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Por Lusa 17/05/24
O Brasil tem 11,4 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever, número superior ao da população de Portugal (10,3 milhões de pessoas), segundo um levantamento divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado faz parte do último Censo realizado no Brasil, que indicou que em 2022 havia 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, das quais 151,5 milhões sabiam ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabiam.
Segundo o IBGE, nestes grupos populacionais, a taxa de alfabetização no país sul-americano era de 93% em 2022 e a taxa de analfabetismo de 7%. No Censo 2010, as taxas de alfabetização e analfabetismo eram de 90,4% e 9,6% nas mesmas faixas etárias.
Os grupos de idade de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos tinham as menores taxas de analfabetismo (1,5%) e o de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa (20,3%). Porém o grupo dos idosos teve a maior queda em duas décadas, passando de 29,4% em 2010 para 20,3% em 2022.
O órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro afirmou que as pessoas de cor ou raça branca e amarela com 15 anos ou mais de idade tiveram as menores taxas de analfabetismo, 4,3% e 2,5%, respetivamente.
Já as pessoas de cor ou raça preta (10,1%) e parda (8,8%), do mesmo grupo etário, tiveram taxas de analfabetismo mais que o dobro das dos brancos, e a de indígenas foi quase quatro vezes maior (16,1%).
Em fevereiro passado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) Brasil considerou urgente atacar o problema do analfabetismo entre crianças numa faixa etária que não foi analisada pelo IBGE neste censo.
Segundo os dados disponíveis citados por esta agência da ONU, o analfabetismo afeta 56% das crianças de sete e oito anos no ensino público brasileiro.
A oficial de educação do Unicef no Brasil, Julia Ribeiro, disse à Lusa ser necessário que a sociedade não aceite mais "que uma criança até aos oito anos de idade não esteja alfabetizada".
"É mais que urgente endereçar esse problema, que já era um problema ainda antes da pandemia e que foi agravado pela pandemia", frisou.
"É preciso investir em estratégias que olhem para as crianças que estão agora em idade de alfabetização, mas que existam também ações com foco especial para aquelas que não conseguiram aprender durante a pandemia e ficaram para trás", concluiu.
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