Por Saliatu Sali Costa via facebook
Impávidos assistimos a uma luta ferrenha durante três anos. Acordos assinados que sobrepõem a soberania de um país, pactos rasgados , homens incautos, guerrinhas a ferro e fogo que alguns proclamam efusivamente ser pela democracia e justiça social. Felizmente, chega uma altura na estória em que a máscara cai e é o caso, a máscara caiu!
A inutilidade desgasta e o desgaste é o inimigo do mérito e do bom senso.
Começar por uma retrospectiva do que foi esta legislatura é um imperativo, quem sabe desperta a atenção do guineense para os interesses ocultos e desmedidos dos políticos que aplaudimos.
Esta legislatura, de início ao fim, foi um fracasso, sempre disse e continuo a não reconhecer razão aos coniventes e às partes neste processo. Os factos porém retratam quem ainda dentro do mal instalado tenta salvar um país do escombro e quem do mal se apoderou para que o país se apodreça no fedorio até ser ele o messías, o único salvador do povo. E assim conhecemos homens que em nada honraram os seus compromissos com a nação, egocêntricos e manipuladores. Infelizmente, chega sempre o dia em que os oportunistas acertam na mosca e proclamam vitória; quando é o único ideal que a limitada consciência consegue captar.
Há 43 anos que a cultura da mediocridade tem ganhado sobre nós, enquanto uns brincam de democratas e justos representantes do povo...
Cantadas vitórias, tenhamos a decência de apontar os fracassos para que conste nas opções futuras.
O mal maior da nação guineense é o PAIGC. As suas concepções, leis, os homens, a estrutura, os pactos, as convenções, as opções, tudo que envolve o partido dos libertadores acaba envolto no mal e na mediocridade, reconheçamos e vamos por pontos.
Ponto 1.
José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira foram os eleitos dentro do partido e assim ganhou-se as eleições para uma legislatura que se pretendia imaculada. comemorou-se, mesmo sabendo os mais velhos das sequelas e traumas de um passado de resignação e atritos entre os escolhidos. Ignorou-se os sinais históricos dos repetitivos embates entre as principais figuras do estado.
Ponto 2.
Do congresso também nasceu a congregação da consciência e da razão. Todos apoiaram o partido e nem todos apoiaram o Jomav, guerra kumsa.
Conquistado o poder, os factos se consumaram. Domingos Simões Pereira enquanto Primeiro Ministro deixou muito a desejar com o seu primeiro governo e o José Mário Vaz deixou perder uma oportunidade de ser um estadista à conta de um governo de cadastros, com apoio de um Presidente de Assembléia incendiário e as vozes imponentes do partido sem reação necessária...
Ponto 3.
Na política os actos inconsequentes costumam sair caro e saíram. Ao não submeter o programa do governo a uma reavaliação, houve um grupo de descontentes que não o aprovou, os (15), e lógico, o partido teve que reagir racionalmente ou não. Alguém esperava que de ânimo leve os 15 acatariam tal expulsão? Enganou-se! Os 15 debateram, o partido concentrou autoritariamente a sua energia na guerra e o Presidente foi quem não soube jogar o papel que lhe cabia, ninguém pensou o país.
Ponto 4.
A lei assiste ao Presidente da República o poder da destituição de um governo, que quando praticada dentro do poder constitucional é legalmente possível; pese embora moralmente ter um peso nacional e internacionalmente que não se ponderou.
Quando se destitui um governo é preciso que se tenha soluções credíveis e certeza nas decisões futuras, consubstanciadas na lei, trata-se de um país, um povo, gente com fome e necessidades. É inadmissível que não se tenha soluções em determinadas situações.
Ponto 5.
E no rinca-finca do Jomav e Domingos(pui, nka misti, tira), seguiram-se os Baciro Dja, Carlos Correia, Umaro Embaló, Artur Silva e agora, Aristides Gomes.
Faltou muita coragem, faltou decisão e faltou sentido da soberania que custou fincar ao Presidente da República, porém que ninguém diga que não se submeteu a todos os caprichos do PAIGC e não se lhe fez a mesa; ou seja, deixou-se arrastar e permitiu-se ficar numa situação de fragilidade incrível perante aqueles que nem têm moral, tão pouco razão para o manterem naquela posição. A um Presidente não é permitido ficar numa tão delicada posição, sobretudo por sua inconsequência ao reboque da ação de um partido inconsequente.
E aqui se sentiu a ausência de estratégias políticas empossadas de carácter e sentido do estado daquele que é o segundo partido mais votado, PRS.
Ponto 6.
Insustentável se tornou a situação, que à boa encomenda a CEDEAO se posicionou parcial e tendenciosamente sobre a justiça e a soberania de um país, o Presidente ainda assim deixou-se manter sob rédeas e uma cautela que peca pelo atraso. Em tempo nenhum o Presidente ergueu-se para enfrentar a CEDEAO, mesmo podendo e devendo fazê-lo; relembro que a CEDEAO é uma instituição nula e frágil em se tratar de princípios e carácter; tendo como Presidentes dos países membros, uma maioria corrupta e ditatorial, sem que nestes países se ouça falar de nenhuma intervenção da CEDEAO. É na Guiné-Bissau que se começa a fazer a justiça, onde desde início da mediação do conflito até á data presente falharam de todas as maneiras.
Ponto 7.
Tão frágil é a sanção da CEDEAO que se resumiu apenas a nível da sub-região. A Guiné-Bissau é parte constituinte da CPLP e apesar da pressão de Angola(fixado no ranking mundial como um dos países mais corruptos do mundo), a CPLP até aqui conseguiu se distanciar da encomendada sanção, uma grande derrota para a afamada sanção.
Ponto 8.
A direção do PAIGC que se deslocou para todos os cantos, até ás Nações Unidas para solicitar sanção ao país em nome duma legislatura que lhe foi "tirada", compactuou vergonhosamente com a prorrogação do mandato dos deputados duma Assembleia inútil e improdutiva que por 3 anos de férias recebeu o balúrdio do salário á custa do povo. E alguém tinha esperança que o PAIGC se demarcasse de mais este ignóbil acto de covardia e extravio do erário público.
Ponto 9.
Num embate de todo injustificável temos um Presidente refém da CEDEAO, o PAIGC mergulhado no baril de pólvora que é a ditadura sem precedentes que se implantou no seio do partido; e o presidende do partido, um grande perdedor que acabou por reafirmar que o mais importante é o poder, as pastas e nunca o povo.
Ponto 10.
Formou-se então o governo pelo qual o PAIGC bloqueou o país durante três anos, sendo no mínimo caricato a mediocridade dos nossos políticos. Este é o Governo que a CEDEAO nos impôs com os nomes apresentados pelos partidos, cabendo a CEDEAO decidir os que nele não devem constar, muito engraçado. O que sabe a CEDEAO dos recém-nomeados? Que provas nos deram até aqui das suas competências?
Nisso tudo, aos apoiantes do PAIGC, resta apenas chamar atenção ao seguinte, os governos e os escolhidos do PAIGC serão sempre os mesmos, envoltos entre pactos, incompetências, jogos e interesses ocultos que em nada dignificam a democracia. PAIGC NUNCA FOI OUTRA COISA E NÃO O SERÁ! E nem falo da castração da mulher no dito governo de inclusão, apenas porque entendo que a mulher merece o melhor.
Ponto 11.
Desejos de boa sorte ao PM Aristides Gomes, esperemos que a incompetência de muitos não ofusque a sua administração e que sejam apenas mais 7 meses de incoerência que vão dar em mais uma eleição para um povo que sempre escolheu errado, por falta de opções, se calhar.
Bravooo, o PAIGC é parte maioritariamente constituinte do governo, à sua moda, sem honra nem glória. Ficou claro afinal o que se pretendia!
Os 15 sim, continuaram a ser para mim, os únicos defensores de uma causa justa neste processo, faltando-lhes porém o rigor, foco e determinação que lhes são exigidos.
BÔ DECIDI GUERIA KU GUINÉ MA GUINÉ NA BIM GUERIA KU BÔS UM DIA. BÔ PUDI NGANA MANGA DI GUINTIS, MA BÔ AMBIÇÃO TA KABA PA TRAÍ BÔS...
Saliatu da Costa
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