Por LUSA
"A paternidade e a maternidade são uma fonte de felicidade, e não há necessidade de adiar a felicidade", defendeu Vladimir Putin na reunião do Conselho para o Desenvolvimento da Política Demográfica e Familiar do Estado, realizada no Kremlin (presidência russa).
O líder russo pediu aos participantes que se esforcem para que "os jovens procurem sinceramente a felicidade da maternidade e a felicidade da paternidade" e que se sintam realizados na educação dos filhos e "tenham confiança de que o Estado os apoiará no momento certo".
O Estado, prosseguiu, "fará tudo o que for necessário para garantir que o nascimento dos filhos não afeta a qualidade de vida das famílias", mas, pelo contrário, "elevará o seu estatuto", afastando um eventual aumento da pobreza.
Putin observou que a crescente urbanização e os problemas das sociedades pós-industriais estão a mudar a consciência e as prioridades dos cidadãos, "o que pode atrasar a decisão dos jovens de terem o primeiro filho", e apelou para a manutenção de valores ligados à felicidade da infância, à maternidade e à paternidade.
"São coisas que o dinheiro não compra", sustentou, insistindo que "a solução para os problemas demográficos começa em cada família (...) na forma como as pessoas percecionam o mundo".
O líder do Kremlin reafirmou a importância dos "valores tradicionais", referindo que são a base da política demográfica russa, em oposição ao movimento LGBT e à ideologia "sem filhos".
No âmbito da reunião, voltou a abordar medidas de incentivo à natalidade, como a criação de creches, assistência a famílias de baixos rendimentos e hipotecas preferenciais.
"Sem dúvida que não podemos ignorar o apoio material. Todas as nossas ações são direcionadas nesse sentido", declarou.
A Rússia vai alocar 37,5 mil milhões de rublos (mais de 346 milhões de euros) nos próximos três anos a programas de promoção da natalidade, para combater a crise demográfica mais grave no último quarto de século.
As autoridades procuram inverter a queda drástica das taxas de natalidade, relacionada tanto com a incerteza provocada pela guerra como com o "buraco demográfico" em que a Rússia se encontra.
Segundo várias estimativas internacionais, os militares russos sofreram mais de um milhão de baixas desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O projeto independente Mediazona em parceria com a emissora britânica BBC contabilizou pelo menos 135 mil militares russos mortos confirmados, a partir de fontes publicamente disponíveis e verificáveis, como publicações de familiares nas redes sociais, notícias nos meios de comunicação locais e declarações de autoridades regionais.
No entanto, o número real deverá ser significativamente superior.

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