O governo de Nuno Gomes Nabiam entregou esta quinta-feira, 23 de abril de 2020, o programa de governação à segunda vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Adja Satu Camará Pinto, que posteriormente deverá remetê-lo ao presidente do hemiciclo guineense, Cipriano Cassamá, para que seja dado um encaminhamento legal, de acordo com o regimento da ANP.
A agenda pessoal do presidente da ANP impediu-o de estar presente na entrega do documento, indicou Nabiam aos jornalistas, que, entretanto, disse estar confiante de que os prazos legais serão respeitados, incluindo a marcação da data para discussão do programa e, consequentemente, a sua eventual aprovação pelos deputados da nação.
“O presidente da ANP não esteve presente na entrega devido à sua agenda pessoal, mas instruiu a segunda vice-presidente a receber o programa e acreditamos que é um documento exequível e que merecerá a atenção dos deputados”, assinalou.
Nuno Gomes Nabiam reconheceu que o programa foi elaborado num contexto difícil em que o país enfrenta o problema de novo Coronavírus (Covid-19) que abalou o mundo e a Guiné-Bissau, mas prometeu trabalhar para ultrapassar a pandemia.
“O governo tomou medidas restritivas de movimentação que afetarão todos os cidadãos e a nossa economia. Outro desafio está relacionado com a campanha de comercialização da castanha de caju, portanto Covid-19 provocará uma queda grande no concernente à receita da população urbana”, sublinhou.
O chefe de governo frisou que tanto esse desafio como stock de arroz, açúcar, óleo alimentar, etc… ” são grandes imperativos” do executivo guineense, pelo que está a trabalhar neste sentido para garantir que, quando a doença atingir os picos mais altos, o país não tenha rotura de arroz, açúcar e nem de óleo alimentar.
Nuno Gomes Nabiam informou que o seu governou herdou uma dívida acima de 9,5 milhões de dólares a pagar à empresa que fornece a luz elétrica a cidade de Bissau, acima de cento e trinta e dois bilhões de francos CFA com os bancos comerciais do país a liquidar e uma dívida com instituições financeiras internacionais.
“Só para terem a ideia, nos últimos três anos essa dívida com as instituições financeiras internacionais cresceu num valor de sessenta biliões de francos CFA e esse valor inclui também a empresa que fornece a luz à Bissau. Corremos o risco de a empresa cortar o fornecimento da luz”, alertou Nabiam.
Por: Filomeno Sambú
Foto: F.S e Gabinete de PM
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