O Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (MADEM-G15) vai realizar durante o fim de semana reuniões da comissão política e do conselho nacional, disse hoje à Lusa o líder parlamentar do partido, Abdu Mané.
Segundo Abdu Mané, durante as reuniões vai ser analisada a atual situação política, a coligação governamental e discutida a situação interna do partido.
“Ao Madem-G15 interessa muito a estabilidade política e governativa”, sublinhou o líder parlamentar do partido.
Na quinta-feira, o MADEM-G15 já tinha reunido a comissão permanente.
O segundo partido mais votado nas eleições legislativas de 2019, e que integra a coligação no Governo, manifestou indignação em abril, na sequência de uma remodelação governamental em que perdeu várias pastas governamentais.
Os quadros técnicos e a juventude do partido chegaram mesmo a exigir a sua saída da coligação.
O MADEM-G15, juntamente com o Partido de Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) fazem parte da coligação no Governo no país.
A semana passada, o coordenador nacional do MADEM-G15, Braima Camará, apelou à unidade dos guineenses e afirmou que não pode pertencer a regimes que não respeitam as regras do Estado de Direito.
“Não vamos promover a ditadura neste país. Eu tenho princípios, e os que me conhecem sabem que tenho convicção, que definitivamente os guineenses têm de entender-se, respeitar o Estado de Direito democrático”, disse, apelando ao diálogo, à tolerância e ao fim da violência.
Braima Camará fez as declarações no âmbito de mais um desentendimento entre a comunidade muçulmana, relativo ao dia da festa do sacrifício, e depois de o Governo, através do Ministério da Função Pública, ter anunciado o dia 21 de julho como feriado no âmbito daquelas festividades.
Em resposta, o Presidente guineense afirmou que não é um ditador e que o país é um Estado de Direito, mas que não vai permitir desordem nos partidos que fazem parte da coligação no Governo.
“Todas as instituições estão a funcionar. O Presidente é moderador. Desordem na Guiné-Bissau acabou e nem eu tenho o direito de fazer desordem. Agora, no exercício de funções as pessoas podem ter opinião, desde que não ofendam ninguém”, afirmou Umaro Sissoco Embaló, em declarações aos jornalistas, após a tomada de posse do novo presidente do Tribunal de Contas.
“Se há um regime ditatorial? Eu não sou um ditador. Isto é um Estado de Direito”, disse o Presidente guineense, quando questionado pelos jornalistas sobre relações feitas recentemente pelo coordenador nacional do Madem-G15.
O Presidente guineense disse também que é preciso dialogar e que só há uma coisa que não permite, nomeadamente, “desordem no Madem-G15”, partido do qual era dirigente e que apoiou a sua candidatura às presidenciais.
No início deste mês, o Madem-G15 apresentou ao chefe de Estado um relatório com um conjunto de recomendações para consolidar a coligação no Governo.
Por Rádio Jovem Bissau / LUSA
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