terça-feira, 3 de dezembro de 2024
Cerveja Carlsberg diz adeus à Rússia. A cervejeira dinamarquesa Carlsberg, que em março de 2022 anunciou a saída do mercado russo devido à invasão da Ucrânia, anunciou hoje que chegou a um acordo para vender os ativos na Rússia que espera concluir "nos próximos dias".
Lusa
A cervejeira dinamarquesa Carlsberg, que em março de 2022 anunciou a saída do mercado russo devido à invasão da Ucrânia, anunciou hoje que chegou a um acordo para vender os ativos na Rússia que espera concluir "nos próximos dias".
A cervejeira dinamarquesa Carlsberg anunciou esta terça-feira ter chegado a acordo para vender os ativos na Rússia, operação que espera concluir "nos próximos dias".
"O Grupo Carlsberg receberá uma compensação em 'cash', assim como as participações da Báltika Breweries (a filial da cervejeira dinamarquesa na Rússia) na Carlsberg Azerbaijão e Carlsberg Cazaquistão", afirma a cervejeira dinamarquesa num comunicado.
Segundo fontes do jornal económico russo Védomosti, o valor da transação seria de cerca de 30.000 milhões de rublos, quase 300 milhões de dólares (cerca de 285 milhões de euros).
A venda da Báltika, a filial russa da Carslberg, pode ser realizada depois de Vladimir Putin ter autorizado o levantamento da administração externa estatal da empresa, que tinha imposto em julho do ano passado.
O CEO da cervejeira dinamarquesa Carlsberg, Jacob Aarup-Andersen, acusou na altura o Governo russo de lhe "roubar" o negócio e sublinhou que não pode chegar a um acordo sobre a venda depois de o Estado ter assumido o controlo dos ativos no país.
"Não há dúvida que nos roubaram o nosso negócio na Rússia e não os vamos ajudar para que pareça legítimo, é tão simples como isso", afirmou Aarup-Andersen.
A Carlsberg calculou que o encerramento do negócio na Rússia custou à cervejaria dinamarquesa 9.500 milhões de coroas (1.273 milhões de euros) em termos de deterioração de ativos.
"Desde o anúncio da nossa intenção de sair da Rússia em 2022, esgotámos todas as opções para encontrar uma maneira de conseguir uma saída total da Rússia, protegendo ao mesmo tempo os nossos empregados, os nossos ativos e o valor do negócio da Carlsberg", sublinhou hoje Aarup-Andersen, citado no comunicado da cervejeira.
Adiantou que, tendo em conta as circunstâncias, a Carlsberg considera que conseguiu o "melhor resultado possível" para a continuidade do negócio.
Como parte do acordo, que ainda tem de ser aprovado pelos governos da Dinamarca e da Rússia, "as partes alcançaram uma solução sobre todas as disputas legais pendentes, incluídos os assuntos relativos aos direitos de propriedade intelectual", acrescenta o comunicado.
O Presidente da República recebeu em audiência Pierre Bédier, Presidente do Conselho do Departamento de Yvelines, França. A visita destacou a inauguração de um centro de saúde em Calequise, fruto da parceria entre Yvelines e a Guiné-Bissau.
EUA anunciam ajuda militar adicional de 690 milhões para a Ucrânia
Por SIC Notícias
A menos de dois meses da tomada de posse de Donald Trump, a administração de Joe Biden pretende "garantir que a Ucrânia tem as capacidades necessárias para se defender da agressão russa". A ajuda do Governo dos EUA inclui mísseis e minas antipessoais.
O Governo norte-americano anunciou segunda-feira um pacote de ajuda militar adicional à Ucrânia, no valor de 725 milhões de dólares (690 milhões de euros), que incluem mísseis e as polémicas minas antipessoais.
De acordo com uma nota de imprensa do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, os Estados Unidos vão fornecer mais um lote de armas e equipamento.
A menos de dois meses da tomada de posse do presidente eleito, o republicano Donald Trump, a administração do democrata Joe Biden destacou que pretende "garantir que a Ucrânia tem as capacidades necessárias para se defender da agressão russa".
Além de minas antipessoais, os norte-americanos vão fornecer a Washington munições para os sistemas NASAMS ou HIMARS, mísseis Stinger e munições de vários calibres, de acordo com o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
No mês passado, os Estados Unidos anunciaram uma primeiraentrega de minas antipessoais à Ucrânia, uma decisão criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.
As minas antipessoais são engenhos explosivos que continuam a matar e a mutilar pessoas muito depois do fim dos conflitos.
Lloyd Austin, realçou na altura que a medida foi necessária porque as forças russas conduziam as suas operações com unidades de infantaria apeada, em vez de veículos.
Os ucranianos "precisam de coisas que possam ajudar a abrandar este esforço por parte dos russos", explicou Austin, aos jornalistas, no mês passado.
O presidente cessante procura acelerar a entrega de ajuda à Ucrânia. O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, mencionou a soma total de seis mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros) a gastar antes do final de janeiro e alertou para os riscos de uma cessação do apoio dos Estados Unidos.
"Até ao final da administração [cessante], vamos tentar enviar tudo o que estiver disponível", como veículos blindados e munições para armas ligeiras, "de que a Ucrânia precisa e que os Estados Unidos têm em grandes quantidades", frisou recentemente à agência France-Presse (AFP) Mark Cancian, do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS) da capital norte-americana.
As declarações de Trump sobre a Ucrânia suscitaram receios em Kiev e na Europa sobre o futuro da ajuda dos EUA sob a sua administração.
No domingo, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que o seu país precisava de garantias de segurança da NATO e de mais armas para se defender antes de qualquer conversação com a Rússia.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2024
Droga: O avião com 2,6 toneladas de droga apreendido em setembro, na Guiné-Bissau, partiu do México e tinha como destino o Mali, segundo os cinco arguidos do processo que começou hoje a ser julgado na capital guineense.
© Lusa 02/12/2024
Avião com 2,6 toneladas de droga apreendido em Bissau ia para o Mali
O avião com 2,6 toneladas de droga apreendido em setembro, na Guiné-Bissau, partiu do México e tinha como destino o Mali, segundo os cinco arguidos do processo que começou hoje a ser julgado na capital guineense.
O tribunal ouviu hoje, na primeira sessão, todos os arguidos, que recusaram revelar quem fretou o voo, dizendo apenas que o avião saiu do México e tinha como destino o Mali e que a paragem em Bissau se deveu a uma emergência.
Esta audiência de julgamento do processo ficou marcada por uma paragem forçada por uma falha no sistema de energia no tribunal, que afetou grande parte da capital guineense.
A audiência foi retomada com perguntas aos cinco ocupantes da aeronave que transportou a droga até Bissau e, de forma unânime, todos confirmaram que o destino do avião era o Mali e apenas aterrou na capital guineense "numa emergência".
"Sou o copiloto do avião. Fomos contratados para voar do México para o Mali, o avião ficou sem combustível e decidimos aterrar numa emergência em Bissau", declarou um dos arguidos.
Prosseguindo, e sempre com um funcionário designado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros guineense como intérprete do castelhano para o português, o copiloto afirmou que se encontra "nesta situação" sem que saiba os motivos.
"Não sabíamos que o avião tinha droga", afirmou, seguindo a mesma argumentação que tinha sido avançada ao tribunal pelos restantes arguidos, todos elementos da tripulação do aparelho.
Os cinco encontram-se em prisão preventiva desde a apreensão da droga e do avião e a defesa de um dos arguidos solicitou ao tribunal que autorizasse que fosse levantada a medida de coação, "por razões médicas", devido a alegada doença do cidadão brasileiro também integrante da tripulação surpreendida pela Polícia Judiciária no dia 07 de setembro a bordo do avião.
A defesa dos restantes arguidos, composta por quatro advogados guineenses, secundou o pedido, que foi recusado pelo coletivo de juízes.
O tribunal também recusou o pedido da defesa dos réus de devolução do avião, um Gulfstream IV, arrestado pelas autoridades de Bissau, por entender que o caso do avião "é um outro assunto".
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, já anunciou, em diversas ocasiões, que o aparelho será vendido e o dinheiro revertido a favor do Estado.
A sessão de julgamento ficou marcada por várias respostas de "prefiro ficar em silêncio" por parte dos cinco réus, nomeadamente ao serem questionados sobre de quem partiu a ordem da aterragem do avião no aeroporto de Bissau, que países atravessaram antes de pousar na capital guineense ou quem seria o dono da "encomenda" no Mali.
O Ministério Público ainda quis saber por que motivo a tripulação não inspecionou o aparelho antes de levantar voo no México, já que afirma desconhecer a natureza da carga a transportar, ao que o copiloto respondeu que a prática "não se aplica a voos particulares".
Este arguido também preferiu não identificar a entidade que contratou a aeronave no México para o Mali.
"São pessoas conhecidas, amigas", declarou.
Às perguntas da defesa, o copiloto respondeu que a PJ guineense não apresentou mandado de busca e apreensão no avião, que não foram acompanhados por advogados na fase dos inquéritos, que não assistiram à pesagem e teste da droga apreendida e que nunca se fizeram acompanhar de intérpretes.
A defesa ainda quis saber se aquele avião tinha capacidade para transportar mais de 2,6 toneladas de droga, ao que o arguido disse que não.
"Ainda mais com aquelas pessoas a bordo", observou o copiloto do avião que se mantém estacionado na ala militar do aeroporto internacional Osvaldo Vieira.
O coletivo de juízes instou as oito testemunhas, sete cidadãos da Guiné-Bissau e um estrangeiro, para que abandonassem a sala de julgamentos com a indicação de que só serão ouvidas na quinta-feira.
Leia Também: Uma operação internacional de combate ao tráfico de droga permitiu apreender 1,6 toneladas de cocaína que tinha como destino a Europa. O pesqueiro foi desviado para Cabo Verde, onde a tripulação se encontra detida.
Biden perdoa crimes do filho após dizer várias vezes que não o faria
Com este perdão, Hunter Biden não poderá ser condenado nem preso pelos crimes de que foi acusado e a futura administração de Donald Trump não poderá revogar a decisão. A reportagem da CNN Internacional dá-nos mais detalhes.
PAM. Cerimónia de assinatura do novo acordo de parceria entre a Embaixada do Japão na República do Senegal e o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas na Guiné-Bissau, nas instalações do Ministério da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica.
A assinatura deste acordo de parceria permitirá ao Programa Alimentar Mundial (PAM) adquirir 101 toneladas de peixe enlatado e 546 toneladas de arroz provenientes do Japão. Esses alimentos garantirão refeições quentes e nutritivas para 200.000 crianças em 850 escolas ao longo de 24 meses, a partir do próximo ano letivo.
Os Embaixadores Membros Do Comité De Representantes Permanentes (COREP) Dos Estados-Membros Junto À CEDEAO Reuniram-Se Para Um Retiro De Dois Dias Em Lagos, Nigéria
Por Ecowas.int 02 Dez, 2024
De acordo com o seu modo de funcionamento, os membros do grupo de Embaixadores, Representantes Permanentes dos Estados-Membros da CEDEAO, reuniram-se de 29 a 30 de novembro de 2024, em Lagos, Nigéria, para o seu retiro anual. Facilitado pela Comissão da CEDEAO, os trabalhos da 6ª edição do COREP, que abordaram o tema: “O Futuro da CEDEAO: as implicações da saída de três Estados-Membros da organização”, foram presididos pelo Embaixador Musa Sani NUHU, Representante Permanente da Nigéria junto à CEDEAO. Participaram deste retiro os Embaixadores dos Estados-Membros da CEDEAO e vários responsáveis e quadros técnicos de Direções-chave da organização.
Após apresentar a agenda do retiro, o Sr. Jérôme BOA, Diretor de Relações Externas da CEDEAO, convidou o Presidente do COREP a proferir o seu discurso. Na sua mensagem de abertura oficial dos trabalhos, o Embaixador NUHU destacou a missão do COREP como “uma plataforma de troca de ideias e formulação de estratégias, criada desde 2019 para contribuir para o bom funcionamento das instituições da Comunidade.” Agradecendo à Comissão da CEDEAO e ao seu Presidente pela colaboração profícua, o Representante Permanente da Nigéria sublinhou a importância estratégica do tema escolhido para o futuro da CEDEAO.
Participando remotamente durante a atividade, Sua Excelência Dr. Omar Alieu TOURAY, Presidente da Comissão da CEDEAO, também enfatizou a relevância do tema e dos tópicos previstos na agenda deste retiro. “O nosso compromisso não deve nunca enfraquecer quando se trata de trabalhar para fortalecer as relações com os nossos Estados-Membros. Este retiro deve servir como base para refletirmos sobre as soluções que podemos implementar para manter as relações com os três Estados-Membros que optaram por se retirar,” afirmou o Presidente da Comissão.
Várias apresentações foram feitas durante o retiro, destacando principalmente o futuro da CEDEAO nos âmbitos da segurança regional, economia, comércio e livre circulação de pessoas e bens.
Sua Excelência, a Sra. Damtien TCHINTCHIBIDJA, Vice-Presidente da Comissão da CEDEAO, também participou remotamente, apresentando sobre o fortalecimento da sinergia entre as instituições da CEDEAO e outros parceiros estratégicos para promover abordagens colaborativas no âmbito da integração regional e do desenvolvimento.
Ao fim dos dois dias de deliberações, os membros do COREP deverão submeter o relatório dos seus trabalhos à Comissão da CEDEAO, que está atualmente a finalizar um documento único de propostas a ser apresentado aos Chefes de Estado e de Governo durante o próximo Cimeira, previsto para 15 de dezembro de 2024, em Abuja, Nigéria.
Leia Também: Cerimónia De Entrega De Certificados A Jovens Graduados Do Programa De Imersão Da CEDEAO 2024, De 25 A 29 De Novembro De 2024, Abuja, Nigéria (Híbrido)
Começa a segunda formação dos agentes de investigação criminal da polícia judiciária e, o Presidente da República General Umaro Sissoco Embaló transmite a visão e objetivos do estado aos formandos.
domingo, 1 de dezembro de 2024
Cabo Verde reafirma combate ao narcotráfico após apreensão internacional
© Lusa 01/12/2024
O diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde reafirmou hoje empenho no combate ao tráfico de droga, por ser "alicerce" de outros crimes no arquipélago, numa conferência de imprensa, na Praia, dedicada à operação "Ventos Alísios".
"Reafirmamos o propósito de combater o crime de tráfico de drogas", disse Manuel da Lomba, a propósito da operação que no sábado intercetou, na Zona Económica Exclusiva de Cabo Verde, um total de 1,6 toneladas de cocaína, com alto grau de pureza, em 60 fardos, num suposto barco pesqueiro que circulava do Brasil para a Europa.
Foram ainda detidos, na embarcação, seis cidadãos brasileiros com idades entre os 28 e 43 anos, que, na segunda-feira, serão presentes às autoridades judiciárias cabo-verdianas para primeiro interrogatório e para a aplicação de medidas de coação.
"Preocupa-nos, porque temos conhecimento de que, em Cabo Verde, os maiores crimes cometidos têm origem no tráfico de drogas", pelo que "uma sociedade estável e sem crimes implica combater o alicerce [desses delitos] que é o narcotráfico", disse o diretor da PJ.
Apesar de o arquipélago ser considerado seguro no contexto internacional, alguma criminalidade persiste.
A operação hoje divulgada culminou com o rebocamento da embarcação suspeita para o porto da Praia e foi classificada por Manuel da Lomba como "um exemplo de cooperação internacional".
"Há uma relação muito forte da PJ de Cabo Verde com a PJ portuguesa, muito profícua", referiu, acrescentando o papel decisivo, neste caso, das autoridades dos EUA, Reino Unido, Brasil e da Marinha Portuguesa, cujos meios levaram os agentes para o mar, além de outros países numa plataforma comum.
Os investigadores das duas polícias judiciárias, de Portugal e Cabo Verde, "estiveram vários dias no mar, na operação", descreveu Manuel da Lomba, indicando não ser "a primeira vez" que o tráfico é dissimulado com um barco de pesca.
A investigação prossegue, seguindo-se o envio de todo o processo para o Ministério Público cabo-verdiano, concluiu.
Apesar da falta de barcos e outros recursos, as autoridades cabo-verdianas têm combatido o narcotráfico com apoio internacional, através da presença regular de meios de países parceiros no mar do arquipélago, assim como através de missões aéreas.
Há um ano, o Governo de Cabo Verde expressou junto da União Europeia (UE) a vontade de beneficiar de formas de assistência para reforço da vigilância marítima, através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, no âmbito da relação de proximidade com Bruxelas.
Em março, a PJ cabo-verdiana, através do gabinete da Interpol, anunciou a extradição de quatro espanhóis surpreendidos em alto mar, há um ano, com cinco toneladas de cocaína, colocando-se em fuga para Cabo Verde num bote.
Noutro caso, com quantidades não reveladas, o Ministério Público cabo-verdiano terminou, em outubro, as investigações da "Operação Marujo", deduzindo acusação contra 13 pessoas, por diversos crimes, num caso iniciado em março, com a descoberta de cocaína nas zonas costeiras da ilha do Maio.
Leia Também: A Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana anunciou a apreensão de oito viaturas de alta cilindrada, furtadas em França e enviadas para o arquipélago, no que diz ser um circuito em expansão e sob vigilância das autoridades.
Trump nomeia sogros de filhas para cargos. E quem mais? A lista até agora
© TIMOTHY A. CLARY/AFP via Getty Images Notícias ao Minuto 01/12/2024
A lista de indicações de Donald Trump para os mais altos cargos nos Estados Unidos já vai longa e já conta com uma saída - devido a uma investigação relacionada com tráfico sexual. Entre nomes mais e menos conhecidos, há outros controversos como, por exemplo, Elon Musk.
O presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, já está de malas e bagagens para entrar de novo na Casa Branca, onde já cumpriu um primeiro mandato.
Enquanto espera pela sua tomada de posse, Trump já cumpriu promessas e fez nomeações, assim como já teve de lidar com a retirada de Matt Gaetz do processo de nomeação.
Um dos nomes mais recentes colocados em cima da mesa é o de Charles Kushner, para o cargo de embaixador dos Estados Unidos em França. Tal como Trump, Kushner é também um magnata do imobiliário, mas é muito para além disso - é pai do seu genro, Jared Kashner, casado com Ivanka Trump.
Não é a primeira vez que o nome do sogro de Ivanka Trump vem às luzes da ribalta, já que em 2020 Trump concedeu-lhe perdão presidencial, depois de este ter sido considerado culpado de 18 acusações de contribuições ilegais para campanhas eleitorais democratas e de evasão fiscal.
"É um líder empresarial tremendo, um filantropo, um negociante que será um forte defensor do nosso país e dos seus interesses", escreveu Trump na sua rede social, Truth Social, no sábado.
Mas Kushner não é o primeiro da lista a ser nomeado, havendo até quem já saísse, como Matt Gaetz. Recorde-se que este congressista foi indicado por Trump e avançou com a candidatura para o cargo de procurador-geral dos Estados Unidos, mas saiu da corrida na sequência de um escrutínio contínuo sobre uma investigação federal de tráfico sexual que lançou dúvidas sobre a sua capacidade para ser confirmado como o principal responsável federal pela aplicação da lei.
Gaetz foi investigado pelo Departamento de Justiça, embora nunca tenha sido acusado, por um caso de relações sexuais com menores, violação de leis de tráfico humano e consumo de drogas. Após a retirada da candidatura, Trump indicou Pam Bondi para o cargo.
Já este domingo, Trump nomeou o sogro que restava como seu conselheiro para o Médio Oriente. Segundo escreveu Trump na Truth Social, o empresário americano-libanês, Massad Boulos, "é um bom negociador e um firme defensor da PAZ no Médio Oriente. Será um firme defensor dos Estados Unidos e dos seus interesses". Boulos é pai de Michael Boulos, casado com Tiffany, filha do meio de Donald Trump.
O pai e o avô de Boulos eram figuras políticas libanesas e o seu sogro financiava o Movimento Patriótico Livre, um partido cristão alinhado com o grupo xiita libanês Hezbollah, mas Boulos mantém boas relações com a maioria dos partidos da complexa cena política libanesa.
Mais recentemente, Trump indicou também Kash Patel para o cargo de diretor do FBI, uma decisão já criticada pelo seu antigo conselheiro de segurança nacional, John Bolton, que comparou a escolha ao braço direito de Estaline.
Mas para além destas escolhas, entre as quais estão também os controversos Elon Musk e Robert F. Kennedy Jr., este último que retirou a sua candidatura presidencial e apoiou Trump, que outros nomes já estão em cima da mesa? Eis a lista:
- Chefe de gabinete da Casa Branca: Susie Wiles
- Secretário de Estado: Marco Rubio
- Procuradora-geral: Pam Bondi (depois de Matt Gaetz se ter retirado)
- Procurador-geral adjunto: Todd Blanche
- Secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos: Robert F. Kennedy Jr.
- Diretor do Gabinete de Gestão e Orçamento: Russ Vought
- Embaixadora das Nações Unidas: Elise Stefanik
- 'Czar das fronteiras': Tom Homan
- Secretário da Defesa: Pete Hegseth
- Secretário dos Assuntos dos Veteranos: Doug Collins
- Conselheiro de segurança nacional: Michael Waltz
- Secretário do Interior: Doug Burgum
- Secretário da Energia: Chris Wright
- Secretário dos Transportes: Sean Duffy
- Secretário do Comércio: Howard Lutnick
- Secretária da Educação: Linda McMahon
- Secretário do Tesouro: Scott Bessent
- Secretária do Trabalho: Lori Chavez-DeRemer
- Conselheiro da Casa Branca: William McGinley
- Embaixador dos EUA na NATO: Matthew Whitaker
- Secretária de Segurança Interna: Kristi Noem
- Secretário da Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano: Scott Turner
- Diretor da CIA: John Ratcliffe
- Diretor dos serviços secretos nacionais: Tulsi Gabbard
- Administrador da Agência de Proteção Ambiental: Lee Zeldin
- Procurador-geral: Dean John Sauer
- Comissário da FDA: Marty Makary
- Secretário da Agricultura: Brooke Rollins
- Diretor do Centros de Controle e Prevenção de Doenças: David Weldon
- Presidente da Comissão Federal de Comunicações: Brendan Carr
- Administrador dos Centros de Serviços Medicare e Medicaid: Dr. Mehmet Oz
- Cirurgiã-geral: Dra. Janette Nesheiwat
- Embaixador dos EUA em Israel: Mike Huckabee
- Embaixador dos EUA no Canadá: Pete Hoekstra
- Procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova Iorque: Jay Clayton
- Departamento de Eficiência Governamental: Elon Musk e Vivek Ramaswamy
- Chefe de gabinete adjunto: Dan Scavino
Saúde: O que deve fazer todos os dias para melhorar a saúde do cérebro... É um hábito muito importante que pode ajudar a reduzir o risco de doenças graves.
© Shutterstock noticiasaominuto.com 01/12/2024
Segundo a Universidade de Melbourne, na Austrália, citada no BestLife, "as doenças que afectam o cérebro e o sistema nervoso causam mais mortes e problemas de saúde a nível mundial do que as doenças cardiovasculares e os cancros". Fazer certas mudanças nos hábitos pode ajudar a reduzir significativamente este risco. Quer um exemplo?
Joyce Gomes-Osman, uma personal trainer, realça a importância de fazer cerca de 30 minutos de exercício por dia. Fazer exercício "mantém e melhora a saúde do corpo, expandindo os pulmões, acelerando a circulação e promovendo o crescimento dos músculos e dos ossos".
Para além disso, "o exercício pode contribuir para o crescimento do cérebro e para o desenvolvimento simétrico das faculdades mentais", acrescenta.
É ainda importante mencionar que alguns estudos já demonstram que "as pessoas que praticam exercício físico regular podem ter até 20% menos probabilidades de desenvolver demência do que aquelas que não praticam exercício físico regular", lê-se no website da Alzheimer’s Society.
Aaron Bonner-Jackson, um neuropsicólogo, explica ainda que o exercício regular pode ter um impacto positivo no hipocampo, "uma área do cérebro muito importante para a memória". Também ajuda a reduzir e controlar o stress e os seus efeitos negativos.
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EUA felicitam António Costa no Conselho Europeu e nova Comissão Europeia
Agência Lusa,
"São parceiros inabaláveis que partilham valores democráticos e têm fortes ligações interpessoais", destaca Washington
A administração norte-americana felicitou este domingo a nova liderança da União Europeia, incluindo o português António Costa, à frente do Conselho Europeu, destacando que Estados Unidos e Europa são “parceiros inabaláveis”.
“Os Estados Unidos felicitam o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a alta representante [da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança], Kaja Kallas, e o novo colégio de comissários, no momento em que assumem funções”, afirmou, em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, cargo equivalente ao de ministro dos Negócios Estrangeiros, Antony Blinken.
Os Estados Unidos (EUA) e a Europa, referiu, “são parceiros inabaláveis que partilham valores democráticos e têm fortes ligações interpessoais”.
“Aguardamos com expectativa a oportunidade de trabalhar com os novos dirigentes da Comissão e do Conselho, juntamente com o Parlamento Europeu e a sua presidente, Roberta Metsola, e os Estados-membros da União Europeia”, disse o chefe da diplomacia dos EUA.
“Quando os Estados Unidos e a União Europeia trabalham em conjunto, promovemos a segurança global, a prosperidade e os valores democráticos que beneficiam o mundo”, salientou Blinken.
A nova equipa no Conselho Europeu e na Comissão Europeia iniciou funções este domingo, com António Costa e Kaja Kallas a deslocarem-se a Kiev para garantir o apoio da União Europeia à Ucrânia contra a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.
Leia Também: Costa recorda Restauração da Independência em "início simbólico" em Kyiv
Leia Também: O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que um convite para adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) "é necessário" para "sobrevivência" do país, vincando que isso permitiria ter garantias de segurança na negociação.
Senegal /Dakar! Durante as comemorações dos 80 anos do massacre de “Tirailleurs Senegaleses“, no dia 1º de Dezembro de 2024, o presidente Umaro Sissoco Embaló prestou homenagem à memória dos heróis africanos que lutaram pela liberdade e justiça.
Lisboa: Cerca de 50 especialistas vão reunir-se na próxima terça-feira, em Lisboa, na Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), para analisar e debater as questões da inteligência competitiva e da guerra da informação.
© Shutterstock Por Lusa 01/12/2024
Especialistas reúnem-se em Lisboa sobre segurança e guerra de informação
Cerca de 50 especialistas vão reunir-se na próxima terça-feira, em Lisboa, na Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), para analisar e debater as questões da inteligência competitiva e da guerra da informação.
Promovida pela CIIWA (Competitive Intelligence & Information Warfare Association), associação que se afirma sem fins lucrativos e que pretende desenvolver uma comunidade internacional dedicada ao acompanhamento da evolução tecnológica, aos modelos de negócio e à criação de novos processos, a conferência juntará especialistas provenientes de entidades institucionais, da academia e de empresas.
"Queremos desenvolver uma comunidade e uma rede de conhecimento entre entidades, especialistas e interessados na temática da inteligência competitiva e da guerra de informação, onde se insere o tema da segurança em sistemas de informação", lê-se no comunicado da CIIWA, associação presidida pelo professor do Ensino Superior e consultor Bruno Marques.
Na terça-feira, a conferência, que se inicia pelas 18h00, terá como temas em debate a tecnologia "DeepFace Voice", a relação entre o digital, a cibersegurança e os jovens (desde o Ensino Básico ao Secundário), o futuro das competências no ecossistema da segurança de informação e o futuro da inteligência competitiva.
Com esta iniciativa, segundo o mesmo comunicado, a CIIWA quer também "celebrar regularmente o seu aniversário com os membros da comunidade, assim como reconhecer e homenagear publicamente os associados que têm contribuído para a sua afirmação".
A CIIWA foi criada em 2007, tendo nascido no meio académico a partir de uma iniciativa dos alunos de um curso de pós-graduação em guerra de informação e inteligência competitiva da Academia Militar.
sábado, 30 de novembro de 2024
"Um homem negro raptou os meus filhos": mentira - Susan Smith, mãe de Alex (14 meses) e Michael (3 anos), é que os matou. Quer ser libertada
Caso Susan Smith |
“Quantos homens negros foram detidos, espancados, presos, acusados deste crime com base apenas na palavra dela?”
No interior do carro de Susan Smith, retirado do fundo de um lago da Carolina do Sul, EUA, em 1994, encontravam-se os corpos dos seus dois filhos. Ainda estavam presos nos bancos do carro, juntamente com o vestido de noiva da própria Susan Smith e de um álbum de fotografias.
Tudo o que simbolizava a vida de Smith estava naquele carro, dizem os investigadores, exceto o marido, que esteve ao seu lado nos holofotes nacionais durante nove dias enquanto ela mentia e descrevia um ladrão de carros fictício, ao mesmo tempo que implorava pelo regresso dos seus filhos - Michael, de 3 anos, e Alex, de 14 meses -, que já estavam mortos.
Mais de 30 anos depois, uma Smith emocionada, agora com 53 anos e elegível para liberdade condicional, foi ouvida novamente a implorar, desta vez para que saia da prisão. A liberdade condicional foi unanimemente negada pela comissão depois de o seu ex-marido, David Smith, e 14 outras testemunhas terem prestado declarações emocionadas contra a libertação de Susan Smith, tornando as suas hipóteses de liberdade condicional praticamente impossíveis, segundo dizem os especialistas ouvidos pela CNN.
O caso desencadeou uma tempestade mediática e uma caça ao suspeito que durou dias, depois de Smith, então com 23 anos, ter dito à polícia, em novembro de 1994, que os seus filhos tinham sido levados quando foi assaltada por um homem negro na cidade de Union, na Carolina do Sul, no final de outubro. A falsa acusação ganhou força à medida que pessoas de todo o país procuravam os rapazes, organizando vigílias, pendurando panfletos e telefonando para a polícia com informações.
“Quando o carro é puxado para fora e naqueles dois assentos estão dois preciosos rapazes que estiveram na água durante nove dias... vi homens e mulheres das forças da ordem a chorar”, conta Tommy Pope, o principal procurador do caso, que estava presente quando o carro foi retirado do lago John D. Long.
“A traição foi pior do que se tivesse havido um ladrão de carros e foi isso que fez com que o caso ressoasse ao longo das décadas - as pessoas foram tão atraídas para ajudar e atraídas por Susan”, diz Pope à CNN.
A perda de Michael e Alex e a traição tão profundamente sentida por todos aqueles que se agarraram a todas as esperanças de que os rapazes fossem encontrados - investigadores e familiares - ainda reverbera na comunidade. A descrição genérica de Smith de um homem negro como suspeito enquadra-se no fenómeno racista das mulheres brancas que acusam falsamente os homens negros de serem criminosos - algo que afeta a sociedade há décadas, sublinha Gloria Browne-Marshall, advogada de direitos civis e professora de Direito no John Jay College of Criminal Justice.
“Quantos homens negros foram detidos, espancados, presos, acusados deste crime com base apenas na palavra dela?”, lamenta Browne-Marshall.
Os investigadores mostraram-se céticos em relação à história de Smith desde o início e, por fim, sob interrogatório, ela confessou ter atirado o carro para o lago, matando os filhos.
No seu julgamento por homicídio em 1995, que foi seguido de perto por todo o mundo, a acusação apontou para relatos de que Smith estava a ter um caso com o filho rico do seu patrão - e esse homem com quem estava envolvida tinha acabado de terminar a relação porque não queria ter filhos. Os advogados de Smith argumentaram que ela era suicida e estava deprimida e que tencionava ficar no carro com os filhos, alegando que se tratava de um assassínio-suicídio falhado.
Esse argumento não se confirmou, lembra Pope, porque a polícia testou o carro para determinar se Smith tinha hipótese de mudar de ideias ou de salvar os filhos depois de ter atirado o carro para o lago. Os investigadores determinaram que o carro flutuou durante cerca de seis minutos antes de se afundar abaixo da superfície da água e no fundo do lago com os seus filhos lá dentro.
“Não se tratou de um erro trágico”, disse David Smith numa audiência em tribunal este ano - é recente, foi a 20 de novembro. “Ela quis acabar de propósito com as vidas dos filhos. Nunca senti qualquer remorso da parte dela. Ela nunca me expressou nenhum.”
"Sei que o que fiz foi horrível"
Pope, um antigo procurador do 16º Circuito Judicial que trabalhou durante anos na polícia antes de se tornar procurador, acredita que Smith estava a tentar apagar todos os vestígios da vida que levava,
Nos anos 90, Smith trabalhava numa fábrica de têxteis local com um homem que se pensava ter sido seu amante, conta Pope. Mas quando Smith recebeu a uma carta a despedi-la do emprego, levou-a a peito.
“Susan Smith tomou uma decisão horrível: de alguma forma, ela achou que se não tivesse filhos acabaria por ficar com aquele homem”, afirma Pope. “Ela tinha-se convencido, com base no que ele escreveu, que de alguma forma, ela ficaria com ele..
“Ela basicamente pegou naquela parte da vida dela que ela achava que estava a travar a relação e colocou-a no fundo daquele lago”, argumenta Pope.
Pope pediu a pena de morte para Smith mas o júri optou por uma sentença de prisão perpétua, acreditando que era a punição mais severa para que ela pudesse refletir sobre suas ações.
Mas Pope não acredita que tenha sido esse o caso, apontando para os problemas disciplinares de Susan Smith nas suas três décadas na prisão.
Smith testemunhou no passado dia 20 de novembro: falou por vídeo perante uma comissão do Departamento de Liberdade Condicional da Carolina do Sul e pediu para ser libertada, dizendo que havia aprendido com os erros.
“Sei que o que fiz foi horrível”, afirmou em lágrimas.
Na audiência, David Smith referiu-se ao historial da sua ex-mulher e disse à comissão que 30 anos não é tempo suficiente para Susan Smith passar na prisão.
“Não estou aqui para falar do que ela fez na prisão... Estou aqui apenas para defender os interesses do Michael e do Alex como pai deles”, afirmou.
O pai disse que se questionou sobre se conseguiria continuar a viver depois de Susan Smith ter assassinado os filhos de ambos.
“Ela esteve muito perto de me fazer acabar com a minha vida devido à dor que me causou”, afirmou David Smith.
O advogado de Susan Smith, Tommy A. Thomas, não respondeu às solicitações da CNN. À comissão, disse que a sua cliente estava “verdadeiramente arrependida”.
Várias pessoas fotografadas a 9 de julho de 1995 a descerem a rampa onde Alex e Michael Smith se afogaram num carro em 1994 em Union, Carolina do Sul, EUA foto Lou Krasky/AP
Centenas de pessoas opuseram-se à liberdade condicional de Smith
As hipóteses de Smith obter a liberdade condicional já eram improváveis, uma vez que os estudos mostram que o principal fator que influencia as decisões de liberdade condicional é a presença de uma vítima ou da família da vítima, explica Hayden Smith, professor de Criminologia e Justiça Criminal na Universidade da Carolina do Sul.
O registo disciplinar de Smith e a atenção dos meios de comunicação social envolvidos também têm provavelmente uma influência na decisão final, diz Hayden Smith.
Mas a presença do ex-marido e de 14 testemunhas na audiência - opuseram-se todos à liberdade condicional - tornaram as hipóteses dela “quase nulas”, acrescenta Hayden Smith.
“As vítimas aparecem, fazem declarações - essa é a parte central disto, a dinâmica que acontece na sala. A comissão de liberdade condicional presta muita atenção a isso”, descreve Hayden Smith, que faz investigação para o Departamento Prisional do estado e que entrevistou Susan Smith enquanto esteve presa.
Até à primeira semana de novembro, o Gabinete de Serviços às Vítimas tinha recebido pelo menos 360 cartas, e-mails e mensagens sobre a audiência de liberdade condicional de Susan Smith. Apenas seis é que pedia a liberdade de Susan Smith.
A liberdade condicional é concedida a prisioneiros violentos em apenas 8% dos casos, de acordo com o Departamento de Liberdade Condicional e Serviços de Indulto da Carolina do Sul.
Os delinquentes violentos que são libertados em liberdade condicional exercem pressão sobre um sistema que já tem poucos recursos, considera Hayden Smith.
Hayden Smith lembra um caso de 1988: Willie Horton, um assassino condenado, violou uma mulher e esfaqueou o companheiro desta enquanto estava em liberdade condicional ao abrigo de um programa do Massachusetts.
“É a regra de Willie Horton, ou seja: podem dar-me garantias, enquanto comissão de liberdade condicional, de que esta pessoa não vai fazer mal a ninguém?”, questiona Hayden Smith.
Um historial de homens negros falsamente acusados
O caso de Susan Smith é a “mistura quintessencial de ingredientes sulistas”, diz Hayden Smith - sublinhando as implicações raciais do caso. “Qual foi o efeito de algumas pessoas da comunidade assumirem instantaneamente que a história dela estava correta e começarem a perseguir e a procurar afro-americanos?”
Gloria Browne-Marshall, advogada de direitos civis e professora de Direito, considera que o caso reflete uma história de mais de 150 anos de mulheres brancas que fazem falsas acusações contra homens negros, partindo do princípio de que a sociedade “acreditará na noção de hostilidade inata que os negros têm no seu ADN, que é um mito, bem como na luxúria que supostamente têm pelas mulheres brancas”.
Gloria Browne-Marshall lembra o trabalho da jornalista negra Ida B. Wells, que investigou os linchamentos nos estados do Sul, dizendo que muitos envolviam mulheres brancas que faziam acusações contra homens negros.
Este fenómeno social, segundo Gloria Browne-Marshall, é uma “posição de poder demonstrada pelas mulheres brancas”. “Portanto, não é uma questão de saber se a acusadora está ou não a mentir, é uma questão de saber qual foi o homem negro que o fez. É um jogo de poder histórico que ainda hoje funciona.”
Após a confissão de Susan Smith, a sua família pediu desculpa à comunidade negra, tendo o seu irmão emitido uma declaração a dizer que “é realmente perturbador pensar que isto seria uma questão racial”, de acordo com um relatório de novembro de 1994 do "Washington Post".
Tommy Pope, o principal procurador do caso, diz que ainda se sente assombrado pela ideia de que um homem negro inocente podia ter ido parar à cadeia por causa da acusação falsa. Se isso tivesse acontecido, Pope diz que se teria demitido.
“A descrição de Susan era tão genérica que, se ela tivesse insistido e tentado identificar alguém... É aterrador pensar que ela teria realmente nomeado alguém”, afirma o procurador. “Se isso tivesse acontecido, eu nunca o teria superado.”
Nos nove dias em que Susan Smith repetiu a sua mentira vezes sem conta, muitas vezes soluçando e parecendo emocionalmente perturbada perante as câmaras, Pope acredita que uma entrevista que ela deu naquela altura aos meios de comunicação social revelou uma verdade provável.
“Ela fala do momento em que o ladrão de carros se afasta com os filhos e as crianças choram por ela. Eu pensei: 'Bem, essa parte provavelmente era verdade. Ela atirou-os para o lago e eles ficaram a flutuar, a gritar pela mãe durante seis minutos”, diz Pope.
“Algumas das melhores mentiras são embrulhadas em verdade.”