A nova ministra da Saúde guineense, Magda Robalo, disse hoje à Lusa que uma das prioridades do seu mandato é oferecer melhores serviços e cuidados aos guineenses para que deixem de ter que procurar assistência no estrangeiro.
Na sua primeira entrevista enquanto ministra da Saúde guineense, Robalo, licenciada em medicina, pós-graduada em saúde pública e medicina tropical, e ainda mestre em epidemiologia, formações feitas em Portugal, disse à Lusa que assume funções "com humildade e sentido de dever" por ter oportunidade de liderar um setor pelo qual trabalha há mais de 30 anos.
Antiga representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em países como África do Sul, Gana, Namíbia, Zâmbia, Magda Robalo afirmou que vai trabalhar, entre outros objetivos, para que, dentro de quatro anos, haja uma redução considerável de envio de doentes guineenses para tratamento especializado no Senegal ou em Portugal.
"Eu penso que uma grande parte das pessoas que precisam ir para fora (do país) é porque, ou tiveram um diagnóstico tardio, as doenças de que sofrem chegaram a um estágio em que já não se podia fazer nada no país ou então não podem ser diagnosticadas, não podem ser tratadas no país", observou a nova ministra.
Primeira mulher a dirigir o departamento de luta contra doenças transmissíveis e o programa de luta contra o paludismo (malária) na região africana da OMS, Magda Robalo espera que seja possível aumentar o nível técnico, tanto em termos de diagnóstico como de tratamento no país, dentro de quatro anos e desta forma reduzir a ida de doentes para o estrangeiro.
"Não estou a dar esperanças de que vamos atingir o nível a que toda a gente possa ser tratada no país, mas espero que até ao fim da legislatura haja respostas aos problemas tanto ao nível de prevenção, reabilitação, tratamento e promoção da saúde, mas que também que a qualidade dos serviços seja aquela que a população merece, aquela que a população espera e aquela que o Governo deve ao povo" deste país, sublinhou a nova ministra.
Atualmente, no âmbito da cooperação, Portugal disponibiliza anualmente à Guiné-Bissau centenas de bolsas de junta médica.
Magda Robalo vive e trabalha fora da Guiné-Bissau há mais de 20 anos, daí pretender "descer ao terreno" à partir de hoje para "tomar o pulso" aos problemas no setor da saúde, ouvindo técnicos da área, estruturas sanitárias e falar com a população.
Portugal, Cuba, China, entre outros países, são dos principais parceiros na área da saúde com a Guiné-Bissau, no entanto, a nova ministra pretende continuar a cooperação, alargar o leque de parceiros, tanto nacionais como internacionais, mas melhorar a capacidade de absorção de ajudas, melhorar a imagem do país e ainda prestar contas aos parceiros.
"Mostrar aos parceiros que prestamos contas e que somos sérios", sublinhou Magda Robalo.
RTP