quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Israel "está comprometido em trabalhar para sucesso do plano" de Trump... O chefe da diplomacia israelita assegurou hoje que Israel está comprometido com o sucesso do plano de paz norte-americano para Gaza e reafirmou a acusação ao Hamas de atrasar deliberadamente o desarmamento.

© ATTILA KISBENEDEK/AFP via Getty Images   Lusa   23/10/2025

"Há dificuldades, mas estamos a fazer, e continuaremos a fazer, tudo o que pudermos para trabalhar a favor do sucesso", afirmou Gideon Saar durante uma conferência de imprensa conjunta com a homóloga albanesa, Elisa Spiropali, em Jerusalém. 

Saar disse que "é imprescindível respeitar o acordo" de cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, que permitiu parar os combates na guerra de dois anos e a troca de reféns israelitas por presos palestinianos.

Trata-se da primeira parte de um plano proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que prevê também o desarmamento do Hamas, a retirada do exército israelita e a criação de uma administração internacional transitória para Gaza.

Israel "está comprometido em trabalhar para o sucesso do plano do Presidente Trump", disse Saar, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Saar, que agradeceu a visita do homólogo norte-americano, Marco Rubio, prevista para começar hoje, insistiu que o grupo radical palestiniano Hamas está a "atrasar lentamente a devolução" dos corpos de reféns.

O objetivo é "atrasar a segunda fase do desarmamento", disse Saar, referindo-se ao apelo para que o grupo que governa Gaza desde 2007 deponha as armas, tal como estipulado no acordo.

Durante as negociações do cessar-fogo, o Hamas advertiu os mediadores de que não estava na posse de todos os corpos dos reféns, o que era do conhecimento de todas as partes no momento da entrada em vigor da trégua, segundo a EFE.

Desde então, o Hamas devolveu 15 cadáveres, mas 13 continuam na Faixa de Gaza.

As Brigadas Al Qasam, o braço armado do Hamas, anunciam quase diariamente que irão devolver um corpo, ou ocasionalmente dois, garantindo que foram exumados no próprio dia da entrega.

"O Hamas e a Jihad Islâmica devem depor as armas. Gaza deve deixar de ser uma ameaça para Israel e os seus cidadãos. Este é o cerne do plano de Trump", afirmou Saar.

"Não transigiremos neste ponto. Não serão tolerados os ataques do Hamas contra as nossas forças", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel.

Saar advertiu que Israel responderá a cada ataque com contundência e também denunciou as execuções feitas pelo Hamas de membros de milícias opositoras, acusadas de colaborar com as forças israelitas.

A guerra que motivou o cessar-fogo começou em 07 de outubro de 2023, depois de o Hamas ter matado cerca de 1.200 pessoas em Israel e raptado 251, que levou para Gaza como reféns.

A retaliação israelita causou mais de 68.000 mortos na Faixa de Gaza e a destruição de grande parte das infraestruturas do território.

Israel foi acusado de genocídio e de usar a fome como arma de guerra, o que nega.

O Hamas é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo Israel e Estados Unidos.


Leia Também: Hamas condena visita ministro israelita a prisioneiros palestinianos

O Hamas condenou hoje a visita do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, a prisioneiros palestinianos, durante a qual ameaçou executá-los, atitude classificada pelo grupo armado palestiniano como "sádica e fascista".


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