quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Putin pede aos jovens russos que "não adiem a felicidade" e tenham filhos... O presidente russo pediu hoje aos jovens do país que "não adiem a felicidade" e tenham mais filhos, num novo apelo para conter a grave crise demográfica russa em plena guerra com a Ucrânia.

Por LUSA 

"A paternidade e a maternidade são uma fonte de felicidade, e não há necessidade de adiar a felicidade", defendeu Vladimir Putin na reunião do Conselho para o Desenvolvimento da Política Demográfica e Familiar do Estado, realizada no Kremlin (presidência russa).

O líder russo pediu aos participantes que se esforcem para que "os jovens procurem sinceramente a felicidade da maternidade e a felicidade da paternidade" e que se sintam realizados na educação dos filhos e "tenham confiança de que o Estado os apoiará no momento certo".

O Estado, prosseguiu, "fará tudo o que for necessário para garantir que o nascimento dos filhos não afeta a qualidade de vida das famílias", mas, pelo contrário, "elevará o seu estatuto", afastando um eventual aumento da pobreza.

Putin observou que a crescente urbanização e os problemas das sociedades pós-industriais estão a mudar a consciência e as prioridades dos cidadãos, "o que pode atrasar a decisão dos jovens de terem o primeiro filho", e apelou para a manutenção de valores ligados à felicidade da infância, à maternidade e à paternidade.

"São coisas que o dinheiro não compra", sustentou, insistindo que "a solução para os problemas demográficos começa em cada família (...) na forma como as pessoas percecionam o mundo".

O líder do Kremlin reafirmou a importância dos "valores tradicionais", referindo que são a base da política demográfica russa, em oposição ao movimento LGBT e à ideologia "sem filhos".

No âmbito da reunião, voltou a abordar medidas de incentivo à natalidade, como a criação de creches, assistência a famílias de baixos rendimentos e hipotecas preferenciais.

"Sem dúvida que não podemos ignorar o apoio material. Todas as nossas ações são direcionadas nesse sentido", declarou.

A Rússia vai alocar 37,5 mil milhões de rublos (mais de 346 milhões de euros) nos próximos três anos a programas de promoção da natalidade, para combater a crise demográfica mais grave no último quarto de século.

As autoridades procuram inverter a queda drástica das taxas de natalidade, relacionada tanto com a incerteza provocada pela guerra como com o "buraco demográfico" em que a Rússia se encontra.

Segundo várias estimativas internacionais, os militares russos sofreram mais de um milhão de baixas desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

O projeto independente Mediazona em parceria com a emissora britânica BBC contabilizou pelo menos 135 mil militares russos mortos confirmados, a partir de fontes publicamente disponíveis e verificáveis, como publicações de familiares nas redes sociais, notícias nos meios de comunicação locais e declarações de autoridades regionais.

No entanto, o número real deverá ser significativamente superior.

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