Aliu Bodjan que falava aos jornalistas depois de dirigir a reza de “Ed Al-Adha” para centenas de fiéis muçulmanos citadinos da capital Bissau provenientes de diferentes bairros, disse estar consciente que o executivo guineense não é obrigado de conceder dois feriados para a reza, mas assegurou que as autoridades em nenhuma circunstância podiam impedir ou intimidar os muçulmanos de irem a reza em locais públicos.
“O que aconteceu foi uma discriminação! Infelizmente foi praticada pelas próprias autoridades, que deveriam pautar-se pela neutralidade neste sentido e não impedir um grupo e dar liberdade a outros. Isto chama-se discriminação e não devia acontecer, porque todos somos filhos desta terra, aliás, os cordões umbilicais de todos nós foram cortados e enterrados nesta terra”, salientou o Imame, que entretanto, apelou a Deus para abençoar todos os muçulmanos que rezarem hoje bem como aqueles que rezarão amanhã.
Aproveitou a ocasião para apelar ao governo guineense no sentido de parar com esta prática que considera descriminatória, tendo frisado neste particular que “se esta é a primeira vez, então que seja o fim e que nunca mais volte a acontecer. Sabemos que o governo é quem dirige o país, mas na verdade quem tem a força é Deus”.
Questionado sobre a possibilidade de unificação dos muçulmanos para acabar com as divergências relativamente ao dia da reza, explicou que há uma iniciativa de algumas organizações muçulmanas que trabalham na unificação de todas as partes. E lembrou ainda que no ano passado convocaram uma reunião na qual a “Liga de Sábios Muçulmanos” apresentou quatro propostas às organizações islâmicas.
“Eis as propostas: Passaremos a rezar e jejuar, segundo o calendário islâmico; Vamos jejuar e rezar, se a lua for vista na Arabia Saudita; Vamos jejuar e rezar, se a lua for vista num dos países da sub-região e a última proposta, passaremos a jejuar e rezar se a lua for vista apenas na Guiné-Bissau. Cada organização levou a proposta para análise e foram unânimes em dizer que passaremos a jejuar e rezar, se a lua for vista num dos países na sub-região. Infelizmente algumas organizações não aceitaram cumprir o acordo”, observou.
Para terminar, pediu aos políticos para se afastarem do islão e aos líderes religiosos que se abastenham de fazer política ou deixarem o islão e irem fazer política.
Salienta-se que mais uma vez a comunidade muçulmana se divergiu quanto ao dia da reza de Tabasqui. Jornal O Democrata assistiu a reza de um grupo hoje nas diferentes mesquitas da capital Bissau e nas regiões, enquanto outro grupo vai rezar amanhã, considerado oficialmente o dia da reza de Tabasqui na Guiné-Bissau.
Por: Redação
OdemocrataGB
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