terça-feira, 8 de novembro de 2016

Persistem divergências entre principais partidos da Guiné-Bissau sobre nomeação do novo PM

Os principais partidos no Parlamento da Guiné-Bissau mantêm-se irredutíveis nas suas posições sobre a figura que deve ser escolhida pelo chefe de Estado guineense para o cargo de primeiro-ministro.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, auscultou hoje as cinco formações políticas representadas no Parlamento, mas, à saída, os dois mais votados, PAIGC e PRS, declaram-se irredutíveis naquilo que cada um defende.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, pela voz do seu primeiro vice-presidente, Carlos Correia, disse ter comunicado a José Mário Vaz que só aceita como primeiro-ministro o seu dirigente Augusto Olivais.

O partido fez notar que o nome de Olivais teria sido aquele que mereceu o consenso entre as partes desavindas e que se deslocaram em outubro à vizinha Guiné-Conacri onde o chefe de Estado, Alpha Condé, tentou mediar a crise guineense.

O Partido da Renovação Social (PRS), segunda maior força no Parlamento guineense, através do secretário-geral, Florentino Pereira, diz que de forma alguma poderá admitir o nome de Augusto Olivais para o cargo de primeiro-ministro.

O PRS observa que nunca houve qualquer consenso à volta daquele nome nos encontros tidos em Conacri, como diz o PAIGC.

O Partido da Convergência Democrática (PCD), a terceira força mais votada, entende que o Presidente guineense "apenas deve respeitar o acordo de Conacri", segundo o qual o primeiro-ministro deve ser nomeado por consenso dos partidos representados no Parlamento e deve merecer a confiança do chefe de Estado.

Para Vicente Fernandes, líder do PCD, Augusto Olivais "é a tal figura de consenso" por ter sido um elemento indicado pelo Presidente guineense e aceite pelo PAIGC enquanto partido vencedor das eleições.

Augusto Olivais faz parte de uma lista de três personalidades guineenses propostas por José Mário Vaz para que uma seja escolhida para primeiro-ministro.

As outras personalidades são Umaro Cissoko, general na reserva, e João Fadiá, diretor do Banco Central de Estados da África Ocidental (BCEAO) na Guiné-Bissau.

Nas audiências separadas de hoje, o Presidente guineense, José Mário Vaz, pediu a cada uma das entidades que lhe remetam, por escrito, a posição que defendem como proposta para a saída da crise política e, se possível, com o nome de candidato a primeiro-ministro.

Além dos partidos, José Mário Vaz recebeu a direção da Assembleia Nacional Popular, o parlamento guineense.

Inácio Correia, primeiro vice-presidente da ANP disse ter informado o chefe de Estado que não é da competência do hemiciclo indicar a figura para chefiar o Governo.

O primeiro-ministro do Governo em exercício, Baciro Djá, também devia ser auscultado pelo Presidente guineense, mas fontes da presidência indicaram que aquele não compareceu à audiência, nem justificou o motivo da ausência.

MB // VM

Lusa/Fim




RTP NOTICIAS:
Persistem divergências entre principais partidos da Guiné-Bissau sobre nomeação do novo PM 

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Presidente da Guiné- Bissau José Mário Vaz, volta a auscultar forças políticas representadas no Parlamento para nomear um novo primeiro-ministro

Inácio Correia, primeiro vice-presidente do parlamento, disse hoje à saída de audiência com o Presidente da República, José Mário Vaz, que não cabe ao Parlamento indicar o nome da figura para chefiar o próximo Governo da Inclusão e de Consenso.





PAIGC
O primeiro vice-presidente do PAIGC e ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Correia disse que o Presidente da República deve respeitar o consenso alcançado em Conacri sobre a figura para liderar o próximo Governo.

Para Carlos Correia, que chefiou a delegação do PAIGC, se José Mário Vaz não nomear essa figura de consenso, estará a desrespeitar o documento assinado pelos atores políticos.

O chefe de Estado pediu ao PAIGC para enviar a sua proposta de nome por escrito ainda hoje, disse Carlos Correia.





PRS
O Partido da Renovação Social deixou claro ao Presidente da República que não vai aceitar a nomeação de Augusto Olivais, dirigente do PAIGC, para o cargo do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, disse aos jornalistas Florentino Mendes Pereira.

O secretário-geral do PRS disse que o partido só aceita os nomes de Umaro Sissoco e de João Mamadu Fadia para liderar o próximo Governo da Inclusão e de Consenso??? 
Fonte: Braima Darame

Partido da Renovação Social (PRS) reúne-se quarta-feira a sua Comissão Politica para procurar o nome de uma figura ao cargo do futuro PM e submete-lo por escrito ao PR, por descordar com a nomeação de Augusto Olivais, antigo secretário-geral do PAIGC, para liderar o futuro Governo Inclusivo.


Falando aos jornalistas, o secretário-geral do PRS, florentino Mendes Pereira garante que a sua formação politica descorda com os nomes de general Umaro Sissoco e de Economista, João Mamadú Fadia ao cargo do Primeiro-ministro???    
Fonte: Notabanca

O PRS deverá enviar por escrito a sua proposta de nome ao Presidente guineense. O partido reúne amanhã a Comissão Política para buscar consenso a volta da figura.






PCD
O presidente do PCD, Vicente Fernandes, disse que cabe ao PAIGC, enquanto partido vencedor das eleições legislativas, indicar o nome da figura para liderar o governo.

"O partido que ganhar é que deve propor o nome do primeiro-ministro", disse.

O PCD deverá enviar também a sua proposta por escrito ao Chefe de Estado guineense.


Quanto a polémica em torno da sua liderança, Vicente Fernandes disse que houve uma tentativa de golpe palaciano ou tentativa de assalto ao poder não consumado. Vifer fez saber que o Conselho de Jurisdição do partido anulou a reunião promovida por Vítor Mandinga em que se decidiu o seu alegado afastamento da liderança da força política com assento parlamentar.



PND
O líder do PND, Iaia Djalo, entende que o Presidente da República deve nomear a pessoa da sua confiança para chefiar o próximo Governo.
O também conselheiro do chefe de Estado guineense, promete enviar ainda hoje a sua proposta de nome por escrito ao Presidente, José Mário Vaz


UM
Agnelo Regala, presidente da União para Mudança, nota que o chefe de Estado não quer respeitar a Constituição e o consenso obtido em Conacri sobre o escolhido para liderar o próximo governo, apesar das facilidades e cedências feitas.

De acordo com Agnelo Regala, o consenso foi obtido sobre a figura de Augusto Olivais para ser nomeado primeiro-ministro e cabe ao Presidente respeitar esse acordo assinado em Conacri.

«Não iremos aceitar outro nome que não seja o de consenso em Conacri. Cabe ao PAIGC indicar o nome da figura e a partir de agora não faremos mas cedências e felicidades», disse.

«Tal como defendemos que o Presidente conclua o seu mandato de cinco anos, achamos que deve ser respeitada a Constituição para que o partido vencedor das eleições legislativas possa terminar o seu mandato», afirma Agnelo Regala.

Regala afirma que à margem da cimeira da União Africana, José Mário Vaz seria informado detalhadamente pelo mediador Alpha Condé sobre a figura do consenso retido em Conacri, mas o chefe de Estado alegou motivos de saúde e viajou de imediato para Lisboa. Alpha Condé teria informado aos restantes chefes de Estado sobre o consenso obtido em Conacri.




Baciro Djá ausentou-se da ronde de auscultação

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Baciro Djá ausentou-se hoje das auscultações promovidas pelo Presidente da República.

Ainda não se sabe os motivos pelas quais o chefe de governo não compareceu no Palácio da República.

Uma fonte do gabinete de Baciro Djá disse à Rádio Jovem que houve “falha de comunicação” na entrega do convite para auscultação.

"A correspondência da Presidência chegou demasiado tarde e já não estava ninguém na Prematura, ou seja, o primeiro-ministro não recebeu a notificação", disse a fonte.

De acordo com o programa das auscultações a que tivemos acesso, Baciro Djá deveria ser recebido logo depois da delegação da Assembleia Nacional Popular, o que não aconteceu.



Os 15
O grupo dos quinze deputados expulsos do PAIGC vai respeitar, acatar e apoiar qualquer figura escolhida pelo Presidente da República para liderar o próximo Governo Inclusivo e de Consenso, afirmou hoje Braima Camará à saída de audiência com José Mário Vaz.


Fonte: Braima Darame
Foto de Braima Darame.