Reconstrução do Australopithecus afarensis "Lucy", no "Neanderthal Museum", na Alemanha. |
Lucy foi desenterrada na Etiópia em 1974. O esqueleto estava 40% completo e com 47 dos 207 ossos intactos. Especialistas da Universidade de Cambridge recriaram os músculos das pernas em 3D.
Lucy, a humana ancestral mais "famosa do mundo", devia conseguir andar de pé como os humanos, sugere uma nova investigação. Os especialistas da Universidade de Cambridge fizeram uma reconstrução em 3D aos músculos das pernas. Os resultados ajudam a esclarecer a evolução do movimento físico nos humanos.
Semelhante a um macaco e da espécie Australopithecus afarensis, Lucy viveu em África há mais de três milhões de anos. Foi desenterrada na Etiópia em 1974. O esqueleto estava 40% completo e com 47 de 207 ossos intactos, o que permitiu conhecer melhor a sua biologia em comparação a qualquer outro fóssil da época. Quando foi encontrada, os arqueólogos estavam a ouvir "Lucy In The Sky With Diamonds", dos The Beatles. Foi, por isso, "batizada" de Lucy.
Devia ser uma jovem adulta quando morreu, com pouco mais de um metro de altura e menos de 30 quilos, apontaram os investigadores. Alguns cientistas defendem que andava "agachada como macacos", enquanto outros acreditavam que os seus movimentos eram mais parecidos aos de humanos.
Quase 50 anos depois, os músculos dos membros inferiores foram recriados em 3D, numa investigação da Universidade de Cambridge, liderada por Ashleigh Wiseman. A recriação a 36 músculos em cada perna foi possível a partir de dados de cicatrizes musculares e de uma ressonância magnética.
Universidade de Cambridge |
Os resultados sugerem que Lucy, com um rosto de macaco e um cérebro menor, conseguia endireitar as articulações dos joelhos, ficar de pé e andar como o "ser humano moderno". O estudo revela que os músculos das pernas eram duas vezes maiores do que os nossos. Ou seja, apesar dos músculos das pernas adequados para morar em árvores, os joelhos permitiam andar totalmente direita.
"Os músculos de Lucy indicam que ela era tão hábil em andar sobre duas pernas como nós", diz Ashleigh Wiseman, citada pela Sky News.
A investigação da Universidade de Cambridge foi publicada esta quarta-feira na revista Royal Society Open Science. Os resultados ajudam a esclarecer como o movimento físico evoluiu nos humanos, dizem os cientistas, citados pela Sky News.
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