o tráfico de droga".

O Estado-Maior General das Forças Armadas guineense iniciou, entretanto, uma operação para recolha de mais indícios sobre o ataque, que foi condenado pela comunidade internacional.

Na sequência dos acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma força de apoio à estabilização do país.

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.

Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.
PAIGC - COMUNICADO DA COMISSÃO PERMANENTE01

PAIGC - COMUNICADO DA COMISSÃO PERMANENTE02
Com ditaduraeconsenso.blogspot.com

COMUNICADO A IMPRENSA... GABINETE DO MINISTRO E PORTA-VOZ DO GOVERNO.


 Gaitu Baldé