© REUTERS/Ammar Awad
Por Lusa 28/07/24
Israel prometeu hoje "atacar o inimigo com força", um dia após um ataque mortal nos Montes Golã anexados, atribuído ao Hezbollah libanês, fazendo aumentar os receios de um conflito regional, no meio da guerra na Faixa de Gaza.
O Irão avisou Israel das "consequências" de um ataque de retaliação no Líbano. "Qualquer ação (...) poderia conduzir a um agravamento" da 'guerra na região', declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani.
Segundo Israel, um foguete disparado do Líbano contra um campo de futebol na cidade de Majdal Shams matou sábado 12 jovens, com idades entre os 10 e os 16 anos, e feriu cerca de 30 outras pessoas.
Tratou-se, de acordo com Israel, de um foguete iraniano do tipo Falaq, com uma ogiva de 53 quilos. O Hezbollah, que nega ser responsável pelo ataque, é o único partido a possuir um foguete deste tipo, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita considerou que o movimento islamita libanês, apoiado pelo Irão, "ultrapassou todas as linhas vermelhas" ao disparar "contra civis".
Na sequência deste ataque, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, regressou hoje a Israel, mais cedo do que o previsto, após uma viagem aos Estados Unidos, dirigindo-se para uma reunião do gabinete de segurança.
"O avião do primeiro-ministro aterrou em Israel e dirige-se ao Ministério da Defesa [em Telavive] para uma reunião do gabinete de segurança", acrescentou o gabinete do primeiro-ministro, em comunicado.
Entretanto, milhares de pessoas reuniram-se hoje em Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados por Israel, para se despedirem, num funeral coletivo, de 11 das 12 crianças - já tinha sido realizado um outro em Ein Quiniye - que morreram sábado quando um míssil atribuído ao Hezbollah atingiu o campo de futebol onde estavam a jogar.
"As imagens de horror nunca serão apagadas", leu o líder espiritual druso, Sheikh Mowafaq Tarif, na cerimónia, durante a qual considerou o dia do ataque como um "sábado negro", que ficará 'gravado na memória como um ponto baixo da humanidade".
Numa praça no centro da cidade drusa, milhares de cidadãos, na sua maioria vestidos de preto, alinharam-se nas ruas, telhados e varandas, enquanto passavam os 12 caixões brancos que transportavam as crianças mortas.
Alguns dos ministros do Governo de Benjamin Netanyahu presentes no funeral, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Economia, Nir Barkat, foram vaiados por alguns dos presentes.
"Tirem-nos daqui, não os queremos", gritou um homem. "Abandonaram-nos durante nove meses e agora estão aqui?", disse outro participante.
O líder da oposição, Yair Lapid, e o líder trabalhista, Yair Golan, também estiveram presentes.
Para a Síria, Israel é o responsável pela morte destas crianças, culpando do mesmo o grupo xiita libanês Hezbollah.
"A entidade de ocupação israelita cometeu ontem um crime hediondo na cidade de Majdal Shams, no Golã sírio ocupado desde 1967, e depois culpou a resistência nacional libanesa (Hezbollah) pelo seu crime", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio num comunicado.
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