quinta-feira, 11 de maio de 2023

O membro do Conselho de Soberania do Sudão Yaser al Ata afirmou hoje que o grupo russo Wagner está envolvido no conflito entre o exército e a Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) desde 15 de abril.

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POR LUSA   11/05/23 

 Grupo Wagner envolvido no conflito do Sudão, diz Conselho de Soberania

O membro do Conselho de Soberania do Sudão Yaser al Ata afirmou hoje que o grupo russo Wagner está envolvido no conflito entre o exército e a Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) desde 15 de abril.

Numa declaração publicada hoje pelo diário saudita Al Sharq al Awsat, com sede em Londres, Yaser al Ata, membro daquele conselho, afirmou que o exército "tem um corpo de atiradores do Wagner" e que os mercenários da empresa russa estão principalmente no Darfur (oeste) "onde se situam as empresas de produção de ouro" do líder da RSF, Mohamed Hamdan Daglo, conhecido por Hamedti.

O responsável acusou ainda Hamedti de traficar "grandes quantidades de ouro sudanês" e disse que "as informações indicam que tem 53 toneladas em armazéns na Rússia e 22 toneladas num país irmão", que não especificou, "além de quantidades mais pequenas noutros países e dezenas no Sudão".

Apesar disto, o militar sudanês disse estar confiante de que o conflito no Sudão "vai acabar em breve" e não se transformará numa guerra civil, porque, afirmou, o exército controla todos os estados do país, e os paramilitares estão apenas em "algumas partes de Cartum", a capital.

"Estas batalhas não conduzirão a uma guerra civil, porque o exército inclui todas as tribos do Sudão", acrescentou.

O chefe do Estado-Maior afirmou que o exército não aceitará os paramilitares no futuro e que o diálogo que os representantes das duas partes mantêm, em grande segredo, na Arábia Saudita, "tem como único objetivo retirar as forças rebeldes da capital".

Esse diálogo está a decorrer desde sábado na cidade portuária de Jeddah, mediado pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos e, com a ajuda da ONU, tem como principal objetivo chegar a um cessar-fogo permanente que permita o fluxo de ajuda humanitária para fazer face à situação dramática provocada pelos combates no Sudão.

As declarações de Al Ata surgem no momento em que termina hoje a trégua de sete dias anunciada pelo exército e pelas RSF, que, tal como as tréguas anteriores, não foi respeitada por nenhuma das partes.

Segundo a ONU, os combates no Sudão já mataram mais de 600 civis e feriram mais de 5.000, tendo ainda forçado à deslocação interna 700.000 sudaneses e à fuga do país de mais de 120.000.


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