Fonte: E-global.p Outubro 8, 2021
Está de regresso o debate sobre o envolvimento do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, na criação de uma nova formação política na Guiné-Bissau.
Depois das declarações proferidas há três meses pelo Coordenador do MADEM, Braima Camará em Bafatá, em como havia movimentações para a criação de um novo partido político que envolvia algumas figuras do MADEM, a situação evoluiu.
Esta quinta-feira, 7 de Outubro, na reunião do Secretariado do MADEM G-15 para o Sector Autónomo de Bissau, o Secretário Nacional em exercício, Henri Mané disse que há muito que sabiam dessas movimentações e que as bases do partido estão a ser enganadas pelo ministro Botche Candé.
No entanto, com o cenário de uma nova formação política poderá consolidar-se a comentada ruptura entre Braima Camará, Coordenador do MADEM e o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
Este assunto foi abordado por um dos órgãos do MADEM G-15 com carácter de urgência, depois de, no inicio da semana, alguns activistas políticos ligados ao partido e outros ao PAIGC surgirem com listas de subscrições para a criação do referido novo partido.
A campanha para as subscrições estará supostamente a ser coordenada pelo actual ministro do Interior, Botche Candé que, em nome do Presidente da República (PR), segundo Henri Mané, fez deslocações de agradecimento dos resultados eleitorais, um pouco por todo o país. “Nessas movimentações que fez a nível do país em nome do PR sobre a sua eleição, o trabalho já estava a ser feito. Antes de chegarem a uma estrutura convidavam os nossos responsáveis para os ajudar. Num ou outro momento, falaram com as pessoas. Afinal não ficaram apenas por agradecimentos. Depois do processo de agradecimento ter sucesso e apercebendo da popularidade, decidiram avançar para criação de uma estrutura política e vai-se chamar PTG (Partido dos Trabalhadores da Guiné)”.
O Secretário Nacional em exercício revelou também que o processo de subscrição não ocorreu apenas em Bissau, mas também em Gabú. “Ontem depois de saberem que tivemos acesso a isso, reuniram para saber como é que as fichas de inscrição chegaram ao MADEM. Mas é bom saberem que apuramos”, disse.
Mané adiantou ainda que os trabalhos para a criação do novo partido iniciaram em 2019 aquando da primeira volta eleitoral. “Receberam dados de membros de grupos de mandjuandadies”, disse, acrescentando estranhar o facto de os promotores do novo partido estarem apenas a tentar cativar militantes nas bases do MADEM.
A primeira figura a revelar a criação de um partido apoiado por Umaro Sissoco Embaló, foi José Carlos Macedo que, no Conselho nacional do MADEM afirmara que várias pessoas apareceram em Gabú com propostas desfavoráveis ao MADEM e foi obrigado a os travar.
Foi possível confirmar que na nova formação política Botche Candé será uma das poucas caras conhecidas e a nova formação política será denominada Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG) e terá como base a região de Gabú.
Entretanto Botche Candé permanece em silêncio. Não faz qualquer alusão à suposta nova formação política, mas a está activamente no campo político. Em relação ao partido no qual foi eleito deputado, PRS, Botche Candé tem marcado cada vez mais a sua distancia bem como do presidente do mesmo partido, Alberto Nambeia.
A nova formação política tendo as duas regiões de leste do país como as bases principais, poderá prejudicar o MADEM que conseguira nessas regiões eleger 15 dos seus 27 deputados. O PR contou com o apoio do MADEM nas últimas eleições presidenciais, mas cedo entrou em colisão com o partido, sendo acusado por Braima Camará, Coordenador do MADEM, de pretender intervir nos assuntos internos do mesmo. Em resposta a estas acusações, o PR acusou o MADEM de ter organizado o Conselho Nacional apenas para o insultar.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminar