sábado, 1 de outubro de 2022

BURKINA FASO: União Africana condena novo golpe de Estado no Burkina Faso

©  Lassana Bary/Twitter

Por LUSA 01/10/22  

O presidente da Comissão da União Africana (UA) condenou hoje "de forma inequívoca" o golpe de Estado no Burkina Faso, cometido na sexta-feira por um grupo de soldados, tratando-se da segunda insurreição militar em oito meses.

Em comunicado emitido da sede da UA na capital etíope de Adis Abeba, o presidente da Comissão, Moussa Faki Mahamat, expressou "profunda preocupação com o ressurgimento de mudanças inconstitucionais de Governo no Burkina Faso e noutros lugares do continente africano".

Mahamat pediu às Forças Armadas do Burkina Faso que se abstenham "imediata e completamente de qualquer ato de violência ou ameaça" à população, às liberdades civis e aos direitos humanos.

O político chadiano também instou o exército a "garantir o cumprimento estrito dos prazos eleitorais para a restauração da ordem constitucional até 01 de julho de 2024".

No comunicado, publicado pela UA na sua conta na rede social Twitter, o presidente reafirmou o "apoio contínuo da União Africana ao povo do Burkina Faso, para garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento do país".

Mahamat também transmitiu o seu apoio à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que esta manhã também condenou o golpe.

Um grupo de soldados liderados pelo capitão do Exército burquinense Ibrahim Traoré levou a cabo um golpe, na sexta-feira, que derrubou o líder da junta militar que governava o país, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Em mensagem dirigida à nação na noite de sexta-feira, os perpetradores do golpe acusaram Damiba de se desviar do ideal do Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR), nome da junta que tomou o poder no golpe de 24 de janeiro, e de não acabar com a insegurança causada pelo terrorismo 'jihadista'.

Após um dia de confusão marcado por uma insurreição militar e tiros disparados em zonas estratégicas da capital, Ouagadougou, os autores do golpe anunciaram a suspensão da Constituição e da Carta de Transição.

Da mesma forma, os militares liderados por Traoré, o novo homem forte do país, decretaram a dissolução do Governo e da Assembleia Legislativa de Transição e instituíram um recolher obrigatório entre as 21:00 e as 05:00.

Os autores do golpe também ordenaram o encerramento das fronteiras nacionais e a suspensão de todas as atividades políticas e da sociedade civil.

O Burkina Faso tem sofrido frequentes ataques 'jihadistas' desde abril de 2015, cometidos por grupos ligados tanto à Al Qaeda quanto ao Estado Islâmico, cujas ações afetam particularmente o norte do país.

Em novembro de 2021, um ataque a um posto militar causou 53 mortes (49 militares e quatro civis), o que gerou grande descontentamento social que levou a fortes protestos, exigindo a renúncia do presidente burquinense, Roch Marc Christian Kaboré.

Meses depois, em 24 de janeiro, os militares liderados por Damiba tomaram o poder através de um golpe, o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020, e depuseram o presidente.

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© Lusa

Por LUSA  01/10/22 

Algumas das principais ruas e estradas de Ouagadougou, capital de Burkina-Faso, voltaram hoje a ser bloqueadas por soldados, um dia depois do golpe de Estado que depôs o líder da Junta Militar.

O regresso de tensões à capital ocorre no dia seguinte ao golpe de Estado em que militares depuseram das funções de chefe da Junta Militar o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, ele próprio chegado ao poder por um outro golpe, em janeiro.

Várias testemunhas relataram ter ouvido uma rajada de tiros perto da rotunda das Nações Unidas, no centro da cidade, no final da manhã de hoje.

Tal como aconteceu na sexta-feira, os soldados bloquearam as principais vias da cidade, em particular no bairro de Ouaga 2000, onde se encontra o edifício da presidência, enquanto helicópteros sobrevoavam a capital e os comerciantes voltavam a fechar as suas lojas.

Na noite de sexta-feira, depois de um dia de tiroteios no distrito da presidência em Ouagadougou, cerca de 15 soldados fardados e alguns encapuzados tomaram conta das instalações da Rádio e da TV nacional, anunciando a destituição de Damiba -- cujo destino ainda permanece desconhecido -- e o encerramento de fronteiras terrestres e aéreas, bem como a suspensão da Constituição e a dissolução do Governo e da Assembleia Legislativa de Transição.

Para justificar a iniciativa, os militares invocaram "a contínua deterioração da situação de segurança" no país.

O novo chefe da Junta Militar, capitão Ibrahim Traoré, era até agora o comandante do corpo do Regimento de Artilharia Kaya, no norte do país, recentemente atingido por ataques 'jihadistas'.

A União Europeia (UE) já condenou o golpe de Estado de sexta-feira, através do Alto Representante para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que em comunicado denunciou a ameaça aos esforços de transição de poder no Burkina-Faso.

"A União Europeia apela ao cumprimento dos compromissos assumidos, que constituíram a base do acordo alcançado com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em 03 de julho, com o objetivo de apoiar o Burkina-Faso no regresso à ordem constitucional até, o mais tardar, 01 de julho de 2024", disse Borrell no comunicado.

O chefe da diplomacia europeia também lamentou a deterioração da situação humanitária e de segurança no país e assegurou que a UE está "ao lado do povo do Burkina-Faso nestes tempos difíceis".

Desde abril de 2015 que o país tem sofrido frequentes ataques 'jihadistas', cometidos por grupos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico (EI), sobretudo no norte do país.

Em 24 de janeiro deste ano, um grupo de militares liderados por Damiba tinha tomado o poder num golpe de Estado, depondo o Presidente em funções.

2° Dia do Congresso... Rumo a vitória 👏👏💪🙏🇬🇼



Florença IyereMadem Anunbara/Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 

PR Umaro Sissoco Embalo, preside a Cerimónia de Tomada de Posse dos Juízes do Tribunal de Justiça da CEDEAO.

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Radio TV Bantaba

Nigéria celebra o seu 62° aniversário, - Pela ocasião, o contingente Nigeriano que integra a missão da CEDEAO no apoio a estabilização da Paz na Guiné-Bissau comemora esta data no seu destacamento


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BURKINA FASO: ONU pede calma e que se evite a violência após revolta no Burkina Faso

© Reuters

Por LUSA  01/10/22 

A ONU pediu esta sexta-feira "calma" e que se evite o escalar da violência no Burkina Faso, país marcado por uma revolta de soldados que retiraram a junta militar no poder, oito meses depois de ter chegado ao poder.

"As Nações Unidas pedem calma e o evitar de mais violência. Burkina Faso precisa de paz, precisa de estabilidade e precisa de unidade para combater grupos terroristas e redes criminosas que operam em zonas do país", sublinhou o porta-voz deste organismo, Stéphane Dujarric, durante a conferência de imprensa diária.

Dujarric salientou que o secretário-geral, António Guterres, está a acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos e sublinhou que a ONU continua empenhada no objetivo de que o Burkina Faso recupere rapidamente a ordem constitucional.

Esta sexta-feira, um grupo de soldados liderados pelo capitão do Exército Ibrahim Traoré realizou um golpe e derrubou a junta militar que governava o país desde agosto, chefiada pelo tenente-coronel Paul Henri Damiba.

Numa mensagem dirigida à nação na televisão estatal, os golpistas anunciaram a dissolução do governo de transição, o encerramento das fronteiras e a suspensão da Constituição.

Os militares ocuparam várias áreas estratégicas da capital Ouagadougou na manhã de quinta-feira, onde fecharam escolas, bancos e empresas.

No centro da capital, a agência Efe viu cidadãos a aplaudirem os soldados que vigiavam algumas ruas da cidade, pedindo aos militares rebeldes a retirada do presidente da junta militar que governa o país, Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Também foram ouvidas explosões na manhã de sexta-feira no quartel-general de Baba Sy, onde o golpe liderado pelo atual presidente de transição começou em 24 de janeiro, e que mais tarde deu lugar ao som de tiros esporádicos.

A situação atual desenrolou-se após uma caravana com mantimentos, escoltado pelo Exército do Burkina Faso, ter sido atacado por terroristas em 26 de setembro, perto da cidade de Gaskindé, no norte.

O balanço provisório oficial apontava para 11 mortos, 28 feridos, entre soldados, voluntários que apoiam as Forças Armadas e civis e cerca de 50 civis desaparedicos.

O Burkina Faso tem sofrido ataques de extremistas islâmicos frequentes desde abril de 2015, cometidos por grupos ligados tanto à Al-Qaida como ao grupo Estado Islâmico, cujas ações afetam 10 das 13 regiões do país, especialmente no norte.

A insegurança fez com que o número de pessoas deslocadas internamente no Burkina Faso subisse para quase dois milhões, de acordo com números governamentais.

Em novembro de 2021, um ataque a um posto de 'gendarmerie' causou 53 mortes (49 'gendarmes' e quatro civis), o que levou a uma agitação social generalizada que resultou em fortes protestos exigindo a demissão do Presidente Roch Marc Christian Kaboré.

Alguns meses mais tarde, em 24 de janeiro, os militares liderados por Damiba tomaram o poder num golpe de Estado - o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020 - e depuseram o Presidente.


Leia Também: Revolta militar lança Burkina Faso na incerteza oito meses após golpe

GUERRA NA UCRÂNIA: Diretor da central nuclear de Zaporíjia detido por forças russas... Ihor Murashov foi "levado de carro, com os olhos vendados, e conduzido numa direção desconhecida", disse a agência estatal ucraniana.

© Reuters

Notícias ao Minuto   01/10/22 

O diretor-geral da central nuclear de Zaporíjia (Zaporizhzhia), Ihor Murashov, foi detido por uma patrulha russa, segundo a Energoatom, a agência estatal ucraniana, responsável pela central.

A Energoatom referiu que Murashov foi detido a caminho da cidade de Enerhodar, proveniente da central, por volta das 16h (horário local) de sexta-feira.

"Ele foi levado de carro, com os olhos vendados, e conduzido numa direção desconhecida", disse a agência estatal ucraniana.

Numa declaração publicada no site da Energoatom, Petro Kotin, presidente da agência, indica que "Ihor Murashov é uma pessoa licenciada e tem a responsabilidade principal e exclusiva pela segurança nuclear e radioativa da central nuclear de Zaporizhzhya. A sua detenção pelos russos coloca em risco a segurança da operação da Ucrânia e da maior central nuclear da Europa".

"Apelo ao Diretor Geral da AIEA [Agência Internacional de Energia Atómica] Rafael Grossi e ao Presidente da WANO [Associação Mundial de Operadores Nucleares], Tom Mitchell, para que tomem todas as medidas imediatas possíveis para libertar urgentemente o Diretor Geral da ZNPP do cativeiro russo e trazê-lo de volta para desempenhar suas funções", frisa o presidente.

Refira-se que Zaporíjia é uma das quatro regiões que foram anexadas pela Rússia após referendo, referendos esses que são rejeitados pela generalidade da comunidade internacional.

GUERRA NA UCRÂNIA: Consulado russo em Nova Iorque vandalizado com tinta vermelha


© Getty Images

Por LUSA  01/10/22

A fachada do consulado russo em Nova Iorque foi vandalizada com tinta vermelha, num gesto de protesto contra a anexação de quatro regiões ucranianas pela Rússia, disse sexta-feira a polícia.

Às 12:00 (17:00, em Lisboa) de hoje, grandes manchas de tinta vermelha cobriam a fachada do consulado, um edifício de estilo renascentista no bairro de Upper East Side, em Manhattan, de acordo com agência de notícias France-Presse (AFP).

O portão de entrada também foi pintado a vermelho.

Um porta-voz da polícia de Nova Iorque disse à AFP que as autoridades foram notificadas pelas 13:30 (18:30, em Lisboa).

"Não houve detenções e a investigação está em curso", adiantou a mesma fonte, acrescentando que o incidente foi "motivado possivelmente por hostilidade".

Este ato de vandalismo surge no dia em que o Presidente russo, Vladimir Putin, formalizou a anexação de quatro territórios ucranianos.

Putin assinou hoje, em Moscovo, os tratados de anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, apesar da condenação internacional e da Ucrânia.

As quatro regiões representam cerca de 15% do território da Ucrânia, ou cerca de 100.000 quilómetros quadrados, um pouco mais do que a dimensão de países como a Hungria e Portugal ou um pouco menos do que a Bulgária, segundo a agência espanhola Efe.

A assinatura da anexação das quatro regiões do leste e sul Ucrânia, que a Rússia controla apenas parcialmente, seguiu-se a um discurso de Putin, que defendeu a "decisão inequívoca" dos cidadãos daqueles territórios, manifestada em referendo não reconhecidos por Kiev nem pela comunidade internacional.

Putin também apelou à Ucrânia para cessar imediatamente os ataques e comprometeu-se a defender o território russo com todos os meios.

O líder russo deu este passo após ter reconhecido a independência de Zaporijia e Kherson na quinta-feira, como fez, em 21 de fevereiro deste ano, com as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no Donbass (leste), três dias antes de ordenar a invasão da Ucrânia.

A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia, em março de 2014, também após um referendo realizado sob ocupação militar.

A Ucrânia e quase toda a comunidade internacional já anunciaram que não irão reconhecer a anexação.


'Chef' de Putin assume o comando de mercenários russos

Yevgeny Prigozhin e Vladimir Putin (Setembro 2010)


Em 26 de setembro, Yevgeny Prigozhin, um empresário conhecido como “Chef de Putin” por causa dos contratos ganhos de catering (serviço de comida e bebida) do Kremlin pela sua empresa Concord, reconheceu recentemente que ele foi o fundador da empresa militar privada russa conhecida como Wagner Group.

Respondendo a uma pergunta enviada pelo site russo Bloknot.ru, Prigozhin disse que em 2014 queria apoiar o envolvimento militar da Rússia na região de Donbass, na Ucrânia, mas que ninguém ainda havia criado um grupo paramilitar digno do seu apoio financeiro.

“Então eu voei para um campo de treino e fiz isso sozinho. Eu mesmo limpei as armas antigas, descobri os coletes à prova de balas e encontrei especialistas que poderiam ajudar-me com isso”, disse Prigozhin.

“A partir daquele momento, em 1 de maio de 2014, nasceu um grupo de patriotas, que mais tarde adquiriu o nome BTG [Battalion Tactical Group] Wagner.”

Prigozhin também confirmou o envolvimento da Wagner em conflitos na Ucrânia, Síria, África e América Latina, algo que ele havia negado repetidamente.

As conexões de Prigozhin com o grupo Wagner foram amplamente divulgadas, mas ele chegou a processar jornalistas por dizerem que ele criou a empresa. Prigozhin negou qualquer conexão com o Grupo Wagner em 16 de fevereiro, quando processou o grupo holandês de jornalismo investigativo Bellingcat num tribunal de Moscovo, exigindo uma retratação.

“As publicações contestadas contêm informações falsas de que o autor [Yevgeny Prigozhin] é afiliado ao Grupo Wagner, o financia e que o Grupo Wagner lhe pertence”, afirmou o processo judicial.

Os mercenários do Grupo Wagner participaram dos combates de 2014-2021 das tropas russas e separatistas pró-russas em Donbass, e da guerra civil síria ao lado do ditador Bashar Assad.

As tropas de Wagner também entraram em ação na Líbia, na República Centro-Africana e em Moçambique. Eles foram acusados de saques e abusos.

Ainda em 12 de fevereiro, Prigozhin recorreu ao Tribunal Geral da União Europeia exigindo que o Conselho da UE retirasse a redação que o descrevia como patrocinador do Grupo Wagner e justificava sanções contra ele.

“Yevgeny Viktorovich [Prigozhin] sempre negou e continua a negar a existência de quaisquer ligações entre ele e quaisquer estruturas militarizadas ou paramilitares”, disse Concord.

Em junho de 2021, Prigozhin processou Alexei Venediktov e Vitaly Ruvinsky, chefes da estação de rádio Ekho Moskvy, por alegarem no ar que o empresário era dono do Grupo Wagner.

Prigozhin negou o seu envolvimento com o Grupo Wagner em novembro de 2017 em entrevista ao site russo RBK.

“Não temos conhecimento das atividades da organização que você mencionou. Yevgeny Viktorovich [Prigozhin] também me pediu para transmitir que estava extremamente surpreso com o próprio fato da existência desta empresa e não tinha nada a ver com suas atividades”, disse a empresa Concord.

Prigozhin negou não apenas os seus laços com o Grupo Wagner, mas também o envolvimento da empresa na guerra com a Ucrânia.

Em julho de 2022, o site de notícias russo independente Meduza, com sede na Letónia, publicou uma investigação sobre mercenários russos na Ucrânia. Prigozhin exigiu que os autores fossem processados criminalmente.

Os seus representantes citaram as perguntas que Meduza lhe enviou alegando que o Grupo Wagner estava participando da guerra russo-ucraniana.

“As perguntas feitas contêm a informação inicial dos seus autores de que uma certa empresa militar privada, Wagner, está diretamente envolvida na operação especial conduzida pela Federação Russa no território da Ucrânia”, disse Concord, referindo-se à invasão da Ucrânia pela Rússia.

De acordo com analistas e reportagens, o grupo Wagner está intimamente ligado ao Ministério da Defesa russo. Os seus mercenários usam bases militares russas, são transportados por aeronaves militares russas, são atendidos por serviços médicos militares e recebem passaportes como funcionários do Ministério da Defesa, segundo reportou em setembro de 2020, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um think tank de Washington, DC.

Em setembro, surgiu um vídeo mostrando um homem parecido com Prigozhin convidando condenados da colónia prisional russa de Mari El a alistar-se como mercenários. Mais tarde, Prigozhin, disse aos críticos que “ou PMCs (contratados militares privados) e prisioneiros, ou os seus filhos”, iriam combater na guerra da Ucrânia.

O próprio Prigozhin é um ex-criminoso que cumpriu pena na Rússia na década de 1980. Ele está nas listas de sanções dos EUA desde dezembro de 2016, quando foi designado para ajudar nas provocações militares de Moscovo no leste da Ucrânia.

Em fevereiro de 2018, um grande júri federal acusou Prigozhin e a Internet Research Agency, uma empresa de São Petersburgo supostamente controlada por ele e envolvida em campanhas de propaganda e desinformação, além de hacking, por interferir nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA. Concord contestou as acusações, que mais tarde foram retiradas.

Em dezembro de 2018, o Tesouro dos EUA “tomou medidas contra atores russos que tentaram influenciar as eleições de meio de mandato dos EUA em 2018” e impôs sanções à RIA FAN (Agência Federal de Notícias) da Rússia por ligações com a Agência de Pesquisa da Internet. O Tesouro visava os aviões particulares, iates e empresas de fachada associadas a Prigozhin.

A lista dos EUA de empresas sancionadas associadas a Prigozhin expandiu-se depois de ele ter tentado escapar das sanções usando várias empresas de fachada.

No início de 2021, de acordo com o Tesouro dos EUA, “Prigozhin continuou a coordenar mensagens na tentativa de espalhar desinformação sobre o governo dos Estados Unidos”.
A acusação de 2018 colocou Prigozhin na lista de "mais procurados" do FBI.


sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Criminalidade na Praia: Guineense morto a tiro na zona de Bela Vista

Por asemana.publ.cv setembro 30, 2022 

Um guineense foi morto a tiro, hoje no período da manhã, quando regressava do trabalho, por um assaltante, no bairro de Bela Vista, nas imediações da fábrica de colchões.

Criminalidade na Praia: Guineense morto a tiro na zona de Bela Vista

Segundo uma residente que acompanhou o caso entrevistada pelo Asemanaonline, o indivíduo terá morrido no local do crime e não no hospital central Agostinho Neto como admitiu incialmente. É que a vítima não resistiu aos ferimentos graves que sofreu.

Segundo a mesma fonte, a polícia esteve nessa zona periférica da capital cabo-verdiana a investigar o caso, com vista à identificação e detenção do suspeito desse novo crime de sangue registado no concelho da Praia.

De realçar que as ocorrências de criminalidade registadas pela Polícia Nacional em Cabo Verde aumentaram 33% em 2021, interrompendo um ciclo de cinco anos em queda, sendo que mais de metade dos crimes foi contra o património, segundo anunciou na época o diretor-nacional da Polícia Nacional, Emanuel Moreno, citado pela Lusa.

Soldados do Burkina Faso anunciam o derrube do governo militar

BURKINA-SECURITY/

Por voaportugues.com  setembro 30, 2022

Soldados fardados, armados e usando máscaras apareceram na televisão no Burkina Faso na sexta-feira à noite para confirmar a remoção do Presidente Paul-Henri Damiba, o segundo golpe de Estado no conturbado país da África Ocidental este ano.

O anúncio encerrou um dia que começou com tiros perto de um campo militar na capital Ouagadougou, uma explosão perto do palácio presidencial, e interrupções na programação da televisão estatal.

É um padrão que se tornou cada vez mais familiar na África Ocidental e Central nos últimos dois anos, à medida que os insurgentes islâmicos causam estragos nas áridas extensões da região do Sahel, matando milhares e corroendo a fé em governos fracos que não encontraram uma forma de os derrotar.

O Mali, o Chade e a Guiné-Conacri assistiram todos a golpes de Estado desde 2020, suscitando o receio de um recuo em direcção ao domínio militar numa região que tinha feito progressos democráticos durante a última década.

Abertura Oficial do IIº Congresso Ordinário do MADEM-G15. Sob Lema: Consolidar o Partido, Promover a Unidade Nacional e Desenvolver a Guiné-Bissau.

CONGRESSO - DISCURSO DO COORDENADOR DE MADEM-G15 BRAIMA CAMARA  👇 

@Radio TV Bantaba Sep 30, 2022

CONGRESSO - INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA REP, UMARO S. EMBALO, NA ABERTURA DO CONGRESSO DE MADEM-G15👇

@Radio TV Bantaba Sep 30, 2022

Discurso do José Mário Vaz Ex-presidente da República, no II Congresso Ordinário do Movimento pela Alternância Democrática MADEM-G15👇

@Radio TV Bantaba Sep 30, 2022

Guiné-Bissau: O coordenador nacional do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau, Braima Camará, afirmou que o partido que lidera vai assumir a "responsabilidade histórica" de devolver a confiança e a esperança aos guineenses.

Por LUSA  30/09/22

Guiné-Bissau. Madem-G15 assume "responsabilidade histórica"

O coordenador nacional do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau, Braima Camará, afirmou que o partido que lidera vai assumir a "responsabilidade histórica" de devolver a confiança e a esperança aos guineenses.

@Radio TV Bantaba Sep 30, 2022

"O Madem-G15 assume a responsabilidade histórica de devolver a confiança e a esperança ao povo e aos combatentes da liberdade da pátria", afirmou Braima Camará no discurso na cerimónia inaugural do congresso, o segundo realizado pelo partido, criado em 2018.

No discurso, Braima Camará, que anunciou oficialmente quinta-feira que se recandidata ao cargo, salientou que o congresso vai reafirmar a visão do partido expressa no programa política e assente no "facto de que o Madem-G15 representa o único partido capaz de acelerar a estabilidade política e institucional sustentada da Guiné-Bissau".

"Para a realização desse desígnio o Madem-G15 propõe-se a garantir um bom relacionamento institucional com o Presidente da República e com os demais órgãos de soberania num quadro harmonioso que respeite os princípios fundamentais de um Estado de Direito democrático", afirmou.

Sublinhando que o partido "está a crescer de forma sólida" e que vai "promover e aprofundar a unidade nacional", Braima Camará salientou que o Madem-G15 está "aberto a todos os cidadãos independentemente da sua origem, estatuto social, crença religiosa, pertença étnica ou cor da pele".

"Somos todos Guiné-Bissau", disse, acrescentando que o reforço do partido e a promoção da unidade nacional são "incontornáveis à promoção do desenvolvimento socioeconómico" do país.

Dedicado ao tema "Consolidar o partido, promover a unidade nacional e desenvolver a Guiné-Bissau", o congresso vai reunir mais de 2.515 delegados em Gardete, nos arredores de Bissau, até domingo, para escolher a sua nova liderança e definir estratégia para as legislativas antecipadas, marcadas para 18 de dezembro.

Braima Camará, que liderou o partido desde a sua criação e que conseguiu ser o segundo mais votado nas legislativas de 2019, foi o único a anunciar oficialmente a sua candidatura, mas fontes partidárias disseram à Lusa que há a possibilidade de serem apresentadas mais duas.

II° CONGRESSO- CONSOLIDAR O PARTIDO, PROMOVER A UNIDADE NACIONAL E DESENVOLVER A GUINÉ-BISSAU...Intervenção de sua EXª Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO


II° CONGRESSO- CONSOLIDAR O PARTIDO, PROMOVER A UNIDADE NACIONAL E DESENVOLVER A GUINÉ-BISSAU... Intervenção do Dr. José Mário Vaz.👇

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO


 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 

GUERRA NA UCRÂNIA: Rússia veta no Conselho de Segurança resolução que condena referendos

© Reuters

 Por LUSA  30/09/22 

A Rússia vetou hoje, como esperado, uma resolução apresentada pelos Estados Unidos e pela Albânia no Conselho de Segurança da ONU que condenava os referendos de anexação russos em territórios ucranianos sob ocupação de Moscovo.

A resolução recebeu 10 votos a favor, um contra e quatro abstenções.

O projeto de resolução, intitulada "Os Chamados Referendos Ilegais na Ucrânia", condenava as consultas organizadas e realizadas pela Rússia de 23 a 27 de setembro em quatro regiões ocupadas na Ucrânia e declarava que os mesmos não têm validade e não podem constituir a base para a anexação dessas regiões pelo Kremlin.

"Realmente esperam que a Rússia aprove esta resolução?", questionou, ironicamente, o representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, antes de vetar o projeto.

Como a resolução foi vetada pela Rússia - que tem direito de veto como membro permanente do Conselho de Segurança-, o projeto deverá seguir para votação da Assembleia-Geral da ONU, onde a esmagadora maioria dos países tem condenado a invasão russa da Ucrânia.

Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU alertou a Rússia que a anexação de territórios ucranianos "não terá valor jurídico e merece ser condenada", frisando que "não pode ser conciliada com o quadro jurídico internacional", naquela que foi uma das declarações mais fortes feitas por António Guterres desde a invasão russa da Ucrânia.

Em 21 de setembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou planos para realizar referendos nas regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia e mobilizar parcialmente as reservas militares para apoiar o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.

Realizados os referendos, que, segundo o Kremlin, foram apoiados pela maioria da população, as quatro regiões da Ucrânia serão agora incorporadas à Rússia.

Em 2014, a Rússia já tinha usado o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.


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LICENCIADOS DA FACULDADE DE DIREITO ACUSA GOVERNO DE LEVAR A POPULAÇÃO À POBREZA

Por radiosolmansi.net

O XXVIIº grupo de Licenciados da Faculdade de Direito de Bissau considera, hoje, que o governo não existe na Guiné-Bissau, devido à subida exorbitante de preços dos produtos de primeira necessidade.

As considerações foram transmitidas, esta sexta-feira, pelo responsável das relações públicas da comissão, numa entrevista telefónica à Rádio Sol Mansi, no âmbito do “Djumbai”, ou seja, Café Jurídico que vai já na sua IVª edição sob tema “Inflação e Poder de Compra".

Para Upanhasso Naú Júnior, o executivo liderado por Nuno Gomes Nabiam, não está interessado em garantir o poder de compra à população, uma vez que os governantes têm capacidade de resolver a suas situações através dos meios do imposto do povo.

“Nós temos nos últimos tempos as subidas galopantes dos produtos de primeiras necessidades neste sentido consideramos que no país o governo não existe porque não está preocupado com a situação sobretudo em garantir o poder de compra à população porque tem roubado do povo”, criticou Upanhasso Naú Júnior.

Upanhasso disse também que o governo deve criar políticas públicas voltadas à população, para superar a situação que o país continua a enfrentar.

“O governo deve criar políticas públicas voltadas a população em geral uma vez que a inspecção do comércio não funciona para controlar os preços dos produtos das primeiras necessidades sobretudo nem deu abono ou acréscimo nos salários dos funcionários públicos” criticou Júnior.

Em relação à situação de preços dos transportes, Naú Júnior disse que não faz sentido o aumento dos preços, principalmente dos toca-toca, porque esses têm conseguido completar as suas receitas antes do fim da hora do expediente.

“Nos achamos que 200 francos fixado ao toca-toca não faz sentido nenhum porque os condutores conseguem arrecadar as receitas antes das 16 horas neste caso podemos denota-se que o governo está a permitir os comerciantes e toos mais enriquecer a custa dos coitados população” denunciou Upanhasso Naú Júnior.

Na última edição realizada no dia 23 de setembro no local habitual, Centro Cultural Português, os académicos haviam debatido o tema ligado à situação das “Políticas Públicas de Ordenamento do Território".

 Por: Marcelino Iambi

APARTHOTÉIS DE “DANÇA DE SEXOS” INUNDAM A CIDADE DE BISSAU

JORNAL ODEMOCRATA  30/09/2022  

[REPORTAGEM_setembro de 2022] Na cidade de Bissau, assiste-se a vista grossa à proliferação cada vez mais de aparthotéis e similares, localizados a escassos metros de escolas ou de outros espaços de diversão de jovens como as famosas bancadas onde se juntam muitos jovens para discutir  a atualidade nacional e internacional. Estas comunidades de jovens das bancadas dos bairros da capital acabam por assistir ao desfile e corrupios dos patrões e de políticos endinheirados que frequentam os referidos estabelecimentos acompanhados de jovens meninas, até menores de 18 anos, para danças de jogo de sexo.

Hoje não é estranho para qualquer habitante da cidade de Bissau que existem bares e restaurantes onde meninas dançam nuas para animar os clientes e levá-los a consumir enquanto elas lhes caçam as algibeiras. É uma dança sem desinibida e sem pudor com conversinhas de levar o “gatinho” a tomar banhos de sexo nos ditos aparthotéis ou espaços similares.

APARTHOTÉIS DE SEXO FACILITAM A PROSTITUIÇÃO E SÃO UMA AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA

A existência dos vários Aparthotéis e similares junto de espaços frequentados por  jovens, grande parte deles menores de 18 anos de idade, pode favorecer ao aumento drástico dos índices de prostituição e com tendência para agravar ainda mais a débil situação da saúde pública do país, com ameaças progressivas de doenças sexualmente transmissíveis.

A essência da preocupação dos pais e encarregados de educação dos jovens que vivem na cidade de Bissau não reside propriamente na proliferação dos aparthotéis e similares, mas na forma como estes desfiles e corrupios da danças e jogos de sexo poderá incentivar e galvanizar a pedalada socio-mental de menores de 18 anos de idade que assistem gratuitamente ao espetáculo. Esta prática poderá incentivar a juventude das bancadas a quererem participar também.

Os aparthotéis não deveriam estar ou ficar perto de lugares públicos frequentados por menores de idade como por exemplo, escolas, igrejas, mesquitas e os jardins de infância para não influenciarem as pessoas, em particular, os menores de 18 anos para as má-práticas sociais. 

Infelizmente, hoje nos Bairros de Bissau, não é difícil um padre, um imame ou um pastor assistirem, sem problemas nenhuns, a um homem ou uma mulher da terceira idade entrar num desses aparthoteis com uma jovem de 15 ou 16 anos para uma dança do jogo de sexo.

Não há nenhuma lei nem um instrumento de regulação que proíba a instalação dos aparthotéis e similares no centro dos bairros de Bissau. Esta ausência da política de regulação de espaços de diversão noturna com estas características poderá conduzir a perda de valores sociais nos jovens, em troca da satisfação de prazeres sexuais através do jogo da dança do sexo.

Todavia, é necessário, da parte do Estado, a instituição de uma nova lei que discipline o funcionamento e os lugares onde são instalados os aparthotéis.

A existência dos vários aparthotéis junto das comunidades de jovens menores de 18 anos pode facilitar um aumento drástico de índice de prostituição, com tendência para agravar ainda mais a débil situação da saúde pública do país com ameaçada progressivamente pelas DST.

Quando se visitam os aparthotéis localizados no seio das comunidades nos bairros de Bissau, pode-se constatar facilmente uma tendência de um aumento da prostituição juvenil, em particular, entre menores de 18 anos de idade. É urgente e necessário que o Estado da Guiné-Bissau tome medidas para não comprometer uma geração inteira de jovens menores que correm, neste momento, fortes riscos com a proliferação como cogumelos de aparthotéis na cidade de Bissau.

Na verdade, não há em toda Guiné-Bissau uma lei de regulação do funcionamento dos aparthotéis. Alguns deles não reúnem as mínimas condições para o seu funcionamento. A prática sexual nos aparthotéis é livre para meninas menores de 18 anos de idade. Frequentemente vê-se homens e mulheres da terceira idade a entrar nos aparthotéis com meninas e rapazes menores de idade para a dança de jogo de sexo.

O Estado da Guiné-Bissau, como o detentor do poder de regulação e do funcionamento dos aparthotéis continua, infelizmente, a olhar e a assobiar para o lado impávido, a proliferação dos referidos estabelecimentos hoteleiros no centro dos bairros da cidade de Bissau. O Estado não tem, neste momento, uma legislação bem definida sobre a instalação e o funcionamento de aparthotéis. Também não há nenhuma legislação que proíba os menores de 18 anos a frequentar os aparthotéis para a dança do sexo com homens ricos de terceira idade perante olhares alheios de outros sentados nas bancadas a tomar o popular “uarga – Chá”.

O Estado da Guiné-Bissau também tem sido acusado por populares das comunidades e residentes na cidade de Bissau de facilitar o aumento dos aparthotéis.  Por seu turno, os proprietários dos aparthotéis estão igualmente unanimes em reconhecer que, de facto, é a ausência de um instrumento do Estado, de regulação de estabelecimentos e do funcionamento que está na base da proliferação do jogo da dança de sexo nos bares da capital, correndo o risco de aumentar ainda mais o nível de prostituição e de degradação do nível da saúde pública na Guiné-Bissau.

Os proprietários acusam ainda o Estado de não se preocupar em fazer uma inspeção adequada à realidade nacional, deixando tudo a funcionar quase na clandestinidade sem as mínimas condições de funcionamento. O que poderá constituir uma fonte de aumento da transmissão das DST.

PROPRIETÁRIO DE CONTENTOR DE TONY ACUSA GOVERNANTES DE INCENTIVAR A PROSTITUIÇÃO

“Nós não somos culpados de tudo isso, uma vez que não somos nós que concedemos licenças a nós mesmos, nem temos competência de fazê-lo. Na verdade, não há uma lei que regule e proíba a instalação dos aparthotéis nos bairros de Bissau”, explicou à reportagem de o Democrata António Sousa Furtado, proprietário de Contentor de Tony, lamentando: “assim a prática continuará e a tendência é de ela se agravar cada vez mais com o tempo”.

“Estamos em democracia e em democracia cada um é livre de escolher o que quiser e cabe a cada pai e encarregado de educação diligenciar no sentido de evitar que o seu educando entre na prostituição”, assegurou.

António Furtado lamentou que “são os nossos dirigentes que incentivam mais a prostituição, porque eles têm meios económicos e financeiros para influenciar menores de 18 anos” para o jogo da dança de sexo nos estabelecimentos hoteleiros de Bissau “sem pensar nas suas consequências na população mais jovem, em particular, nas meninas.”

Tony pede ao Estado da Guiné-Bissau que “é urgente estabelecer, no nosso país, uma lei que proíba o funcionamento de aparthotéis nos bairros e em casas onde residem famílias com crianças e/ou menores de 18 anos de idade para evitar futuros constrangimentos e riscos de a nova geração de meninas estarem sujeitas a prostituição”.

“O Estado é cúmplice de tudo, por não ter uma legislação que proíba o estabelecimento dos aparthotéis nas comunidades e nas casas onde as pessoas residem”, disse  proprietário, criticando a falta da vontade política do Estado na resolução dos problemas que estas casas estão a provocar na sociedade guineense.  

“Na verdade, é difícil controlar ou impedir menores de 18 anos de idade de frequentarem os aparthotéis, porquanto não somos autoridade nem podemos tomar medidas de controle”, assegurou António Furtado, acrescentando que “tentámos, no máximo, controlar o que podemos, mas deveria haver um controle rigoroso do Estado, a partir das 21 horas, identificando todas as pessoas que entram e saem dos aparthotéis para podermos, pelo menos, minimizar o índice de prostituição infantil”. 

Em vários aparthotéis visitados pela equipa de reportagem, as opiniões foram unânimes em criticar a proliferação de estabelecimentos hoteleiros, que dizem estar a criar grandes constrangimentos morais, éticos e sociais em Bissau.

Em Bissau muitos pais e encarregados de educação não conseguem orientar as suas filhas e educandos para viver uma vida sexual saudável. Segundo informações apuradas, muitas famílias até incentivam as suas filhas a não namorarem ou terem uma relação sexual com homens que não possuem meios económicos e financeiros. Nesta lista de ementa perfilam somente políticos e empresários da terceira idade que conhecem bem os aparthotéis para o jogo de dança de sexo.

“MINDJER IKA TAMBUR” CRÍTICA USO DE DROGAS POR HOMENS PARA TIRAR PROVEITO DO DINHEIRO PAGO

As organizações da sociedade civil que defendem os direitos das mulheres não se preocupam com a proliferação dos aparthotéis, mas sim com os atos sexuais que são praticados nos referidos estabelecimentos hoteleiras nos bairros da cidade de Bissau.

“O que nos preocupa não é propriamente a proliferação dos aparthotéis nos Bairros de Bissau, mas sim os atos sexuais que acontecem lá dentro, porquanto, no decorrer do ato sexual homens usam drogas para poder tirar o máximo proveito do dinheiro que pagaram”, explicou a O Democrata,  a Coordenadora do Projeto “Mindjer Ika Tambur”, Iolanda Victor Monteiro Garrafão, acrescentando “as jovens meninas devem saber que ir à escola é a única via para ganhar algos nas suas vidas e não a prostituição”.

A líder do Projeto “Mindjer Ika Tambur” explicou que a sua organização está a diligenciar junto dos seus parceiros internacionais para conseguir meios financeiros para sensibilizar as meninas a evitarem prostituir-se nos aparthotéis. 

Por seu lado, o Administrador da Associação dos Amigos da Criança (AMIC), Fernando Cá, assegurou à equipa de reportagem que a sua organização já fez, em 2021, várias diligências, sem sucesso, para combater o fenómeno de prostituição de meninas nos aparthotéis nos bairros de Bissau.

“Na Guiné-Bissau, ninguém se dignou em procurar encontrar uma solução para o problema da prostituição de meninas menores de 18 anos” explicou , para de seguida apontar o dedo acusador aos dignatários do país de estarem envolvidos no ato de prostituição com as menores de 18 anos, apontando como um exemplo uma jovem menina que fora sexualmente violada pelo próprio pai num dos aparthotéis de Bissau.

O Responsável de Observatório do Gabinete de Assistência a Violência da Rede Nacional da Luta Contra Violência (RENLUV), Justino Queta, disse que a sua organização está bastante preocupada com a situação. Por isso, a RENLUV já fez várias campanhas de sensibilização para alertar as meninas menores de 18 anos do risco de vida que estão a correr com a dança de jogo de sexo nos aparthotéis.

“O perigo não está somente no aumento drástico dos aparthotéis, mas também no risco de contaminação por doenças”, asseverou Justino Queta, afirmando que o Estado da Guiné-Bissau deve tomar medidas adequadas para criar sinergias, em colaboração com os proprietários no sentido de denunciarem casos de prostituição de meninas menores de 18 anos. 

Por sua vez, o especialista em turismo, Valdir da Silva, disse que o problema não está apenas na proliferação dos aparthotéis na cidade de Bissau, mas também na forma como se está a incentivar as jovens a entrar na prostituição.

“Na regra os aparthotéis não devem estar ou ficar perto lugares públicos, como escolas, igrejas, mesquitas, jardins para não influenciarem as pessoas, sobretudo, as meninas menores de 18 anos a entrar na prostituição” defendeu Valdir da Silva, acrescentando que “não há uma legislação que defina e proíba a instalação dos aparthotéis nos bairros por falta de uma política que respeite a privacidade das pessoas vulneráveis.”

Ainda no entender de especialista, o aumento da proliferação dos aparthotéis não só nos bairros das comunidades residentes na cidade em Bissau, mas um pouco por toda parte do território nacional, como uma perda dos valores que as famílias das sociedades vulneráveis enfrentam, trocando prazer sexual para a resolução das necessidades económica e sociais que defrontam diariamente.

Por: António Nhaga / Francisco Gomes

Foto: Marcelo Na Ritche

GUERRA NA UCRÂNIA: Russos celebram anexação. Na Praça Vermelha fala-se numa "Ucrânia russa"

© Reuters

Notícias ao Minuto  30/09/22 

Celebridades russas subiram ao palco e discursaram para a multidão que encheu a Praça Vermelha. Também Putin falou ao público para assinalar "dia histórico".

A Rússia está a celebrar a anexação russa de quatro regiões ucranianas com um concerto, transmitido na televisão, na Praça Vermelha, em Moscovo. 

Depois de o presidente russo, Vladimir Putin, assinar os tratados de anexação de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, uma grande onda de russos deslocou-se para a Praça Vermelha para comemorar. Foram instalados ecrãs gigantes e um forte sistema de som para acompanhar a atuação de várias estrelas da música russa que se apresentaram em palco.

No Twitter, Matthew Luxmoore, repórter do Wall Street Journal, deu conta de que algumas celebridades subiram ao palco para discursar sobre a guerra, tal como mostra um vídeo que divulgou. Segundo o jornalista, o ator Russo Ivan Okhlobystin parece ter dado vida a "Hitler" e pediu uma "guerra santa".

Já outro correspondente do Financial Times escreveu na mesma rede social que Ivan Okhlobystin afirmou que Kharkiv, Odessa, Mykolayiv e outras cidades da "Ucrânia russa" serão as próximas a ser anexadas.

Também Vladimir Putin discursou para a multidão, falando num "dia histórico" de "verdade" e "justiça", após ser recebido com aplausos, cantos patrióticos e bandeiras. Algumas pessoas ostentavam também as fitas de São Jorge, com riscas negras e laranja, uma antiga decoração militar czarista que se tornou um símbolo da vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazi.

Putin disse que a Rússia está a abrir o "coração" aos ucranianos e terminou dizendo: "A vitória será nossa".

O ambiente vivido neste concerto à sombra do Kremlin contrasta com os milhares de russos que continuam a fugir do país, após a mobilização militar parcial anunciada pelo chefe de Estado russo.

Sublinhe-se que a anexação oficializada hoje ocorre no oitavo mês da guerra na Ucrânia, depois de as tropas russas terem sofrido derrotas significativas no norte e nordeste do país vizinho.

Passando a ser cidadãos russos, os habitantes das quatro regiões poderão ser mobilizados para combater as tropas ucranianas.

A Ucrânia e quase toda a comunidade internacional já anunciaram que não irão reconhecer a anexação.