Por Rádio Jovem | fev 5, 2022
O analista político guineense, Rui Landim, assegurou ontem à Rádio Jovem que o envio de uma força da CEDEAO de apoio à estabilização da Guiné-Bissau não passa de uma manobra para tentar suportar a entrada de tropas senegalesas no país.
Ouvido pela emissora da juventude guineense a propósito do comunicado da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) que fez o anúncio desta decisão tomada na última cimeira da organização, o analista defende que o parlamento guineense tem que tomar uma posição sobre esta situação.
“Antes da vinda de qualquer força estrangeira ao país, a Assembleia Nacional Popular deve validar a ideia, porque, caso contrário, voltaremos ao que se deu em 1998 (7 de Junho)”, entende o analista.
“É triste para uma organização como a CEDEAO, na qual tínhamos esperanças, mas ao que tudo indica está a chegar ao seu fim. A CEDEAO já esteve cá com a sua força da ECOMIB, uma força que foi expulsa precisamente pelo atual presidente da república, e de repente aparece a mesma força com a missão de estabilização do país, não é uma simples manobra para fazer entrar tropas senegalesas no país?”, questiona Rui Landim.
“A ANP deve tomar uma posição e as forças armadas têm de seguir a ANP, porque esta não passa de uma tentativa de o Senegal anexar a Guiné-Bissau”, disse o analista político Rui Landim.
Na sequência da alegada tentativa de golpe de Estado, ocorrido na última terça-feira, no país, a Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) decidiu anteontem, na cimeira de Acra, através de um comunicado, enviar uma força de apoio à estabilização da Guiné-Bissau.
Importa salientar que um contingente militar da força de interposição da CEDEAO já tinha sido enviada a Guiné-Bissau em 2012, na sequência de um golpe de Estado militar e tinham como missão garantir a segurança e proteção dos titulares dos órgãos da soberania guineenses e esta força de interposição da CEDEAO permaneceu no país até 2020.
Djariatu Balde
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