Por Jorge Herbert 01.05.2024
Ver o coro de críticas dos guineenses, principalmente da diáspora, sobre o encontro do Presidente da República da Guiné-Bissau com o líder do partido CHEGA, para mim é a clara demonstração da manipulação a que estão sujeitos os guineenses na diáspora, assim como na Guiné-Bissau.
Com claro intuito de caça aos votos, a esquerda portuguesa incutiu na cabeça dos imigrantes com nacionalidade portuguesa, portanto votantes, que o CHEGA é um partido racista que constitui uma ameaça a todos os imigrantes que procuram melhor vida em terras portuguesas, quando esse partido é claro a defender uma imigração controlada e regulada pela necessidade de mão de obra e a sua manutenção sustentada pela produtividade, acabando dessa forma com a imigração a procura de subsídios e no parasitismo da Segurança Social portuguesa.
Por outro lado, criticar esse encontro, é não conhecer bem a figura que se tem como o Presidente da República da Guiné-Bissau, vazio de ideologia politica e que nada mais pretende que protagonismo fácil, participando em eventos e colocando-se ao lado de figuras de destaque, para que possa ser fotografado, mesmo que isso resultar prejudicial para o país que ele devia presidir, mas de que se limita a usar para a sua autopromoção e enriquecimento ilícito… Não importa a ideologia política do Partido de André Ventura, como também não importa que numa visita oficial a convite do seu homólogo, um Presidente da República deve demarcar-se de encontros com líderes partidários, seja de que partido forem… Se Hitler, Salazar, Franco ou Mussolini estivessem vivos e se predispusessem a serem fotografados ao lado de Úmaro Sissoco Embaló, decerto que este se regozijaria desse momento, importando-se pouco com o facto de serem ditadores carrascos do próprio povo. Aliás, não se podia esperar outra coisa, de quem foi servidor e admirador de Kaddafi e Nino Vieira!
No entanto, o mundo atual não se compactua com esse tipo de ditadores nem de regime, conseguindo afirmar-se apenas nos países com altas taxas de analfabetismo e de iletracia políticas, como a Guiné-Bissau, em que alguma franja da população é facilmente manipulada por convicções étnico-religiosas, possibilidade de acesso/contacto fácil com os líderes políticos, ou meia-dúzia de quilómetros de alcatrão plantados na cidade, sem capacidade para questionar a proveniência dos fundos, que encargos trás para o país, se todo esse fundo é utilizado nessas obras e o que falta nas outras áreas como a saúde e a educação…
E assim vão os guineenses, facilmente manipulados pela propaganda fácil e bacoca, quer na Guiné-Bissau como em Portugal e o país a assistir em silêncio as novelas romanceadas ou dramáticas, que têm o seu Presidente como o principal protagonista…
Jorge Herbert