quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ONU não quer adiamento das eleições na Guiné-Bissau

Cartão de eleitor Guiné-Bissau
A ONU não quer ouvir falar no adiamento das eleições gerais de 16 de Março. O aviso é dado por António Patriota, Presidente do Grupo Encarregue da Guiné-Bissau junto da Comissão da ONU para a Consolidação da Paz.

As Nações Unidas insistem na necessidade de manter a data das eleições gerais na Guiné-Bissau a 16 de Março. O recado foi deixado por António Patriota, Representante Permanente do Brasil nas Nações Unidas e Presidente do Grupo Encarregue da Guiné-Bissau junto da Comissão da ONU para a Consolidação da Paz.

De visita a Bissau, António Patriota reuniu-se com o ministro guineense dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, que sublinhou a importância da missão. 

http://www.portugues.rfi.fr/africa/20140121-onu-insiste-que-nao-quer-adiamento-de-eleicoes-na-guine-bissau

Jornal revela actividades de Bubu Na Tchuto entre 2008 e 2010 na Gâmbia

Bubo na Tchuto gozava de total liberdade de acção e nem um pedido de prisão e extradição do vice-almirante do Governo da Guiné-Bissau recebeu qualquer resposta de Banjul.

O almirante Bubo Na Tchuto foi preso na sequência da tentativa de golpe
O jornal da Gâmbia Freedom Newspaper Online publicou esta segunda-feira, 20, um artigo em que relata o que diz ser as actividades do antigo vice-chefe da marinha da Guiné-Bissau Bubo na Tchuto durante a sua estada naquele país. Segundo o jornal, entre 2008 e 2010, em que Na Tchuto tinha a total cobertura do presidente da República, Gâmbia tornou-se numa importante plataforma de tráfico de droga da América Latina para a Europa.


Bubo na Tchuto chegou à Gâmbia em Agosto de 2008 depois de uma fracassada tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, num barco mas vestido com o seu uniforme branco de vice-almirante.

Acompanhado sempre do seu segurança de confiança, o também guineense Alfusainey Jammeh, Bubu na Tchuto reuniu-se de imediato com os serviços secretos da Gâmbia, a quem pediu que informasse o presidente da República da sua presença.

Na ocasião, conta o Freedom Newspaper Online, da Gâmbia, o presidente Yaya Jammeh,  ordenou que Na Tchuto fosse conduzido a  Kanilai onde, passaram a encontrar-se regularmente. Durante alguns meses, o ex-vice-almirante da marinha da Guiné-Bissau ficou hospedado numa das quatro casas de luxo do presidente Jammeh, em Kanilai.

Mais tarde, Bubu na Tchuto foi transferido para a casa do presidente da União Africana em Brufut, ao lado da moradia do irmão do presidente Ansumana Jammeh.

O relato do Freedom Newspaper Online continua dizendo que Na Tchuto recebeu um carro de alta cilindrada e dois guardas militares à paisana que lhe garantiam a segurança

Durante a sua estada na Gâmbia entre 2008 e 2010, o país foi um ponto importante no tráfico de cocaína da África Ocidental. As agências de inteligências registaram movimentos de helicópteros e aviões de pequeno porte assim como moradores na região ocidental do país. Oficiais dos serviços de segurança da Gâmbia assistiram também a circulação de pacotes suspeitos em diferentes áreas rurais do país, mas foram aconselhados pelos superiores a esquecerem o assunto porque as ordens tinham vindo do presidente.

O aeroporto Yundum passou a ser a porta de saída da cocaína para a Europa. Nesse período o regime do presidente Jammeh tornou-se conhecido por conceder passaportes diplomáticos a muitos estrangeiros sem que tivessem realizado trabalhos notáveis a favor da Gâmbia.

Bubo na Tchuto gozava de total liberdade de acção e nem um pedido de prisão e extradição do vice-almirante do Governo da Guiné-Bissau recebeu qualquer resposta de Banjul.

Em 2010, com a ajuda de um latino-americano que o jornal cita como sendo Carlos Sanchez, Bubo na Tchuto  voltou à Guiné-Bissau numa poderosa lancha, propriedade de Sanchez.  

Depois, recorde-se, Bubo na Tchuto refugiou-se durante meses na sede da ONU onde pediu protecção, bubo na Tchuto saiu para liderar o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.

Ainda de acordo com o Freedom Newspaper  Online, é voz corrente nos círculos militares da Guiné-Bissau, Gâmbia e junto dos rebeldes da região de Casamansa que o Governo de Jammeh assegura o fornecimento de uniformes, botas e munições pesadas desde os tempos de Ansumane Mané, nos finais de década de 1990.

Coincidência ou não, o jornal diz que durante a estada da Bubo na Tchuto na Gâmbia, misseis portáteis entre outros armamentos iranianos chegaram ao país e que parte desse material foi transferido para a Guiné-Bissau, numa operação liderada pelo amigo e guarda-costas de Tchuto, Alfusainey Jammeh.

Bubo Na Tchuto foi preso a 4 de Abril de 2013 por agentes anti-narcóticos norte-americanos num barco ao largo da costa ocidental africana, juntamente com quatro outros homens.

O antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau, arrisca-se à prisão perpétua, segundo um porta-voz do Tribunal de Nova Iorque.

http://www.voaportugues.com/content/jornal-revela-actividades-de-bubu-na-tchuto-entre-2008-e-2010-na-gambia/1834795.html