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POR LUSA 10/09/23
O presidente da câmara municipal de Moscovo, Serguei Sobyanin, próximo de Vladimir Putin e no cargo desde 2010, foi reeleito nas eleições regionais que hoje decorreram na Rússia e nos quatro territórios anexados da Ucrânia, indicou a Comissão eleitoral.
"O vencedor é já conhecido e sem qualquer equívoco", declarou Nikolai Boulaiev, membro da Comissão eleitoral central, apresentado felicitações ao autarca "pela convincente vitória".
Serguei Sobyanin, um homem reservado de 63 anos que dirige a maior cidade da Europa com cerca de 13 milhões de habitantes, é definido como um "puro produto" da elite tecnocrática próxima do Presidente russo, Vladimir Putin.
Durante os últimos 18 meses, no decorrer da ofensiva militar russa na Ucrânia, a sua principal missão tem sido assegurar o funcionamento de Moscovo e manter um clima de ordem na capital russa, apesar das sanções que afetam a economia, a mobilização militar, a repressão da oposição e os 'drones' (aparelhos não tripulados) ucranianos que atingem a cidade com crescente regularidade.
A sua reeleição era um dado adquirido, numa campanha sem debates nem opositores, numa megalópole que já se afirmou como a principal voz dos protestos da oposição anti-Putin, assinala a agência noticiosa AFP.
Em 2022, e após o Presidente russo ter ordenado uma mobilização parcial de centenas de milhares de russos para combater na Ucrânia, provocando um êxodo para o estrangeiro, foi Sobyanin quem assegurou aos moscovitas, um mês mais tarde, que estavam isentos da chamada às fileiras militares.
O poderoso autarca também minimizou o perigo dos 'drones' que têm atingido Moscovo, e que até ao momento provocaram danos menores.
Sobyanin evita pronunciar-se sobre a guerra na Ucrânia e as suas consequências, optando por se referir à ofensiva em termos gerais, numa tentativa de minimizar os seus impactos no quotidiano da população.
"Apesar de um grande número de dificuldades, de problemas e de crises que estamos em vias de registar no nosso país, vamos vencer, vamos ultrapassar estes problemas e tornar-nos mais fortes", afirmou em agosto durante um fórum municipal.
A Rússia celebrou hoje eleições regionais e municipais, incluindo nos quatro territórios anexados por Moscovo na Ucrânia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.