sábado, 1 de junho de 2019

ENTREVISTA À BRAIMA CAMARA E ANÁLISE DA SITUAÇÃO POLÍTICA ATUAL DA GUINÉ-BISSAU NO PROGRAMA CAUSA E EFEITO DA RTP EM REPLAY AQUI NO SEU CANAL

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RadioBantaba

"Marco histórico": Acordo de livre comércio entra em vigor

Entra esta quinta-feira em vigor o Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCFTA), que já foi ratificado por 24 países. É o primeiro passo para criar a maior zona de livre comércio do mundo. Mas há obstáculos.

Fronteira entre Uganda e Ruanda

O Acordo de Livre Comércio do continente africano (AfCFTA) entra em vigor esta quinta-feira, 30 de maio. O acordo foi ratificado até agora por 24 países (embora inclua 52 dos 55 Estados-membros da União Africana) e, numa primeira fase, levará à eliminação das tarifas sobre 90% dos produtos. O objetivo da UA é criar a maior zona de livre comércio deste género no mundo, com um mercado orçado em 2,5 biliões de dólares.

É um "marco histórico!", escreveu Albert Muchanga, comissário para o Comércio e Indústria da Comissão da UA, na rede social Twitter. "Celebramos o triunfo de um compromisso arrojado, pragmático e continental para a integração económica".

Historic milestone! Agreement has today come into force. We celebrate the triumph of bold, pragmatic & continent-wide commitment 2 economic integration. We launch market on 7 July, 2019 & begin the journey of transformation 2 secure inclusive prosperity. @_AfricanUnion

O acordo será lançado a 7 de julho durante a cimeira da UA em Niamey, no Níger. De fora ficam o Benim, a Eritreia e a Nigéria, que decidiram não aderir. A Nigéria, uma das mais poderosas economias africanas e o país mais populoso do continente, pediu mais tempo para analisar as implicações da iniciativa.

Obstáculos

O economista Yves Ekue Amaizo acredita que "os nigerianos não querem este acordo porque permitirá a entrada de produtos mais baratos na Nigéria e, para os cidadãos desse país, isso poderá promover o desemprego". O analista refere ainda que as grandes indústrias nigerianas estão a produzir o primeiro veículo 4x4, portanto não querem uma "invasão" de carros importados - muitas vezes com mais potência e mais baratos.

Falta de infraestruturas é um desafio para a zona de livre comércio

Yves Ekue Amaizo acredita que a ambição de "reduzir os custos de transação para melhorar o comércio" é louvável. A zona visa fortalecer os fragmentados mercados africanos e a presença, a uma só voz, na cena internacional, nas negociações com outros blocos, permitirá impulsionar o desenvolvimento de um continente com cerca de 1,2 mil milhões de habitantes.

No entanto, muitos pré-requisitos que podem comprometer a zona foram negligenciados, como a falta de infraestruturas - por exemplo, para o transporte de mercadorias.

União faz a força

Christoph Kannengiesser, diretor-executivo da Afrika-Verein, a associação das empresas alemãs com negócios em África, sublinha, porém, que o facto de quase todos os Estados-membros da UA terem assinado o acordo e, portanto, terem manifestado o seu interesse no comércio livre, é um "sinal positivo".

Os países "entendem que têm de se unir para aproveitar o enorme potencial do continente. Se puderem agir e negociar em conjunto, acho que será um sucesso", refere.

No entanto, Kannengiesser alerta que não se pode apressar as coisas. Afinal, o mercado único europeu também não foi criado da noite para o dia - além de que há outros acordos de comércio como o NAFTA ou o TTIP que continuam envoltos em controvérsia, pois há uma tendência para haver vencedores e vencidos no processo.

"Isso pode gerar conflitos de distribuição e conduzir a tentativas de preservar demasiado os interesses nacionais", diz.

O AfCFTA insere-se no quadro de um processo que, até 2028, prevê a constituição de um mercado comum e de uma união económica e monetária emÁfrica, razão pela qual também está em curso a criação do passaporte único africano.

DW

PR guineense reafirma que só nomeará novo Governo com o fim do impasse no parlamento


Bissau, 01 jun 2019 (Lusa) - O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, voltou hoje a afirmar que só vai nomear um novo Governo após terminar impasse para a eleição da mesa da Assembleia Nacional Popular.

De regresso da cimeira da Organização da Conferência Islâmica, que decorreu na Arábia Saudita, José Mário Vaz, disse, em curtas declarações aos jornalistas no aeroporto de Bissau, que aguarda "que haja um compromisso, um diálogo franco, entre os deputados" para de seguida nomear o novo primeiro-ministro e consequentemente o Governo.


O Presidente guineense disse ter ficado triste com o que viu logo no primeiro dia dos trabalhos do novo parlamento, saído das eleições, mas espera que os deputados saibam ultrapassar as diferenças para desta forma "fazer o país arrancar".

José Mário Vaz afirmou ainda que é também triste quando os políticos não conseguem acatar os conselhos, de diálogo e compromisso, que são feitos pelos líderes religiosos, quando usam a sociedade civil para atiçar divisões ou quando tentam envolver as Forças Armadas nas disputas políticas.

Mas, por ser "um homem de crença", o Presidente guineense acredita que o país vai ultrapassar o impasse político em que se encontra.



José Mário Vaz aproveitou as suas declarações, sem direito a perguntas, para agradecer e felicitar as Forças Armadas, as quais pediu que se mantenham nas casernas e em obediência à Constituição do país.

O líder guineense aproveitou a ocasião para criticar, sem citar nomes, aqueles que se vão envolvendo nos problemas internos do país.

"O mais triste é que as pessoas aproveitam-se desta situação para se intrometerem nos assuntos que não têm direito, porque isto é um país soberano", observou José Mário Vaz, salientando que todos os países do mundo têm problemas, mas que nunca viu nenhum a vir à Guiné-Bissau pedir conselhos.

Em relação à cimeira, o Presidente guineense lamenta que não tenha assistido pessoalmente à conferência já que não conseguiu chegar ao lugar onde decorria, acabando por acompanhar, a partir de um hotel, por videoconferência.

Tínhamos agendado um encontro com sua Majestade (o rei da Arábia Saudita), mas infelizmente, no lugar onde ele estava era impossível vir até o hotel para esse encontro bilateral", afirmou José Mário Vaz que se mostrou satisfeito com os resultados da conferência que debateu o terrorismo, a unidade e solidariedade entre os países da OCI.

Mais de dois meses depois das eleições legislativas, a 10 de março, o novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau ainda não foi indigitado pelo Presidente guineense e o novo Governo também não tomou posse devido a um novo impasse político, que teve início com a eleição dos membros da Assembleia Nacional Popular.

Depois de Cipriano Cassamá, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ter sido reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses votou contra o nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.

O Madem-G15 recusou avançar com outro nome para cargo e apresentou uma providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Por outro lado, o Partido de Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da assembleia.

O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado nas legislativas, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o PRS, com 48.


O Presidente guineense termina o seu mandato a 23 de junho.


Alison Cabral/ DN

GABINETE DO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DE ANGOLA NA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU - Assunto: Fim do mandato Presidencial, 28 de junho 2019








ditaduraeconsenso

A culpa, a responsabilização, é dos "outros"?

Por Fernando Casimiro

O que o PAIGC e o seu líder querem ignorar e apagar da História contemporânea da Guiné-Bissau, é o facto de, a ausência da Justiça na Guiné-Bissau, ser culpa do PAIGC que impôs a sua injustiça à Justiça, enquanto Partido-Estado, permitindo todo o tipo de crimes e barbaridades na Guiné-Bissau, por via da sustentação da Impunidade.

A corrupção, o narcotráfico, as violações constitucionais na Guiné-Bissau, contrariamente ao que hoje apregoa o Presidente do PAIGC, não começaram a partir do conflito pessoal entre ele e o Presidente da República da Guiné-Bissau em Agosto de 2015. Ele e o PAIGC bem como todo o Povo Guineense, sabem bem disso!

Quando é que o PAIGC e o seu Presidente terão a ousadia e a honestidade de assumir que o PAIGC tem sido o descalabro da Guiné-Bissau, procurando mudar essa triste realidade, através de políticas focadas no reconhecimento dos erros do passado, para se projectar um futuro livre desses mesmos erros de sempre?

Quem foi que dirigiu a Guiné-Bissau desde a transição do regime colonial para o dirigismo do Estado Independente, no pós proclamação da independência a 24 de Setembro de 1973 até às primeiras eleições multipartidárias realizadas na Guiné-Bissau em 1994?

A culpa, a responsabilização, é dos "outros"?

Os "outros", felizmente ou infelizmente, em função da perspectiva de cada um, foram todos "produtos" das diversas sementes, plantações e, ou, "escolas" do PAIGC, ou não foi assim...?!

Vou a caminho dos 58 anos de vida e grande parte da minha vida tem sido dedicada a estudar a Guiné-Bissau, os meus irmãos guineenses, mas também, o PAIGC!

Com humildade, aceito muitas confrontações de ideias, posicionamentos, mas também com humildade, não posso deixar de dizer que quem quer participar num debate de ideias, deve preparar-se bem para o efeito.

Como escrevi uma vez, ainda não se cursa a Guiné-Bissau em nenhuma Universidade do Mundo. Nenhum diploma/certificado, relativo a um grau académico de quem quer que seja, foi alguma vez obtido/atribuído, tendo a Guiné-Bissau como unidade curricular e objecto de estudo científico em concreto, por isso, recomendo humildade a todos os guineenses, quando o que está em debate é a Guiné-Bissau, os seus Problemas, as suas crises e os seus responsáveis, mas também, as suas potencialidades, as soluções possíveis, e as suas figuras de referência, espalhadas pelo Mundo, que podem fazer a diferença na promoção duma Mudança de raiz, digna da Proclamação de uma nova República, e não um diploma, um certificado, em suma, um grau académico...!

Positiva e construtivamente.

Didinho 01.06.2019

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ENTREVISTA DO BRAIMA CAMARA - Coordenador Nacional de MADEM-G15 na RTP ÁFRICA com o Jornalista João Rosário no Programa CAUSA & EFEITO.




Sarathou Nabian 

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