terça-feira, 23 de maio de 2023

O presidente russo, Vladimir Putin, insistiu hoje que a Ucrânia nunca existiu "na história da humanidade" até à sua "criação" pela União Soviética (1922), uma das razões para justificar a intervenção militar no país vizinho.

© REUTERS/Turar Kazangapov

POR LUSA   23/05/23 

 Putin: "Até essa altura [União Soviética] não existia uma Ucrânia"

O presidente russo, Vladimir Putin, insistiu hoje que a Ucrânia nunca existiu "na história da humanidade" até à sua "criação" pela União Soviética (1922), uma das razões para justificar a intervenção militar no país vizinho.

As autoridades soviéticas criaram a Ucrânia soviética. Isso é uma coisa conhecida. E até essa altura não existia uma Ucrânia na história da humanidade", defendeu Putin, durante um encontro com o presidente do Tribunal Constitucional da Rússia, Valeri Zorkin.

Putin fez o comentário enquanto olhava para o mapa do Império Russo desenhado na França no século XVII, oferecido por Zorkin, que recebeu hoje um prémio no Kremlin.

De acordo com os 'media' russos, neste mapa, vários territórios foram marcados como entidades independentes, como a Polónia ou a Lituânia, mas não a Ucrânia.

Durante a cerimónia realizada no Kremlin, Putin sublinhou que parte do povo russo foi separada do resto do Estado devido a uma "injustiça histórica", aludindo à divisão da URSS em 15 países independentes em 1991.

"Mas eles nunca deixaram de ser o nosso povo", explicou Putin, usando o mesmo argumento que tem repetido há vários anos.

O atual líder russo acredita que Kiev deveria agradecer ao fundador da URSS, Vladimir Lenine, por permitir a criação da República Socialista Soviética da Ucrânia.

A URSS nasceu em dezembro de 1922 como um estado federal, quando o ponto 26 do tratado contemplava o direito de cada república de sair livremente da união, deixando russos e ucranianos em pé de igualdade.

Esta opção foi aproveitada por várias repúblicas para romper com o controlo do Kremlin no final dos anos 80 do século passado, o que levou ao desaparecimento da URSS.

Putin não hesitou em acusar Lenine de ter colocado "uma bomba atómica sob o prédio chamado Rússia", que "explodiu mais tarde", ao reconhecer o direito à autodeterminação dos povos.

Recentemente, o Ministério da Educação russo anunciou o desenvolvimento de um novo manual de história para o último ano do ensino secundário com capítulos dedicados à ofensiva na Ucrânia.

A imprensa independente russa denunciou que referências positivas à Ucrânia desapareceram em várias descrições históricas, especialmente no que diz respeito ao primeiro reino eslavo medieval, com a capital na atual Kiev, e que tanto russos como ucranianos consideram ter sido o precursor primordial dos seus respetivos estados.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - CHEGADA DE COORDENADOR NACIONAL DO MADEM-G15, BRAIMA CAMARA, A ILHA DE BUBAQUI

Bubaque, foi a última ilha de “ TCHOM DI BIDJUGU” escolhida pela comitiva do MADEM-G15 no seu périplo pelo arquipélago.




CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - CHEGADA DE COORDENADOR NACIONAL DO MADEM-G15, BRAIMA CAMARA, A ILHA DE CANHABAQUI

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15: #vota_mademg15 #HoraTchiga ...Suzi Barbosa



VIDEO by: Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

CHEGADA DE COORDENADOR NACIONAL DE MADEM G15 BRAIMA CAMARA A ILHA DE CANHABAQUI🙌🏿🙌🏿🙌🏿✊🏿✊🏿




Hora Tchiga Pa Kumpu Guiné (Bubaque) ...Dia 4 de Junho no bai Vota (7) pa muda bu futuro. ...Futuro 1º Ministro (Braima Camará)

#votamademg15 #horatchiga #braimacamara

Braima Camará 


SENEGAL : O processo de violação contra Ousmane Sonko, figura da oposição senegalesa e candidato declarado às eleições presidenciais de 2024, foi hoje retomado, na sua ausência, no tribunal de Dacar, com uma forte proteção policial por receio de distúrbios.

© Getty

POR LUSA   23/05/23 

 Senegal. Retomado julgamento por violação do candidato da oposição

O processo de violação contra Ousmane Sonko, figura da oposição senegalesa e candidato declarado às eleições presidenciais de 2024, foi hoje retomado, na sua ausência, no tribunal de Dacar, com uma forte proteção policial por receio de distúrbios.

Sonko, presidente do partido Pastef - Os Patriotas e terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais de 2019, vai ser julgado por um tribunal penal por violação e ameaças de morte contra uma empregada de um salão de beleza da capital.

O seu julgamento teve início em 16 de maio, também na sua ausência, num contexto de confrontos em Ziguinchor (sul), em Dacar e na sua região, mas foi adiado para esta semana.

O caso mantém o Senegal em suspenso há mais de dois anos. A comparência de Sonko perante a justiça, neste caso e num outro de difamação, têm originado incidentes e confrontos.

Sonko, de 48 anos, admitiu ter ido receber uma massagem para aliviar uma dor crónica nas costas, mas sempre negou as acusações nos casos de alegada violação e difamação e afirmou que o Governo está a conspirar para o manter fora das eleições presidenciais.

Temendo pela sua segurança, anunciou que deixaria de responder às convocatórias do tribunal sem uma garantia do Estado para a sua integridade física. O Estado não deu qualquer sinal de ter cedido a esta exigência.

Presume-se que Sonko se encontra em Ziguinchor, a cidade de que é presidente da câmara e para onde se retirou há vários dias, a centenas de quilómetros de Dacar.

Os seus apoiantes mantêm uma guarda apertada à volta da sua casa para evitar qualquer tentativa de o prender e de o obrigar a comparecer em tribunal.

Não foram registados distúrbios significativos na manhã de hoje.


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COLIGAÇÃO PAI - CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


 
Ditaduraeconsenso.blogspot.com   terça-feira, 23 de maio de 2023


O Kremlin exprimiu hoje "profunda preocupação" em relação à incursão de um "grupo armado ucraniano" em território russo e apelou a "maiores esforços" para combater o número crescente de ataques.

© Reuters

POR LUSA   23/05/23 

 Kremlin "profundamente preocupado" com alegado ataque ucraniano na Rússia

O Kremlin exprimiu hoje "profunda preocupação" em relação à incursão de um "grupo armado ucraniano" em território russo e apelou a "maiores esforços" para combater o número crescente de ataques.

"O que aconteceu ontem (segunda-feira) é motivo de grande preocupação e demonstra mais uma vez que os combatentes ucranianos continuam atividades contra o nosso país. Isto exige mais esforços da nossa parte. Estes esforços continuam e a 'operação militar especial' (na Ucrânia) continua para que isto não volte a acontecer", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

As tropas e as forças de segurança da Rússia afirmam estar a combater desde segunda-feira um alegado ataque surpresa que Moscovo atribui a sabotadores militares ucranianos.

Kiev rejeita responsabilidades e afirma tratar-se de uma "sublevação" por parte de "resistentes russos" no próprio país.

Um representante da Direção de Inteligência Militar da Ucrânia atribuiu os ataques a dois grupos de voluntários russos que lutam contra o Kremlin: o Corpo de Voluntários Russos (CVR) e a Legião da Liberdade para a Rússia (LLR).

O CVR publicou vídeos dos ataques de segunda-feira no seu canal do Telegram, enquanto a LLR anunciou o "início da invasão de Graivoron, na região de Belgorod", onde ocorreu o ataque.

"A Rússia será livre!", escreveu o LLR, que afirma no seu canal no Telegram que está "a lutar contra o regime ditatorial na Rússia".

Vyacheslav Gladkov, governador da região russa de Belgorod, junto à fronteira com a Ucrânia afirmou que as "forças da Rússia" continuam mobilizadas nas áreas rurais perto da cidade de Graivoron onde foi localizado o alegado ataque de segunda-feira. 

Gladkov disse hoje que a Rússia evacuou civis de nove cidades na região de Belgorod foram evacuadas e que "a limpeza da área prossegue", referindo-se aos grupos armados infiltrados.

Segundo o governador, a província russa foi atacada mais de quarenta vezes com 'drones', artilharia e morteiros em diferentes localidades, entre segunda-feira e esta manhã, havendo 12 civis feridos e 29 casas particulares danificadas.

A Rússia abriu um processo-crime por terrorismo contra os autores dos ataques na região russa de Belgorod, junto à fronteira com a Ucrânia, que atribuiu a forças ucranianas, anunciou hoje o Comité de Investigação russo.

"Estão a ser tomadas medidas para determinar a identidade dos agressores e todas as circunstâncias do incidente", declarou o organismo responsável pelas principais investigações na Rússia num comunicado citado pela agência francesa AFP.

Até ao momento, os acontecimentos relatados por Moscovo desde segunda-feira não foram verificados por entidades independentes.

Nos últimos meses, a Rússia tem acusado "sabotadores" ucranianos de incursões armadas no interior do país.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Guiné-Bissau: O Presidente da República e Comandante das Forças Armadas, visitou hoje, todas as unidades militares:

- Estado Maior General das Forças Armadas  (Amura);
- Estado Maior do Exercito;
- Regimento de Para-Comandos, Força Aérea e Artilharia Terrestre;
- Estado Maior de Armada ( Marinha).

Visita à Estado Maior General das Forças Armadas (Amura)👇

Visita ao Estado Maior do Exército👇

Visita ao Regimento da Artilharia Terrestre👇

Visita ao Estado Maior da Marinha👇



Belgorod: Vários ataques com 'drones' atingiram casas e um edifício administrativo durante a noite na região russa de Belgorod, alvo de uma incursão ucraniana, de acordo com as autoridades locais.

© Reuters

POR LUSA   23/05/23 

 Região russa de Belgorod sofre ataques de 'drones' após incursão armada

Vários ataques com 'drones' atingiram casas e um edifício administrativo durante a noite na região russa de Belgorod, alvo de uma incursão ucraniana, de acordo com as autoridades locais.

Os ataques, que ocorreram na cidade de Graïvoron, no distrito com o mesmo nome, e na vila de Borissovka, não causaram vítimas ou feridos, escreveu na plataforma Telegram o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov.

"Duas casas foram atacadas por 'drones' em Graïvoron" e incendiaram-se, afirmou Gladkov.

Na povoação de Borissovka, um 'drone' atacou um edifício administrativo, seguindo-se um novo ataque a uma casa, danificando o telhado da estrutura, segundo a mesma fonte.

A região de Belgorod, em particular o distrito de Graïvorona, foi alvo na segunda-feira de uma incursão de combatentes armados da Ucrânia, que feriu oito pessoas e levou a Rússia a desencadear uma "operação de contraterrorismo".

Os serviços de segurança russos (FSB) introduziram durante a tarde o "regime jurídico da zona de operações antiterroristas" na região, dando às autoridades poderes acrescidos para conduzir operações armadas, controlar civis ou retirar populações.

É a primeira vez que tal acontece desde o início da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

"A operação de busca conduzida pelo Ministério da Defesa e pela polícia continua" hoje no distrito de Graïvoron, disse Gladkov.

"A polícia está a fazer tudo o que é necessário", assegurou o governador, apelando aos habitantes que foram retirados de casa para não regressarem por enquanto.

A Ucrânia negou a organização da incursão armada na região de Belgorod.

A operação foi reivindicada num canal do Telegram que se apresenta como pertencendo à Legião da Liberdade para a Rússia, um grupo de russos que luta do lado ucraniano e que já tinha afirmado estar por trás de anteriores incursões na região.


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Mundo com défice de vacinas contra a cólera até 2025, alerta OMS

© Getty Images

POR LUSA  23/05/23 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta segunda-feira que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.

Num alerta para o aumento de casos de cólera em todo o mundo, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) sublinha que esta "é uma emergência", defendendo que é necessário "intensificar a imunização para conter" este cenário.

No entanto, o maior problema é o acesso à vacina e uma parceira da OMS nessa área, a Aliança Global de Vacinação Gavi, já alertou que a falta de doses deverá persistir até 2025, noticiou o portal ONU News.

De acordo com a Gavi, é possível garantir uma entrega de doses para a vacinação preventiva em larga escala até 2026, mas para isso, os países precisam de agir com urgência.

Atualmente, 24 países registam casos de cólera e, de acordo com a OMS, a doença pode espalhar-se para 43 nações, colocando 1 bilião de pessoas em risco.

Entre os fatores para que as pessoas sejam infetadas estão a pobreza, conflitos, alterações climáticas e deslocamentos.

"As movimentações afastam as pessoas de fontes mais seguras de comida, água e assistência médica", alerta a OMS.

No ano passado, os casos e as mortes por cólera aumentaram, registando-se uma expansão para nove novas regiões, particularmente de conflito e com altos níveis de pobreza.

A situação levou a OMS e parceiros a mudar temporariamente o regime das doses administradas para prevenção de duas para uma.

No entanto, as reservas esgotaram-se em dezembro, acrescenta o portal.

Até ao final de 2022, um total de 15 países relataram casos, número que até maio chegou a 24 nações.

Moçambique é um dos países com aumento de pacientes na década de mudança sazonal nos casos de cólera.

O risco é que haja retrocessos, após avanços alcançados no controlo da doença em décadas anteriores.

A OMS calcula que mais 10 milhões de unidades de vacinas foram utilizadas para responder a surtos entre 2021 e 2022.

A procura foi maior do que a soma de toda a década anterior, acrescentou

Para o diretor administrativo da Gavi para Mercados de Vacinas e Segurança de Saúde, Derrick Sim, "a boa notícia é que existem doses para manter o atendimento a toda a procura de emergência, apesar do aumento de surtos".

Para Derrick Sim, é obrigação das autoridades "prevenir surtos", além de serem realizar esforços coletivos para revitalizar programas de prevenção.

A OMS já tinha alertado para um cenário sombrio em relação às perspetivas para controlar a doença a curto prazo.


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Bakhmut fez de Prigozhin um herói para o povo russo e uma ameaça para as altas patentes do Kremlin. O que se segue? “Ele está mortinho por sair de lá”

Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner (Foto: AP)

João Guerreiro Rodrigues   CNN  23/05/23

O grupo Wagner pode estar prestes a desaparecer da Ucrânia e a rumar a paragens ainda mais lucrativas

Foram a vanguarda da batalha mais violenta deste século. Durante 224 dias, os "músicos da orquestra", como são conhecidos na Rússia, tentaram de tudo para conquistar a pequena cidade de Bakhmut, na região do Donbass. As perdas foram “assombrosas”, milhares de vidas perdidas, com as tropas ucranianas a fazerem com que os mercenários pagassem caro cada avanço. Agora, menos de dois dias depois de anunciar a sua conquista, Yevgeny Prigozhin, líder do infame grupo Wagner, anuncia que vai dar ordem para os seus homens se retirarem da cidade no início de junho. Os especialistas consideram que as intrigas políticas, negócios em África e a incapacidade de defender o território ocupado podem levar os mercenários do Kremlin a desaparecer da guerra na Ucrânia.

“O grupo Wagner não parece ter potencial necessário para aguentar o terreno que conquistou. É preciso soldados para defender o território conquistado. Prigozhin quer sair de Bakhmut como o grande vencedor que conquistou a cidade, e não como o homem que não a soube manter. Ele está mortinho por sair de lá”, explica o major-general Isidro de Morais Pereira.

Yevgeny Prigozhin e os seus mercenários chegaram à periferia de Bakhmut no final de agosto. Tinham sido chamados pelo então líder da “operação militar especial”, o general Serguei Surovikin, que planeava direccionar para a cidade o principal golpe para tentar conquistar a região do Donbass, um dos principais objetivos militares de Vladimir Putin. O grupo comandava entre 45 a 55 mil soldados, compostos por um misto de veteranos, voluntários e muitos prisioneiros, alistados após uma controversa campanha de recrutamento em várias prisões russas, onde lhes foi prometido o alívio das sentenças em troca de seis meses de serviço militar.

Na frente de batalha, eram precisamente estes os homens colocados na linha da frente. “Continua a avançar até morrer”, recorda um dos reclusos capturados pelas forças ucranianas, nos arredores de Bakhmut, quando questionado sobre as ordens dadas pelos seus superiores. O resultado desta estratégia foi o envio de sucessivas “ondas humanas” contra as defesas ucranianas, algumas delas pre-posicionadas há mais de oito anos, depois de a cidade ter sido atacada por grupos armados apoiados por Moscovo, em 2014. Segundo o Conselho Nacional de Segurança norte-americano, estas táticas resultaram num número de baixas “assombroso”, que pode chegar aos 20 mil mortos e 80 mil feridos, apenas do lado russo.

“No auge do combate, em fevereiro e março, os homens de Prigozhin chegaram a ter cerca de 100 a 120 por dia. As perdas foram terríveis e acredita-se que agora o número de homens ao seu dispor não deve ultrapassar os 15 mil homens”, refere o major-general, que insiste que um número tão elevado de baixas fazem com que as unidades militares do Wagner sejam ineficazes do ponto de vista militar. Por isso, o futuro deste grupo paramilitar com ligações ao Kremlin deve passar por um período de reorganização, que deverá durar cerca de seis meses. “Prigozhin vai reagrupar. Ele deverá retirar-se para uma aérea mais segura para reunir os seus militares, dar-lhes descanso, recrutar novos militares e refazer o seu pequeno exército. Esse deverá ser o seu principal objetivo”, conclui Isidro de Morais Pereira.

A piorar a situação, o Kremlin fechou a porta de Prigozhin à sua principal fonte de mão-de-obra: o sistema prisional russo. Outrora uma fonte quase inesgotável de soldados com que atirar contra as linhas de defesa ucranianas, o grupo Wagner vê-se obrigado a fazer uma gestão mais cautelosa dos seus ativos. "Para o major-general Isidro de Morais Pereira, os 15 mil homens que o grupo Wagner dispõe podem não ser sequer suficientes para manter os ganhos na cidade, particularmente enquanto as tropas ucranianas continuam a avançar nos flancos da cidade, podendo mesmo acabar por cercar os homens que defendem o seu interior.

Na última semana, a Ucrânia lançou com sucesso uma série de contra-ataques contra as posições russas ocupadas nos arredores da cidade, a Norte e a Sul, que começam a ameaçar os soldados russos que se encontram no interior das ruínas desta cidade. Para o major-general, este pode ser o verdadeiro motivo pelo qual Prigozhin terá de recuar.

“Bakhmut está praticamente tomada pelas forças do grupo Wagner, mas os mercenários não têm potencial para aguentar o terreno que conquistaram. As perdas dos combates foram tremendas e o grupo ficou reduzido a uma pequena fração daquilo que era no início dos combates”, insiste o especialista militar.

Ambições maiores que a Ucrânia

O empresário russo anunciou o plano de criar posições defensivas no interior da cidade e de, entre o dia 25 de maio e 1 de junho, transferir a defesa dessas posições para o exército russo. Mas estas operações não são fáceis de executar e podem criar sérios riscos para as tropas regulares das Forças Armadas russas, aumentando as tensões numa relação muito difícil entre o líder dos mercenários e as mais altas patentes militares do Kremlin. No auge dos combates por Bakhmut, Prigozhin criticou diretamente o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e o líder das forças armadas russas, Valery Gerasimov, acusando-os de ser responsáveis pela morte dos seus homens ao não enviarem as munições de artilharia necessárias e chegou mesmo a ameaçar retirar-se da frente de combate. Para os especialistas, este tipo de declarações só são possíveis com a conivência do presidente russo, Vladimir Putin, que poderá ver alguns benefícios em “dividir para reinar”.

“Este tipo de situações protagonizadas por Prigozhin são impensáveis na Rússia atual, onde se prendem cidadãos por dizer que decorre uma guerra. Acredito que estas declarações são incentivadas pelo presidente russo. Ele não poderia repetir essas afirmações se não tivesse ordens claras para o fazer”, afirma o historiador António José Telo.

De acordo com o Institute for the Study of War (ISW), uma organização que estuda assuntos ligados à Defesa, o líder do grupo Wagner está a utilizar esta guerra para se tornar numa figura política proeminente na Ucrânia. A verdade é que esta campanha em Bakhmut valeu a Prigozhin o estatuto de herói na Rússia e essa popularidade pode transformar-se em poder político. Aos olhos das alas mais ultranacionalistas russas, o Grupo Wagner mostrou-se mais competente em conquistar território à Ucrânia do que o exército regular russo e, por isso, Prigozhin começa a ser cada vez mais uma “alternativa credível ao poder”.

Além disso, o empresário russo conta com o controlo de uma vasta rede de bloggers militares com milhões de seguidores no Telegram, que propagam e ampliam as conquistas dos mercenários e do seu líder. Esta combinação, torna-o bastante incómodo para a chefia militar russa, particularmente para o ministro da Defesa, Serguei Shoigu.

“Prigozhin encarna um tipo de herói que agrada à população russa. É patriota, desafia a autoridade instalada, mas sem deixar de ser um russo que cumpre os seus deveres patrióticos. Ele também controla uma parte significativa dos bloggers militares e essa proeminência faz com que a sua imprensa seja uma boa imprensa. Tudo isto faz com que possa ser um incómodo do ponto de vista político”, afirma Diana Soller, professora e investigadora no Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade NOVA de Lisboa.

Regresso a "oportunidades mais lucrativas"

Na sua essência, Yevgeny Prigozhin é um empresário e o grupo Wagner é uma ferramenta para fazer dinheiro. Isidro de Morais Pereira reforça que, apesar das perdas humanas, o líder dos mercenários é agora um homem "cada vez mais rico". Mas, ao mesmo tempo, enfraqueceu o dispositivo mercenário em alguns países onde tinha operações montadas. O perigo que este apresenta para as chefias militares russas pode fazer com que Prigozhin se veja obrigado a focar os seus esforços noutros locais, onde já fez muito dinheiro. Os especialistas apontam que o futuro do grupo de mercenários pode voltar a passar por um foco em regiões como a República Centro Africana, Líbia, Sudão, Síria ou o Mali, onde “a orquestra” tem uma parte muito significativa das suas operações.

Antes do conflito na Ucrânia, o grupo foi utilizado pelo Kremlin para fortalecer as relações russas com regimes autoritários em muitos países africanos a troco de concessões de explorações de recursos naturais, como minas de ouro, diamantes, entre outros. E o futuro do “chefe de Putin”, alcunha que ganhou quando montou um lucrativo negócio de catering com o Kremlin, pode mesmo ficar restrito a esses países até conseguir recuperar da longa batalha de Bakhmut.

“Podemos vê-lo desaparecer por razões políticas ou por razões financeiras, para se dedicar a países que lhe possam trazer o lucro que ele procura”, frisa Diana Soller.

CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - COORDENADOR NACIONAL DO MADEM-G15 EM BOLAMA BIJAGO

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CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - CHEGADA DE COORDENADOR NACIONAL DO MADEM-G15 EM BOLAMA BIJAGO

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Chegada de Samuel Samuel Eto'o em Bissau 3

Video by:  Antonio Iaia SEidi

CANAL FALADEPAPAGAIO

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Chegada de Samuel Eto'o em Bissau 02

Video by:  Antonio Iaia SEidi

Chegada de Samuel Samuel Eto'o em Bissau

Video by:  Antonio Iaia SEidi

IMPRENSA: Guiné-Conacri. Jornalistas boicotam cobertura de atividades junta militar

© iStock

 POR LUSA  22/05/23 

As associações de imprensa guineenses anunciaram hoje que vão boicotar todas as atividades da junta militar no poder até que esta levante as restrições à divulgação da informação, nomeadamente a limitação do acesso à Internet.

As organizações que representam as televisões, rádios, jornais e portais privados na Internet também declararam o porta-voz do Governo e ministro das Telecomunicações, Ousmane Gaoual Diallo, como "inimigo da imprensa guineense".

Em comunicado, anunciaram um "dia sem imprensa na terça-feira" e uma marcha de protesto em 01 de junho.

As mesmas associações denunciaram na passada quinta-feira a apreensão dos transmissores de duas estações de rádio pertencentes ao grupo de imprensa Afric Vision, a restrição ou bloqueio do acesso a populares portais de notícias e redes sociais, e os comentários do porta-voz do governo de que as autoridades iriam encerrar todos os meios de comunicação social que contribuíssem para "minar a unidade nacional" ou "incitar os guineenses uns contra os outros".

Ousmane Gaoual Diallo negou, no entanto, qualquer envolvimento das autoridades nos distúrbios na Internet e na operação contra a Afric Vision.

Estas ações coincidem com uma convocação de manifestações por parte da oposição.

Os internautas guineenses queixam-se desde o passado dia 17 da dificuldade ou impossibilidade de aceder a portais de notícias ou a redes sociais como o Facebook, WhatsApp, Instagram ou TikTok sem uma VPN.

As restrições foram confirmadas pelo serviço de monitorização da Internet NetBlocks.

A Guiné-Conacri é governada desde 2021 por uma junta militar liderada pelo coronel Doumbouya.

Os militares concordaram, sob pressão internacional, em entregar o poder a civis eleitos até ao final de 2024, enquanto procedem a reformas de grande alcance.

A junta militar deteve uma série de líderes da oposição e iniciou processos judiciais contra outros.

Paralelamente, proibiu em 2022 todo o tipo de manifestações.

A oposição denuncia a gestão autoritária e exclusiva do país por parte da junta e apela à rápida devolução do poder aos civis.


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Unicef alerta para grave "crise de fome" no corno de África

© Reuters

POR LUSA  22/05/23 

Mais de sete milhões de menores de 5 anos no corno de África vivem uma "crise de fome, deslocação, escassez de água e insegurança" numa "escala sem precedentes", alertou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O alerta consta de um comunicado da agência da ONU, assinado pelo seu diretor para a África Oriental e Austral, Mohamed Fall, que reclama apoio nutricional urgente para os menores.

"Nos últimos três anos, as comunidades foram forçadas a tomar medidas extremas para sobreviver, com milhões de crianças e famílias a abandonarem as suas casas por puro desespero em busca de comida e água", lê-se na nota.

Mohamed Fall salienta que a crise humanitária "privou as crianças dos elementos essenciais da infância: ter comida suficiente, uma casa, água potável e ir à escola".

Embora as chuvas dos últimos meses estejam a permitir que a região do corno de África saia da pior seca dos últimos 40 anos, mais de 1,9 milhões de crianças ainda correm o risco de morrer "devido a uma desnutrição grave", alerta a Unicef.

Além disso, as fortes chuvas provocaram graves inundações depois de o solo ressequido não ter sido capaz de absorver a água, desencadeando uma nova vaga de deslocações e a perda de colheitas, escolas e casas.

No que diz respeito à Somália, as inundações obrigaram cerca de 219 mil pessoas a abandonar as suas casas.

Na vizinha Etiópia, onde já há cerca de 100 mil pessoas deslocadas pelas inundações, os especialistas receiam a possível propagação de um surto de cólera no país.

A Unicef calcula que 23 milhões de pessoas na Etiópia, no Quénia e na Somália sofrem de "elevados níveis de insegurança alimentar aguda".


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Grande Entrevista by Antonio Iaia SEidi

CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - CHEGADA DE COORDENADOR NACIONAL DO MADEM-G15 EM BOLAMA BIJAGO

VIDEO by: R Kelly Queba Sané

Cabo Verde quer reduzir evacuações médicas para Portugal com novo hospital

© Reuters

POR LUSA  22/05/23 

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou hoje que o processo de construção do novo hospital na Praia está "bem encaminhado", com o objetivo de reduzir os "custos elevados" com as evacuações médicas para Portugal.

"A solução que nós estamos a desenhar é a construção do novo Hospital de Cabo Verde, aqui na cidade da Praia. O processo está também bem encaminhado relativamente à criação de capacidades internas que possam reduzir as necessidades de evacuações, nomeadamente tipificando alguns tipos de intervenções que são prioritárias e este processo acontecerá. Até lá, temos que continuar a gerir o processo das evacuações com menos problemas possíveis relativamente aos doentes evacuados", avançou Ulisses Correia e Silva, questionado pelos jornalistas após uma comunicação ao país, para assinalar os dois anos de governação.

O primeiro-ministro, empossado no cargo, para um segundo mandato, em 20 de maio de 2021, disse ainda que as evacuações dependem de um quadro de cooperação que o país tem com Portugal, que responde a "milhares de situações que são canalizadas" para evacuações médicas, "mas com custos elevados" que são assumidos pelo Sistema Nacional de Saúde português e por Cabo Verde.

"Sabemos que essas questões dependem muitas vezes da disponibilidade de serviços diretos. Só há confirmação de ida quando de facto há a garantia de que o doente vai e consegue ser atendido imediatamente. E conhecemos a situação também da pressão que existe em Portugal, no Sistema Nacional de Saúde", acrescentou.

O custo com as evacuações médicas para Portugal suportadas pela segurança social cabo-verdiana - para especialidades e tratamentos indisponíveis no arquipélago - aumentou mais de 14% em 2022, face ao ano anterior, para 5,2 milhões de euros.

O Governo cabo-verdiano apresentou a 03 de março de 2021 o projeto do Hospital Nacional de Cabo Verde (HNCV), orçado em 7,2 mil milhões de escudos (65 milhões de euros), com previsão de conclusão - apesar de a obra ainda não ter sido lançada - dentro de quatro anos e o objetivo de melhorar o nível de cuidados de saúde e reduzir as evacuações externas.

O futuro hospital nacional deverá ser construído na zona de Achada Limpo, concelho da Praia, com capacidade máxima de 134 camas, sendo 12 para cuidados intensivos.

Segundo o Governo, a futura infraestrutura de saúde não vai substituir os dois hospitais centrais públicos do país -- Agostinho Neto, na Praia, e Batista de Sousa, em São Vicente -- mas sim complementar a oferta disponível e maximizar os recursos.

Ulisses Correia e Silva afirmou ainda hoje, questionado pelos jornalistas, que "há estudos conclusivos que demonstram que não há possibilidade" de construir um aeroporto na ilha da Brava - nomeadamente para garantir evacuações médicas -, mas que o país quer procurar soluções alternativas, particularmente em transportes marítimos, garantindo que a disponibilidade do mesmo todos os dias.

"Nós teremos que procurar outras soluções alternativas, particularmente linhas dedicadas de transportes marítimos, que é o que vai acontecer Fogo-Brava, vai estar todos os dias disponíveis e todos os dias a fazer este circuito. Investimentos privados que estão previstos para a ilha da Brava e, eventualmente lá mais para a frente, vermos a nível da Proteção Civil e da Emergência Civil, nós estamos a trabalhar particularmente a nível da Guarda Costeira, a possibilidade de termos helicópteros que possam atuar em situações de emergência", declarou.

A ilha da Brava, considerada a mais isolada das ilhas cabo-verdianas, passou a contar em novembro passado com um meio naval da Guarda Costeira em permanência e vai receber um centro de saúde com valências de hospital.


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Kyiv precisa de 150 caças para substituir atual frota pós-soviética

© Lusa

POR LUSA  22/05/23 

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuri Ignat, estimou hoje em cerca de 150 o número de aviões de combate ocidentais necessários para substituir e modernizar a atual frota ucraniana de caças da era pós-soviética.

Em declarações à agência noticiosa polaca PAP, Ignat não confirmou o número exato de aviões que os aliados ocidentais prometeram fornecer à Ucrânia, indicando tratar-se de "dezenas".

Ignat referiu ainda que algumas das armas fornecidas pelo Ocidente estão a ser subutilizadas por Kyiv, como os mísseis AGM-88, atualmente lançados a partir do solo, mas cuja "potência aumentaria" se fossem lançados a partir de caças F-16

O porta-voz da força aérea ucraniana apelou às potências ocidentais para que reforcem as capacidades militares da Ucrânia, a fim de este país poder enfrentar em pé de igualdade a Rússia, que possui uma tecnologia "muito melhor e mais moderna".

"Os mísseis russos estão armados com ogivas ativas autoguiadas. Graças aos caças F-16 e aos sistemas Patriot, seremos capazes de eliminar a vantagem russa", observou Ignat, defendendo mais uma vez o "fecho dos céus" como uma tarefa prioritária para Kyiv.

"Os caças vão patrulhar os nossos céus, deslocar-se rapidamente entre aeroportos e detetar potenciais perigos [...]. Seremos capazes de efetuar ataques muito precisos contra os depósitos de armas e a logística russa", afirmou.

Sexta-feira passada, na cimeira do G7 em Hiroxima (Japão), o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que Washington apoia os seus aliados na formação de pilotos ucranianos na utilização de caças F-16, embora não tenha sido tomada nenhuma decisão concreta sobre a entrega destes aviões.

Os principais países europeus apoiaram a ideia dos Estados Unidos, tendo a Rússia alertado para o facto de a eventual entrega de caças F-16 poder representar "riscos colossais" para o Ocidente.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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DANGOTE: Refinaria da Nigéria será "uma das mais importantes em África e no mundo"

POR LUSA   22/05/23 

O presidente do grupo Dangote disse hoje, durante a inauguração da nova refinaria na Nigéria, a maior de África, que a fábrica vai ser "uma das mais importantes do continente e no mundo".

"A nossa primeira prioridade é aumentar a produção para garantir que este ano vamos ser capazes de satisfazer completamente a procura da nossa nação por produtos petrolíferos de alta qualidade, para acabarmos com a tragédia da dependência da importação e parar de uma vez por todas de ser a lixeira de produtos tóxicos e de baixa qualidade", disse Aliko Dangote.

A fábrica entrará em produção no final de julho, acrescentou o líder do grupo Dangote durante a inauguração oficial da refinaria, que será também uma fábrica de fertilizantes, com a capacidade de exportar 40% da produção.

Na cerimónia, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, disse, citado pela agência de notícias Associated Press, que o projeto mostra a importância das parcerias com o setor privado "para acelerar o crescimento económico em todo o continente".

Depois de anos de atrasos, a maior refinaria de África visa reduzir a importação de combustível no país mais populoso da região.

A inauguração acontece uma semana antes da saída do poder do Presidente Buhari, que abandona o cargo após dois mandatos marcados por uma grave deterioração da situação económica do país, que é a maior economia da África subsaariana.

O objetivo da refinaria é processar 650 mil barris por dia quando estiver em plena capacidade, o que faria dela um dos maiores complexos industriais do continente e poderia mudar a situação na Nigéria.

Embora o país seja um dos maiores produtores de petróleo de África, importa quase todo o seu combustível devido ao fracasso das suas refinarias estatais.

A Nigéria troca os seus milhares de milhões de dólares de petróleo bruto por combustível importado, que depois subsidia para manter o preço de mercado artificialmente baixo.

Segundo os analistas citados pela agência France-Presse, este sistema incentiva a corrupção e impede o Estado de investir fortemente em setores-chave, como a saúde e a educação, enquanto quase metade dos nigerianos vive em condições de pobreza extrema.

As novas instalações ocupam 2.635 hectares de terreno na zona de comércio livre de Lekki, e custaram cerca de 19 mil milhões de dólares, 17,5 mil milhões de euros, segundo os meios de comunicação locais, mais do dobro dos 9 mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros), anunciados quando o projeto foi lançado.

O vasto complexo industrial inclui também uma fábrica de fertilizantes no valor de 2 mil milhões de dólares, com uma capacidade de produção de três milhões de toneladas por ano.


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