sexta-feira, 22 de março de 2019

"RAMOS DO MESMO TRONCO"


Numa altura em que a proclamação da força da nossa União foi posta em causa e de que maneira, por interesses mesquinhos alheios aos de um povo;

Numa altura em que os valores que nortearam a criação da nossa nação são constantemente desrespeitados, com apelos à violência a surgirem a cada dia que passa. Valores e ideais que custaram sangue e suor aos nossos valentes irmãos guineenses;

Numa altura em que o futuro do país está fortemente comprometido e a pobreza a ceifar vidas no seio da população, que não tem outra alternativa, sem outro tecto, sem plano B, e começa a dar sinais de desespero;

Eis que surge no meio de tamanha confusão e desespero um verdadeiro factor de União e Coesão Nacionais - a selecção nacional de futebol.

No meio de toda essa trapalhada situação política, os Djurtus, mais uma vez, irão proporcionar aos guineenses, neste sábado dia 23, uma oportunidade de reafirmamos que a força da nossa União é mais forte e coesa do que qualquer partido político, grupos étnicos, religião ou facções.

Eu, sou do Sporting, tu és do Benfica, ele é do Porto e eles ali são do Barcelona, Real, Liverpool ou Manchester United, mas todos nós respondemos pela mesma bandeira que está a flutuar nos céus e nos nossos corações. Ou seja todos nós somos Djurtus. Somos uma equipa e uma nação.

Não importa o resultado do jogo. Não importa, por agora, se vão jogar bem ou mal, importa, sim, essa força de unidade nacional que a selecção transmite e proporciona. Mais do que um resultado desportivo está um país Unido à volta da causa nacional.

Devemos aproveitar o vento da União que a selecção leva consigo à Guiné-Bissau para juntarmos as mãos e elevar o nível de vida dos mais carenciados e, consequentemente, desenvolver projectos que venham mudar de forma concreta a vida dos guineenses. Devemos aproveitar esse legado deixado pelos jogadores da selecção para colocar de lado as nossas ambições pessoais e colocar a Guiné-Bissau acima de tudo. Primeiro, segundo e terceiro. Quiçá, só assim, seremos os “suíços de Africa” como outrora éramos apelidados.

Todos os sonhos são possíveis até que "Djurtus" seja campeão!





 










Texto: BRAIMA DARAME
FOTOS: ALBANO BARAI

Braima Darame

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