sábado, 23 de novembro de 2019

Como garantir que os boletins de votos cheguem a tempo nas localidades mais remotas do país?

Por ONU na Guiné-Bissau

O arquipélago dos Bijagós, com 17 267 eleitores espalhados por 88 ilhas levou as autoridades Bissau-guineenses a estabelecer um sistema de processo eleitoral meticuloso e específico para chegar mais perto da população durante as eleições presidenciais. O material de voto foi recebido em Bubaque, que beneficia-se duma posição mais central que Bolama no arquipélago e garante, portanto, uma melhor logística no transporte de equipamentos para as 77 mesas de voto. Dada a distância entre ilhas e a dependência das marés para a circulação dos barcos, algumas mesas tiveram a particularidade de receber o material um dia antes das eleições, ao contrário do resto do país. Assim, desde ás 5h00 da manhã nesse dia 23 de novembro, foi possível observar no porto de Bubaque dezenas de pirogas a navegar para Canhabaque, Formosa, Unhocomo, Caravela, ou Bolama com a bordo boletins, listas de eleitores, urnas seladas, cabines de votação e voluntários que irão durmir com o equipamento para evitar qualquer risco de substituição.

O Presidente da Comissão Regional de Eleições (CRE) para Bolama-Bijagós, Fernando Gomes Mendes, que pela sétima vez organiza eleições no país, afirma que considerando a situação geográfica peculiar dos Bijagós, nunca houve problemas graves e, após a contagem dos votos, são poucas ou inexistentes as reclamações que chegam até a Presidência da CRE. O Presidente também decidiu entregar uns 15% de boletins a mais para cada mesa, a fim de evitar qualquer possivel falta de equipamento no dia do voto.

Apesar da organização minuciosa, a taxa de abstenção durante as ultimas eleições de março de 2019 foi mais alta nos Bijagós (20,4%) em relação à taxa nacional (15,3%). Uma situação que se explica principalmente visto a distancia das mesas de votos, localizadas ás vezes em ilhas diferentes de onde vivem alguns eleitores.




Sem comentários:

Enviar um comentário