domingo, 30 de março de 2025

Portugal prepara nova força das operações especiais para integrar contingente da NATO

Por sicnoticias.pt  30 mar. 2025
O exército português está a preparar o envio de uma nova força das operações especiais para a Roménia na fronteira com a Ucrânia. O desempenho nos últimos meses reforçou a confiança da NATO na capacidade militar de Portugal, que já pediu o aumento do contingente para o segundo semestre deste ano. A SIC acompanhou em exclusivo o aprontamento que decorre no Centro de Tropas de Operações Especiais dos Rangeres em Lamego.

A entrada tem de ser rápida e silenciosa. O objetivo está definido e quando acaba o efeito surpresa, a ordem é para completar a missão e sair rapidamente eliminando todas as ameaças.

Este cenário faz parte do treino de uma equipa das operações especiais do exército português em aprontamento para integrar o contingente da NATO na Roménia.

Portugal tem atualmente 40 militares das operações especiais na fronteira da Europa com a guerra na Ucrânia. Pela primeira vez com capacidade de comando e controlo das operações a realizar ao serviço da NATO.

A incerteza do contexto internacional, mas também o desempenho dos últimos meses da força nacional, levou a NATO a confiar ao exército português um reforço de meios.

A guerra em solo ucraniano tem sido uma espécie de laboratório de experiências para a indústria militar. Novas armas e novos equipamentos trazem também novos desafios. O treino destes rangeres continua a passar pela organização de um grupo selecionado de homens, onde a confiança e a eficácia não admitem o erro.

Equipas usam 'drones' no treino

Mas também a incorporação de novas tecnologias no planeamento e execução de missões. A guerra dos 'drones' exige aperfeiçoamento e se calhar anos de treino nas forças especiais já são lançados, por exemplo, para deslocamento de equipas, análise de contexto envolvente e apoio à execução.

Mais do que o número de militares, em contexto de operações especiais, contam as capacidades multidisciplinares das equipas, mas com uma guerra que pouco conseguem adivinhar qual será o próximo passo, a experiência pesa ainda mais critério de seleção.

A média de idades dos militares em aprontamento ronda os 35 anos. Grande parte com várias missões internacionais.

Esta força das operações especiais do exército português vai ser projetada para Roménia durante o mês de maio com capacidade para cumprir missões em todo o flanco leste ao serviço da NATO.

Em simultâneo, Portugal vai iniciar um novo aprontamento para projetar no contexto internacional, antes do final do ano, uma nova força.

As tropas russas vão intensificar a sua ofensiva para expulsar as forças ucranianas do território que ocupam desde agosto passado na região de Kursk, informou hoje o Ministério da Defesa russo no seu canal do Telegram.

© Yan Dobronosov/Global Images Ukraine via Getty Images  Lusa  30/03/2025 

 Rússia vai intensificar ofensiva na região ocupada de Kursk

As tropas russas vão intensificar a sua ofensiva para expulsar as forças ucranianas do território que ocupam desde agosto passado na região de Kursk, informou hoje o Ministério da Defesa russo no seu canal do Telegram.

"Nas últimas 24 horas, as Forças Armadas Ucranianas perderam mais de 160 militares, um veículo blindado de combate, seis veículos, um veículo todo-o-terreno e quatro pontos de controlo de drones", afirma o relatório militar sobre a situação na região de Kursk.

O Ministério da Defesa disse que unidades do grupo militar russo Norte lançaram ataques e causaram perdas ao inimigo perto das cidades de Gornal, Guevo e Oleshnia, as duas primeiras na região de Kursk e a última na vizinha região ucraniana de Sumy.

"No total, durante as operações militares na Frente Kursk, o inimigo perdeu 71.050 pessoas", enfatizou o comando militar russo.

Enquanto isso, o Ministério de Situações de Emergência russo referiu hoje que desde 12 de março foram retirados aproximadamente 680 moradores das cidades de onde as tropas ucranianas foram expulsas.

Segundo o ministério, os deslocados foram transferidos para áreas seguras, onde estão a receber acomodação e assistência para localizar os seus familiares.


Braima Camara, compre a reza de Eid-Ul-Fitr este Domingo 30 de Março de 2025.


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 Radio TV BantabaMovimento para Alternância Democrática - MADEM G15 


O Presidente da República, cumpriu a tradição e rezou no pátio do Palácio da República, para celebrar o fim do Ramadan com a oração de Eid al-Fitr.

Reza de Eid al-Fitr na Presidência da República com os fiéis muçulmanos para assinalar fim de Ramadão

O Presidente da República, deseja a todos os fiéis muçulmanos um Eid al-Fitr pleno de paz e felicidade, que este momento de celebração traga harmonia e prosperidade a todos. Eid Mubarak!

Presidência da República da Guiné-Bissau

"Enquanto a Rússia não conquistar as quatro províncias ucranianas não vai desistir"

O especialista em relações internacionais José Palmeira acredita que a guerra na Ucrânia não deverá terminar "enquanto a Rússia não conquistar as quatro províncias ucranianas" - Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Lugansk -, algo que até para algumas fontes russas "não será possível em 2025".

Mesquita na Bairro de Cuntum 2, Kuma, Ramadã é segunda-feira, 31/03/2025



Veja Também: O Coordenador Nacional da Comissão de Observação Lunar confirma que a lua foi vista no Bairro Militar em Bissau e na Aldeia de Ganfondjo no sector do Ganadu na região de Bafatá. Sendo assim, Infali Cotê diz estão reunidas todas as condições para Eid al Fitr. Para a reza que marca o fim de jejum, Cotê convoca para amanhã, domingo, [30.03.2025] todos os fiéis muçulmanos na Guiné Bissau. 

sábado, 29 de março de 2025

O Coordenador Nacional da Comissão de Observação Lunar confirma que a lua foi vista no Bairro Militar em Bissau e na Aldeia de Ganfondjo no sector do Ganadu na região de Bafatá. Sendo assim, Infali Cotê diz estão reunidas todas as condições para Eid al Fitr. Para a reza que marca o fim de jejum, Cotê convoca para amanhã, domingo, [30.03.2025] todos os fiéis muçulmanos na Guiné Bissau.

A Arábia Saudita anunciou hoje que o próximo domingo, 30 de março, será o primeiro dia do Aid al-Fitr, o feriado que encerra o mês sagrado muçulmano do Ramadão.

© Getty Images   Lusa  29/03/2025 

 Arábia Saudita anuncia domingo como 1.º dia de feriado do fim do Ramadão

A Arábia Saudita anunciou hoje que o próximo domingo, 30 de março, será o primeiro dia do Aid al-Fitr, o feriado que encerra o mês sagrado muçulmano do Ramadão.

"A Corte Real saudita confirmou o aparecimento da lua crescente do mês de Shawwal, o que significa que o próximo domingo é o primeiro dia de Aid al-Fitr no reino", informou a agência noticiosa oficial saudita SPA.

O anúncio da Arábia Saudita foi seguido por outros países, incluindo os Emirados Árabes Unidos, o Qatar, o Iémen e o Kuwait, que também declararam domingo como o dia do início do Aid al-Fitr, e a que se juntaram o Bahrein, o Líbano, o Sudão, o Sudão do Sul e a Palestina.

Embora os países árabes sigam geralmente o exemplo da Arábia Saudita, cinco não viram hoje a lua crescente.

Egito, Omã, Jordânia e Iraque anunciaram que vão começar a observar o Aid al-Fitr na segunda-feira, para além da Síria, que inicialmente confirmou o avistamento da lua, mas corrigiu depois.

O Aid al-Fitr é um período festivo de vários dias, marcado sobretudo por donativos, reuniões familiares e oferta de presentes, depois de terminado o mês de jejum do Ramadão.

As autoridades da maioria dos países muçulmanos declararam esta semana como feriado público.

Assim, milhares de muçulmanos estão em vésperas de celebrar o fim do Ramadão, quando for avistada a Lua Nova, que marcará a conclusão do mês sagrado de jejum, considerado um dos cinco pilares do Islão.

Hoje de manhã, em declarações à Lusa, o imã da Mesquita Central de Lisboa, xeque David Munir, tinha indicado que o Eid al-Fitr (celebração que marca o fim do jejum) pode acontecer no domingo ou na segunda-feira, dando início a um novo mês lunar islâmico -- o Shawwal.

O avistamento da Lua Nova vai marcar o fim do Ramadão -- 30 dias depois -- um período durante o qual, desde a puberdade, os seguidores do islamismo, exceto os muito idosos, as grávidas ou menstruadas, os doentes e os viajantes, todos estão obrigados a não comer e beber entre o amanhecer e o anoitecer.

O jejum pratica-se no nono mês do calendário muçulmano, baseado no ciclo lunar, aquele em que os muçulmanos acreditam que, no ano de 610 depois de Cristo, o anjo Gabriel revelou o Corão - o livro sagrado do Islão - ao profeta Maomé.

A cumprirem ano islâmico de 1446, que começou em 7 de julho de 2024 e terminará em 25 de junho de 2025, os muçulmanos aproveitam o mês do jejum para refletir.

"Basicamente, quebramos o jejum, as pessoas fazem as suas orações pedindo a Deus, ao Criador, tudo aquilo que foi feito durante o mês do Ramadão e que possamos manter este clima e esta solidariedade durante os 11 meses que vêm", realçou o xeque Munir.

O imã da Mesquita Central de Lisboa referiu que "é muito mais fácil" perceber o fim do Ramadão num país islâmico, porque "a comunicação é oficial".

"Quanto mais depressa soubermos, iremos anunciar o mais depressa possível para as pessoas se prepararem para o dia do Eid [al-Fitr], que é o dia de festa. Se não for no domingo, no dia 31 [segunda-feira] é de certeza", vincou.

À Lusa, David Munir adiantou que estão previstas orações na Praça do Martim Moniz e na Alameda, em Lisboa, além das que são feitas todos os anos na Mesquita Central.

Durante o mês do Ramadão, a Mesquita Central de Lisboa confecionou cerca de 2.000 refeições diárias para a quebra do jejum, ao pôr-do-sol.

O facto de o ano lunar ser mais curto que o solar explica que a cada ano a data do Ramadão se aproxime 10 ou 11 dias do início do ano. Em 2030, o Ramadão será celebrado duas vezes, no início de janeiro e no final de dezembro.

De acordo com o líder religioso, a comunidade muçulmana em Portugal "já ultrapassou os 100 mil" crentes.


A nossa conversa com os nossos irmãos guineenses na Mauritânia sobre a onda de deportações e maus-tratos


 Radio TV Bantaba 

A organização islamita palestiniana Hamas afirmou-se hoje disposta "a libertar um pequeno número de reféns", desde que Israel garanta um cessar-fogo durante o feriado de Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadão, segundo fonte ligada às negociações.

© Doaa Albaz/Anadolu via Getty Images   Lusa  29/03/2025 

Hamas admite libertar reféns se Israel cumprir trégua no fim do Ramadão

A organização islamita palestiniana Hamas afirmou-se hoje disposta "a libertar um pequeno número de reféns", desde que Israel garanta um cessar-fogo durante o feriado de Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadão, segundo fonte ligada às negociações.

As celebrações do Eid al-Fitr deverão ter lugar entre domingo e segunda-feira, altura em que termina o Ramadão, mês sagrado do Islão.

Basseim Naim, porta-voz do gabinete político do Hamas, confirmou que as conversações entre os mediadores (Egito, Qatar e Estados Unidos) se intensificaram nos últimos dias e espera "que nos próximos dias haja um verdadeiro avanço no cenário de guerra".

Entre o "pequeno número de reféns" que o Hamas libertaria, segundo uma fonte egípcia citada pela agência de notícias EFE, estaria o soldado israelo-americano Edan Alexander, 21 anos, uma exigência do Presidente norte-americano, Donald Trump.

O grupo também se comprometeria com a retoma do diálogo para conseguir "um fim definitivo dos combates" e apaziguar os manifestantes anti-Hamas.

Nos últimos dias, milhares de palestinianos manifestaram-se em diferentes pontos de Gaza em protestos sem precedentes contra o regime do Hamas, que controla o enclave palestiniano, e pelo fim dos ataques israelitas, que já provocaram mais de 50.200 mortos.

"Basta, queremos o Hamas fora!", "Parem a guerra!" e "Queremos as nossas vidas de volta!" foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes na quarta-feira, em protestos que tiveram lugar em pelo menos dois pontos do norte do enclave, Beit Lahia e o bairro de Shujaiya, na cidade de Gaza, segundo a EFE.

No enclave há ainda 59 reféns (Israel calcula que cerca de 20 estão mortos) nas mãos de milícias palestinianas e cuja entrega tinha sido contemplada na segunda fase do acordo de cessar-fogo que Israel bloqueou no início de março.

Também hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, no poder na Cisjordânia, acusou Israel de provocar a "morte de civis palestinianos" em ações militares para melhorar a sua posição negocial.

"O Governo israelita aproveita-se da passividade internacional para prolongar deliberadamente a sua guerra de genocídio, deslocações e anexações e a morte deliberada de civis palestinianos para melhorar a sua posição negocial. O resultado é a morte diária de crianças, mulheres, idosos e doentes", denunciou o ministério, segundo a agência noticiosa oficial palestiniana WAFA.

A diplomacia apelou à comunidade internacional para que "assuma a sua responsabilidade" e exorte Israel a pôr termo "à matança brutal de civis desarmados". "A ligação destas mortes às negociações de cessar-fogo de Israel é uma armadilha injustificada, sangrenta e colonial", afirmou.

Esta "forma de pressão militar para melhorar a posição negocial", acrescentou, é conseguida através de "bombardeamentos e assassínios em massa de civis à vista do mundo livre e de países que afirmam defender os direitos humanos e os princípios do direito internacional".

Pelo menos 14 palestinianos foram mortos hoje em ataques israelitas em várias zonas da Faixa de Gaza, informaram fontes médicas e de segurança aos meios de comunicação social palestinianos.

Cerca de 920 palestinianos morreram na sequência de ataques israelitas na Faixa de Gaza desde o fim do último cessar-fogo, em 18 de março, segundo o mais recente balanço do Ministério da Saúde do enclave palestiniano, apresentado hoje, mas que não contabiliza estas últimas mortes.

Os ataques de Israel a Gaza, que começaram em 07 de outubro de 2023 - após a morte de cerca de 1.200 israelitas às mãos das milícias palestinianas -- causaram um total de 50.277 mortos e 114.095 feridos.

No ataque em território israelita em outubro de 2023, o Hamas fez cerca de 250 reféns.


Sismo: Pelo menos 250 mortos no desmoronamento de 50 mesquitas em Myanmar

© Getty Images  Lusa   29/03/2025 

Pelo menos 250 pessoas morreram nas 50 mesquitas que se desmoronaram em várias regiões de Myanmar na sequência do terramoto que na sexta-feira atingiu o país, um número que o Conselho Islâmico da Birmânia prevê que vá aumentar.

A meia centena de mesquitas desmoronou-se na capital do país, Naipidó, e nas regiões de Mandalay e Sagaing.

"Ainda não foi possível remover os escombros. Não há socorristas suficientes. Só podemos estimar o número de pessoas soterradas em casas e mesquitas. Não conseguimos retirá-las dos edifícios desmoronados", afirmou um porta-voz do conselho, segundo o portal de notícias Myanmar Now.

O porta-voz explicou que o terramoto ocorreu quando estavam a decorrer eventos religiosos em todo o país, uma vez que a sexta-feira é o dia sagrado da semana para a religião islâmica.

Referiu, em particular, os graves danos causados à mesquita de Sule Kone, à mesquita de Taung Sin Kung e à mesquita de Shwe Phone Shein, todas em Mandalay. As mesquitas são também edifícios antigos que não são reparados desde 1962 devido à instabilidade política, segundo o portal.

De acordo com as autoridades militares no poder em Myanmar (antiga Birmânia) o terramoto provocou pelo menos 1.002 mortos e 2.376 feridos, embora se espere que o número aumente nas próximas horas.

O sismo foi registado às 12h50 (06h20 em Lisboa) e ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros, com epicentro a cerca de 17 quilómetros de Mandalay, a segunda cidade da Birmânia, com 1,2 milhões de habitantes, e 270 quilómetros a norte da capital.

As forças armadas birmanesas, que estão no poder desde o golpe de Estado de 2021, declararam o estado de emergência em seis áreas: Sagaing, Mandalay, Magway, Shan, Naipidau e Bago.

Em Banguecoque, na Tailândia, a cerca de mil quilómetros de distância, foram registados pelo menos 10 mortos e 100 desaparecidos.

A Rússia lançou mais de 170 drones sobre a Ucrânia e reivindicou a captura de duas aldeias no leste e sul do país, denunciando um ataque das tropas ucranianas a painéis de energia solar, numa violação da "trégua energética".

© GENYA SAVILOV/AFP via Getty Images  Lusa  29/03/2025

Rússia lança drones e captura 2 aldeias e Kyiv ataca painéis de energia

A Rússia lançou mais de 170 drones sobre a Ucrânia e reivindicou a captura de duas aldeias no leste e sul do país, denunciando um ataque das tropas ucranianas a painéis de energia solar, numa violação da "trégua energética".

Os dois países prosseguem com os combates enquanto trocam acusações mútuas de inviabilizarem as tentativas de chegar a um acordo de cessar-fogo e de alcançar a paz.

A Rússia reivindicou hoje a responsabilidade pela captura de duas aldeias no leste e sul da Ucrânia, continuando os seus avanços na linha de frente, à medida que os esforços para alcançar um cessar-fogo abrangente solicitado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump vacilam.

De acordo com o relatório diário do Ministério da Defesa russo, as forças de Moscovo capturaram a aldeia de Chtchebraki, na região sul de Zaporijjia, e a aldeia de Panteleimonivka, na região leste de Donetsk.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky informou, por sua vez, que a Rússia lançou mais de 170 drones sobre a Ucrânia, durante a noite de sexta-feira para hoje, atingindo alvos nas regiões de Dnipropetrovsk, Kyiv, Soumy, Kharkiv e Khmelnytsky.

A Força Aérea ucraniana e as autoridades da região de Dnipropetrovsk informaram hoje que as forças de defesa ucranianas conseguiram abater 94 do total de 172 drones.

Segundo Zelensky, quatro pessoas foram mortas em Dnipro, onde o ataque atingiu um complexo hoteleiro, e 21 ficaram feridas, incluindo uma mulher grávida.

"A Rússia está a fazer pouco dos esforços de manutenção da paz em todo o mundo. Está a arrastar a guerra e a espalhar o terror porque continua a não sentir qualquer pressão real", denunciou Zelensky.

Por sua vez, a Rússia denunciou hoje que as tropas ucranianas atacaram com morteiros centrais de painéis de energia solar na parte da região ucraniana de Kherson controlada pelas forças de Moscovo, em violação da chamada "trégua energética".

"Por maldade, estupidez e desejo de prejudicar as iniciativas de paz, as Forças Armadas da Ucrânia estão a atacar com morteiros as centrais de energia solar na região de Kherson", escreveu no Telgram o governador do território instalado por Moscovo, Vladimir Saldo.

Saldo acrescentou que estes ataques não têm qualquer significado militar e não afetam seriamente o fornecimento de eletricidade na região, mas "constituem uma violação flagrante dos acordos sobre a moratória dos ataques às infraestruturas energéticas".

Há várias semanas que os Estados Unidos tentam negociar separadamente com Kyiv e Moscovo um cessar-fogo no Mar Negro e nos ataques contra as infraestruturas energéticas na Ucrânia e na Rússia.

Embora os dois países tenham concordado, em princípio, com estas tréguas, a sua aplicação continua pouco clara e Kyiv e Moscovo acusam-se mutuamente de tentar inviabilizá-las.

Na quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, levantou a ideia de uma "administração de transição" para a Ucrânia, sob a égide da ONU, uma opção que implica a saída de Volodymyr Zelensky, antes de quaisquer negociações sobre um acordo de paz.


Leia Também: Ucranianos dispostos a lutar sem os EUA, mas instam a Europa a agir

Eclipse solar: Europa foi 'brindada' com eclipse parcial do sol. Veja as imagens... Fenómeno pôde ser visto em outras partes do mundo.

© Mike Hewitt/Getty Images  Notícias ao Minuto  29/03/2025 

A Europa foi 'brindada', durante a manhã deste sábado, 29 de março, por um eclipse parcial solar que é conhecido como 'Chifres do Diabo', devido à forma do Sol enquanto está obstruído pela Lua. 

Em Portugal, o momento foi visto entre as 9h30 e as 11h30. 

O fenómeno pôde também ser visto na América do Norte, Canadá e em outros países europeus, como Reino Unido e Alemanha.

Veja a galeria acima e, em baixo, veja - ou reveja - o fenómeno.


Leia Também: Eclipse parcial do sol já é visível em Portugal. Acompanhe aqui

Moçambique vai instalar internet grátis em 310 escolas públicas até 2030

© Lusa   29/03/2025

Um total de 310 escolas em Moçambique vai ter acesso a Internet gratuita até 2030, para massificar o acesso e uso de tecnologias no meio rural, foi hoje anunciado.

"Com esta oferta, permite-se aos alunos e professores tirarem o maior proveito da tecnologia para a aprendizagem e o crescimento profissional, contribuindo desta forma para o incremento da inclusão digital e acesso universal", disse o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, no lançamento do projeto "Internet para Todos 2030" em Nampula, norte do país, onde está em visita de trabalho desde quinta-feira.

Segundo o chefe de Estado, o programa visa massificar o acesso à banda larga, através da conectividade pela Internet às escolas públicas nas zonas rurais, beneficiando também as comunidades circunvizinhas.

"A implementação do projeto de Internet nas escolas visa (...) contribuir para a inclusão digital e o acesso universal [à internet], além de (...) disponibilizar a ligação à internet às zonas rurais e, ao mesmo tempo, a 310 escolas públicas em todo o território nacional", explicou Daniel Chapo.

Para o estadista, o sucesso da implementação deste projeto está associado ao acesso permanente a eletricidade de qualidade, além da disponibilidade de tecnologias.

"Estamos a falar de computadores, tablets, telefones, no estabelecimento de ensino e no seio da comunidade académica", referiu.

Daniel Chapo apelou ainda à "conservação e manutenção" das infraestruturas a serem instaladas nas escolas beneficiárias.

"Todos nós temos que ter a responsabilidade de saber que esta escola é nossa, os computadores que estão aí são para os nossos filhos poderem estudar e garantir o futuro de Moçambique", acrescentou.


Voluntariado é taxado como produto importado na Guiné-Bissau

© Lusa  29/03/2025 

O voluntariado está onde falha o Estado na Guiné-Bissau, através de organizações que doam trabalho, equipamentos e materiais, mas estes são taxados como produtos importados nas alfândegas guineenses, queixam-se essas instituições sociais.

A queixa é comum a organizações que trabalham na área da saúde e estão a suprir falhas do sistema na assistência médica e cuidados à população, mas não são contempladas na lei das isenções de impostos e taxas aduaneiras da Guiné-Bissau.

A associação portuguesa Acolher, Nutrir, Amar (ANA) ajudou a instalar um bloco operatório com duas salas, no hospital Catarina Troiana, em Nhacra, e o mais difícil, segundo as responsáveis, foi o desalfandegamento do equipamento, que é taxado como qualquer produto importado.

"Por não haver isenções e as taxas cobradas serem enormes, foi muito difícil", apontou Fátima Lourenço, da associação que angariou 25 mil euros para as obras e o equipamento doado por benfeitores e empresas, nomeadamente o Hospital Lusíadas.

O Governo guineense reconhece que "é um ganho enorme em termos do serviço de prestação de saúde na Guiné-Bissau", onde, mesmo nos hospitais de referência, faltam recursos e equipamentos.

Este "balão de oxigénio", como lhe chamou o ministro da Saúde Pública, Pedro Tipote, é resultado do voluntariado de uma das organizações internacionais que no terreno faz o que é obrigação do Estado, mas que este não tem capacidade de fazer, reconheceu o governante.

"O importante para nós é ter com antecedência o conhecimento daquilo que poderá ser a ação de qualquer organismo que atua nesta área para darmos o acompanhamento, o seguimento de tudo quanto será necessário para a execução das suas missões", afirmou.

Questionado sobre se estas isenções deviam estar na lei, o ministro defende que "deve-se ter é um grande cuidado de analisar melhor porque se não alguém pode apoderar-se de uma associação e fazer entrar os produtos para comercialização".

Portugal tem cinco organizações a trabalhar permanentemente no terreno e outras tantas que se deslocam frequentemente em missões à Guiné-Bissau, segundo o embaixador Miguel Silvestre.

O problema das isenções, como disse, é transversal a diferentes áreas e pesa na ação das organizações não governamentais, que têm fundos limitados.

Os custos são bem conhecidos da irmã Valéria, uma religiosa italiana que criou no meio do mato, junto a Nhacra, um hospital que dá mais de mil consultas por mês e faz mais de 450 partos por ano.

Os cerca de 30 quilómetros que separam este hospital da capital demoram a percorrer nas estradas de terra e esburacadas da Guiné-Bissau, que muitos guineenses calcorreiam a pé para conseguir cuidados médicos.

Ali é dada resposta nas áreas da saúde materno infantil, nutrição, imunidade das crianças e na prevenção da transmissão do HIV de mãe a filho, com o acompanhamento de 150 mães seropositivas.

Sempre que possível, há também suporte alimentar com 35 pessoas a trabalhar permanentemente com apoios dos amigos italianos e de associações como a portuguesa ANA.

O trabalho da ANA está mais vocacionado para a cardiologia pediátrica, com mais de 2.200 consultas e cerca de 200 crianças transferidas e tratadas em Portugal, segundo as responsáveis Fátima Lourenço e Ana Alves.

A associação tem trabalhado com a irmã Valéria e decidiram em conjunto que "fazia todo o sentido" instalar ali o bloco operatório para crianças e adultos que já não viam, mas que servirá outras patologias, além da oftalmologia.

Com a ajuda de benfeitores e das famílias de acolhimento que recebem em Portugal as crianças guineenses para tratamento, conseguiram angariar os fundos e recursos para o bloco e apoiar mais uma Missão Visão, que operou 100 doentes numa semana e deu 500 consultas.

Há mais de dez anos que a especialista Paula Sepúlveda chefia estas missões dedicadas essencialmente às cataratas, um problema prevalente no país "talvez por questões alimentares ou a questão do sol".

"Há pessoas com 40 ou 50 anos já completamente cegas por catarata", observou a médica.

Mário Na Biútcha tem 89 anos e vive numa escuridão permanente, não vê nada dos dois olhos por causa das cataratas.

Ouviu na rádio que a irmã Valéria tinha em Nhacra "um projeto de tratamento da vista" de decidiu arranjar dinheiro para se deslocar até lá.

Mário foi consultado e aguardava a chamada para cirurgia sentado ao lado de Bubacar Djau,que já tinha sido operado a um olho e agora consegue ver.

"Agora vejo as pessoas completas, dantes não conseguia ver nada, mesmo perto, estava sempre tudo escuro", contou este homem de "setenta e tal anos".

Desde o ano passado que viaja de Pirada, no leste da Guiné-Bissau, junto à fronteira com o Senegal, até Nhacra para ser consultado e garante que nunca pagou nada, nem para fazer a operação.

A equipa portuguesa faz três missões por ano à Guiné-Bissau e tem levado ao hospital de Nhacra outros especialistas como o obstetra Matos Cruz que se juntou ao voluntariado, em 2023.

Arranjou material para fazer ecografias "como mais um chamariz para trazer as mulheres das tabancas à maternidade", num país entre as mais altas taxas de mortalidade materno infantil.

"Por uma questão cultural os homens que mandam nas tabancas não querem que elas venham, mas as coisas têm-se vindo a modificar. Cada vez mais vêm", afirmou.


Leia Também: O Presidente guineense garantiu hoje que o país vai financiar em 90% as próximas eleições legislativas e presidenciais, que marcou para 23 de novembro, e admitiu apoio de parceiros para cobrir o resto do orçamento.

O Instituto Brasil-África vai treinar 50 jovens guineenses na indústria de caju "devido à importância estratégica do setor" na economia da Guiné Bissau, disse à Lusa o seu presidente.

© Lusa  29/03/2025 

 Jovens guineenses vão ao Brasil receber formação em produção de caju

O Instituto Brasil-África vai treinar 50 jovens guineenses na indústria de caju "devido à importância estratégica do setor" na economia da Guiné Bissau, disse à Lusa o seu presidente.

Depois de Angola, que terá 50 estudantes a receber formação na indústria do cacau, a  Guiné Bissau foi escolhida como o segundo país africano a participar do programa 'Youth Technical Training Program' (YTTP), "devido à importância estratégica do setor do caju para sua economia, responsável por mais de 90% das exportações do país, sendo uma fonte essencial de renda [rendimento], empregos e crescimento económico",  afirmou à Lusa João Bosco Monte.  

Apesar da sua relevância, este setor agrícola "enfrenta desafios significativos, como a baixa adoção de tecnologias modernas, a dependência de exportações de matéria-prima com pouco valor agregado e a necessidade de maior eficiência em toda a cadeia produtiva", justificou o responsável brasileiro.

De acordo com o presidente do instituto Brasil-África, o país africano utiliza, na maioria das vezes, "métodos tradicionais, o que reduz a eficiência produtiva e mantém a economia dependente da exportação de matéria-prima em estado bruto".

A formação será realizada entre 05 e 16 de maio no estado brasileiro do Ceará, principal produtor de castanha de caju no país.

Os 50 jovens guineenses serão capacitados em todas as etapas da produção através do acesso a "conhecimentos técnicos avançados, abrangendo boas práticas agrícolas, modernização do processamento e estratégias para agregar valor ao produto", disse.

Na opinião de João Bosco Monte, a qualificação da mão-de-obra neste setor agrícola guineense vai possibilitar ao país acrescentar valor ao produto final e aumentar assim a sua competitividade no mercado global.

"Além disso, o fortalecimento da cadeia produtiva do caju deverá contribuir para a diversificação da economia local, criando mais oportunidades de emprego, fomentando o empreendedorismo entre os jovens e impulsionando um desenvolvimento socioeconómico sustentável na Guiné-Bissau", justificou.

O objetivo do Instituto Brasil-África é o de capacitar 1.000 jovens africanos até o final de 2026 e, segundo o seu presidente, países como "Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe são exemplos de países que apresentam grande potencial para receber futuras edições do programa".


Comissão de observação lunar em conferência de imprensa

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na terça-feira, 25 de março, um jovem guineense no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, na posse de 1.542,1 gramas de cocaína.

© Radio TV Bantaba  March 29, 2025

Jovem detido com mais de 1.500 gramas de cocaína no Aeroporto de Bissau

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na terça-feira, 25 de março, um jovem guineense no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, na posse de 1.542,1 gramas de cocaína. O suspeito preparava-se para embarcar num voo da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) com destino a Lisboa.

De acordo com a PJ, a droga foi detetada durante um controlo de raio X, que revelou substâncias ilícitas escondidas no interior de uma mala de bagagem de mão. As autoridades confirmaram ainda que uma parte da droga foi ingerida pelo suspeito.

O jovem foi apresentado esta sexta-feira, 28 de março, ao juiz de instrução criminal para a primeira audiência e determinação das medidas de coação.

Acordo de minerais com os EUA "não é um acordo, mas sim uma tentativa de extorsão à Ucrânia"

Na semana em que os EUA entregaram à Ucrânia o acordo dos minerais a ser celebrado pelos dois países, Helena Ferro Gouveia, comentadora da CNN Portugal, acredita que o mesmo "é uma tentativa de extorsão” a Kiev, pois “toda a receita gerada [pelo país] será transferida para fora da Ucrânia, que só terá direito a uma percentagem desta receita depois de pagar aquilo que os norte-americanos consideram ser a sua dívida”.

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Milhares de muçulmanos preparam-se para celebrar fim do Ramadão

© Lusa   29/03/2025

Em declarações à Lusa, o imã da Mesquita Central de Lisboa, xeque David Munir, explicou que o Eid al-Fitr (celebração que marca o fim do jejum) pode acontecer no domingo ou na segunda-feira, dando início a um novo mês lunar islâmico - o Shawwal.

"Se a lua for visível ao pôr do sol [de hoje], o fim [do Ramadão] será no domingo. Caso a lua não seja visível [hoje], então na segunda-feira será de certeza", indicou.

O avistamento da Lua Nova vai marcar o fim do Ramadão - 30 dias depois - durante o qual desde a puberdade os seguidores do islamismo - exceto os muito idosos, as grávidas ou menstruadas, os doentes e os viajantes - estão obrigados a não comer e beber entre o amanhecer e o anoitecer.

O jejum no nono mês do calendário muçulmano, baseado no ciclo lunar, sendo aquele em que os muçulmanos acreditam que, no ano de 610 depois de Cristo, o anjo Gabriel revelou o Corão (o livro sagrado do Islão) ao profeta Maomé.

A cumprirem ano islâmico de 1446, que começou em 7 de julho de 2024 e terminará em 25 de junho de 2025, os muçulmanos, aproveitam o mês do jejum para refletir.

"Basicamente, quebramos o jejum, as pessoas fazem as suas orações pedindo a Deus, ao Criador, tudo aquilo que foi feito durante o mês do Ramadão e que possamos manter este clima e esta solidariedade durante os 11 meses que vêm", realçou o xeque Munir.

O imã da Mesquita Central de Lisboa referiu que "é muito mais fácil" perceber o fim do Ramadão num país islâmico, porque "a comunicação é oficial".

"Quanto mais depressa soubermos, iremos anunciar o mais depressa possível para as pessoas se prepararem para o dia do Eid [al-Fitr], que é o dia de festa. Se não for no domingo, no dia 31 [segunda-feira] é de certeza", vincou.

À Lusa, David Munir adiantou que estão previstas orações na Praça do Martim Moniz e na Alameda, em Lisboa, além das que são feitas todos os anos na Mesquita Central.

Durante o mês do Ramadão, a Mesquita Central de Lisboa confecionou cerca de 2.000 refeições diárias para a quebra do jejum, ao pôr-do-sol.

"Duas mil ou 2.100 refeições. Ao fim de semana vêm muitas mais pessoas quebrar o jejum. (...) Ao fim de semana as pessoas trazem crianças, os filhos. Não vem só o homem abrir o jejum, não vem só a mulher abrir o jejum. Vem os pais e os filhos", salientou.

O facto de o ano lunar ser mais curto que o solar explica que a cada ano a data do Ramadão se aproxime do início do ano 10 ou 11 dias. Em 2030, o Ramadão será celebrado duas vezes, no início de janeiro e no final de dezembro.

"Em 2026, vamos começar em 19 ou 20 de fevereiro. Portanto, é normal que comecemos o Ramadão [no início] de 2030. E no fim de 2030 também iremos apanhar alguns de Ramadão. Não vão ser os 30 dias. O máximo 20 dias. Por exemplo, nós já comemorámos o mês do Ramadão em dezembro, em novembro, em outubro. Anualmente nós recuamos", assinalou.

De acordo com o líder religioso, em Portugal, a comunidade muçulmana "já ultrapassou os 100 mil" crentes.

"Não tenho nenhuma prova científica, porque nós não temos censos (...), mas ultrapassa os 100 mil, à vontade, em todo país", frisou.


sexta-feira, 28 de março de 2025

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu hoje que "coisas muito más" vão acontecer ao Irão, se não concordar em sentar-se e negociar com Washington sobre o programa nuclear.

© REUTERS  Lusa  28/03/2025 

 Trump ameaça que "coisas muito más" vão acontecer ao Irão se não dialogar

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu hoje que "coisas muito más" vão acontecer ao Irão, se não concordar em sentar-se e negociar com Washington sobre o programa nuclear.

Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Trump lembrou que no início do mês enviou uma carta ao líder do Irão, 'ayatollah' Ali Khamenei, instando-o a negociar o programa nuclear iraniano.

"Enviei-lhes uma carta recentemente e disse-lhes que teriam de tomar uma decisão, de uma forma ou de outra, e que teríamos de conversar e resolver a situação, ou coisas muito más iriam acontecer ao Irão, e eu não quero que isso aconteça", afirmou.

 Paralelamente a este apelo para o diálogo, Donald Trump tem intensificado a política de "pressão máxima" sobre o Irão, com sanções adicionais e a ameaça de uma ação militar em caso de recusa de conversações.

De acordo com a imprensa norte-americana, a carta que Trump enviou a Khamenei, no início deste mês, incluía um prazo de dois meses para chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano e afirmava existirem "duas maneiras de lidar com o Irão: militarmente ou chegando a um acordo".

Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, disse que Teerão tinha formulado uma resposta à carta do Presidente norte-americano, sem especificar o conteúdo.

Araqchi reiterou que a posição iraniana continua a ser a de "não negociar diretamente [com os Estados Unidos] sob pressão máxima e ameaças de ação militar". Contudo, notou que "negociações indiretas, tal como existiram no passado, podem continuar".

Ainda na segunda-feira, o chefe da diplomacia iraniana salientou que, com as acusações e as exigências da administração norte-americana, não vão entrar em negociações diretas. 

Durante o primeiro mandato (2017-2021), Trump ordenou a saída unilateral dos EUA do acordo nuclear com o Irão, negociado em 2015 pela administração Barack Obama (2009-2017) juntamente com China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha.

O pacto limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas. Com a saída do acordo, Trump restabeleceu as sanções contra a República Islâmica.

O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980. Mas os dois países trocam informações indiretamente através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos no Irão.


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Ucranianos dispostos a lutar sem os EUA, mas instam a Europa a agir

© REUTERS/Maksim Levin TPX IMAGES OF THE DAY  Lusa  28/03/2025 

Mais de 80% dos ucranianos afirmam estar dispostos a continuar a lutar para alcançar "uma paz aceitável", mesmo que Washington cesse o seu apoio militar ao país, indicou hoje uma sondagem do Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv (KIIS).

Apesar dos elevados custos da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, 82% dos ucranianos declararam-se a favor da continuação da luta contra Moscovo, mesmo sem o apoio dos Estados Unidos (EUA), na condição de que a Europa mantenha o seu auxílio à Ucrânia, indicou a sondagem, citada pelas agências internacionais.

A grande maioria dos inquiridos manifestou-se a favor da continuação dos combates, ao invés de aceitar as condições de paz propostas pela Rússia, que privariam a Ucrânia da sua independência política, de um exército forte e de mais de 20% do seu território.

Apenas 8% dos inquiridos disseram ser a favor da capitulação.

"Os ucranianos querem a paz e estão abertos a compromissos dolorosos", afirmou Anton Grushetski, diretor do KIIS, em declarações à agência noticiosa espanhola EFE.

A Rússia está há várias semanas envolvida em conversações com Washington, com o objetivo de obter uma trégua na Ucrânia a todo o custo.

"Mas [os ucranianos] estão prontos para uma resistência nacional até que sejam garantidas condições de paz aceitáveis e segurança contra futuras agressões russas", sublinhou o diretor da instituição ucraniana.

A Rússia e a Ucrânia concordaram com uma trégua provisória aos ataques às infraestruturas energéticas, mediada pelos Estados Unidos, mas rapidamente se acusaram mutuamente de violações, ilustrando as dificuldades de uma negociação de paz mais alargada.

Oleksandr Kovalenko, analista militar do Grupo de Resistência à Informação, argumentou que a perda do apoio dos Estados Unidos constituiria um choque, mas a mesma não seria catastrófica.

"As forças ucranianas já demonstraram a sua capacidade de se adaptarem a combates sem o apoio dos EUA", afirmou Kovalenko, sublinhando que "uma retirada dos EUA poderia acelerar a produção interna de defesa e levar os parceiros europeus a redobrar a sua".

Ilona Sologoub, editora da plataforma analítica VoxUkraine, adiantou também à EFE que a Europa deveria tentar aproveitar a experiência da Ucrânia no campo de batalha e investir na sua indústria de armamento, algo que a Dinamarca já começou a fazer.

"A rapidez é essencial: a Rússia está a adaptar-se e a copiar as nossas tecnologias", alertou Sologoub.

Sologoub recordou ainda que existem atualmente mais de 200 mil milhões de euros em ativos russos congelados na Europa, que poderiam servir como fonte de financiamento para a guerra.

"Se o confisco parecer demasiado ousado, a Europa poderia trocar estes fundos por certificados da União Europeia a 20 anos", sugeriu a editora.

Num artigo conjunto com os economistas Anastasiya Fedik e Yuri Gorodnichenko, da Universidade de Berkeley, Sologoub delineou outras opções, incluindo o desenvolvimento da iniciativa SkyShield - proposta por 70 políticos europeus e vários peritos militares -, com o intuito de proteger a Ucrânia ocidental e central dos mísseis russos, sem confrontar diretamente as forças de Moscovo.

Segundo os economistas, a capacidade de resistência da Ucrânia, que dispõe de recursos limitados, demonstra que a Rússia pode vir a ser derrotada, possibilitando uma paz duradoura no continente, caso a Europa desbloqueie as suas capacidades.

"A Europa deve deixar de se preocupar com a reação de Moscovo e lembrar-se de que a Rússia só recua perante a força", insistiram os peritos.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.


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